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RESUMO TGP 2º bimestre

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Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
1 1. JURISDIÇÃO É uma das funções do Estado mediante a qual se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, 
imparcialmente buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a 
atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado. E o Estado 
desempenha essa função, sempre mediante o processo. É necessário a intervenção do direito processual como 
instrumento para restituir o direito material. 
É ao mesmo tempo: 
PODER Capacidade de decidir imperativamente, impor decisões e fazer cumprir, estando todos subjulgados ao 
poder jurisdicional. 
FUNÇÃO Encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante 
a realização do Direito justo e através do processo. 
ATIVIDADE É o complexo de atos do juiz (pessoas físicas) no processo, exercendo o poder e cumprindo a função 
que a lei lhe atribuiu. 
 
1.1. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 
A. LIDE: Quando estivermos diante de conflito de interesses resistido nasce a pretensão para os envolvidos no 
conflito. Quando essa pretensão é deduzida em juízo nasce a lide. Não há jurisdição se não houver lide, pois é o 
conflito que leva o interessado a juízo e pedir solução; e é precisamente a contraposição dos interesses em conflito 
que exige a SUBSTITUIÇÃO dos sujeitos em conflito pelo Estado. 
 
B. INÉRCIA: Todo órgão jurisdicional está sempre parado, aguardando a provocação do indivíduo que tem um 
conflito resistido. Isso acontece justamente para resguardar a imparcialidade (posição de neutralidade “entre” e 
“acima” das partes). Para provoca-lo, utiliza-se o poder da ação protocolando sua demanda. É sempre uma 
insatisfação que motiva a instauração de um processo. Fica a critério do poder dispositivo (liberdade que a pessoa 
tem de exercer ou não um direito). 
 
C. DEFINITIVIDADE: Só os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis, não podendo ser revistos ou 
modificados, por intermédio do fenômeno constitucional da coisa julgada que é a imutabilidade dos efeitos de 
uma sentença em virtude da qual: 1) Nem mesmo as partes podem repropor a mesma demanda em juízo ou 
comportar-se de modo diferente daquele preceituado; 2) Nem os juízes podem voltar a decidir a respeito; 3) Nem 
o legislador pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou definidamente julgado. Existe 
para garantir a segurança jurídica do ato jurisdicional. No Estado de Direito só os atos jurisdicionais podem chegar 
a esse ponto de imutabilidade, não sucedendo o mesmo com atos administrativos ou legislativos. 
 
D. CARÁTER SUBSTITUTIVO: Exercendo a jurisdição, o Estado substitui, com uma atividade sua, as atividades 
daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação. As atividades do Estado são exercidas através de 
pessoas físicas, que constituem seus agentes ou seus órgãos. Essas pessoas não agem em nome próprio, mas 
como órgão de Estado jurisdicional, sendo sua imparcialidade uma exigência da lei. A única atividade admitida 
pela lei quando surge o conflito é a do exercente da jurisdição, que substitui a das partes e a resolve. 
 
E. ESCOPO JURÍDICO DE ATUAÇÃO DO DIREITO (MATERIAL): É a atuação/ cumprimento/ realização, em cada caso 
concreto os objetivos das normas de direito substancial. É reavivar o direito material que foi violado, tornando-o 
efetivo novamente. Há de coordenar-se com a ideia maior de que os objetos buscados são objetivos sociais. Trata-
se de garantias que: 1) O direito material seja cumprido; 2) O ordenamento jurídico seja preservado em sua 
autoridade; 3) A paz e a ordem na sociedade sejam favorecidas pela imposição da vontade do Estado, ou seja, da 
lei. A realização do direito objetivo e a pacificação social são escopos da jurisdição em si mesma, não das partes. 
 
