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Mecanismos Prof. Dr. Rafael A. C. Laranja 11 de fevereiro de 2010 versão beta 2 SUMÁRIO Introdução 3 Capítulo 1 - MOVIMENTOS 4 Capítulo 2 - Mecanismo Biela-Manivela 6 Capítulo 3 - Garfo Escocês 20 Capítulo 4 - Mecanismo junta universal 24 Capítulo 5 - Homocinéticas 29 Capítulo 6 - Cames 35 Capítulo 7 - Engrenagens 47 Capítulo 8 - Transmissão por Polias e Correias 67 Capítulo 9 - Transmissão por Correntes 75 Capítulo 10 - Acoplamentos 80 Capítulo 11 - Mecanismo de Quatro Barras 92 Bibliografia 99 Considerações Finais 100 INTRODUÇÃO O estudo de mecanismos é extremamente importante para a Engenharia Mecânica, Automotiva ou de Controle e Automação. Com o contínuo avanço promovido no desenvolvimento de instrumentos, controles automáticos e de equipamentos automáticos o estudo de mecanismos toma um novo significado. Mecanismos podem ser definidos como a parte de um equipamento com respeito ao desenvolvimento cinemático como ligações, cames, engrenagens, trens de engrenagens. Alguns exemplos de mecanismos são apresentados a ao longo do texto como forma de dar uma idéia dos tipos de componentes que devem serem estudados. 4 CAPÍTULO 1 MOVIMENTOS Os movimentos que se repetem em tempos iguais são denominados cíclicos ou periódicos. Nesses movimentos, se o deslocamento pode ser representado por uma curva senoidal, esse é chamado harmônico. Por exemplo: A = amplitude máxima = ângulo de fase W = freqüência angular Existem certas condições em que os movimentos periódicos não são harmônicos, mas para um movimento completo, chama-se esse movimento de ciclo. O tempo decorrido entre um ciclo e outro é chamado Período () e o numero de ciclos que ocorrem em uma unidade de tempo chama-se de freqüência (unidade →Hertz, H2=1/s, RPM, CPS, COM, etc...) Assim: 1F F= freqüência Uma outra forma de representar o movimento harmônico é representá-lo através da projeção de um vetor que gira ao redor de um ponto com velocidade angular (W) constante, ou seja: Em um período WT=2π 1 2 1 2 rad2 s 1 F W W F W F F Hzs Dentre os movimentos periódicos, harmônicos ou não, os movimentos podem ainda se classificados como: Movimento Plano (Translação) Translação Retilínea Translação Curvilínea Movimento Rotatório Movimento de rotação e Translação Movimento Helicoidal Movimento Esférico Além dos periódicos, os movimentos podem ser também de natureza irregular, em que nenhuma parte do movimento é repetida, sendo denominados de aleatórios. Existem ainda, movimentos devido a impactos ou causados por condições súbitas o que origina uma resposta transiente. 6 CAPÍTULO 2 MECANISMO BIELA-MANIVELA Esse mecanismo é amplamente utilizado principalmente em motores de combustão interna e em compressores. O mecanismo Biela-Manivela é um mecanismo capaz de transformar um movimento circular em movimento alternativo. Esse movimento é formado por um elemento giratório (manivela) que é conectado com uma barra rígida (biela). De tal forma, ao girara manivela a barra de união se “Vê” obrigada a avançar e retroceder, produzindo um movimento alternativo no pistão ou êmbolo. O sistema é reversível mediante o qual se girando a manivela desloca-se o pistão e vice versa. A distancia máxima que efetua o pistão, também chama de embolo, se chama ponto morto superior e a mínima de ponto morto inferior. Os pontos extremos do movimento correspondem a duas posições diametralmente opostas da manivela. Para tanto, o braço da manivela (distância do centro ao ponto de união com a biela) equivalente a metade do caminho do pistão. Como o pistão completa dois ciclos a cada volta da manivela a relação entre as velocidades é: 2WRVm Vm = Velocidade Média R = Braço da Manivela W = Velocidade de giro da manivela Problema Cinemático O problema cinemático consiste em conhecer as posições, velocidades e aceleração de todas as barras e é resolvido em três partes: Primeiro resolve-se o problema da posição, passando para velocidade e por fim a aceleração. Tomando-se como base a figura Por trigonometria X=Rcosθ+LcosΦ como Rsenθ=LsenΦ R/Lsenθ=senΦ T=arcsen(r/Lsenθ) cos cos arcsen senRX R L L ou 2 2 2cos 1 sen RX R L L Velocidade Derivando a equação da posição obtém-se a solução para o problema da velocidade. dX V XdT Lembrando da definição de freqüência, ou seja, da velocidade angular (W), uma vez que se pode representar o movimento harmônico como a projeção de um vetor que gira ao redor de um ponto. Logo: θ=WT sendo W constante assim d WdT ddT W dX dX dXWddT d W 8 Logo: 2 2cos 1 sendW R L RdX 2 2 2 2 sen(2 )sen 2 1 sen RX W R L R L Aceleração Derivando a equação da velocidade, obtêm a solução do problema da aceleração: " 2 2 XdT dX dT Xd , sabendo que W ddT logo W d dX dT dX = d dXWX " 4 2 2 2 2 3 12 2 222 2 3 2 22 2 2 sen cos cos 2sen 22 cos 1 sen1 sen 1 sen R R RX W R RR RLL LLL L Como exemplo a seguir, será mostrado um programa desenvolvido no MAPLE para o caso de uma biela de 30 cm, uma manivela de 7 cm e uma rotação de 10 rad/s. > restart: > with(plots): Warning, the name changecoords has been redefined > Dados de Entrada: > R:=7: > L:=30: > omega:=10: > Deslocamento: > phi:=arcsin(R/L *sin(theta)); > X(theta):=R*cos(theta)+L*cos(phi); > > grafico1:=plot (X(theta), theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico1},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); f := arcsin R sin q( ) L æ ç è ö ÷ ø X q( ) := R cos q( ) + L 1 - R 2 sin q( )2 L 2 > Velocidade: > V:=omega*diff(X(theta),theta); > > grafico2:=plot (V, theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico2},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); > Aceleração: > A:=omega*diff(V,theta); V := w -R sin q( ) - R 2 sin q( ) cos q( ) L 1 - R 2 sin q( )2 L 2 æ ç ç ç ç ç è ö ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ø A := w 2 -R cos q( ) - R 4 sin q( )2 cos q( )2 L 3 1 - R 2 sin q( )2 L 2 æ ç ç è ö ÷ ÷ ø /3 2( ) - R 2 cos q( )2 L 1 - R 2 sin q( )2 L 2 + R 2 sin q( )2 L 1 - R 2 sin q( )2 L 2 æ ç ç ç ç ç ç è ö ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ø 10 > > grafico3:=plot (A, theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico3},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); Valores Numéricos: > for angulo from 0 to 360 by 10 do > theta:=convert(angulo*degrees,radians); > phi:=arcsin(R/L *sin(theta)): > X:=evalf(R*cos(theta)+L*cos(phi)); > > V:=evalf(omega*(-R*sin(theta)-1/L/(1-R^2/L^2*sin(theta)^2)^(1/2)*R^2*sin(theta)*cos(theta))); > > A:=evalf(omega^2*(-R*cos(theta)-1/L^3/(1- R^2/L^2*sin(theta)^2)^(3/2)*R^4*sin(theta)^2*cos(theta)^2-1/L/(1- R^2/L^2*sin(theta)^2)^(1/2)*R^2*cos(theta)^2+1/L/(1-R^2/L^2*sin(theta)^2)^(1/2)*R^2*sin(theta)^2)); > > print (angulo, X, V, A) > > end do: Ângulo, Deslocamento, Velocidade, Aceleração. 0, 37., 0., -863.3333333 10, 36.86901864, -14.95083254, -843.2353978 20, 36.48216391, -29.20763871, -784.2331704 30, 35.85731166, -42.12117036, -690.1479669 40, 35.02296484, -53.12974433, -567.1491063 50, 34.01638335, -61.79734828, -423.3882826 60, 32.88111638, -67.84329502, -268.3880672 70, 31.66412411, -71.15884066, -112.1619073 80, 30.41275510, -71.80650572, 35.8673418 90, 29.17190429, -70., 167.9698367 100, 27.98168062, -66.06657972, 278.9747900 110, 26.87584211, -60.39812628, 366.6662927 120, 25.88111638, -53.40026154, 431.6119328 130, 25.01735681, -45.44887376, 476.5143706 140, 24.29834264, -36.86052103, 505.3131141 150, 23.73295600, -27.87882964, 522.2875987 160, 23.32646721, -18.67518135, 531.3364988 170, 23.08171010, -9.359912342, 535.4954564 180, 23., 0., 536.6666667 190, 23.08171010, 9.359912342, 535.4954564 200, 23.32646721, 18.67518135, 531.3364988 210, 23.73295600, 27.87882964, 522.2875987 220, 24.29834264, 36.86052103, 505.3131141 230, 25.01735681, 45.44887376, 476.5143706 240, 25.88111638, 53.40026154, 431.6119328 250, 26.87584211, 60.39812628, 366.6662927 260, 27.98168062, 66.06657972, 278.9747900 270, 29.17190429, 70., 167.9698367 280, 30.41275510, 71.80650572, 35.8673418 290, 31.66412411, 71.15884066, -112.1619073 300, 32.88111638, 67.84329502, -268.3880672 310, 34.01638335, 61.79734828, -423.3882826 320, 35.02296484, 53.12974433, -567.1491063 330, 35.85731166, 42.12117036, -690.1479669 340, 36.48216391, 29.20763871, -784.2331704 350, 36.86901864, 14.95083254, -843.2353978 360, 37., 0., -863.3333333 12 No mecanismo biela manivela é possível fixar outras peças e obter outras três inversões: - Fixar a manivela e deixar todas as outras moveis. - Fixar a biela - Fixar o cursor Uma variação do mecanismo é conseguida aumentando o diâmetro do moente até que ele fique maior do que o munhão da manivela. Este moente