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ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Heraldo Amorim Processos de Usinagem USINAGEM Processos de Fabricação por Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Torneamento Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Tornos Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Furação Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Fresamento Fresamento frontal ou de topo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Fresamento Periférico ou tangencial Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Fresadoras Fresadora vertical Fresadora horizontal Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Fresadoras Fresadora 6 eixos Fresadora CNC Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Processos não-convencionais Eletroerosão Plasma Laser Feixe de Elétrons Química Eletroquímica Hidrodinâmica Ultra-som TORNEAMENTO Processos de Fabricação por Usinagem Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Movimentos em Usinagem Movimentos ativos – remoção de material – Movimento de corte – movimento relativo entre a ferramenta e a peça que, na falta do movimento de avanço, provoca a remoção de material em uma única rotação. – Movimento de avanço – movimento que, em conjunto com o movimento de corte, possibilita remoção contínua de cavaco, durante mais de uma rotação. – Movimento efetivo de corte – movimento efetivo entre a ferramenta e a peça. No caso de avanço contínuo, é a resultante dos movimentos de avanço e de corte. Se o avanço é intermitente, o movimento efetivo é o próprio movimento de corte. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Movimentos Ativos Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Movimentos em Usinagem Movimentos passivos – sem remoção de material – Movimento de ajuste – movimento que determina a quantidade de material a ser retirada. Não ocorre em processos onde a espessura de material a ser removida é dada pela geometria da ferramenta (sangramento, furação, brochamento). – Movimento de correção – é empregado para compensar alterações no posicionamento relativo entre ferramenta e peça devidas, entre outras coisas, ao desgaste da ferramenta, variações térmicas e deformações plásticas que ocorrem durante a usinagem. – Movimento de aproximação – aproxima a ferramenta da peça antes de iniciada a usinagem. – Movimento de afastamento – afasta a ferramenta da peça após a usinagem. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Torneamento Operação de usinagem mais comumente empregada em trabalhos de corte de metal. Parâmetros de processo: f – Avanço [mm/rev] ap – Profundidade de corte [mm] n – Rotação do eixo árvore [rpm] Vc – Velocidade de corte [m/min] Vf – Velocidade de avanço [mm/min] Q – Taxa de remoção de material [cm3/min] Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Torneamento Operação de usinagem mais comumente empregada em trabalhos de corte de metal. Fonte: Sandvik m/min][ 1000 .. nD Vc [mm/min].nfV f min]/[.. 3cmafVQ pc Parâmetros de processo: Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Superfícies definidas sobre a peça • Superfície a usinar. • Superfície em usinagem ou transitória – superfície em usinagem principal e secundária. • Superfície usinada. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Geometria da Ferramenta de Corte Cabo ou haste Superfície de saída ou face (A) Superfície de folga ou flanco (A) Superfície secundária de folga ou flanco secundário (A’) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Geometria da Ferramenta de Corte Cunha de corte – formada pelas superfícies de saída e de folga Arestas de corte ou gumes – arestas da cunha de corte, nas quais ocorre a interface ferramenta-peça: – Aresta principal de corte ou gume principal (S) – Aresta secundária de corte ou gume secundário (S’) – Ponta de corte ou quina – Raio de ponta ou raio de quina (r) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Bit de aço rápido Inserto de metal duro Geometria da Ferramenta de Corte Comparação entre ferramentas de barra (bits) e insertos intercambiáveis Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador PLANOS – SISTEMA DE REFERÊNCIA DA FERRAMENTA • Plano de referência da ferramenta (Pr) – plano perpendicular à direção admitida de corte, que passa no ponto escolhido de corte; paralelo ou perpendicular a algum plano ou eixo da ferramenta Adaptado de Ferraresi, 1970 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador PLANOS – SISTEMA DE REFERÊNCIA DA FERRAMENTA • Plano de corte da ferramenta (Ps) – plano perpendicular ao plano de referência contém ou tangencia a aresta de corte da ferramenta Adaptado de Ferraresi, 1970 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador PLANOS – SISTEMA DE REFERÊNCIA DA FERRAMENTA • Plano ortogonal da ferramenta (Po) – plano ortogonal aos planos de referência e de corte da ferramenta; Adaptado de Ferraresi, 1970 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador PLANOS – SISTEMA DE REFERÊNCIA DA FERRAMENTA • Plano admitido de trabalho (Pf) – Plano perpendicular ao plano de referência da ferramenta, definido pelas direções de f e Vc • Plano normal à aresta de corte (Pn) – plano perpendicular ao plano de corte e à aresta da ferramenta. Quando s = 0, Pn = Po • Plano perpendicular aos planos de referência e admitido de trabalho Adaptado de Ferraresi, 1970 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador SISTEMA EFETIVO DA FERRAMENTA • Sofre rotação em relação ao sistema de referência da ferramenta. No sistema efetivo, o plano de referência efetivo é perpendicular à direção efetiva de corte. Desse modo, o ângulo entre os dois sistemas é igual a . Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano de ReferênciaÂngulo de posição da ferramenta (r) – ângulo entre o plano de corte (Ps) e o plano de trabalho (Pf); Controla o comprimento atuante na aresta de corte da ferramenta. Abaixo de 90º, promove melhor distribuição de tensões na entrada e saída da ferramenta e produz uma força passiva da ferramenta. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano de Referência r pequeno – cavaco finos, maior comprimento da aresta em contato com o material. Causa o aumento da força de corte, podendo causar vibrações e prejudicar o acabamento da peça r grande – entrada e saída da ferramenta abrupta. Necessário para a usinagem de superfícies perpendiculares ao eixo da peça e na usinagem de peças esbeltas, para evitar “flambagem” Valores típicos para desbaste variam entre 30° e 60°. Para perfilamento, podem ser maiores que 90° Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano de Referência • ângulo de posição secundário da ferramenta (’r) – ângulo entre o plano de corte secundário e o plano de trabalho Evita o contato excessivo entre a ferramenta e a peça usinada, reduzindo vibrações e melhorando o acabamento superficial • ângulo de ponta da ferramenta (r) – ângulo entre os planos principal e secundário de corte. Complementa os ângulos de posição principal e secundário r + ’r + r = 180° Efeito na resistência da ferramenta deve ser considerado... Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano Ortogonal: • ângulo de saída da ferramenta (o) – ângulo dentre a superfície de saída e o plano de referência da ferramenta; Influencia a força de corte •Quanto maior o o, menor a força •Em consequência, menor a temperatura Associado à resistência da ferramenta o pequeno, nulo ou negativo – Cunha de corte mais resistente, porém maior deformação imposta ao cavaco, o que gera esforços maiores o grande – menor esforço devido à menor deformação necessária para retirar o cavaco. Maior contato entre o cavaco e A. Menor seção resistente da cunha Desse modo, o está associado a: -Resistência do material da ferramenta - Resistência e dureza do material usinado - Geração de calor no corte; - Parâmetros de corte. Valores normais variam entre –10° e 30° Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano Ortogonal: • Ângulo de cunha da ferramenta (o) – ângulo entre as superfícies de folga e de saída. Corresponde à seção resistente da ferramenta. Complementa os ângulos de folga e de saída. 