1.2. PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO: 
 
A. INVESTIDURA: Corresponde à ideia de que a jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente 
investido na autoridade de juiz. A jurisdição é um monopólio do Estado e este, que é uma pessoa jurídica, precisa 
exercê-la através de pessoas físicas que sejam seus órgãos ou agentes, essas pessoas físicas são os magistrados 
que representarão o Estado e realizarão a atividade jurisdicional no dia a dia. 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
2 B. ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO: estabelece limitações territoriais à autoridade dos juízes. Tem como primeira manifestação, a limitação da própria soberania nacional ao território do país. A jurisdição é uma e indivisível, mas devido a necessidade de organização interna e os muitos juízes distribuídos pelo país, infere daí que cada juiz só 
exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei a sua jurisdição. Todo e qualquer ato de interesse 
para um processo, que deva ser praticado fora dos limites territoriais em que o juiz exerce a jurisdição, depende 
de cooperação do juiz do lugar. Não há diferença em âmbito de jurisdição, não existe um poder maior que o outro, 
a diferença está na localidade, na competência para exercer a jurisdição. 
 
C. INDELEGABILIDADE: é vedado a qualquer dos poderes delegar atribuições que lhes foram fixados pela 
Constituição Federal. Assim, não pode a lei, muito menos alguma deliberação do poder judiciário, nem pode juiz 
algum, por motivo algum, alterar a distribuição feita naquele nível jurídico-positivo superior e delegar funções a 
outro órgão. A Carta Precatória não é violação do princípio, pois está solicitando que o juiz que tem jurisdição 
para atuar naquele território o faça. 
 
D. INEVITABILIDADE: A situação de ambas as partes perante o Estado-juiz é de sujeição, onde a autoridade impõe-
se por si mesma, independentemente da vontade das partes e consiste na impossibilidade de evitar que sobre 
elas e sobre sua esfera de direitos se exerça a autoridade dos órgãos jurisdicionais. 
 
E. INAFASTABILIDADE: garante a todos o acesso ao poder judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem 
venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela. 
 
F. JUIZ NATURAL: Assegura que ninguém pode ser privado de julgamento por um órgão jurisdicional competente 
predeterminado ou preestabelecido em lei, que não constitua em um juízo de exceção. Competente ao tempo do 
fato sob critérios gerais fixados previamente no ordenamento jurídico. 
 
G. INÉRCIA: Impede o Estado juiz de atuar até que seja provocado, visto que a jurisdição é inerte e exige 
provocação. É atribuição exclusiva da parte autora provocar a jurisdição, de apresentar em juízo sua demanda, 
assim fica adstrito ao pedido, entregue ao poder dispositivo do interessado. Não cabe exceção para o Estado sair 
da sua inércia. É a parte que leva a lide até a atividade jurisdicional. 
 
PODER JURISDICIONAL: é a possibilidade de poder praticar ato em nome do Poder Judiciário. Terá mais ou menos 
poder aquele magistrado que a lei permite, em virtude da matéria que atua, de acordo com a quantidade de atos 
jurisdicionais que pode praticar de ofício, ou seja, aquele juiz que trabalha com direito indisponíveis tem mais poder 
jurisdicional do que o juiz que trabalha com direitos disponíveis, porque ele pode praticar mais atos de ofício e 
garantir o exercício do direito indisponível. Quanto mais poder de atuar sem ser provocado, mais poder 
jurisdicional tem. 
 
1.3. Poderes Inerentes à jurisdição: 
 
O juiz dispõe, no exercício de suas funções, do: 
a) Poder Jurisdicional: é uma questão de política legislativa concedê-lo em maior ou menor quantidade/intensidade 
ao juiz. Vai representar um poder do Estado jurisdicional, praticando atos, para cumprir a função de pacificação. É 
a possibilidade de poder praticar ato em nome do Poder Judiciário. 
 
b) Poder de Polícia: Este é conferidopara que possa exercer com autoridade e eficiência o próprio poder 
jurisdicional (poder de polícia das audiências – art. 794 CPP). Em qualquer lugar, no exercício das suas funções 
judiciárias. 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
3 1.4. ESPÉCIES DE JURIDIÇÃO: 
JURISDIÇÃO LITIGIOSA / CONTENCIOSA Tem na essência a lide - jurisdição 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA / GRACIOSA Na essência não é jurisdição e sim administrativa porque não tem lide. Tem um interesse 
ou imposição de que o juiz tem que atuar meramente administrativamente. Tem 
interessados e não partes. Ex: outorga, alvará, permissão, um negócio com a participação 
do magistrado. – o juiz age sempre no interesse do titular daquele interesse que a lei 
acha relevante socialmente. 
 