aumentado constitui um excêntrico e substitui a manivela (AO) do mecanismo original. Uma desvantagem seria desse mecanismo é o problema da lubrificação entre o excêntrico e a biela que acaba por limitar a potencia que pode ser transmitida. Bomba manual Motor rotativo Plaina limadora Mecanismo Biela-Manivela Pistão Desalinhado Da mesma forma que para um mecanismo alinhado, a posição do ponto A é obtida por: XA=Rcosθ e YA=Rsenθ De onde se nota que: Rsenθ=Lsen(Φ)-e Logo: 1sen sene RL Da geometria da figura: cos cosX R L Logo: 2 1 2 sen11cos ReLLRX Para a velocidade e aceleração basta derivar da mesma forma feita para um problema alinhado. Para casos em que x é dada e deseja-se o ângulo é necessário o uso de uma técnica de determinação de raízes, tal como o método de Newton-Raphson. O método pode ser explicado com a figura '( ) tan ( ) 1 n n n n F x F x x x 14 A figura é um gráfico de uma função f(x) qualquer versus x. Seja x1 uma primeira aproximação ou um valor estimado da raiz quando f(x)=0 que se deseja encontrar. A linha tangente desenhada da curva em x=x1 que intercepta o eixo x em xn + 1, que é uma melhor aproximação da raiz. Uma “forma” da linha tangente é a derivada da função x = xn e é 11 1 1n f xf x x x que resolvendo para xn+1: 1 n n n n f xx x f x Usando-se um computador, por exemplo, iniciar uma solução entrando-se com certo valor de xn, resolvendo para xn+1, usando-se esse valor como a próxima estimativa, e repetindo-se o processo tantas vezes quanto necessário pra obter-se um resultado com precisão satisfatória. Tal precisão é avaliada pela comparação de xn+1-x1 com um pequeno número ξ em cada rodada e se para quando (xn+1-x1)< ξ. Deve-se tomar cuidado com algoritmos prontos para obtenção de raízes uma vez que esses utilizam uma aproximação para obter-se f’(x1), o que está incorreto. Para o caso do mecanismo desalinhado em estuda tem-se: 1 22 2cos senf R L e R X e 22 sen cos cos sen e Rf R L e R Essas duas equações podem ser programadas junto com 1 1 1 1 fn f para resolver o valor do ângulo desconhecido. Nota-se que o ângulo obterá dois possíveis valores. Esses podem ser encontrados separadamente pelo uso apropriado de estimativas iniciais. Já se a excentricidade é zero, uma solução algébrica é possível. Para tanto utilizando a identidade trigonométrica, o resultado será dado por 2 2 2 arccos 2 X R L XR Trabalho Sobre Biela-Manivela O objetivo deste trabalho é determinar a posição, a velocidade e a aceleração do mecanismo biela-manivela em vários ângulos () de 15º a 15º comentando os resultados obtidos. Também traçar um gráfico, comparando a posição, velocidade e aceleração versus o ângulo. Os valores foram calculados na calculadora HP48G e o gráfico editado no Excel. É resolvido em três partes: Primeiro resolve-se o problema da posição, passando para velocidade e por fim a aceleração. A estrutura é constituída dos dados e equações utilizadas, tabela com os resultados, gráfico dos resultados e comentários dos resultados obtidos. O objetivo será atendido se o trabalho possibilitar um entendimento do mecanismo em estudo. 1 Cálculo cursor biela-manivela Os cálculos foram feitos com os dados e equações a seguir relacionadas: Figura – Modelo Mecanismo Biela-Manivela X = Posição 2 2 2cos 1 sen RX R L L V = Velocidade 2 2 2 2 1 2 2 sen L R )sen( L RsenRWV A = Aceleração 2 1 2 2 22 2 2 22 2 3 2 2 2 3 224 sen1 2sen2 sen1 cos sen1 cossencos2 L RL R L RL R L RL RRWA HzW cmR cmL 10 10 3 16 Na tabela foram relacionados os valores obtidos: Tabela Posição, Velocidade e Aceleração x θ θ X V A 0º 13,0 0,0 -390 15º 12,9 -10,0 -368,0 30º 12,5 -18,9 -305,4 45º 11,9 -25,8 -212,2 60º 11,2 -30,0 -103,5 75º 10,3 -31,3 3,7 90º 9,5 -30,0 94,3 105º 8,8 -26,6 159,0 120º 8,2 -21,9 196,5 135º 7,7 -16,6 212,0 150º 7,3 -11,1 214,3 165º 7,1 -5,5 211,6 180º 7,0 0 210,0 195º 7,1 5,5 211,6 210º 7,3 11,1 214,3 225º 7,7 16,6 212,0 240º 8,2 21,9 196,5 255º 8,8 26,6 159,0 270º 9,5 30,0 94,3 285º 10,3 31,3 3,742 300º 11,2 30,0 -103,5 315º 11,9 25,8 -212,2 330º 12,5 18,9 -305,4 345º 12,9 10,0 -368,0 360º 13,0 0 -390,0 Gráficos POSIÇÂO 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 0º 15 º 30 º 45 º 60 º 75 º 90 º 10 5º 12 0º 13 5º 15 0º 16 5º 18 0º 19 5º 21 0º 22 5º 24 0º 25 5º 27 0º 28 5º 30 0º 31 5º 33 0º 34 5º 36 0º ângulo(º) cm Velocidade -40,0 -30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 0º 15 º 30 º 45 º 60 º 75 º 90 º 10 5º 12 0º 13 5º 15 0º 16 5º 18 0º 19 5º 21 0º 22 5º 24 0º 25 5º 27 0º 28 5º 30 0º 31 5º 33 0º 34 5º 36 0º ângulo (º) cm /s 18 Aceleração -500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 0º 15 º 30 º 45 º 60 º 75 º 90 º 10 5º 12 0º 13 5º 15 0º 16 5º 18 0º 19 5º 21 0º 22 5º 24 0º 25 5º 27 0º 28 5º 30 0º 31 5º 33 0º 34 5º 36 0º Ângulo (º) cm /s² Posição, Velocidade e Aceleração X Ângulo -500,0 -400,0 -300,0 -200,0 -100,0 0,0 100,0 200,0 300,0 0º 15 º 30 º 45 º 60 º 75 º 90 º 10 5º 12 0º 13 5º 15 0º 16 5º 18 0º 19 5º 21 0º 22 5º 24 0º 25 5º 27 0º 28 5º 30 0º 31 5º 33 0º 34 5º 36 0º Ângulo (º) X cm V cm/s A cm/s² Resultados Os pontos extremos do movimento correspondem a duas posições diametralmente opostas da manivela. Para tanto, o braço da manivela (distância do centro ao ponto de união com a biela) equivalente a metade do caminho do pistão A distancia percorrida pelo pistão parte da posição 13cm, se desloca até a posição 7 cm em 180º, após repete o movimento no sentido contrário fechando o ciclo em 360º. A velocidade inicial é zero, atingindo o Maximo em 75º com velocidade de 31,3 cm/s, após inverte o sentido. Atinge o Maximo no sentido contrário em 285º com velocidade 31,3 cm/s, inverte novamente o sentido fechando o ciclo em 360º com velocidade zero. Temos o ponto Maximo de aceleração no inicio do movimento em 0º e no fechamento do ciclo em 360º, com aceleração de 390 cm/s2. 20 CAPÍTULO 3 GARFO ESCOCÊS Esse mecanismo é capaz de gerar um movimento harmônico simples. É utilizado como um mecanismo de uma mesa vibratória, ou como gerador de seno ou cosseno para mecanismo de computo. O raio R a uma velocidade angular constante W, possuirá uma projeção do ponto P sobre o eixo x (ou eixo y) se deslocando em movimento harmônico simples. Assim o deslocamento, medido da direita para a esquerda, a partir da trajetória de P sobre o eixo x é: cosx R R dx dt d dt dx ddt cosX R R t senX R t sen( )X R 2 cosX R t 2 cosX R t Exemplo de Cálculo no MAPLE > restart: > with(plots): Warning, the name changecoords has been redefined Dados de Entrada: > R:=5: > rpm:=600: > omega:=rpm/60*2*Pi; > Deslocamento: > > X(theta):=R*(1-cos(theta)); > > grafico1:=plot (X(theta), theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico1},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); > Velocidade: > V:=omega*R*sin(theta); > > grafico2:=plot (V, theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico2},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); w := 20 p X q( ) := 5 - 5 cos q( ) V := 100 p sin q( ) 22 > Aceleração: > A:=R*omega^2*cos(theta); > > grafico3:=plot (A, theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico3},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=[theta, x]); Valores Numéricos: > for angulo from 0 to 360 by 10 do > theta:=convert(angulo*degrees,radians); > phi:=arcsin(R/L *sin(theta)): > X:=evalf(R*(1-cos(theta))); > > V:=evalf(omega*R*sin(theta)); > > A:=evalf(R*omega^2*cos(theta)); > > print (angulo, X, V, A) > > end do: A := 2000 p 2 cos q( ) Ângulo, Deslocamento, Velocidade, Aceleração. 0, 0., 0., 19739.20881 10, 0.075961235, 54.55318394, 19439.32587 20, 0.301536896, 107.4487970, 18548.78886 30, 0.669872980, 157.0796327, 17094.65628 40, 1.169777784, 201.9376833, 15121.11122 50, 1.786061952, 240.6599595, 12688.11884 60, 2.500000000, 272.0699048, 9869.604404 70, 3.289899286, 295.2131435, 6751.207016 80, 4.131759114, 309.3864803, 3427.677630 90, 5., 314.1592654, 0. 100, 5.868240886, 309.3864803, -3427.677630 110, 6.710100714, 295.2131435, -6751.207016 120, 7.500000000, 272.0699048, -9869.604404 130, 8.213938048, 240.6599595, -12688.11884 140, 8.830222216, 201.9376833, -15121.11122 150, 9.330127020, 157.0796327, -17094.65628 160, 9.698463104, 107.4487970, -18548.78886 170, 9.924038765, 54.55318394, -19439.32587 180, 10., 0., -19739.20881 190, 9.924038765, -54.55318394, -19439.32587 200, 9.698463104, -107.4487970, -18548.78886 210, 9.330127020, -157.0796327, -17094.65628 220, 8.830222216, -201.9376833, -15121.11122 230, 8.213938048, -240.6599595, -12688.11884 240, 7.500000000, -272.0699048, -9869.604404 250, 6.710100714, -295.2131435, -6751.207016 260, 5.868240886, -309.3864803, -3427.677630 270, 5., -314.1592654, 0. 