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Engrenagens Prof. Rafael Laranja ENG03016 Engrenagens são elementos de máquinas que transmitem o movimento por meio de sucessivos engates de dentes, onde os dentes atuam como pequenas alavancas. Classificação das Engrenagens As engrenagens podem ser classificadas de acordo com a posição relativa dos eixos de revolução. Esses eixos podem estar: •Paralelos; •Intersecionados; •Nem paralelo nem intersecionados. Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagens de dentes retos Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagens de dentes retos Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagem helicoidal paralela Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagem helicoidal dupla Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Pinhão e cremalheira de entes retos evolventes Engrenagens para conexão de eixos Engrenagem cilíndrica com dentes em V Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: Engrenagem cônica de dente reto Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: Engrenagem cônica espiral Eixos nem paralelos ou intersecionados: Engrenagens helicoidais cruzadas Par coroa e sem-fim •O perfil do dente 1 aciona o perfil 2 pelo ponto de atuação de contato instantâneo K. •N1N2 são as normais dos dois perfis. •N1 é o pé da perpendicular de O1 a N1N2. •N2 é o pé da perpendicular de O2 a N1N2. Lei Fundamental da Ação do Dente da Engrenagem 1 2 2 1 O P O P ω ω = Geração da Curva Evolvente Fazendo a linha MN girar no sentido anti-horário da circunferência de um círculo sem deslizar, quando a linha alcança a posição M’N’, a tangente original A alcança a posição K, traçando a curva evolvente AK durante o movimento. A medida que o movimento continua, o ponto A irá traçar a curva evolvente AKC. Quanto menor for o diâmetro primitivo, mais acentuada será a evolvente. Quanto maior for o diâmetro primitivo, menos acentuada será a evolvente, até que, em uma engrenagem de diâmetro primitivo infinito (cremalheira) a evolvente será uma reta. Neste caso, o perfil do dente será trapezoidal, tendo como inclinação apenas o ângulo de pressão. Imagine a cremalheira como sendo uma ferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que a cada golpe se desloca juntamente com a engrenagem a ser usinada (sempre mantendo a mesma distância do diâmetro primitivo). É por meio desse processo contínuo que é gerada, passo a passo, a evolvente. O ângulo de inclinação do perfil (ângulo de pressão) sempre é indicado nas ferramentas e deve ser o mesmo para o par de engrenagens que trabalham juntas. Propriedades da Curva Evolvente A distância BK é igual ao arco AB, pois a linha MN rola sobre o círculo sem escorregar. Para qualquer instante, o centro instantâneo do movimento da linha é o ponto tangente com o círculo. NOTE: não foi definido o termo centro instantâneo anteriormente. O centro instantâneo é definido de duas formas: Quando dois corpos possuem um movimento relativo plano, o centro instantâneo é um ponto sobre um dos corpos em que o outro gira no instante considerado; Quando dois corpos possuem movimento relativo plano, o centro instantâneo é o ponto em que os corpos estão relativamente parados no instante considerado. A normal em qualquer ponto de uma evolvente é a tangente à circunferência base, Devido a propriedade (2) da curva evolvente, o movimento do ponto que está traçando a evolvente é perpendicular a linha em qualquer instante, e assim a curva traçada também será perpendicular à linha em qualquer instante. Não há curva evolvente junto ao círculo base. Terminologia de Engrenagens de Dentes Retos a) Superfície primitiva: a superfície de um cilindro (cone, etc.) imaginário, girante que o dente de engrenagem pode ser substituído. b) Circunferência primitiva: uma seção da superfície primitiva. c) Circunferência de cabeça: um círculo que recobre o topo dos dentes. d) Circunferência de pé: círculo que passa pela base dos dentes. e) Altura de cabeça: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de cabeça. f) Profundidade ou altura de pé: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de pé. g) Vão ou folga: diferença entre a altura de pé de uma engrenagem e a altura da cabeça da outra. h) Face do dente: parte da superfície do dente que se encontra fora da superfície primitiva. i) Flanco do dente: parte da superfície do dente que se encontra dentro da superfície primitiva. j) Espessura do dente: espessura do dente medida na circunferência primitiva. É o comprimento de um arco e não co comprimento de uma linha reta. k) Espaço do dente: distância entre dentes medida na circunferência primitiva. l) Passo frontal (p): comprimento de um dente e um espaço medido na circunferência primitiva (veja a figura). m) “Diametral pitch” (P): é o número de dentes dividido pelo diâmetro primitivo. (A norma brasileira ABNT TB 81, indica o módulo frontal como sendo o quociente do diâmetro primitivo pelo número de dentes, expresso em milímetros: ). Sendo: p o passo frontal; P o “diametral picth”; N o úmero de dentes e D o diâmetro primitivo. Dm N = Dp N π = NP D = .p P π= n) Módulo frontal (m): inverso do “diametral picth”, diâmetro primitivo dividido pelo número de dentes. o) Filete ou Arredondamento: pequeno raio que conecta o perfil do dente com a circunferência de pé. p) Pinhão: a menor engrenagem de qualquer para. A engrenagem maior é chamada apenas de engrenagem ou coroa. q) Relação de velocidade: relação dada pelo número de revoluções da engrenagem motora pelo número de revoluções da engrenagem movida, em uma unidade de tempo. r) Ponto primitivo: o ponto que tangencia as circunferências primitivas de um para de engrenagens (veja o ponto P da figura). s) Tangente