1.5. CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO: 
 
PELO CRITÉRIO DO SEU OBJETO – PENAL 
OU CIVIL 
Em todo processo as atividades jurisdicionais exercidas têm por objeto uma pretensão. 
Essa pretensão porém varia de natureza, conforme o direito objetivo material em que se 
fundamenta. Fala-se assim em jurisdição penal (causas penais, pretensões punitivas) e 
jurisdição civil (sentido amplo – por exclusão, causas e pretensões não penais). Jurisdição 
penal: exercida pelos juízes estaduais comuns, pela justiça militar estadual, pela justiça 
militar federal, pela justiça federal e pela justiça eleitoral. Apenas a justiça do trabalho é 
completamente desprovida de competência penal. Jurisdição civil: exercida pela justiça 
estadual, pela federal, pela trabalhista e pela eleitora. Apenas a justiça militar não a exerce. 
Jurisdição civil em sentido estrito: exercida pela justiça federal e pela justiça dos estados. 
PELO CRITÉRIO DOS ORGANISMOS 
JUDICIÁRIOS QUE A EXERCEM – ESPECIAL 
OU COMUM 
A CF instituiu vários organismos judiciários, cada um deles constituindo uma unidade 
administrativa autônoma e recebendo da própria Lei Maior os limites de sua competência. 
A jurisdição como expressão do poder estatal soberano que o estado exerce, é uma só, e 
não haveria razões para que uma Justiça não considerasse o que outra tivesse feito. Justiça 
especial: justiça militar (causas penais fundadas no direito penal militar e na lei de 
segurança nacional); justiça eleitoral (matéria relacionada com eleições políticas); Justiça 
do trabalho (pretensões oriundas da relação de trabalho). Justiça comum: justiça federal e 
as justiças estaduais – justamente porque conhecem de qualquer matéria não contida na 
competência especialmente reservada às primeiras, exercem jurisdição comum. 
PELO CRITÉRIO DA POSIÇÃO 
HIERÁRQUICA DOS ÓRGÃOS DOTADOS 
DELA – SUPERIOR OU INFERIOR 
Decorre o princípio do duplo grau de jurisdição, princípio do qual decorre a possibilidade 
de uma mesma causa ou incidente processual, após julgamento pelo juiz inferior perante 
o qual o processo teve início, voltar a ser objeto de julgamento, agora por órgãos superiores 
do Poder Judiciário. Jurisdição inferior: aquela exercida pelos juízes que ordinariamente 
conhecem do processo desde o início (competência originária): trata-se na Justiça Estadual 
dos juízes de direito das comarcas distribuídas por todo o Estado, inclusive da comarca da 
Capital. Jurisdição superior: exercida pelos órgãos a que cabem os recursos contra as 
decisões proferidas pelos juízes inferiores. Os órgãos de primeiro grau pertencem à 
chamada primeira instância e os de segundo grau à segunda instância. 
PELO CRITÉRIO DA FONTE DE DIREITO 
COM BASE NA QUAL É PROFERIDO O 
JULGAMENTO – JURISDIÇÃO DE DIREITO 
OU DE EQUIDADE 
O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei, e, decidir por equidade significa 
decidir sem as limitações impostas pela precisa regulamentação legal - margem de 
liberdade para a individualização da norma através dos órgãos judiciários. No processo civil 
a admissibilidade desta é excepcional. No processo penal o juízo de equidade é a regra 
geral. 
 