280, 4.131759114, -309.3864803, 3427.677630 290, 3.289899286, -295.2131435, 6751.207016 300, 2.500000000, -272.0699048, 9869.604404 310, 1.786061952, -240.6599595, 12688.11884 320, 1.169777784, -201.9376833, 15121.11122 330, 0.669872980, -157.0796327, 17094.65628 340, 0.301536896, -107.4487970, 18548.78886 350, 0.075961235, -54.55318394, 19439.32587 360, 0., 0., 19739.20881 24 CAPÍTULO 4 MECANISMO JUNTA UNIVERSAL Embora possua uma aparência simples, a junta de quatro pontos, também chamada de cardan ou acoplamento de Hooke é mais complexo do que se apresenta. Isso ocorre devido a variação normal da velocidade em cada rotação quando essa trabalha com um ângulo de inclinação. Assim a velocidade é dependente do ângulo de trabalho. Existem quatro modificações de velocidade que não são aparentes durante o giro, uma vez que podem dar a impressão de vibrações torcionais decorrente de má instalação, inclinações e/ou ângulos de trabalho em altas velocidades. Tal fato é evidenciado ao examinar-se o mecanismo uma vez que o movimento é o acoplamento de dois eixos não alinhados, Normalmente com posições relativas e variáveis. Os eixos Cadam são eixos com uma ou mais juntas universais possuindo ou não em suas extremidades uma união deslizante que compensa possíveis variações de distancias entre os eixos. Tais eixos podem possuir uma única parte ou múltiplos seguimentos com mancais de apoio intermediário em eixos muito longos ou de altas rotações. Nesses casos, a freqüência natural de vibrações a flexões encontra-se na faixa de velocidade de operação do eixo. Tal fato pode originar ruídos ou até mesmo a ruptura. Assim aumentando-se o numero de seções, aumenta-se a rigidez do sistema elevando-se conseqüentemente a freqüência natural. Apresentação geral do mecanismo de junta universal → Deslocamento do ângulo em função do tempo Sendo ∆t a variação do tempo, θ o ângulo de referencia e W a velocidade angular, Lembrando: W=∆ θ/∆t Tomando como base a figura anterior, onde a ligação 2 é a motora, a 4 movida e a ligação 3 é uma peça em cruz que conecta as peças 2 e 4. Pode-se mostrar que, apesar de ambos os eixos deverem completar uma volta no mesmo tempo, a razão de velocidade angular dos eixos não constante durante a revolução. Essa varia em função do ângulo β entre os eixos e o ângulo de rotação θ do eixo motriz. Tal relação é dada por: 22 2 4 sensen1 cos W W 2242 sensen1cos WW 22 2 4 sensen1 cos WW Exercício – Um acoplamento de Hooke conecta dois eixos com um ângulo de β=45º. Se a velocidade do eixo motriz é constante em 100rpm, calcule a velocidade máxima e mínima no eixo movido. Quando senθ=0 → mínimo Quando senθ=1 → máximo 0º = mínimo 71 rpm 90º = máximo 142 rpm É possível conectar dois acoplamentos de Hooke em um eixo intermediário, tal que a razão de velocidade do primeiro acoplamento é cancelada pela razão do segundo. O que só ocorre se os eixos 2 e 4 possuírem ângulos β iguais com o eixo intermediário 3 e se os estribos no eixo intermediário estão paralelos. α=aceleração angular α=dW/dt=ΔW/Δt=(Wf-Wi)/ Δt Para o gráfico, determine a aceleração angular e a tangencial. W2=3600 Β=30 Δθ=15º 26 W4 (0 º)=3117rpm W4 (15º)=3170rpm = 3600-(3170-3117)/15 = 12720 rpm2/º V=WR A=R Logo: At=12720R Exemplo de Cálculo da Variação de Velocidade Para Uma Junta De Hooke no MAPLE > restart: > with(plots): Warning, the name changecoords has been redefined > Dados de Entrada: > beta:=Pi/4; (Em radianos) > omega2:=1200; > Variação da Velociade Entrada-Saída: > > omega4:=(omega2*cos(beta))/(1-((sin(beta))^2)*((sin(theta))^2) ); > > grafico1:=plot (omega4, theta=0..2*Pi,color=black, thickness=4): > display({grafico1},axes=boxed,scaling=unconstrained,labels=["Ângulo", "Velocidade de saída"]); > b := p 4 w2 := 1200 w4 := 600 2 1 - 1 2 sin q( ) 2 > Valores Numéricos: > for theta from 0 to 360 by 10 do > omega4:=evalf((omega2*cos(beta))/(1-((sin(beta))^2)*((sin(theta))^2) )); > print (theta, omega4) > > end do: Ângulo, Velocidade de saída. 0, 848.5281372 10, 995.9010630 20, 1454.788873 30, 1657.615777 40, 1174.590797 50, 878.7758496 60, 889.8666780 70, 1211.237239 80, 1676.626010 90, 1413.306731 100, 973.3094016 110, 849.3594114 120, 1020.545922 130, 1495.331665 140, 1633.150743 150, 1139.765840 160, 869.4592578 170, 902.7691458 180, 1249.531133 190, 1689.627658 28 200, 1371.522821 210, 952.7390232 220, 851.8564818 230, 1047.265064 240, 1534.223796 250, 1603.908694 260, 1106.883988 270, 861.8839668 280, 917.5241886 290, 1289.236778 300, 1696.228073 310, 1329.991682 320, 934.1510544 330, 856.0290474 340, 1076.064068 350, 1570.697090 360, 1570.649412 CAPÍTULO 5 HOMOCINÉTICA Aplicação: Geralmente utilizados em articulações nas árvores de transmissão que permitem funcionamento em ângulo entre duas partes. Experiências: Veículos com tração dianteira A configuração básica em veículos com tração dianteira mostra o uso de dois semi-eixos homocinéticos, um para cada roda motriz. Cada um destes semi-eixos possui duas juntas homocinéticas. No lado da roda é instalada uma junta homocinética chamada fixa, enquanto no lado da transmissão se localiza a junta homocinética chamada deslizante. Os eixos de interconexão podem ser maciços ou de configuração tubular. Figura – Tração dianteira com homocinética 30 Veículos com Tração Traseira e Suspensão Independente Também nesta aplicação o acionamento ocorre por intermédio de dois semi-eixos homocinéticos. Nos veículos com tração traseira e suspensão independente, porém, as juntas das duas extremidades são do tipo deslizante. Os semi-eixos de interconexão podem ser maciços ou tubulares. Figura – Tração traseira História: O nome homocinética origina-se do grego, da junção das palavras homo = igual e kinein = constante. O Mini Morris/Austin Seven de 1959, representou a primeira aplicação em série das juntas homocinéticas e a elas cabe parte do êxito do revolucionário carro. Coube ao francês Pierre Fenailler, porém, a invenção da junta homocinética, em 1927, aplicando-a ao carro de corrida Tracta, de tração dianteira. Mesmo que não haja sistema de direção, usam-se juntas homocinéticas nas suspensões traseiras independentes de certos carros, por exemplo, Mercedes-Benz, BMW, Jaguar e Omega. O motivo é a carcaça do diferencial ser fixada no chassi e as rodas precisarem se movimentar verticalmente devido à suspensão. Antes da junta homocinética havia a junta universal, basicamente dois "U” unido pela boca da letra por um pino. O problema é que, quando um "U" transmite movimento para o outro, existe diferença de velocidade e aceleração entre as duas peças. Essa diferença resulta em movimentos indesejáveis do volante de direção, e estes sempre foram o grande obstáculo da tração dianteira. A junta homocinética resolveu esse problema por meio de engenhosa construção, em que há esferas entre a parte condutora e a parte conduzida, mantida convenientemente espaçada por meio de pistas. O desenho fez com que as velocidades se tornassem constantes, daí o nome que se vê nas revistas estrangeiras, CV joints, ou constant velocity joints, que significa juntas de velocidade constante. Caracteristicas das juntas Tipos construtivos As juntas homocinéticas são disponíveis em diferentes tipos construtivos. Independentemente da aplicação, no entanto, é importante ter em mente que as juntas homocinéticas são utilizadas apenas para a transmissão de torque. Elas não têm a função de suportar o peso do veículo, tarefa que compete aos rolamentos de roda e a outros componentes da suspensão. Os ângulos de esterçamento e as variações do comprimento operacional das juntas homocinéticas são determinados pelos movimentos da suspensão e pelos limites de projeto e não pelas juntas. Junta homocinética fixa As juntas homocinéticas fixas são compactas e transmitem torques elevados. Permitem ângulos de esterçamento de até 47°, garantindo velocidades absolutamente constantes. Estas juntas são montadas no lado da roda motriz dos veículos de tração dianteira e podem suportar esforços axiais 1 – Ponta de eixo 2 – Anel-trava 3 – Anel interno “R” 4 – Gaiola 5 – Esfera 6 – Abraçadeira maior 7 – Anel intermediário 8 – Mola-prato 9 – Manga de borracha 10 – Abraçadeira menor 11 – Eixo Figura – Modelo Junta homocinética fixa Junta homocinética deslizante tipo VL As juntas homocinéticas deslizantes são compactas e permitem ângulos operacionais de até 22° com um deslocamento axial máximo de 48 mm. Estas juntas conseguem transmitir torque em elevadas rotações e são aplicadas no lado da transmissão em veículos com tração dianteira. Nos veículos com motor e tração traseira elas são instaladas tanto no lado da roda, quanto no lado do diferencial. Também podem ser usadas como juntas de alta velocidade em eixos de propulsão 1 – Eixo 2 – Coifa 3 – Flange 4 – Entalhado (Spline) 5 – Anel-trava 6 – Anel interno “V” 7 – Gaiola 8 – Esferas 9 – Anel externo “V” Figura – Modelo Junta Homocinética VL 32 Junta homocinética deslizante tripóide As juntas homocinéticas deslizantes tripóides permitem ângulos de operação de até 25° com um deslocamento axial máximo de 55 mm. As tripóides esféricas estão assentadas no munhões da tripeça e apoiadas em roletes, assegurando assim baixo atrito. O campo de aplicação é o mesmo das juntas deslizantes descritas anteriormente. 