comum: a linha tangente da circunferência primitiva no ponto primitivo. t) Linha de ação: linha normal ao par de dentes no seu ponto de contato. u) Trajetória de contato: trajetória traçada pelo ponto de contato de um para de dentes. v) Ângulo de pressão α: ângulo entre a normal comum no ponto de contato dos dentes e a tangente comum à circunferência primitiva. É também o ângulo entre a linha de ação e a tangente comum. w) Circunferência base: circunferência imaginária usada na engrenagem evolvente para gerar a evolvente que forma o perfil dos dentes. Alguns Dados Lista padrão do sistema de dentes para engrenagens de dentes retos (Shigley e Uicker, 2003). Sistema de Dente Ângulo de Pressão ( )α Altura de Cabeça Profundidade Profundidade Total 20° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Profundidade Total 22,5° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Profundidade Total 25° 1 P ou 1 m⋅ 1, 25 P ou 1,25 m⋅ Ponta do Dente 20° 0,8 P ou 0,8 m⋅ 1 P ou 1 m⋅ Alguns Dados Lista dos valores mais usados para o “diametral pitch”: Pitch Expresso 2 2,25 2,5 3 4 6 8 10 12 16 Pitch Fino 20 24 32 40 48 64 96 120 150 200 NOTE: que ao invés de usar a circunferência primitiva teórica como um índice do tamanho do dente, a circunferência base pode ser usada. O resultado é chamado de base primitiva , e está relacionada com a circunferência base pela equação: cosbP p α= ⋅ Condição para o Correto Engrenamento A figura a seguir mostra o engrenamento de duas engrenagens com contato nos pontos K1 e K2.1 2b bP P= 1 1 1 1 1 cos cosbP p P πα α= ⋅ = 2 2 2 2 2 cos cosbP p P πα α= ⋅ = 1 2 1 2 cos cos P P π πα α= Condição para o Correto Engrenamento Para satisfazer tal equação, o par de engrenagens engrenadas deve satisfazer a seguinte condição: 1 2 1 2 P P α α = = Trem de Engrenagens Comuns Trem de engrenagens consiste em duas ou mais engrenagens com o propósito de transmitir o movimento de um dos eixos para o outro. Um trem de engrenagem comum possui os eixos alinhados. Esses podem ser simples como mostra a figura (a) ou composta como a figura (b). Trens de Engrenagens Planetários O conjunto epicicloidal ou planetário é formado por uma engrenagem central (planetário) instalada no mesmo eixo de uma coroa dentada interna, ao qual estão ligadas algumas engrenagens "satélites", que rodam em eixos de uma carcaça própria. Normalmente esta é soldada com um eixo coaxial ao do planetário. Esse grupo de engrenagens é muito utilizado em câmbios automáticos e alguns diferenciais para transmitir o movimento com diferentes relações de redução entre dois eixos coaxiais, mas sem inverter a direção de rotação. Trens de Engrenagens Planetários Com esse movimento, uma engrenagem não só gira em torno de seu centro, como esse gira em torno de um outro. A figura a seguir mostra o arranjo que pode ser usado só ou como parte de um sistema mais complexo. A engrenagem 1 é chamada de solar e a 2 de planetária, ambas são ligadas por uma barra. Trens de Engrenagens Planetários Relação de velocidade A determinação da relação de velocidades de um trem planetário é ligeiramente mais complexa que um trem comum. Seguindo os seguintes processos: 1. Invertendo o mecanismo, imaginando a aplicação do movimento rotatório com uma velocidade angular bω do mecanismo. Fazendo a análise do movimento antes e depois da inversão com a tabela: Antes da Inversão (mecanismo original) Depois da Inversão (mecanismo imaginário) Barra (eixo móvel) bω 0b bω ω− = Estrutura (eixo fixo) 0 0 b bω ω− = − Sol 1ω 11 b bω ω ω− = Planeta 2ω 22 b bω ω ω− = NOTE: que no mecanismo imaginário a barra permanece parada e funciona como uma estrutura, assim nenhum eixo das engrenagens se move e o mecanismo imaginário torna-se um trem de engrenagens comum. Trens de Engrenagens Planetários Relação de velocidade 2. Aplicando-se a equação da relação de velocidades de um trem comum para o mecanismo imaginário, tem-se: 1 2 2 1 b b N N ω ω = − Ou 1 2 2 1 b b N N ω ω ω ω − = − − Trens de Engrenagens Planetários Relação de velocidade EXEMPLO: Seja o sistema planetário da figura, determine o valor de bω . Dados 1 0ω = e 2 30ω = r.p.m.. Trens de Engrenagens Planetários Relação de velocidade Aplicando a equação da relação de velocidades para um trem planetário, têm- se: 1 2 2 1 b b N N ω ω ω ω − = − − 0 18 0,5 30 36 b b ω ω − = − = − − ( )0,5 30b bω ω− = − − . . .10b r p mω = Principais Diferenças entre Engrenagem Dentada e Engrenagem Planetária Engrenagem dentada: Baixa perda de fricção; Estrutura simples; Velocidades diversas de transmissão para transmissões de múltiplas velocidades; Dimensões mais longas Engrenagem planetária: Dimensões curtas; Alta transferência de potência; Maior perda de fricção; Montagem estrutural complexa; Transmissão possível apenas em três etapas para múltiplas velocidades das caixas de transmissão. Engrenagens Slide Number 2 Slide Number 3 Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagens de dentes retos� Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagens de dentes retos� Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagem helicoidal paralela� Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Engrenagem helicoidal dupla� Engrenagens para conexão de eixos paralelos:Pinhão e cremalheira de entes retos evolventes Engrenagens para conexão de eixos Engrenagem cilíndrica com dentes em V Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: Engrenagem cônica de dente reto Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: Engrenagem cônica espiral Eixos nem paralelos ou intersecionados:�Engrenagens helicoidais cruzadas Par coroa e sem-fim Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 Slide Number 41
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