1.6. ESTRUTURA JUDICIÁRIA 
 
Nossa estrutura judiciária é hierarquizada devido o princípio do duplo grau de jurisdição, onde o vencido tem, 
dentro de certos limites, a possibilidade de obter nova manifestação do Poder Judiciário e saber para onde pode 
recorrer. Temos uma organização judiciária dividida em instâncias justamente para que haja recursos, 
impugnações. Mas a hierarquia nada mais é do que uma competência de derrogação nunca uma competência de 
mando da instância superior sobre a inferior. O que ocorre é que as decisões dos órgãos inferiores podem ser 
revistas pelos órgãos superiores, mas cada juiz é livre, na formação de seu convencimento e na observância dos 
ditames de sua consciência, subordinando-se somente à lei, ao proferir sua sentença ainda quando, ao fazê-lo, 
contrarie a jurisprudência dos tribunais. 
 
NÃO confundir instância (grau de jurisdição) com entrância (grau administrativo das comarcas e da carreira 
dos juízes estaduais e membros do Ministério Público. 
 
 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
4 
 
 
 
 
 
 
1.7. COMPETÊNCIA 
 
É a exata medida/limite da jurisdição. Cada juiz deve atuar dentro dos limites de sua competência. A jurisdição é 
uma e indivisível, mas só pode atuar onde tem competência. Assim, pode haver jurisdição sem competência, mas 
não competência sem jurisdição. A competência é forma de organização da função jurisdicional, sendo que a cada 
órgão jurisdicional é dado um território correspondente em que será exercida sua função. 
 
1.7.1. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
 
A primeira limitação à nossa jurisdição e competência são nossos limites territoriais, visto que as normas 
jurisdicionais e competências não podem ultrapassar os limites do território. Cada país respeita a lei do outro país 
e em razão disso, uma sentença estrangeira não possui qualquer eficácia no Brasil, não podendo ser aqui executada. 
Todavia, através do mecanismo denominado “homologação de sentença estrangeira”, de atribuição do STJ, que 
profere o EXEQUATUR (dá eficácia a um ato proferido por juízes que não são brasileiros e que não tem jurisdição) 
confere jurisdição à um ato jurisdicional estrangeiro, mas veja, isso é uma exceção, é uma sentença e não processo, 
com objetivo de executar a sentença também no Brasil, se outorga eficácia à sentença estrangeira, permitindo sua 
execução no Brasil, perante o juízo federal. 
 
Regra: Sentença estrangeira no Brasil: Absolutamente Ineficaz. 
Exceção: Sentença estrangeira Homologada no Brasil: Eficazes no Brasil (Exequíveis) 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
5 Homologação de sentença estrangeira -> Competência do STJ -> exequatur -> cumprimento pela Justiça Federal da respectiva localidade. 
Há eficácia/validade de norma estrangeira no Brasil? 
Depende, em regra não porque extrapolou o limite territorial da jurisdição, mas há exceções, se não for matéria 
de competência exclusiva poderá ser homologada pelo STJ e ter cumprimento no Brasil. 
 
 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA J. BRASILEIRA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA J. BRASILEIRA 
Perante determinadas matérias demandas podem ser 
ajuizadas tanto no Brasil sem incorrer em litispendência. As 
hipóteses são: 
 
a) O réu tiver domicílio no Brasil, qualquer que seja a sua 
nacionalidade; 
b) No Brasil tiver de ser cumprida obrigação não 
importando onde foi contraída; 
c) Originar-se de fato aqui ocorrido ou de ato praticado no 
Brasil; 
 
A sentença a ser executada será a que primeiramente se 
tornar imutável. 
Hipóteses nas quais somente a justiça brasileira será a 
competente para julgar, sob pena de ferir a soberania 
nacional. Assim, não caberá a homologação de sentença 
estrangeira. Será de total inutilidade propor demanda em 
outro país, porque não serão admissíveis aqui a execução 
ou a efetivação do julgado. As hipóteses são: 
 
a) For objeto da pretensão um imóvel situado no Brasil; 
b) Situarem-seno Brasil os bens que constituam objeto 
de inventário (móvel ou imóvel) e partilha de bens – ainda 
que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido 
fora do território nacional. 
 