1 – Eixo 2 – Coifa 3 – Abraçadeira maior 4 – Entalhado (Spline) 5 – Tripóide 6 – Anel-trava 7 – Tulipa Figura – Modelo de junta homocinética deslizante tripóide Junta homocinética deslizante tipo DO (Double Off-set) As juntas homocinéticas deslizantes do tipo DO permitem ângulos de operação de até 22° com um deslocamento axial máximo de 55 mm. Apesar de seu reduzido diâmetro, estas juntas podem transmitir torques elevados (Figura a seguir). São empregadas no lado da transmissão em sistemas de tração dianteira. 1 – Anel de segurança 2 – Gaiola 3 – Esfera 4 – Anel interno “V” 5– Tulipa 6 – Eixo 7 – Anel de segurança Figura – Modelo Junta homocinética deslizante tipo DO (Double Off-set)4 Componentes essenciais de uma junta homocinética EXERCÍCIOS DE REVISÃO: 1) cite 5 tipos de movimentos que um mecanismo pode ter Periódico, aleatório, rotatório, esférico, harmônico, oscilatório. 2) desenhe esquematicamente um gráfico do deslocamento transiente 3) prove que θ=WT 4) dado o gráfico a seguir do mecanismo biela-manivela, gráfico da velocidade, explique-o. A velocidade inicial é zero atinge o Maximo em 80º, inverte o sentido. Atinge o máximo no sentido contrario em 280º, inverte novamente o sentido e fecha o ciclo em 360º com velocidade zero. 5) dada a equação do movimento de um garfo escocês, X=R(1-cos(wt)), com R=10cm e w=20rad/s, desenhe e explique o gráfico da velocidade. X =R(1-cos(wt)) X’=Rsen(wt)w X=Rwsen(wt) 6) Cite 3 usos para uma junta universal do tipo cardan e 3 para homocinética, levando em consideração custo e manutenção cardan Ligação tomada de força com cemeadeira Barra de direção Ligação diferencial e motor HzsF FW FW W F 1 s Rd 2 21 2 1 34 Torquimetro Homocinética Caixa de roda Ligações de maquinas Equipamento de usinagem 7) Relate 3 problemas originados pelo uso de uma junta cardan. Vibração, calor, não suporta carga ao longo do eixo e a rotação não é constante em uma volta. CAPÍTULO 6 CAMES Uma Came pode ser projetada de duas maneiras: a) Partindo-se do movimento desejado para o seguidor, projeta-se a Came para dar esse movimento, ou; b) partindo-se da forma da Came, determinar características de deslocamento, velocidade e aceleração serão obtidos pelo contorno da Came. As Cames com movimento pré-determinado podem ser projetadas em certos casos analiticamente. - Projeto de Cames As Cames podem ser classificadas em: 1 – Came de disco com seguidor radial 2 – Came de disco com seguidor oscilante 3 – Came com retorno comandado 4 – Came cilíndrico 5 – Came invertida – serve para abrir ou lubrificar válvulas Projeto gráfico Cames Tomando-se como exemplo uma Came de disco, com seguidor radial. Quando começa a girar com velocidade angular (W) constante em uma determinada direção o seguidor se desloca para uma distancia x, durante meia volta da Came. O movimento de retorno é cm X 0 5 0 1 7 2 2 11 6 3 18 13 4 21 16 5 18 13 6 11 6 7 7 2 0 5 0 36 Para o desenho do contorno, não há um processo gráfico para determinar o ponto de contato entre a came e o seguidor. Esse ponto é determinado “a olho”. O comprimento da face do seguidor deve ser determinado por tentativas. Ocasionalmente pode ser escolhida uma escala de deslocamento combinado com o raio mínimo da came de modo a se obter um contorno com uma ponta ou aresta. Esta aresta pode ser eliminada modificando-se a escala de deslocamento. Exercício: Desenhe o gráfico do deslocamento X ângulo de um disco excêntrico com 80 mm de diâmetro e 15 mm de excentricidade. O ângulo deve variar de 30º em 30º. Lembre de explicar o gráfico no final. Exemplo: Desenhar o gráfico do deslocamento versus o ângulo de um disco excêntrico com 80 mm de diâmetro e 15 mm de excentricidade. O ângulo variando de 30º em 30º. Solução: Posição (mm) Deslocamento (mm) 0 25,0 0,0 1 26,3 1,3 2 30,3 5,3 3 37,1 12,1 4 45,3 20,3 5 52,3 27,3 6 55,0 30,0 7 52,3 27,3 8 45,3 20,3 9 37,1 12,1 10 30,3 5,3 11 26,3 1,3 0 25,0 0,0 Gráfico Comentários A Came realiza um deslocamento crescente atingindo o pico em 180º, após inverte o sentido completando uma volta. A velocidade aumenta na primeira metade do movimento e inverte o sentido em 180º. A aceleração é constante e positiva na primeira metade do movimento , em 180º inverte o sentido ficando negativa na segunda metade. Na mudança de sinal ocorre o pico da aceleração que pode ocasionar perda de contato ou desgaste. Tipos de movimento do seguidor 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 De sl oc am en to (m m ) Angulo(º) Deslocamento do Seguidor 38 Para determinar o contorno de uma came é necessário selecionar o movimento do seguidor. Esse pode ser parabólico (com aceleração constante), parabólico (com velocidade constante), harmônico simples ou cíclico. Dentre as características dos movimentos pode-se mencionar que: 1 – O movimento ciclóide proporciona uma aceleração nula nos extremos dos trechos da curva. O ângulo de pressão é relativamente grande e sua aceleração retorna a zero nos extremos. 2- O movimento harmônico gera os menores picos de aceleração e os menores ângulos de pressão. Esse pode ser usado onde uma elevação a velocidade constante precede uma aceleração. 3- Já o movimento polinomial de 8º grau possui uma curva de aceleração assimétrica e proporciona um pico de aceleração e ângulos de pressão intermediários entre o movimento harmônico e o ciclóide. Movimentos Quando uma came gira ao redor de um circulo, o seguidor executa uma serie de movimentos que consiste de subidas, permanências e retornos. Existem muitos movimentos do seguidor que podem ser utilizados para subidas e retornos. Para análise temos a seguinte notação: o ângulo da came, medida a partir do inicio do movimento; o alcance do ângulo de rotação correspondente ao movimento; h curso do seguidor; X deslocamento do seguidor; X’ velocidade do seguidor;; X” aceleração do seguidor. a) Movimento de velocidade constante: Se o movimento do seguidor é uma linha reta (i): Obteremos deslocamento constante em tempos iguais, isto é, velocidade uniforme do inicio ao fim do curso (ii). A aceleração, exceto no fim do curso será zero (iii). O gráfico mostra a mudança abrupta da velocidade, que resulta em uma grande força no inicio e no fim do cursor. Essas forças são indesejáveis, especialmente quando a came gira em alta velocidade. Assim, o movimento com velocidade constante é de apenas interesse teórico. hhx )()( hx )( 0)( x Nota: Grande Aceleração causa Fratura, desgaste e pode perder o contato. 40 b) Movimento com aceleração constante Como indica em (ii) a velocidade aumenta uniformemente na primeira metade do movimento e cai uniformemente na segunda. A aceleração é constante e positiva na primeira metade (iii) e é constante e negativa na segunda metade. Esse tipo de movimento fornece ao seguidor o menor valor da aceleração máxima ao longo da trajetória do movimento. Em maquinas de alta rotação, isso é particularmente importante, pois as forças requeridas advêm das acelerações. Quando: 2 0 2 2 2)( hx 2 4)(' hx 2 4)(" hx Quando: 2 2 2)( hhx 1 4)(' hx 2 4)(" hx C) Movimento Harmônico Um mecanismo de came com uma curva como: O gráfico da velocidade (ii) indica uma ação suave. A aceleração como mostrado em (iii) é máxima na posição inicial, zero na posição no meio e máxima negativa na posição final. cos1 2 )( hx sen 2 )(' hx cos 2 )('' 2hx Designe de uma Came O deslocamento rotacional ou translacional do seguidor é uma função do ângulo de rotação da came. O designe de uma came é definido em função de requerimentos específicos. Os requerimentos de movimentos listados a seguir, são comumente utilizados no designe do perfil de uma came. 42 Alguns perfis de came e seu seguidor. À esquerda tem-se uma came de disco com seguidor radial, em seguida uma came de disco com seguidor em rolete, e por fim uma came com seguidor oscilante. Came de Disco com Seguidor Radial. A figura a seguir é um esqueleto de uma came de disco com seguidor radial. Assume-se que o mecanismo será