0 + o + o = 90° • ângulo de folga da ferramenta (0) – ângulo entre a superfície de folga e o plano de corte da ferramenta. Tem a função de evitar o atrito entre a superfície em usinagem da peça e a superfície de folga da ferramenta. Quando muito pequeno (menor que 5º), causa forte desgaste, sobreaquecimento e mau acabamento. Quando muito grande, causa a perda da resistência da ferramenta. 0 depende da resistência dos materiais da ferramenta e peça. Varia normalmente entre 2° e 14°. Fonte: Diniz, 1999. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Ângulos Definidos Sobre o Plano De Corte: • Ângulo de inclinação da ferramenta (s) – ângulo entre a aresta de corte e o plano de referência da ferramenta. Tem a função de controlar a direção de saída do cavaco, proteger a quina da ferramenta contra impactos e atenuar vibrações. s negativo – direciona o cavaco contra a peça em usinagem. Reduz vibrações, devido ao aumento da força passiva, que força a ferramenta contra o fuso de acionamento, mas devido a esta força pode causar “flambagem” em peças esbeltas. s = 0 – saída do cavaco ocorre paralela ao eixo da ferramenta. Não ocorrem forças passivas, ideal para a usinagem de peças esbeltas. s positivo – direciona o cavaco para longe da peça em usinagem. Menor resistência da ferramenta. Valores comuns de s variam entre –4° e 4°. Para máquinas desgastadas, recomenda-se s de –5 a –8. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Cavaco • Cavaco contínuo • Cavaco não contínuo Devido aos problemas causados pelo cavaco contínuo, o segundo é geralmente preferido. • O controle dos parâmetros de usinagem permite um certo controle sobre o tipo de cavaco gerado – Porém, a alteração desses parâmetros nem sempre é viável, considerando-se a produtividade e as características desejadas à peça. Existem basicamente dois tipos de cavaco Problemas causados pelo CC: Espaço Acidentes Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-Cavaco • Usado para fazer com que o cavaco saia na forma não contínua sem alterar parâmetros de corte ou geometria de ferramenta • Age causando o dobramento do material Fonte: Stemmer, 1995 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-cavaco • QC de obstrução integrada na ferramenta – rebaixo retificado na superfície de saída da ferramenta • QC de obstrução paralela • QC de obstrução angular • QC de obstrução modificada • QC de obstrução postiça – usado em casos nos quais a pastilha é fixada mecanicamente na haste. Geralmente é uma adaptação do elemento de fixação. • QC moldado, ou do tipo ranhura – incorporado na ferramenta. Mais comum hoje em dia. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-Cavaco • Influência do QC no comportamento em usinagem Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-cavaco • QC moldado Como a forma do QC vêm pronta da fábrica, estas ferramentas apresentam limitação quanto aos parâmetros de corte possíveis de ser utilizados, além de não poderem ser reafiadas. No entanto, a praticidade destas ferramentas, aliada ao baixo custo, sejam as mais usadas atualmente. • QC para usinagem com aço rápido. Os mesmos tipos de QC podem ser usados na usinagem com aço rápido. Porém, devido às menores velocidades de corte, é recomendado uma altura da obstrução 50% maior. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-Cavaco Exemplos de QC moldado Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Seleção de Quebra-Cavaco Para que o quebra cavaco seja eficiente, a ferramenta deve trabalhar na zona indicada de acordo com a operação Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Seleção de Quebra-Cavaco (Catálogo Sandvik) ap f Desbaste pesado Desbaste Usinagem média Acabamento Face única Dupla face 10,0 5,0 0 0 0,5 1,0 f (mm / rev) CNMM 190612 - PR CNMG190612 - PR CNMG 120408 - PM CNMG 120408 - PF ap (mm) Fonte: Sandvik Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Quebra-Cavaco ACABAMENTO SUPERFICIAL Em Operações de Usinagem Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Acabamento superficial - Importância • Precisão e tolerância • Escoamento de fluidos • Vedação • Lubrificação • Transmissão de calor • Resistência à corrosão • Capacidade de carga • Resistência a fadiga Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Definições básicas Superfície efetiva Superfície geométrica - Superfície ideal especificada em projeto. Não existe. Superfície real - Superfície da peça. Geralmente herança do processo de fabricação. Superfície efetiva – aproximação da superfície real avaliada pela técnica de medição. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Definições básicas Perfil geométrico – intersecção da superfície geométrica com um plano perpendicular a ela. Neste caso, uma reta. Perfil real – intersecção da superfície real com um plano perpendicular a ela. Neste caso, uma linha irregular. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Acabamento Superficial • Erro de forma – associado com as tolerâncias da peça. Devem- se ao desgaste da ferramenta, à ocorrência de vibrações e forças elevadas • Falhas • Ondulações – irregularidades superficiais cujo espaçamento é maior que o percurso de medição. Geralmente possuem forma senoidal e razão entre passo e altura variando de 50 a 500. Maior dimensão em relação à rugosidade • Rugosidade – irregularidades finas geralmente relacionadas ao processo de fabricação, medidas em um determinado percurso de medição (cut-off). Possuem razão entre passo e altura em torno de 50 e sobrepõe-se às ondulações Conjunto de irregularidades, com espaçamento regular ou irregular, que tende a formar um padrão ou textura característicos em uma superfície Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Elementos de uma Superfície 1 – Comprimento da rugosidade 2 – Comprimento da ondulação 3 – Amplitude da rugosidade 4 – Amplitude da ondulação 5 – Orientação dos sulcos Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Elementos de uma Superfície a) Rugosidade b) Ondulações c) Direção das irregularidades d) Falhas Fonte: Mitutoyo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Rugosidade e Ondulação • Facilmente confundidas entre si • Diferença entre rugosidade e ondulação: Fonte: Mitutoyo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Rugosidade e Ondulação • Considere Le1 e Le2 como percursos de medição de rugosidade e H1 e H2 como a altura das irregularidades – H2 possui uma altura maior de que H1, pois incorpora a ondulação – É necessário escolher um percurso de medição adequado para não incorrer em erros. • Na medição da rugosidade, deve-se filtrar a ondulação da peça através do uso de um comprimento de amostragem adequado Fonte: Mitutoyo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Medição de Rugosidade • lv – percurso inicial Comprimento não contabilizado. Permite ao sistema eliminar efeitos estáticos e “entrar em regime” • lm – percurso de medição Trecho processado pelo rugosímetro para cálculo da rugosidade • le – comprimento de amostragem (cutt-off) • ln – percurso final Mesma função de lv Fonte: Mitutoyo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • A – perfil da superfície • B – perfil de rugosidade após filtrada