1.7.2. COMPETÊNCIA INTERNA 
 
FORO: base territorial sobre a qual determinado órgão judiciário exerce sua competência e pode exercer sua 
atividade jurisdicional (sinônimo de Comarca). 
 
FÓRUM: prédio – estrutura física. Local onde situam-se os juízos. 
 
JUÍZO: unidade judiciária/ vara integrada por juízes e auxiliares. A competência de juízo resulta da distribuição dos 
processos entre órgãos judiciários do mesmo foro. 
 
Cada juiz de direito tem sua competência em um foro e em um juízo. Quando o juiz competente estiver em foro 
diverso daquele que ele tem competência, ele não poderá exercer sua atividade jurisdicional. 
 
1.7.3. CRITÉRIOS PARA A FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
A competência é forma de organização da função jurisdicional, sendo que a cada órgão jurisdicional é dado um 
território correspondente em que será exercida sua função. 
A utilização é conjugada. Só um critério não basta. 
 
1.7.3.1. CRITÉRIO OBJETIVO: 
 
1.7.3.1.1. VALOR DA CAUSA: Fixa-se o juízo de acordo com o valor da causa. Dependendo do valor da causa 
será juizado especial cível. 
1.7.3.1.2. NATUREZA DA DEMANDA (MATÉRIA) – RATIONE MATERIAE: Dependendo da matéria (causa de 
pedir e pedido) – objeto da lide – dá para saber qual será o juízo (critério mais importante). A competência é 
absoluta. 
1.7.3.2. CRITÉRIO FUNCIONAL/HIERÁRQUICO: competência originária (prerrogativa de foro) ou 
competência recursal. O critério funcional diz respeito a situações específicas de determinadas pessoas que está 
ligada a prerrogativa de foro, ligado à hierarquia. Então de acordo com a função e cargos que as pessoas ocupam 
na organização da sociedade, o foro não será definido nem pelo valor da causa nem pela natureza da demanda, 
mas pelo critério funcional. Vai ser o cargo que a pessoa ocupa. 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
6 1.7.3.3. CRITÉRIO TERRITORIAL – RATIONE LOCI: em razão do lugar dá para determinar o juiz natural. Circunscrição territorial designada à atividade de cada órgão jurisdicional. Fixa o foro competente, ou seja, a localidade competente. 
 
REGRA GERAL: domicílio do réu 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
(Ratione Materiae) 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
(R.T.V - ‘Ratione Loci’) 
- Funcional/Hierárquico ou em razão da matéria; 
 
- ORDEM PÚBLICA (interesse público); 
 
- NÃO ADMITE MODIFICAÇÃO PELA VONTADE DAS PARTES 
(jamais pode ser modificada); 
 
- COGNOSCÍVEL/CONHECIDA DE OFÍCIO; 
 
- NÃO PRECLUI (iniciado o processo perante o juiz 
absolutamente incompetente, este pronunciará 
incompetência ainda que nada aleguem as partes); 
 
- ALEGÁVEL EM CONTESTAÇÃO; 
 
 
- GERA NULIDADE DA SENTENÇA (em qualquer fase, em 
qualquer instância – pq violou o juiz natural, anula tudo); 
 
- GERA VÍCIO RESCISÓRIO (mesmo que ninguém veja em 2 
nos depois de transitado em julgado pode ser revisto). 
- Fixado sempre quanto ao valor da causa ou em razão do 
território; 
 
- INTERESSE DAS PARTES (interesse privado); 
 
- ADMITE MODIFICAÇÃO PELA VONTADE DAS PARTES 
(prorrogação, derrogação, conexão e continência); 
 
- NÃO COGNOSCÍVEL DE OFÍCIO (não pode/ só a parte pode 
alegar/provocar); 
 
- PRECLUI (não pode alegar mais e torna-se competente); 
 
 
- ALEGÁVEL POR EXECUÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (15 dias a 
partir da citação); 
 
- NÃO GERA NULIDADE DA SENTENÇA (se preclui o vício some); 
 
 
- NÃO GERA VÍCIO RESCISÓRIO (pela ausência de impugnação 
da parte). 
 