utilizado para realizar a relação de deslocamento entre a rotação da came e a translação do seguidor. Classificando os parâmetros adequados apenas para definir um seguidor do tipo com borda em lâmina (knife-edge) e um mecanismo de came com seguidor translacional, têm-se: r0 raio do círculo base; e excentricidade do seguidor a partir do centro de giro da came; x deslocamento do seguidor que é função do ângulo de rotação da came (); S parâmetro cujo valor absoluto é 1, e representa a direção de giro (S = +1 para sentido horário e S = -1 para sentido anti-horário). Princípio de designe do perfil da came O método denominado de inversão é comumente utilizado no designe de um perfil de came. Por exemplo, em uma came de disco com mecanismo de seguidor translacional, o seguidor translada quando a came gira, isso significa que o movimento relativo entre eles é uma combinação de um movimento relativo de giro e um movimento relativo de translação. Sem mudar os movimentos relativos, imagina-se que a came permanece fixa. Agora o seguidor faz ambos os movimentos relativos, de translação e rotação, e assim inverte-se o mecanismo. Imaginando ainda que o seguidor move-se ao longo da came, desenhando o perfil da came, logo o problema consiste em calcular o traçado do seguidor cujo movimento é a combinação dos movimentos relativos de rotação e translação. Equações de projeto Na figura, apenas parte do perfil AK é mostrada, assumindo que a came gira no sentido horário. No início do movimento, o seguidor possui ponto de contato na interseção A, no círculo base. As coordenadas de A são (x0 ; e), e x0 pode ser calculado pela equação: 2 20 0x r e (1.1) Supondo que o deslocamento do seguidor seja “x” quando o deslocamento angular da came é . Nesse momento, as coordenadas do seguidor devem ser (x0 + x; e). Para obter-se a posição correspondente do seguidor no mecanismo invertido, gira-se o seguidor ao redor do centro da came na direção contrária por um ângulo de . O seguidor será então invertido ao ponto K, que corresponde ao ponto do perfil da came no mecanismo invertido. Sendo assim, as coordenas do ponto K podem ser calculadas com a seguinte equação: 0cos sen sen cos S Sx x x S Sy e (1.2) NOTE: A excentricidade “e” é negativa se o seguidor estiver abaixo do eixo. Came de Disco com seguidor Oscilante Suponha-se que um mecanismo de came será utilizado para fazer um seguidor oscilar. Será assim, necessário calcular as coordenadas do perfil da came que resultarão no requerido movimento do seguidor. 44 Os parâmetros essenciais para esse tipo de mecanismo de came são dados por: r0 raio do círculo base; a distância entre o pivô da came e o pivô do seguidor; l comprimento do seguidor que é a distância entre o pivô e a borda de contato; deslocamento angular do seguidor que é uma função do ângulo de rotação da came (); x deslocamento do seguidor que é função do ângulo de rotação da came (); P parâmetro cujo valor absoluto é 1, e representa a posição do seguidor. Quando o seguidor está acima do eixo “x”, P = 1, do contrário P = -1; S parâmetro cujo valor absoluto é 1, e representa a direção de giro (S = +1 para sentido horário e S = -1 para sentido anti-horário). Princípio de designe do perfil da came O princípio fundamental do designe de um perfil de came continua sendo a inversão, similar ao que foi realizado anteriormente. Normalmente, o seguidor oscila quando a came gira. Isso significa que o movimento relativo entre eles é uma combinação do movimento relativo de giro e de oscilação. Sem mudar essa concepção, deixa-se a came fixa e faz-se o seguidor realizar ambos os movimentos relativos, o que é a inversão do mecanismo. Na figura a seguir, apenas uma parte da trajetória (BK) da came é mostrada. Assume-se aqui que a came gira no sentido horário. No início do movimento, o seguidor contata o ponto de interseção (B) do círculo base e o perfil da came. O ângulo inicial entre o seguidor (AB) e alinha dos dois pivôs (AO) é 0 , e pode ser calculada do triângulo OAB. Quando o deslocamento angular da came é , o deslocamento oscilante da came é quem é medido de sua posição inicial. Nesse momento, o ângulo entre o seguidor e a linha que passa pelos dois pivôs deve ser 0 o que faz com que as coordenadas sejam: 0 0 cos sen a l P l P Para obter-se o movimento do seguidor no mecanismo, simplesmente gira-se o seguidor ao redor do centro da came na direção contrária ao da rotação com um ângulo . O seguidor será invertido para o ponto K que corresponde ao ponto da trajetória da came no mecanismo invertido. Sendo assim, as coordenadas do ponto K podem ser calculadas por: 0 0 coscos sen sen cos sen a l PS Sx S Sy l P Came de Disco com Seguidor com Rolete Os parâmetros essenciais para esse tipo de mecanismo de came são dados por: r0 raio do círculo base; r raio do rolete; x deslocamento do seguidor que é função do ângulo de rotação da came (); I parâmetro cujo valor absoluto é 1, e representa a envolvente da curva adotada; M parâmetro cujo valor absoluto é 1, e representa a evolvente da curva interna ou externa (M = +1 para interna e S = -1 para externa). Princípio de designe do perfil da came O princípio fundamental do designe de um perfil de came continua sendo a inversão, entretanto, a curva não é diretamente gerada pela inversão, esse procedimento possui dois passos: 1. Imagina-se o centro do rolete como um ponto. Esse conceito é importante no designe do perfil da came e é chamado de ponto de traçado. Assim, pode-se calcular a curva de lançamento “aa”, que é o traço do ponto de lançamento no mecanismo invertido. 2. O perfil da came “bb” é um produto do movimento do envelope de uma série de roletes. Equações de projeto 46 O problema de calcular as coordenadas do perfil da came é o problema de calcular os pontos tangentes de uma seqüência de roletes no mecanismo invertido. Em um determinado momento, mostrado na figura, a tangente do ponto é P no perfil da came. O cálculo das coordenadas do ponto P tem dois passos: 1. Calcular a inclinação da tangente “tt” do ponto K na curva de lançamento, “aa”. 2. Calcular a inclinação da normal “nn” da curva “aa” no ponto K. Uma vez que já se têm as coordenadas do ponto ;K x y , podem-se expressar as coordenadas do ponto “P” como: 2 2 2 2 P P dy dx x I M r dx dy d d dx dy y I M r dx dy d d NOTE: Quando o sentido de rotação da came é horária I = +1, do contrário I = -1. CAPÍTULO 7 ENGRENAGENS Engrenagens são elementos de máquinas que transmitem o movimento por meio de sucessivos engates de dentes, onde os dentes atuam como pequenas alavancas. Classificação das Engrenagens As engrenagens podem ser classificadas de acordo com a posição relativa dos eixos de revolução. Esses eixos podem estar: Paralelos; Intersecionados; Nem paralelo nem intersecionados. Engrenagens para conexão de eixos paralelos: 1. Engrenagens de dentes retos Contato Interno Contato Externo Engrenagem de dentes retos 48 Contato Interno (Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980). Engrenagem helicoidal paralela 2. Engrenagem helicoidal dupla 3. Pinhão e cremalheira de entes retos evolventes 4. Engrenagem cilíndrica com dentes em V Engrenagens para conexão de eixos intersecionados: 5. Engrenagem cônica de dente reto 50 6. Engrenagem cônica espiral Eixos nem paralelos ou intersecionados: 7. Engrenagens helicoidais cruzadas Par coroa e sem-fim Ação do Dente da Engrenagem Lei Fundamental da Ação do Dente da Engrenagem A figura a seguir mostra o contato de dois dentes de engrenagens, em que: O perfil do dente 1 aciona o perfil 2 pelo ponto de atuação de contato instantâneo K. N1N2 são as normais dos dois perfis. N1 é o pé da perpendicular de O1 a N1N2. N2 é o pé da perpendicular de O2 a N1N2. Apesar dos dois perfis possuírem velocidade V1 e V2 diferentes no ponto K, suas velocidades ao longo de N1N2 são iguais tanto em magnitude como em direção. Caso contrário, os dois perfis se separariam, sendo assim tem-se: 1 1 1 2 2 2O N O N Ou 1 2 2 2 1 1 O N O N Observa-se que a interseção da tangente N1N2 é a linha de centro O1O2 é o ponto P, e: 1 1 2 2O N P O N P 52 Assim, a relação entre as velocidades angulares e a engrenagem de acionamento, ou relação de velocidades de um para de dentes em contato é: 1 2 2 1 O P O P O ponto P é muito importante para a relação de velocidades e é chamado de ponto primitivo. Tal ponto divide a linha de centros e sua posição define a relação de velocidades entre dois dentes. Dessa forma, a expressão Erro! Fonte de referência não encontrada. é a lei fundamental da ação do dente da engrenagem. Relação de Velocidade Constante Para uma relação de velocidade