a ondulação • C – comprimento de amostragem muito longo Medição de Rugosidade Fonte: Mitutoyo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fatores que afetam o acabamento superficial • Processo de fabricação – a rugosidade superficial de um componente é uma herança do processo de fabricação empregado em sua produção. Fonte: Ferraresi, 1970 Adaptado de Ferraresi, 1970 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Parâmetros de corte – Avanço – quando aumenta, causa forte crescimento na rugosidade. – Profundidade de corte – não apresenta grande influência na rugosidade, exceto para profundidades de corte superiores a 1 mm, quando a rugosidade apresenta melhora. – Velocidade de corte – mostra, para valores baixos, forte relação com a rugosidade média, devido à formação da aresta postiça de corte. Acima de 100 m/min praticamente não afeta a rugosidade. Fatores que Afetam o Acabamento Superficial Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Geometria da ferramenta de corte – Ângulo de saída () – quanto maior, menores os esforços e vibrações, e menores os danos causados por estas no acabamento superficial. No torneamento com ferramenta de MD, ângulos negativos melhoram o acabamento. – Ângulo de folga () – quando menor que 5º, acarreta um aumento nas forças de corte, com efeito negativo para o acabamento superficial. O atrito entre a superfície usinada e a tende a imprimir na peça o desgaste de flanco, além de dificultar a saída de fragmentos da aresta postiça de corte (quando houver), que podem aderir à peça. – Raio de ponta de ferramenta (r) – junto com o avanço é o parâmetro mais influente na determinação da rugosidade. seu aumento tende a melhorar o acabamento, porém pode causar o aumento das forças e vibrações, com efeito inverso. – Ângulo de posição () – o aumento deste ângulo causa um leve aumento na rugosidade. • Uso de fluido de corte – O uso de fluido de corte causa a queda da rugosidade (melhora do acabamento) devido à lubrificação, que causa a redução das forças, vibrações e temperatura na aresta de corte. Em baixas velocidades auxilia no controle da APC. Fatores que Afetam o Acabamento Superficial Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fatores que afetam o acabamento superficial r f RMax .8 2 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Parâmetros de Acabamento Superficial • Parâmetro mais usado – rugosidade média (Ra). – Outros parâmetros: Rugosidade média Rz e rugosidade máxima Rmax profundidade total de rugosidade Rt. • Ra – média aritmética das ordenadas de afastamento em relação à linha média para o percurso de medição • Rz – média dos 5 valores de rugosidade parcial obtidos nos comprimentos de amostragem • Rmax – maior média encontrada noscomprimentos de amostragem • Rt – maior distância entre picos encontrada no percurso de medição Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador r f RMax .8 2 r f Ra .2,31 2 Equacionamento 5 54321 ZZZZZ Rz Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Variação da rugosidade com o desgaste da ferramenta 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 2 4 6 8 10 12 14 16 425 m/min R1 R2 R3 R a ( m ) t (min) 0,1 0,2 0,3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 R a ( m ) V B Max (mm) Torneamento de aço ABNT 1040 com ferramenta de metal duro. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador AVARIAS E DESGASTES DE FERRAMENTAS DE CORTE Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Substituição de ferramentas de corte Existem 2 motivos fortes o bastante para que uma ferramenta de corte seja substituída: 1: Ocorrência de uma avaria (falha catastrófica) - Deformação plástica da aresta de corte; - Lascamento; - Trincas; - Quebra da ferramenta. 2: Desgaste excessivo - Desgaste de flanco; - Desgaste de entalhe; - Desgaste de cratera. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Avarias Deformação plástica da aresta de corte Resultado de altas pressões aplicadas na ponta da ferramenta a altas temperaturas. Provoca queda no acabamento superficial da peça e pode causar a quebra da ferramenta SOLUÇÃO Uso de ferramenta com maior dureza a quente; condições de usinagem e geometria de ferramenta que propiciem menores esforços e temperaturas (menor Vc) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Lascamento diferente dos efeitos de desgaste, onde pequenas quantidades de material são retiradas, no lascamento o volume de material retirado é maior Prejudica o acabamento da peça e pode causar a quebra da ferramenta SOLUÇÃO Uso de ferramenta mais tenaz, maior ângulo de ponta, ângulo de cunha e raio de ponta. Entrada e saída na peça mais suaves (menor r) Avarias Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Trincas Geralmente causadas por fadiga (térmica ou mecânica). Trincas de origem térmica são perpendiculares à aresta de corte (forma de pente), enquanto as de origem mecânica são paralelas a esta Ocorrem geralmente no corte interrompido (p. ex. fresamento) SOLUÇÃO Uso de ferramentas mais tenazes, menores avanços por dente e correto posicionamento da ferramenta Avarias Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Quebra da ferramenta – Todas as avarias (assim como todos os desgastes) podem levar à quebra da ferramenta – Também pode ocorrer de forma inesperada (não relacionada a outros desgastes ou avarias) devido, principalmente, a erros de operação Causa danos na ferramenta, na peça e no porta ferramenta, caso o processo não seja imediatamente interrompido Avarias Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Desgaste da ferramenta de corte Desgaste de flanco – Tipo mais comum de desgaste – Presente em todas as operações de usinagem convencionais Problemas causados: - Deterioração do acabamento superficial - Aumento das temperaturas e forças na usinagem - Vibrações - Peças fora da tolerância - Pode levar à quebra da ferramenta Tipo de falha que apresenta o maior risco de danos à peça e que exige mais potência de corte, motivo pelo qual costuma ser o mais usado na determinação de critérios de fim de vida de ferramenta. Desgaste de Flanco SOLUÇÃO não pode ser evitado É diminuído através: – Redução da Vc (em velocidades usuais de torneamento com MD) – Seleção de ferramenta mais resistente ao desgaste ou com revestimento – Aumento da Vc (na presença de APC) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Desgaste de Entalhe • Pronunciamento do desgaste de flanco no limite da região ativa da aresta de corte • Ocorre devido a: – Maior ação do oxigênio no final da aresta de corte – Contato com a camada superficial do material: óxidos, tensões superficiais, etc • Apesar de nem sempre afetar o processo de corte, pode ser bastante prejudicial, pois o entalhe costuma ser relativamente profundo, concentrando tensões e reduzindo a seção resistente da ferramenta Desgaste de Entalhe SOLUÇÃO – Redução da Vc – Uso de fluidos de corte com agentes antioxidantes Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Desgaste de Cratera • Ocorre na superfície de saída da ferramenta • Tem a forma de uma cratera alongada com as extremidades arredondadas, paralela à aresta de corte • Resultado de uma combinação entre os mecanismos de desgaste por abrasão e por difusão • Ocorre principalmente a altas velocidades de corte, devido às altas temperaturas geradas – Difusão causa a redução da resistência a abrasão, favorecendo o desgaste abrasivo Desgaste de Cratera SOLUÇÃO – Redução da Vc; – Uso de ferramenta de corte revestida com camada de alumina. Em casos onde o desgaste de flanco é mais crítico do que o de cratera, pode ter efeitos benéficos, reduzindo esforços e agindo como quebra-cavaco Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Mecanismos de Desgaste Mecanismos de desgaste: • Abrasão – atrito entre cavaco-ferramenta-peça • Geralmente associado ao desgaste de flanco. • Oxidação – remoção de material facilitada pela formação de óxidos na superfície da ferramenta. • Ocorre devido ao fácil acesso do oxigênio presente no ar no limite da parte ativa da aresta de corte. • Principal causador do desgaste de entalhe Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Aderência – arrancamento de material provocado pela APC instável. – Ocorre a baixas velocidades de corte – Observado na superfície de saída da ferramenta. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Difusão – geração de uma camada de baixa resistência à abrasão devido à transferência de átomos entre cavaco- ferramenta. – Depende da temperatura gerada no corte e da solubilidade dos elementos da ferramenta e peça. – Seus efeitos não ocorrem na aresta, e sim na superfície de saída. – Pode ocorrer de duas formas: a) Fe se difunde para a fase Co, fragilizando-a e causando a dissociação de carbetos de W e formando (FeW)23C6, com baixa resistência a abrasão em relação a WC. b) Difusão de Co no cavaco, reduzindo a resistência ao cisalhamentona superfície de saída. Tanto em a) quanto em b), a ferramenta perde resistência ao cisalhamento, sendo facilmente desgastada por atrito. – Causa o desgaste de cratera. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Eletroquímico – presença de fluido de corte – Reação eletroquímica entre ferramenta e peça – Gera uma camada de baixa resistência ao cisalhamento. Segundo Mills e Redford, a redução de Fc causada pela redução da resistência ao cisalhamento, aliada à ação do fluido de corte, compensa o desgaste eletroquímico. • Fadiga superficial – carregamento dinâmico (mecânico ou térmico) – Assume importância quando não há forte desgaste abrasivo e adesivo. – Ocorre em: • Corte interrompido (fresamento); • Corte contínuo c/ Fc instável (materiais heterogêneos, máquina sujeita a vibrações); • Fluido de corte intermitente; • Baixa dureza relativa entre material da peça e ferramenta. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Relação Entre Desgaste de Flanco, Vc e Tempo de Usinagem em Ensaio de Usinabilidade 10 100 T ( m in ) Vc (m/min) 10 100 x cVKT . Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Resultados de um Ensaio de Usinabilidade Determinação da equação de Taylor – aço ABNT 1040 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 425 m/min V B M ax (m m ) t (min) R1 R2 R3 0 5 10 15 20 25 30 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 475 m/min V B M ax (m m ) t (min) R1 R2 R3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 525 m/min V B M ax (m m ) t (min) R1 R2 R3 Vc (m/min) T (min) s (min) 425 40,89 9,90 475 24,37 4,12 525 13,12 3,82 Equação de Taylor Coeficientes da equação de Taylor Aço ABNT 1040 ABNT 1045 K 5,61E+15 6,57E+09 x 5,37 3,31 Aço ABNT 1040 ABNT 1045 Vc (m/min) 425 475 525 355 445 535 Correlação 0,92 0,93 0,89 0,96 0,95 0,83 1 10 100 53 5 52 5 47 5 44 5 35 5 42 5 T ( m in ) Vc (m/min) T 1040 T 1045 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Relação Entre Fc x VB Max – ABNT 1040 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 100 150 200 250 300 350 400 450 500 r = 0,85 Vc = 425 m/min Fc (N ) V B Max (mm) 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 100 150 200 250 300 350 400 450 500 r = 0,79 Vc = 425 m/min Fc (N ) V B Max (mm) 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 100 150 200 250 300 350 400 450 500 r = 0,78 Vc = 525 m/min Fc (N ) V B Max (mm) 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 100 150 200 250 300 350 400 450 500 425 m/min 475 m/min 525 m/min Fc (N ) V B Max (mm) MaxBVFc .71,26118,259425 MaxBVFc .16,26610,261475 MaxBVFc .87,28743,258525 MaxBV.60,2510,0162Fc1040 Med = 2,61% Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Relação Entre Ra x VB Max 0,1 0,2 0,3 0,4 0 2 4 6 8 10 12 14 16 R a ( m ) V B Max (mm) 0,1 0,2 0,3 0,4 0 2 4 6 8 10 12 14 16 R a ( m ) V B Max (mm) ABNT 1040 ABNT 1045 Crescimento mais acelerado de Ra em relação a VB Max Envelope de menor amplitude, menor variação de Ra durante a vida da ferramenta. Rugosidade em função do aço ABNT 1040 ABNT 1045 Ra (m) ABNT 1040 ABNT 1045 10% inferior 2,14 1,63 10% superior 7,26 3,00 amplitude 5,12 1,37 FORÇA E POTÊNCIA DE USINAGEM Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Força de Usinagem O conhecimento das forças envolvidas em processos de usinagem é importante para, além dos motivos citados por Trent: • Estimar a usinabilidade de determinado material; • Definir processos econômicos do ponto de vida energético, visto que a potência consumida pela máquina é proporcional à força de usinagem; • Controle de processo; • Parâmetro auxiliar para tomada de decisões; • Outros... “o conhecimento das forças de corte é necessário para a estimativa da potência requerida e para o projeto de máquinas operatrizes, suportes e fixação de ferramentas, com rigidez adequada e livres de vibração” - Trent e Wright, 2000 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Força de Usinagem Por convenção, a força de usinagem (Fu) é representada como sendo aplicada pela peça sobre a ferramenta. Devido à sua forma tridimensional, é de difícil medição, pois cada processo apresenta esta força em uma direção diferente. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Força ativa e passiva - Componentes da força de usinagem, nas quais esta pode ser decomposta. Com direções definidas nos eixos x, y e z, são a solução do problema de medição da força de usinagem. - A força passiva (Fp) se deve à reação da peça sobre a ferramenta, e não está diretamente associada com nenhum movimento no torneamento cilíndrico. - Força ativa (Ft) ocorre no plano definido pelo avanço e velocidade de corte, e é composta pelas forças de avanço (Ff) e de corte (Fc). fct FFF Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Forças de Corte ptu FFF Fonte: Ferraresi, 1970 fct FFF pfcu FFFF 222 pfcu FFFF Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fatores que afetam a força de corte • Material da peça – Elementos de liga: • C aumenta Fc • P, S, Pb, Bi, Bo diminuem Fc (aditivos de corte fácil) – Resistência ao cisalhamento do material (quanto menor, menores as forças). – Dureza do material (quanto maior, maior a força de corte). Ideal por volta de 200 HB. – Taxa de encruamento do material (quando elevada, são necessárias altas forças para romper o material). • Material da ferramenta – Normalmente desprezível, porém revestimentos de TiN causam a redução de Fc e Ks Devido à diminuição do atrito cavaco-ferramenta. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fatores que afetam a força de corte • Desgaste de flanco da ferramenta – causa, devido ao aumento da área de contato cavaco-ferramenta, um aumento no atrito, que por sua vez acarreta o aumento da força de corte • Para o caso particular onde ocorra desgaste de flanco combinado com desgaste de cratera ocorre o predomínio, em diferentes momentos da vida da ferramenta, de diferentes tipos de desgaste, o que faz com que a força de corte varie de forma distinta do que se observa quandoocorre apenas VB Fonte: Diniz et al. 2000 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fatores que afetam a força de corte • Velocidade de corte – Acima de 100 m/min não influencia fortemente Fc. – Causa a queda de Fc na presença de APC devido ao aumento do Ângulo de saída efetivo. – Causa a queda de Ff e Fp em velocidades até mesmo superiores a 100 m/min. Fo rç a (N ) Velocidade de corte (m/min) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Fluido de corte – Ao mesmo tempo que diminui as componentes de Fu devido à lubrificação na superfície de saída da ferramenta, pode causar um aumento nestas forças devido ao aumento da dureza causado pela refrigeração da peça (calor causa o “amolecimento” do material). • Seção de corte – ap e f causam o aumento de Fc. Porém, f causa a diminuição de Ks. Desse modo, uma variação de ap causa uma maior variação da força de corte. Fatores que afetam a força de corte Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Geometria da ferramenta - o ângulo mais influente é o ângulo de saída (0). O aumento deste ângulo causa a diminuição da força de corte. O ângulo de inclinação (s) causa o mesmo efeito, porém em menor escala. Porém, o aumento destes ângulos não é recomendado na usinagem de materiais frágeis, pois tornam a ferramenta mais suscetível à quebra. • A diminuição de o causa o aumento da força de corte, pois causa o aumento do contato ferramenta-peça. Para o < 5° este efeito se torna mais forte. • O aumento do ângulo de posição causa a redução do contato ferramenta- peça na aresta de corte, causando uma ligeira queda na força de corte. Fatores que afetam a força de corte Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Velocidade de corte – o aumento de Vc acarreta a queda de Fp e Ff até mesmo acima de 100 m/min (onde Fc não é afetada). • Geometria de ferramenta – o aumento do ângulo de posição (r) causa o aumento da força de avanço e a queda da força passiva. Fatores que afetam as forças de avanço e passiva Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Geometria de ferramenta – o aumento do ângulo de inclinação (s) causa a queda da força passiva. • Raio de ponta de ferramenta – o aumento do raio de ponta da ferramenta causa uma diminuição na força de avanço e um aumento na força passiva. Fatores que afetam as forças de avanço e passiva Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Quebra-cavaco – Causa uma restrição ao avanço, devido à força necessária para curvar o cavaco – O desgaste do QC causa a redução na força de avanço, associada com a alteração da forma do cavaco Fatores que afetam as forças de avanço e passiva Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Pressão = Força / Área (força aplicada sobre determinada área) Pressão Específica de Corte Ks = pressão específica de corte AKF sc . hbA . sen.fh sen pa b A = área da seção de corte b = comprimento de corte h = largura de corte Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Determinação de Ks • Taylor • ASME • AWF • Kienzle • Kronemberg 25,007,0 . 88 fa K p s 25,007,0 . 138 fa K p s 07,0 200 f K s n z s f C K 477,0f C K Ws z s s h K K 1 sf gs s s A G Ck K 5 (a) (b) (c) Equações de Taylor para determinação de Ks: (a) Ferro fundido cinzento (b) Ferro fundido branco (c) aços médio carbono Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Equação de Kienzle • Considerada a que provém a melhor aproximação com resultados experimentais. • Única equação que considera a influência de r na força de corte bhKF zsc .. 1 1 sen .sen.. 1 1 pz sc a fKF sen.fh sen pa b Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03387 – Sistemas de Fabricação Potência de corte • As potências necessárias para a usinagem são produtos das componentes de força com suas respectivas componentes de velocidade. 75.60 . cc VFNc 75.60.1000 . ff VF Nf Potência de corte Potência de avanço [cv] [cv] 1000.60 . cc VFNc [kW] 610.60 . ff VF Nf [kW] NcNe Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador FURAÇÃO: MOVIMENTOS E GEOMETRIA DE FERRAMENTA Heraldo Amorim Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Furação • Junto com fresamento e torneamento, operação de usinagem mais utilizada na indústria • Operação de desbaste (provém fraco acabamento superficial) • Rotação ocorre no eixo da ferramenta, com avanço perpendicular à superfície a ser furada • Usado em conjunto com grande parte dos processos de fabricação a fim de prover elementos de fixação, muitas vezes de importância secundária • Estima-se que o consumo de brocas seja da ordem de 250 milhões de unidades por ano • No Brasil, apesar do avanço ocorrido no desenvolvimento dos materiais das ferramentas de furação, tais como brocas de aço rápido com revestimentos, brocas inteiriças de metal duro e brocas com pastilhas intercambiáveis de metal duro, mais da metade das operações de furação ainda são realizadas com brocas helicoidais de aço rápido Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • O material retirado na geração do furo é convertido em cavaco pelo movimento relativo de rotação entre a ferramenta e a peça • O movimento de avanço ocorre no sentido do eixo de rotação, seguindo uma trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo principal da máquina-ferramenta, e permite a remoção de material durante mais de uma revolução da ferramenta Processo mecânico destinado à obtenção de um furo, geralmente cilíndrico, com auxílio de uma ferramenta multicortante. Animação: www.cimm.com.br Processo de Furação Operações de furação Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Brocas Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Movimentos em Furação min]/[ 1000 .. m nD Vc min]/[. . .1000 . mmf d v nfV cf [min] f c c v l t Broca Helicoidal • Pode ser dividida em 3 partes: – Corpo – parte da broca que contém os canais helicoidais – Ponta – onde se localizam as arestas principais e transversal de corte; – Haste – onde é feita a fixação da ferramenta. De acordo com o mecanismo de fixação pode ser: • Cilíndrica– para montagem em mandril; • Cônica – para montagem em cone morse. Ferramenta mais utilizada para a execução de furos Broca Helicoidal – Parte de corte Comparação entre uma broca helicoidal e uma ferramenta de torneamento Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Formas Construtivas de Brocas Helicoidais • Haste • Diâmetro (D) – medido entre as guias da broca • Núcleo – parte central da broca. Confere a rigidez necessária • Guias – “ressaltos” observados na superfície externa da broca. Têm as funções de guiar a ferramenta e reduzir o atrito desta com o furo • Canais helicoidais – superfícies de saída da ferramenta. Ângulo de hélice na periferia da broca coincide com o ângulo de saída • Arestas de corte – as arestas principais se encontram em uma região que forma a aresta transversal de corte Principais Ângulos em Furação • Ângulo de ponta () – ângulo entre as arestas principais de corte – Normalmente igual a 118°, ou 140° para materiais de baixa dureza – Quando maior que 118°, arestas principais de corte tendem a ficar côncavas – Quando menor que 118°, ficam convexos. • Ângulo de folga (f) – medido no plano de trabalho – Varia usualmente entre 12 e 15° – Relaciona-se com o ângulo da aresta transversal de corte – Para que o Ângulo de folga efetivo seja positivo (e o corte seja possível), a relação f - >0 deve ser respeitada (fe = f - ) Principais Ângulos em Furação • Ângulo da aresta transversal () – ângulo observado entre as arestas principais de corte e a aresta transversal – Para os valores dados de f, varia entre 45 e 55° Ângulo de Hélice • O ângulo de hélice é o ângulo da helicóide formada pelos canais da broca • A norma DIN 1836 classifica três tipos de brocas quanto ao ângulo de hélice: – Tipo N (normal) para furação de aços ligados e não ligados, ferro fundido cinzento e maleável, níquel e ligas de alumínio de cavacos curtos. Ângulos de 18 a 30 – Tipo H (para materiais duros) ferro fundido com dureza superior a 240 HB; latão, ligas de magnésio. Ângulos de 10 a 15 – Tipo W (para materiais dúcteis) para cobre, alumínio e suas ligas de cavacos longos, ligas de zinco. Ângulos de 35 a 45 15 130 120 40 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Considerações Na furação, observamos que: • Vc varia desde um valor máximo na periferia até 0 no centro da broca • varia desde um valor igual ao ângulo de hélice na periferia até valores negativos no centro da broca • fe diminui da periferia para o centro (pois o ângulo da direção efetiva aumenta na direção do centro). O aumento do avanço também causa o aumento de • As baixas velocidade de corte próximas ao centro permitem a formação de APC em materiais dúcteis • Condições difíceis de usinagem no centro da broca causam esforços elevados, que podem causar flexão e flambagem da broca e eixo árvore, causando desvios dimensionais e de forma Stemmer cita afiações alternativas da ferramenta, a fim de minimizar a aresta transversal e os problemas causados por esta. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Retirada do cavaco produzido é problemática • Cavaco em fita é de difícil remoção • Cavaco helicoidal ou em lascas são de fácil retirada • Retirada do cavaco pode ser feita; – Através da retirada periódica da ferramenta (demanda maior tempo passivo) – Através do fluido de corte – O aumento do avanço facilita a quebra do cavaco. Porém, causa a redução do ângulo de folga efetivo Considerações Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Desgaste de Brocas Desgaste de Flanco Desgaste de Cratera Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador ALARGAMENTO Heraldo Amorim Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Alargadores • São ferramentas de múltiplas arestas de corte que, através dos movimentos de corte e avanço alargam furos • Usados para conferir precisão dimensional e/ou acabamento superficial a furos já existentes Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Alargadores Helicoidais de Desbaste • Também chamados brocas de correção • Usados para aumentar o diâmetro de furos brutos de fundição ou forjamento, ou ainda desbastados através de furação • Distinguem-se das brocas comuns por: – Não possuírem aresta transversal de corte – Possuem ao menos 3 arestas de corte (prefere-se n° par) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Alargadores Helicoidais de Desbaste • D mínimo do furo deve ser que o diâmetro mínimo do alargador (usualmente = 0,65.D) • Escolha deve ser feita baseado na precisão e acabamento: – Última operação: diâmetro igual ao furo desejado – Caso seja usado alargador de acabamento, deve-se deixar sobremetal (0,2-0,4mm, dependendo do diâmetro do furo) • Força e momento torsor podem ser calculados de forma análoga à usada para brocas • Condições de usinagem: – Vc é geralmente ¼ do usual em torno – f em torno de 1% de D para D<50mm. Para D>50mm, f=0,5% de D Alargadores Helicoidais de Desbaste Rebaixadores • São usados para aplainar superfícies adjacentes a furos, com o propósito, geralmente, de geral apoios eficientes para parafusos, porcas e arruelas • Para rebaixos de maior profundidade, o rebaixador deve ser levemente cônico ou possuir guias e ranhuras periféricas Escariadores • Servem para remover rebarbas e gerar um leve chanfro na entrada e saída de furos • Não são adequados para furos de grandes dimensões (p. ex., para assentar parafusos), pois possuem pouco espaço para alojar o cavaco. Neste caso se usa alargadores de desbaste com adequado Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Alargadores de Acabamento • Usados para a obtenção de furos de grande precisão e acabamento superficial. Possuem de 4 a 20 dentes distribuídos na periferia • N° de dentes geralmente é par (facilita a medição da ferramenta) • Os dentes são geralmente retos • Para a usinagem de furos com rasgos ou interrupções na parede, evita-se o uso de alargadores de dentes retos – Neste caso, usa-se alargadores do tipo helicoidal, com hélice esquerda para corte à direita (ou vice-versa) – Isto faz com que o cavaco seja empurrado para baixo, além de causar uma força axial que fixa a ferramenta melhor no cone e elimina folgas – Deve-se evitar ferramenta com corte e hélice para o mesmo lado sempre que possível Alargadores de Acabamento • Para evitar vibrações, usa-se uma divisão de passos diferente entre os dentes. Pares opostos devem possuir divisão igual • A usinagem é realizada ambos os chanfros do alargador • Alargadores podem ser manuais ou de máquina – Em alargadores manuais, os chanfros de 45° servem apenas de guia, não executando o corte. Neste caso, o corte é feito nochanfro secundário • Chanfro secundário ocupa 1/4 do comprimento do alargador. Diâmetro de entrada = 93-98%D Alargadores - geometria • Ângulo de folga do chanfro • Ângulo de folga passivo • Ângulo de posição das arestas secundárias de corte a) Chanfro usual em alargadores de máquina b) , c) Chanfro duplo d) Alargadores para desbaste e acabamento Outros Tipos de Alargadores • Alargadores ajustáveis – lâminas de aço rápido montadas em ranhuras de profundidade variável, permitem a variação do diâmetro a ser alargado • Alargadores cônicos – usados para tornar cônicos furos. Os de desbaste possuem ranhuras quebra- cavaco Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Recomendações para o Uso de Alargadores • O uso de alargadores helicoidais é indispensável para o alargamento de superfícies interrompidas • Alargadores de dentes retos produzem componentes de maior precisão • Nunca gire o alargador para trás, nem mesmo para tirá-lo do furo. Isto provoca a quebra dos dentes • Para o alargamento de furos com elevada precisão e bom acabamento, use primeiro um alargador de desbaste e depois um de acabamento • Melhores acabamentos são obtidos com avanço uniforme • O uso de lubrificante gera melhores resultados para alguns materiais • A afiação de alargadores deve ser feita com cuidado, para garantir a concentricidade das arestas de corte • O acabamento das arestas de corte causa um aumento na vida do alargador Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador FRESAMENTO Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento • Caracterizado por – Ferramenta provida de arestas cortantes dispostas em torno de um eixo – Movimento de corte proporcionado pela rotação da fresa ao redor de seu eixo; movimento de avanço realizado pela própria peça (fixada em uma mesa de coordenada) ou pela ferramenta combinada com a mesa • A principal vantagem do fresamento é a versatilidade Fresamento • Comparação com outros processos de fabricação usados para a geração de superfícies prismáticas Fresamento Aplainamento Mais econômico Máquina e manutenção mais baratas Ferramenta mais fácil de afiar Fresamento Brochamento externo No brochamento, a usinagem torna-se impossível quando a superfície usinada intersecciona outra Mais econômico para grandes lotes Maior produtividade Fresamento Retificação Maior capacidade de remoção de cavaco Melhor tolerância e acabamento superficial Maior facilidade de usinar peças tratadas termicamente Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Classificação • Fresamento tangencial ou periférico – Dentes ativos na periferia da ferramenta – Eixo da ferramenta paralelo à superfície a ser gerada – Ferramentas: fresas cilíndricas ou tangenciais • Fresamento frontal ou de topo – Dentes ativos na superfície frontal da ferramenta – Eixo da ferramenta perpendicular à superfície a ser gerada – Ferramentas: fresas frontais ou de topo. • Não é raro uma fresa realizar mais de um tipo de corte Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Classificação • Fresamento tangencial ou periférico • Fresamento frontal ou de topo Fonte: Stemmer, 1995 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Parâmetros de Processo • Velocidade de corte • Avanço • Avanço por dente (fz) • Velocidade de avanço Fonte: Diniz et al., 2000 m/min][ 1000 .. nD Vc [mm/min].nfV f [mm/rev] z f f z Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Ângulo da direção de avanço () – Ângulo entre as direções de corte e de avanço; varia continuamente durante o processo • Ângulo da direção efetiva – Medido entre as direções de corte e efetiva; varia continuamente durante o processo • Avanço de corte – Distância entre duas superfícies consecutivas de usinagem no plano de trabalho; perpendicular à direção de corte Parâmetros de Processo Fonte: Diniz et al., 2000 [mm/rev])(. senff zc cos sen f c V V tg Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Grandezas de penetração – Profundidade de corte ap: penetração da ferramenta medida em direção perpendicular ao plano de trabalho – Penetração de trabalho ae: penetração da ferramenta medida no plano de trabalho e perpendicular à direção de avanço – Penetração de avanço af: penetração da ferramenta na direção de avanço Parâmetros de Processo Fonte: Diniz et al., 2000 Fresamento tangencial Fresamento frontal Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Geometria de Ferramenta Fonte: Stemmer, 1995 Fonte: Diniz et al., 2000 Geometria de Ferramenta Fonte: Diniz et al., 2000 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Tangencial Dependendo do sentido de rotação da ferramenta em relação à direção de avanço, pode ser classificado como concordante ou discordante • Fresamento discordante – Movimento de corte (rotação da fresa) ocorre no sentido contrário ao do movimento de avanço • Fresamento concordante – Movimento de corte (rotação da fresa) ocorre no mesmo sentido do movimento de avanço Fresamento Tangencial Discordante • Ângulo da direção de avanço cresce de zero até um valor máximo (0) • Espessura de corte aumenta de zero até um máximo (hDmax) • No início do corte, a fresa toca a peça e a força para baixo, causando uma força que tende a afastá-las • Logo após, porém, a força de corte aponta para cima, o que faz com que a fresa puxe a peça ao seu encontro – Vibrações que prejudicam a tolerância e o acabamento superficial da superfície fabricada – Encruamento superficial na zona de contato inicial aresta-peça – “Fritada” da ferramenta Fonte: Diniz et al., 2000 Fresamento Tangencial Discordante Fresamento Tangencial Discordante • É preferível quando: – Há folga no fuso responsável pelo avanço da mesa da fresadora – Superfície da peça apresentar: • Irregularidades excessivas • Resíduos (p. ex., areia de fundição) • Camada endurecida por encruamento (p. ex., peças forjadas) ou outros processos Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Tangencial Concordante • Ângulo da direção de avanço inicia em seu valor máximo e diminui até seu valor mínimo (teoricamente zero) • Espessura de corte máxima no início do corte – Maior impacto na entrada da ferramenta • Componente vertical de força de usinagem possui sempre o mesmo sentido – Elimina os efeitos negativos observados no fresamento discordante • Força de avanço ocorre no mesmo sentido do deslocamento– Mesa se desloca em um sentido, mas a porca do sistema de avanço suporta esforços no outro – Fres sobre a fresa varia em módulo • Força resultante sobre o fuso irá variar em módulo e direção – Vibração. – Este problema pode ser reduzido através de manutenção a fim de tirar folgas da máquina e do uso de fusos de esferas, que trabalham sem folga. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Tangencial Concordante Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fonte: Diniz et al., 2000 Fresamento Tangencial Concordante • Vantagens em relação ao fresamento discordante: – Menor desgaste da ferramenta • Maior vida de ferramenta, menores gastos com ferramenta – Melhor qualidade superficial na ausência de folga no fuso que comanda o avanço – Menor potência requerida para o corte – Força resultante empurra a peça contra a mesa, reduzindo os efeitos da vibração vertical Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Frontal • Superfície gerada pela aresta secundária de corte • Penetração de trabalho maior que a profundidade de corte • Fresamento simultaneamente concordante e discordante Fonte: cimm.com.br Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Frontal • Pode ser classificado como: – Em cheio: cavaco inicia o termina o corte com espessura mínima – Simétrico: deslocamento da fresa ocorre sobre o eixo de simetria da peça • Pode ser em cheio ou não • Menor contato de cada aresta com a peça, maior vida de ferramenta (em relação ao desgaste de flanco) – Assimétrico: deslocamento não se dá sobre o eixo de simetria • Condordante • Discordante • Predominantemente concordante ou discordante Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Frontal em Cheio Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento Frontal Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Corte Simétrico ou Assimétrico? • Corte Simétrico – Menor ângulo de contato ferramenta-peça, que faz com que a ferramenta percorra um percurso menor sobre a peça. – Menor desgaste, maior vida da ferramenta – hDmin em corte simétrico > hDmin para assimétrico (em faceamento) – Contato inicial ocorre com uma espessura de cavaco maior do que o observado para o fresamento frontal assimétrico Maior impacto na entrada do dente • Corte Assimétrico • Maior ângulo de contato ferramenta-peça – Corte mais suave, devido ao maior número de dentes em corte simultâneo – Maior tendência ao desgaste • Espessura inicial do cavaco menor do que a observada para o corte simétrico – Menor impacto no início do corte – Menor tendência à ocorrência de lascamento • Apesar do corte simétrico causar menor desgaste de ferramenta, o corte assimétrico permite melhores condições de trabalho, incluindo menores vibrações, esforços por dente e impacto na entrada da aresta na peça Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Corte Simétrico ou Assimétrico? • Corte Assimétrico – Pequenos valores de J resultam em pequenas espessuras de cavaco a entrada do corte (menor impacto) – Resultados de vida de ferramenta no fresamento do aço ABNT 1045 24% maiores em relação ao corte simétrico Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento tangencial com fresas helicoidais • No fresamento tangencial discordante com fresas de dentes retos, a força de corte correspondente a uma aresta aumenta conforme esta penetra no material, produzindo cavaco – Ao fim do corte, esta força cai bruscamente a zero • O contrário se verifica no fresamento tangencial concordante. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento tangencial com fresas helicoidais • O fresamento tangencial com fresas helicoidais permite uma variação mais suave na força de corte – A área da seção do cavaco cresce de zero a um valor máximo, mas mantém este valor por alguns instantes, e não volta necessariamente a zero. • Quanto maior o nº de arestas, menor a variação na força de corte • Melhores condições de usinagem Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Fresamento tangencial com fresas helicoidais • Considerações: – Força média mais elevada • Maior potência necessária – Inclinação dos dentes gera uma força axial • Ângulos de inclinação maiores que 45º não são usados • Solução mais comum: montagem conjunta – Fresas com dentes curtos possuem dentes retos • Pouca variação na força não compensa o uso de fresas helicoidais Fonte: Stemmer, 1995. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Força e potência de corte • Equação de Kienzle para o fresamento – Coeficientes específicos Onde hm é a espessura média do cavaco – No fresamento frontal: – Fresamento tangencial com dentes retos (assume-se 1 = 0, 2 = 0 e r = 90°) Z m s sm h K K 1 1 – ângulo entre o ponto de entrada do dente e a vertical 2 – ângulo entre o ponto de saída do dente e a vertical 0 – ângulo de contato dente-peça )cos.(cossen.. 1 21 21 rzm xfh nZ V D a fh fe zm . . 2 . 1 )cos1.(. 1 0 01 0 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Força e potência de corte • A potência de corte é calculada por ][ 10.60 ... 6 kW VaaK P fpesm cm Constantes da equação de Kienzle para o fresamento Adaptado de Diniz et. al., 1999 Material da peça Ksm (N/mm 2 ) -Z Dureza (HB) Aços sem liga - C =0,1 O a 0,25% - C = 0,25 a 0,55% - C = 0,55 a 0,80% 1500 1600 1700 0,25 0,25 0,25 125 150 170 Aços Baixa Liga (elementos de liga <5%) 1700 0,25 175 Aços Alta Liga (elementos de liga >5%) 1950 0,25 200 Aços Inoxidáveis - Austeníticos - Ferríticos/ Martensíticos 2000 1800 0,21 0,21 200 200 Ferros Fundidos Cinzentos - Alta Resistência à Tração - Baixa Resistência à Tração 1100 900 0,28 0,28 245 180 CONSIDERAÇÕES SOBRE O FRESAMENTO FRONTAL Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Recomenda-se que o centro da fresa esteja sobre a peça a ser fresada • Para fresamento frontal com fresas de facear, Ferraresi recomenda • ae = 0,75.D (aço) • ae = 0,6.D (ferro fundido)• A Sandvik sugere o uso de uma fresa com diâmetro 20 a 50 % maior do que a largura que se deseja facear (ae) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • No fresamento frontal com ferramenta de metal duro deve-se ainda considerar a posição da pastilha no momento inicial do corte • A fresa não deve tocar a peça com um ponto de baixa resistência, como a aresta ou a quina da ferramenta, para evitar lascamento ou quebra • No exemplo, o contato deve ocorrer em U • O intervalo entre o contato inicial e completo da aresta de corte com a peça é o tempo de choque • Quanto maior, menor o impacto sobre a pastilha • Por isso, se recomenda uma distância de ajuste J de, no mínimo, 5% do diâmetro da fresa Fonte: Diniz et. al., 1999 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • O eixo da fresa deve se posicionar sobre a largura da peça – Se o centro estiver fora da peça, o corte vai começar positivo, i.e., com a aresta risco de lascamento Fonte: Diniz et. al., 1999 Fonte: Diniz et. al., 1999 Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • No momento da saída do dente de dentro da peça ocorre uma queda brusca nas forças de corte – A magnitude desta queda é proporcional à espessura de corte h no momento da saída – Desse modo, h deve ser pequeno (menor possível) para evitar formação de rebarba (no caso do aço) ou lascamento (no caso do f°f°) • Caso A • h ok, porém o centro da ferramenta está fora da peça • Caso B • Tudo errado... • Caso C • Correto Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Em relação à geometria de ferramenta • Evita-se ângulo de posição de 90º (quando possível) – Saída do cavaco é difícil – Tendência a vibrações devido à ausência da força passiva – Menor resistência da ferramenta • Quanto menor r, menor h (h=fz.sen.sen) e maior b – Menor carga sobre a aresta de corte – Menor a profundidade possível de ser usinada – Maior Ks, uma vez que a espessura de corte é menor. – Em geral, usa-se b ≤ 2/3 do comprimento total da aresta de corte, a fim de evitar vibrações. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • De acordo com os ângulos de saída e de inclinação, as fresas frontais de metal duro são classificadas como: – Fresa duplo-negativa: n e s negativos – Fresa duplo-positiva: n e s positivos – Fresa positivo-negativa: n negativo e s positivo Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Fresa duplo-negativa: n e s negativos • Condições de fresamento onde há ocorrência de quebra da aresta de corte (aresta é mais reforçada) • Usinagem de materiais de cavacos curtos, como o ferro fundido cinzento • Maior deformação sofrida pelo cavaco maiores esforços de corte • Cavacos longos tendem a entupir os bolsões de armazenamento de cavaco • Como o ângulo de cunha é igual a 90°, pode ser usada em ambos os lados, o que resulta em economia Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Fresa duplo-positiva: n e s positivos • Menores esforços (cavaco deforma menos antes de romper e tem menor contato com a superfície de saída da ferramenta • Cavacos, helicoidais, são direcionados para cima, não gerando o problema do entupimento dos bolsões de armazenamento • Ferramenta menos resistente, materiais de baixa dureza e/ou com altas taxas de encruamento • Menor resistência da parte de corte e o fato de poder ser usada apenas de um lado. Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador • Fresa positivo-negativa: n negativo e s positivo • Vantajosa em desbaste pesado, devido ao fato dos cavacos gerados de levantarem dos bolsões, permitindo maior remoção de material com maior resistência da aresta de corte Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Escolha das condições de usinagem e do número de dentes da fresa • Profundidade de corte (ap): idealmente, deve ser a maior possível. – ap possui pouca influência na vida da ferramenta, mas aumenta proporcionalmente a retirada de cavaco – Os fatores limitantes são a potência e rigidez da máquina, rigidez da peça e acabamento superficial desejado Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Escolha das condições de usinagem e do número de dentes da fresa • Avanço (f) – Devem ser levados em conta diversos fatores: • Material da ferramenta, material usinado, acabamento superficial desejado e potência da máquina operatriz, além do tipo de fresa (frontal ou tangencial) • Como o avanço possui menor influência sobre a potência de corte do que a profundidade de corte, o uso de maiores avanços e menores profundidades de corte faz com que se possa obter menores potências de corte com igual taxa de remoção de material. Da mesma maneira, o uso de fresas com menor número de dentes e igual avanço faz com que haja queda de potência de corte – É importante atentar para a espessura média do cavaco (hm) que, para que os valores de pressão específica de corte se mantenham em níveis aceitáveis, não pode ser muito pequena. Diniz et. al. (1999) cita como valores de hm a faixa de 0,04 a 0,2 mm para o fresamento tangencial e hm maior que 0,1 mm para o fresamento frontal Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Escolha das condições de usinagem e do número de dentes da fresa • Velocidade de corte: diferente de um torno mecânico, uma fresadora não permite regular diretamente o avanço. Em fresadoras, regula-se a velocidade de avanço. Desse modo, o aumento de Vc irá causar uma redução em fz, a menos que Vf seja alterada na mesma proporção. Desse modo, a taxa de remoção de material não sofreria alteração, apesar do aumento na pressão específica de corte (maior hm), na potência consumida e da queda na vida da ferramenta (devido ao aumento de Vc) Grupo de Projeto Fabricação Automação Industrial ENG03386 – Fabricação Auxiliada por Computador Escolha das condições de usinagem e do número de dentes da fresa • Número de dentes: recomenda-se, de acordo com a situação de corte: – Fresa de passo grande (menor nº de dentes): • desbaste e semi-acabamento de aços, ou onde se pretende evitar vibrações – Fresa de passo semi-pequeno: maior taxa de remoção de cavaco (permitem maiores avanços para o mesmo fz) • fresamento de ferro fundido, onde o cavaco, em forma de pó, se aloja com facilidade nos bolsões de armazenagem de cavaco • em baixos avanços permite bom acabamento. – Fresa de passo extra-pequeno: permite altas Vf • corte interrompido de ferro fundido
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