1.7.4. COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
Por versar sobre interesses públicos, não pode ser modificada em decorrência da vontade das partes, portanto, a 
competência em razão da matéria e em razão da hierarquia não podem ser objeto de convenção entre as partes. 
 
1.7.4.1. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA 
A incompetência absoluta guarda relação com questões de interesse público e, portanto, é indisponível e não pode 
ser submetida à vontade das partes. Por outra monta, justamente por referir-se a questões de ordem pública, pode 
e deve ser controlada pelo julgador da causa e independente de provocação. 
 
1.7.4.2. MOMENTO E FORMA DE ARGUIÇÃO 
Embora cognoscível de ofício a objeção da incompetência absoluta deve, prioritariamente, ser arguida pelo réu em 
preliminar de contestação ou na primeira oportunidade que falar aos autos sob pena de o réu arcar com as custas 
decorrentes da sua inação. Todavia ultrapassado esse momento, a arguição pode ser feita posteriormente a 
qualquer tempo, por simples petição nos autos. Mesmo após o trânsito em julgado, havendo incompetência 
absoluta do juízo, é possível sua arguição por meio de ação rescisória. 
 
1.7.4.3. NULIDADE ABSOLUTA DOS ATOS DECISÓRIOS 
Apenas os atos de caráter decisórios serão anulados por conta da declaração de incompetência e remessa dos autos 
ao juízo competente, todos os demais atos serão considerados válidos e servirão para instruir o processo a ser 
julgado pelo novo juízo. 
 
1.7.5. COMPETÊNCIA RELATIVA 
A competência relativa está sujeita à vontade das partes que podem deliberar sobre sua modificação, porém para 
que surta efeitos, a convenção das partes sobre o foro de eleição deverá ser necessariamente escrita e vinculada a 
um negócio jurídico específico. 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
7 1.7.5.1. TRANSMISSÃO DO FORO DE ELEIÇÃO O foro contratual é aquele no qual a obrigação deve ser cumprida, enquanto o foro de eleição é aquele que será competente para dirimir as questões advindas daquele negócio jurídico, não precisando, necessariamente 
coincidirem. Mas caso haja foro de eleição este prevalecerá sobre o foro contratual e caso a cláusula de eleição de 
foro trate de competência absoluta será ela tida por não escrita. A verdade é que a eleição do for de um 
determinado negócio jurídico é transmitida aos herdeiros e sucessores das partes que a ela se obrigaram. 
1.7.5.2. DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
A incompetência relativa é regida pelo princípio dispositivo podendo, portanto, somente as partes dispor sobre sua 
modificação. Só pode o juiz sobre ela se pronunciar se provocado pela parte ré por meio da exceção de 
incompetência processada por meio de incidente processual, no prazo de 15 dias, tendo o condão de suspender o 
processo principal até o julgamento do incidente. Assim a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. 
 
1.7.6. PRECLUSÃO 
É a perda do direito de manifestar-se no processo, isto é, a perda da capacidade de praticar os atos processuais por 
não tê-los feito na oportunidade devida ou na forma prevista. 
 
1.7.7. PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
A competência é determinada no momento da propositura da demanda, sendo irrelevantes as alterações 
posteriores do Estado de fato ou de direito das partes, a competência não pode ser modificada, salvo: 
a) SUPRESSÃO DE ÓRGÃO JURISDICIONAL: o órgão jurisdicional deixa de existir. Diante disso, as demandas 
serão encaminhadas para outro órgão jurisdicional. 
b) ALTERAÇÃO DA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU DA HIERARQUIA: acontece através da lei. Se 
altera a competência absoluta, tem que haver modificação. 
 
1.7.8. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Somente as regras de competência relativa estão sujeitas à modificação de competência, cuja finalidade é 
proporcionar melhor funcionamento do poder judiciário. 
 