constante, a posição de P deve permanecer imutável. Nesse caso, o movimento transmitido entre as duas engrenagens é equivalente ao movimento transmitido entre dois cilindros imaginários sem escorregamento dom raios R1 e R2 ou diâmetros D1 e D2. Assim têm-se dois círculos cujos centros estão em O1 e O2 e passam pelo ponto primitivo P. Esses dois círculos são chamados de circunferência primária, e a relação de velocidade é igual ao inverso da relação do diâmetro das circunferências primárias. Perfil Conjugado Para obter a esperada relação de velocidades, de dois pares de dentes, a linha normal de seus perfis deve passar através do correspondente ponto primitivo, que é definido pela razão de velocidade. Os dois perfis que satisfazem esse requerimento são chamados de perfis conjugados. Apesar das muitas formas de dentes que são possíveis, apenas duas satisfazem a lei fundamental, e essas são de uso geral: perfil cicloidal e evolvental. A evolvente possui vantagens importantes, são fáceis de confeccionar e a distância central entre um par de engrenagens evolventes pode variar sem mudar a relação de velocidade. Assim, uma tolerância estreita entre a posição dos eixos não é exigida, o que faz com que a curva conjugada mais usada seja a evolvental. Curva Evolvente Os seguintes exemplos são para engrenagens de dentes retos evolventes. Usa-se a palavra evolvente devido ao contorno da curva interna do dente de engrenagem. Engrenagens possuem muitos termos, parâmetros e princípios e um dos conceitos mais importantes é a relação de velocidade, que é a relação da velocidade de giro da engrenagem motora e a engrenagem movida. O número de dentes no exemplo mostrado na figura são 15 e 30 respectivamente. Se a engrenagem de 15 dentes é a motora e a engrenagem movida possui 30, a relação de velocidade é 2. Geração da Curva Evolvente A curva mais utilizada para o perfil de dentes de engrenagens é a evolvente de um círculo. Essa curva é o caminho traçado por um ponto em uma linha a medida que a linha gira sem escorregamento na circunferência de um círculo. Também pode ser definido como o caminho traçado pelo fim de uma corda que originalmente envolve um círculo quando a corda é desenrolada do círculo. O círculo cuja evolvente é gerada é chamado de circunferência de base. Observe a figura a seguir: Fazendo a linha MN girar no sentido anti-horário da circunferência de um círculo sem deslizar, quando a linha alcança a posição M’N’, a tangente original A alcança a posição K, traçando a curva evolvente AK durante o movimento. A medida que o movimento continua, o ponto A irá traçar a curva evolvente AKC. Quanto menor for o diâmetro primitivo, mais acentuada será a evolvente. Quanto maior for o diâmetro primitivo, menos acentuada será a evolvente, até que, em uma engrenagem de diâmetro primitivo infinito (cremalheira) a evolvente será uma reta. Neste caso, o perfil do dente será trapezoidal, tendo como inclinação apenas o ângulo de pressão. 54 Imagine a cremalheira citada no item anterior como sendo uma ferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que a cada golpe se desloca juntamente com a engrenagem a ser usinada (sempre mantendo a mesma distância do diâmetro primitivo). É por meio desse processo contínuo que é gerada, passo a passo, a evolvente. O ângulo de inclinação do perfil (ângulo de pressão) sempre é indicado nas ferramentas e deve ser o mesmo para o par de engrenagens que trabalham juntas. Propriedades da Curva Evolvente 1- A distância BK é igual ao arco AB, pois a linha MN rola sobre o círculo sem escorregar. 2- Para qualquer instante, o centro instantâneo do movimento da linha é o ponto tangente com o círculo. NOTE: não foi definido o termo centro instantâneo anteriormente. O centro instantâneo é definido de duas formas: a. Quando dois corpos possuem um movimento relativo plano, o centro instantâneo é um ponto sobre um dos corpos em que o outro gira no instante considerado; b. Quando dois corpos possuem movimento relativo plano, o centro instantâneo é o ponto em que os corpos estão relativamente parados no instante considerado. 3- A normal em qualquer ponto de uma evolvente é a tangente à circunferência base, Devido a propriedade (2) da curva evolvente, o movimento do ponto que está traçando a evolvente é perpendicular a linha em qualquer instante, e assim a curva traçada também será perpendicular à linha em qualquer instante. 4- Não há curva evolvente junto ao círculo base. Terminologia de Engrenagens de Dentes Retos A figura a seguir mostra alguns dos termos utilizados em engrenagens de dentes retos. a. Superfície primitiva: a superfície de um cilindro (cone, etc.) imaginário, girante que o dente de engrenagem pode ser substituído. b. Circunferência primitiva: uma seção da superfície primitiva. c. Circunferência de cabeça: um círculo que recobre o topo dos dentes. d. Circunferência de pé: círculo que passa pela base dos dentes. e. Altura de cabeça: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de cabeça. f. Profundidade ou altura de pé: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de pé. 56 g. Vão ou folga: diferença entre a altura de pé de uma engrenagem e a altura da cabeça da outra. h. Face do dente: parte da superfície do dente que se encontra fora da superfície primitiva. i. Flanco do dente: parte da superfície do dente que se encontra dentro da superfície primitiva. j. Espessura do dente: espessura do dente medida na circunferência primitiva. É o comprimento de um arco e não co comprimento de uma linha reta. k. Espaço do dente: distância entre dentes medida na circunferência primitiva. l. Passo frontal (p): comprimento de um dente e um espaço medido na circunferência primitiva (veja a figura a seguir). Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980. m. “Diametral pitch” (P): é o número de dentes dividido pelo diâmetro primitivo. (A norma brasileira ABNT TB 81, indica o módulo frontal como sendo o quociente do diâmetro primitivo pelo número de dentes, expresso em milímetros: Dm N ). Dp N E NP D Assim: .p P Sendo: p o passo frontal;; P o “diametral picth”; N o úmero de dentes e D o diâmetro primitivo. n. Módulo frontal (m): inverso do “diametral picth”, diâmetro primitivo dividido pelo número de dentes. o. Filete ou Arredondamento: pequeno raio que conecta o perfil do dente com a circunferência de pé. p. Pinhão: a menor engrenagem de qualquer para. A engrenagem maior é chamada apenas de engrenagem ou coroa. q. Relação de velocidade: relação dada pelo número de revoluções da engrenagem motora pelo número de revoluções da engrenagem movida, em uma unidade de tempo. r. Ponto primitivo: o ponto que tangencia as circunferências primitivas de um para de engrenagens (veja o ponto P da figura). Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980. s. Tangente comum: a linha tangente da circunferência primitiva no ponto primitivo. t. Linha de ação: linha normal ao par de dentes no seu ponto de contato. 58 u. Trajetória de contato: trajetória traçada pelo ponto de contato de um para de dentes. v. Ângulo de pressão : ângulo entre a normal comum no ponto de contato dos dentes e a tangente comum à circunferência primitiva. É também o ângulo entre a linha de ação e a tangente comum. w. Circunferência base: circunferência imaginária usada na engrenagem evolvente para gerar a evolvente que forma o perfil dos dentes. Alguns Dados Lista padrão do sistema de dentes pa engrenagens de dentes retos (Shigley e Uicker, 2003). Sistema de Dente Ângulo de Pressão Altura de Cabeça Profundidade Profundidade Total 20° 1 P ou 1 m 1, 25 P ou 1,25 m Profundidade Total 22,5° 1 P ou 1 m 1, 25 P ou 1,25 m Profundidade Total 25° 1 P ou 1 m 1, 25 P ou 1,25 m Ponta do Dente 20° 0,8 P ou 0,8 m 1 P ou 1 m Lista dos valores mais usados para o “diametral pitch”: Pitch Expresso 2 2,25 2,5 3 4 6 8 10 12 16 Pitch Fino 20 24 32 40 48 64 96 120 150 200 NOTE: que ao invés de usar a circunferência primitiva teórica como um índice do tamanho do dente, a circunferência base pode ser usada. O resultado é chamado de base primitiva bP , e está relacionada com a circunferência base pela equação: cosbP p Condição para o Correto Engrenamento A figura a seguir mostra o engrenamento de duas engrenagens com contato nos pontos K1 e K2. Para obter o engrenamento correto, a distância K1K2 na engrenagem 1 deve ser a mesma que a distância K1K2 na engrenagem 2. Como K1K2 em ambas engrenagens são iguais à base primitiva de suas engrenagens, têm-se: 1 2b bP P Uma vez: 1 1 1 1 1 cos cosbP p P E 2 2 2 2 2 cos cosbP p P Assim: 1 2 1 2 cos cosP P Para satisfazer tal equação, o par de engrenagens engrenadas deve satisfazer a seguinte condição: 1 2 1 2 P P 60 Trem de Engrenagens Comuns Trem de engrenagens consiste em duas ou mais engrenagens com o propósito de transmitir o movimento de um dos eixos para o outro. Um trem de engrenagem comum possui os eixos alinhados. Esses podem ser simples como mostra a figura (a) ou composta como a figura (b). Relação de Velocidade Sabe-se que a relação de velocidade de um par de engrenagens é a porção inversa dos diâmetros de suas circunferências primitivas, e o diâmetro da circunferência base igualado ao número de entes dividido pelo “diametral pitch” (P). Também sabe-se que é necessário pra o engrenamento que as engrenagens possuam o mesmo “diametral pitch”. Assim, tem-se que para a relação de velocidade de um par de engrenagens é dada pelo inverso de seu número de dentes. 1 2 2 1 N N ; 32 3 2 N N ; 3 4 4 3 N N Combinando as equações de forma a fornecer a relação entre a primeira e última engrenagem: 2 3 41 4 4 1 2 3 1 N N N N N N N N (1.1) NOTE: Existem duas formas de determinar o sentido de giro. A primeira é desenhar flechas para cada engrenagem. A segunda é multiplicar a enésima potência de “-1” à relação geral de velocidades onde “n” é o número de pares de contato externo (engrenagem com contato interno não muda o sentido de rotação). Assim no caso da figura anterior (b): 21 2 4 4 1 3 1 N NN N Trens de Engrenagens Planetários O conjunto epicicloidal ou planetário é formado por uma engrenagem central (planetário) instalada no mesmo eixo de uma coroa dentada interna, ao qual estão ligadas algumas engrenagens "satélites", que rodam em eixos de uma carcaça própria. Normalmente esta é soldada com um eixo coaxial ao do planetário. Esse grupo de engrenagens é muito utilizado em câmbios automáticos e alguns diferenciais para transmitir o movimento com diferentes relações de redução entre dois eixos coaxiais, mas sem inverter a direção de rotação. Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980. Com esse movimento, uma engrenagem não só gira em torno de seu centro, como esse gira em torno de um outro. A figura a seguir mostra o arranjo que pode ser usado só ou como parte de um sistema mais complexo. A engrenagem 1 é chamada de solar e a 2 de planetária, ambas são ligadas por uma barra. 62 Relação de velocidade A determinação da relação de velocidades de um trem planetário é ligeiramente mais complexa que um trem comum. Seguindo os seguintes processos: 1. Invertendo o mecanismo, imaginando a aplicação do movimento rotatório com uma velocidade angular b do mecanismo. Fazendo a análise do movimento antes e depois da inversão com a tabela: Antes da Inversão (mecanismo original) Depois da Inversão (mecanismo imaginário) Barra (eixo móvel) b 0b b Estrutura (eixo fixo) 0 0 b b Sol 1 11 b b Planeta 2 22 b b NOTE: que no mecanismo imaginário a barra permanece parada e funciona como uma estrutura, assim nenhum eixo das engrenagens se move e o mecanismo imaginário torna-se um trem de engrenagens comum. 2. Aplicando-se a equação da relação de velocidades de um trem comum para o mecanismo imaginário, tem-se: 1 2 2 1 b b N N Ou 1 2 2 1 b b N N EXEMPLO: Seja o sistema planetário da figura, determine o valor de b . Dados 1 0 e 2 30 r.p.m.. Aplicando a equação da relação de velocidades para um trem planetário, têm-se: 1 2 2 1 b b N N 0 18 0,5 30 36 b b 0,5 30b b 10b r.p.m. Exercícios de engrenagens 1) Seja o sistema planetário da figura: W1=0 W2=30 rpm N1=36 dentes N2=18 dentes 2) Substitua o trem de engrenagens por um único par. É possível fazer tal troca? Determine a relação necessária. 3) Determine a rotação final e seu sentido. W1=100 RPM N1=10 N2=30 N3=15 N4= 6 N5=20 N6=10 N7=26 N8=12 64 4) Determine o tamanho da engrenagem final e seu sentido. Principais Diferenças entre Engrenagem Dentada e Engrenagem Planetária Engrenagem dentada: Baixa perda de fricção; Estrutura simples; Velocidades diversas de transmissão para transmissões de múltiplas velocidades; Dimensões mais longas Engrenagem planetária: Dimensões curtas; Alta transferência de potência; Maior perda de fricção; Montagem estrutural complexa; Transmissão possível apenas em três etapas para múltiplas velocidades das caixas de transmissão. W1=100 RPM N1=10 N2=20 N3=12 N4= 28 W1=100 RPM W2= 50 RPM W4=200 RPM N1=10 Principais Usos Diferenciais: Devido à diferença de raios de curva, as rodas externas do carro em uma curva, vão percorrer uma distância maior que as internas. Para que a força do motor seja distribuída com esta diferença de rotação às rodas motrizes, existe o diferencial. Cada semi-eixo motriz é ligado a uma engrenagem planetária, que por sua vez são interligadas por duas engrenagens satélites formando o conjunto diferencial. O motor gira todo este conjunto por uma coroa e um pinhão. Em linha reta o conjunto diferencial gira solidário e em curvas a diferença de rotação é absorvida pela movimentação dos satélites em relação às planetárias. Câmbio Automático: Em sua configuração clássica é formado por alguns grupos epicicloidais dispostos em série e alojados dentro de uma caixa de liga de alumínio. A entrada e a saída do movimento ocorrem, portanto, ao longo do mesmo eixo. Entre o motor e o câmbio automático é colocado um conversor de torque, que substitui a embreagem tradicional e diminui o número de relações. O engate das marchas é obtido por meio de fricções multi disco comandado hidraulicamente e que, de acordo com a necessidade, agem sobre vários elementos de cada grupo epicicloidal. Estes podem tanto serem bloqueados como receber ou transmitir movimento – o funcionamento ocorre segundo as necessidades de rodagem. Nas construções mais modernas, os câmbios automáticos são controlados por central eletrônica. Caixa “Overdrive”: A caixa overdrive mais comum é de engrenagem epicicloidal, do mesmo tipo usado amplamente nas transmissões automáticas até hoje. A engrenagem epicicloidal 66 compõe-se basicamente de uma coroa com dentes internos e uma engrenagem solar no centro, que transmite movimento para a coroa por meio de três engrenagens planetárias. No caso do overdrive, a coroa está ligada à saída da caixa e a engrenagem solar à árvore de transmissão (cardam). Dependendo do número de dentes da coroa e da engrenagem solar, produz-se uma multiplicação entre 20% e 40%. Um acionamento elétrico, por solenóide, engata e desengata o sistema, conforme o comando do motorista. O sistema incorpora ainda uma roda-livre, que funciona quando a função overdrive está ativada. Roda-livre, como se sabe, anula o freio-motor, permitindo ao veículo perder velocidade gradualmente enquanto o motor se encontra em marcha - lenta (o DKW-Vemag possuía tal dispositivo, mas nada tinha a ver com overdrive). Caixas de Direção: Características do Designe das Engrenagens Planetárias da Caixa de Direção: 1. Menos folga no movimento 2. Aumento de eficiência 3. Maior segurança 4. Maior longevidade de sistema 5. Operação macia 6. Menos esforço de retorno 7. Seis pontos de contato Caixa de direção planetária: diferença entre TELEFLEX x UFLEX x MORSE Elevadores de Carros: Os elevadores construídos com sistema de correia necessitam de constantes ajustes. O “elevacar” é o único com sistema de acionamento através de engrenagem planetária que além de reduzir o consumo de energia elétrica, alinha o motor com a coluna. CAPÍTULO 8 TRANSMISSÃO POR POLIAS E CORREIAS1 Para transmitir potência de uma árvore à outra, alguns dos elementos mais antigos e mais usados são as correias e as polias. As transmissões por correias e polias apresentam as seguintes vantagens: Possuem baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao desgaste e funcionamento silencioso; São flexíveis, elásticas e adequadas para grandes distâncias entre centros. Relação de Transmissão É a relação entre o número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros. A velocidade periférica (V) é a mesma para as duas rodas. 1 2 1 1 1 1V V D D Sendo: D1 = diâmetro da polia menor; D2 = diâmetro da polia maior; 1 = número de voltas por minuto (rpm) da polia menor; 2 = rpm da polia maior. Logo: 1 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 2 2 1 V V D D D D D D Transmissão por Correia Plana 1 O material de polias e correias foi obtido de Noções Básicas de Elementos de Máquinas – Mecânica - ES, 1996 - SENAI / CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). 68 A transmissão de potência se dá por meio do atrito que pode ser simples, quando existe somente uma polia motora e uma polia movida (como na figura a seguir), ou múltiplo, quando existem polias intermediárias com diâmetros diferentes. A correia plana, quando em serviço, desliza e, portanto não transmite integralmente a potência. A velocidade periférica da polia movida é, na prática, sempre menor que a da polia motora. O deslizamento depende da carga, da velocidade periférica, do tamanho da superfície de atrito e do material da correia e das polias. O tamanho da superfície de atrito é determinado pela largura da correia e pelo ângulo de abraçamento ou contato () (figura acima) que deve ser o maior possível e é calculado por: 2 160180 D DL Sendo para a polia menor Para obter um bom ângulo de abraçamento é necessário que: A relação de transmissão i não ultrapasse 6:1; A distância entre eixos não seja menor que 1,2 (D1 + D2). No acionamento simples, a polia motora e a movida giram no mesmo sentido. No acionamento cruzado as polias giram em sentidos contrários e permitem ângulo de abraçamento maior, porém o desgaste da correia é maior. A correia plana permite ainda a transmissão entre árvores não paralelas. Formato da Polia Plana Segundo norma DIN 111, a superfície de contato da polia plana pode ser plana ou abaulada. A polia com superfície plana conserva melhor as correias e a polia com superfície abaulada guia melhor as correias. O acabamento superficial deve ficar entre quatro e dez milésimos de milímetro ( 4 10 m ). Quando a velocidade da correia supera 25m/s é necessário equilibrar estática e dinamicamente as polias (balanceamento). Tensionador ou Esticador Quando a relação de transmissão supera 6:1, é necessário aumentar o ângulo de abraçamento da polia menor. Para isso, usa-se o rolo tensionador ou esticador, acionado por mola ou por peso. 70 A tensão da correia pode ser controlada também pelo deslocamento do motor sobre guias ou por sistema basculante. Materiais para correia plana Couro de boi: Recebe emendas, suporta bem os esforços e é bastante elástica. Material fibroso e sintéticos: Não recebe emendas (correia sem-fim), própria para forças sem oscilações, para polia de pequeno diâmetro. Tem por material base o algodão, o pêlo de camelo, o viscose, o perlon e o nylon. Material combinado, couro e sintéticos: Essa correia possui a face interna feita de couro curtido ao cromo e a externa de material sintético (perlon). Essa combinação produz uma correia com excelente flexibilidade, capaz de transmitir grandes potências. Transmissão por correia em V A correia em V é inteiriça (sem-fim) fabricada com secção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida por lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para absorver as forças. O emprego da correia em V é preferível ao da correia plana e possui as seguintes características: Praticamente não tem deslizamento. Relação de transmissão até 10:1. Permite uma boa proximidade entre eixos. O limite é dado por 3/ 2p D h (D = diâmetro da polia maior e h = altura da correia). A pressão nos flancos, em conseqüência do efeito de cunha, triplica em relação à correia plana. Partida com menor tensão prévia que a correia plana. Menor carga sobre os mancais que a correia plana. Elimina os ruídos e os choques, típicos da correia emendada com grampos. Perfil e designação das correias em V A designação é feita por uma letra que representa o formato e por um número que é o perímetro médio da correia em polegada. Os perfis são normalizados e denominam-se formato A, B, C, D e E, suas dimensões são mostradas na figura a seguir. Para especificação de correias, pode-se encontrar, por aproximação, o número que vai ao lado da letra, medindo o comprimento externo da correia, diminuindo um dos valores a seguir e transformando o resultado em polegadas. Perfil A B C D E Medidas em mm 5 2 2 0 2 72 Perfil dos canais das polias As polias em V têm suas dimensões normalizadas e são feitas com ângulos diferentes conforme o tamanho. Dimensões normalizadas para polias em V. O perfil dos canais das polias em V deve ter as medidas corretas para que haja um alojamento adequado da correia no canal. A correia não deve ultrapassar a linha do diâmetro externo da polia e nem tocar no fundo do canal, o que anularia o efeito de cunha. Relação de transmissão (i) para correias e polias em V Uma vez que a velocidade (V) da correia é constante, a relação de transmissão está em função dos diâmetros das polias. Para as correias em V, deve-se tomar o diâmetro nominal médio da polia (Dm) para os cálculos. O diâmetro nominal calcula-se pela equação: Transmissão por Correia Dentada A correia dentada em união com a roda dentada correspondente, permite uma transmissão de força sem deslizamento. As correias de qualidade têm no seu interior vários cordonéis helicoidais de aço ou de fibra de vidro que suportam a carga e impedem o alongamento. A força se transmite através dos flancos dos dentes e pode chegar a uma tensão de 400 N/cm2. O perfil dos dentes pode ser trapezoidal ou semicircular, geralmente, são feitos com módulos 6 ou 10. As polias são fabricadas de metal sinterizado, metal leve ou ferro fundido em 74 areia especial para precisão nas medidas em bom acabamento superficial. Para a especificação das polias e correias dentadas, deve-se mencionar o comprimento da correia ou o número de sulcos da polia, o passo dos dentes e a largura. A relação de transmissão (i) é dada por: número de sulcos da polia maior número de sulcos da polia menor i CAPÍTULO 9 TRANSMISSÃO POR CORRENTES2 Um ou vários eixos podem ser acionados através de corrente. A transmissão de potência é feita através do engrenamento entre os dentes da engrenagem e os elos da corrente; não ocorre o deslizamento. É necessário para o funcionamento desse conjunto de transmissão que as engrenagens estejam em um mesmo plano e os eixos paralelos entre si. A transmissão por corrente normalmente é utilizada quando não se podem usar correias por causa da umidade, vapores, óleos, etc. É, ainda, de muita utilidade para transmissões entre eixos próximos, substituindo trens de engrenagens intermediárias. Tipos de Correntes Corrente de Rolos É composta por elementos internos e externos, onde as talas são permanentemente ligadas através de pinos e buchas; sobre as buchas são, ainda, colocados rolos. Esta corrente é aplicada em transmissões, em movimentação e sustentação de contrapeso e, com abas de adaptação, em transportadores; é fabricada em tipo standard, médio e pesado. 2 O material de correntes foi obtido de Noções Básicas de Elementos de Máquinas – Mecânica - ES, 1996 - SENAI / CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). 76 Várias correntes podem ser ligadas em paralelo, formando corrente múltipla; podem ser montadas até 8 correntes em paralelo. Corrente de Dentes Nesse tipo de corrente há, sobre cada pino articulado, várias talas dispostas uma ao lado da outra, onde cada segunda tala pertence ao próximo elo da corrente. Dessa maneira, podem ser construídas correntes bem largas e muito resistentes. Além disso, mesmo com o desgaste, o passo fica, de elo a elo vizinho, igual, pois entre eles não há diferença. Esta corrente permite transmitir rotações superiores às permitidas nas correntes de rolos. É conhecida como corrente silenciosa (“silent chain”). Corrente de Elos Livres Esta é uma corrente especial usada para transportadores e, em alguns casos, pode ser usada em transmissões. Sua característica principal é a facilidade de retirar-se qualquer elo, sendo apenas necessário suspendê-lo. É conhecida por “link chain”. Corrente Comum Conhecida também por cadeia de elos, possui os elos formados de vergalhões redondos soldados, podendo ter um vergalhão transversal para esforço. É usada em talhas manuais, transportadores e em uma infinidade de aplicações. Corrente de Blocos É uma corrente parecida com a corrente de rolos, mas, cada par de rolos, com seus elos, forma um sólido (bloco). É usada nos transportadores e os blocos formam base de apoio para os dispositivos usados para transporte. 78 Engrenagens para Correntes As engrenagens para correntes têm como medidas principais o número de dentes (Z), o passo (p) e o diâmetro (d). O passo é igual à corda medida sobre o diâmetro primitivo desde o centro de um vão ao centro do vão consecutivo, porque a corrente se aplica sobre a roda em forma poligonal. O perfil dos dentes corresponde ao diâmetro dos rolos da corrente e para que haja facilidade no engrenamento, as laterais dos dentes são afiladas e 10% mais estreitas que a corrente. Algumas rodas possuem o perfil modificado para compensar o alargamento produzido pelo desgaste. Os dentes são formados de tal modo que os rolos colocados entre eles tenham folga no
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