P
R
O
R
R
O
G
A
Ç
Ã
O
 Ocorre nos casos em que a incompetência de natureza relativa não é alegada pela parte no 
tempo/prazo oportuno (15 dias a partir da citação), acarretando a preclusão e, via de 
consequência, a prorrogação da competência. Haverá uma alteração da competência, pois o 
juízo inicialmente incompetente, por conta da inércia do requerido, passa a ser o juízo 
competente. 
D
ER
R
O
G
AÇ
Ã
O
 Ocorre pela eleição do foro – nos casos em que os interessados escolhem o foro para processar 
e julgar futuras demandas, relativas a um contrato celebrado, desde que presentes os requisitos 
de contrato escrito e negócio jurídico específico. 
C
O
N
EX
Ã
O
 
É um instituto processual que permite a reunião de processos que tenham identidade na CAUSA 
DE PEDIR OU PEDIDO (um elemento é suficiente), para que as ações tenham julgamento 
conjunto/simultâneo. A identificação das partes não é relevante para que haja o 
reconhecimento da conexão. Não pode haver identificação de todos os elementos sob pena de 
caracterizar a litispendência. A conexão não visa alterar a competência, mas sum evitar decisões 
conflitantes e proporcionar a economia processual. 
C
O
N
TI
N
ÊN
C
IA
 É espécie de conexão. Na continência, necessário se faz a cumulação de identidade de dois 
elementos: PARTE e CAUSA DE PEDIR. Porém o objeto (PEDIDO) deve ser distinto (o pedido de 
um for mais amplo que a da outra parte) sob pena de caracterizar a litispendência 
 
1.7.9. DEMANDAS CONEXAS/CONTINENTES 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
8 As demandas deverão ser reunidas e passarão a tramitar sobre um único juízo competente, sem repetição, e serão julgadas simultaneamente (serão apensadas) em um único julgamento. Isso se dará pelo fenômeno processual da PREVENÇÃO que é um critério de fixação de competência para processos conexos. Através dele verá qual será o 
juízo competente. O juízo prevento será o juízo competente para julgar os processos conexos. 
A prevenção não é fator de determinação nem de modificação da competência. Por força dela permanece apenas 
a competência de um entre vários juízes competentes, excluindo-se os demais. 
 
A competência relativa é passível de alteração em razão da conexão e continência. Por sua vez, a competência 
absoluta são imutáveis, não sofrendo qualquer alteração devido à continência ou à conexão. Caso haja conexão ou 
continência entre ações de competência absoluta e relativa, prevalecerá o juízo de competência absoluta que 
atrairá as demais ações para julgamento conjunto. 
 
A reunião de demandas só faz sentido caso ambas as demandas ainda estejam pendentes de julgamento. Para que 
duas ações possam ser reunidas por ocasião da conexão é necessário fixar-se qual será o juízo que atrairá a 
competência para o julgamento de todas as ações. Definição de atração da demanda conexa: 
 
FOROS DIVERSOS: Torna-se prevento o juiz que primeiro citar validamente. 
JUÍZOS DIVERSOS (MESMO FORO): Torna-se prevento o juiz que primeiro despachar. 
 
1.7.9.1. CONVENIÊNCIA DA REUNIÃO 
É feita mediante um juízo discricionário com o objetivo da facilitação do julgamento visando a economia processual 
e evitando julgamentos conflitantes. Todavia, a reunião somente é possível quando o juiz não for absolutamente 
incompetente, os critérios de imparcialidade do juiz para o julgamento de ambas as ações observados. Por fim, é 
necessário que ambas as ações obedeçam ou possam obedecer, ao mesmo procedimento, e estejam no mesmo 
grau de jurisdição e em fases processuais próximas. 
 
1.7.10. FORO COMPETENTE – EXCEÇÕES 
TODOS são de competência relativa podendo ser prorrogadas. Os casos previstos permitem a eleição de for em 
contrato e a modificação da competência por conexão e continência. 
 
COMPETÊNCIA (EXCEÇÕES) 
NATUREZA DA AÇÃO 
 
FORO COMPETENTE 
- AÇÕES REAIS IMOBILIÁRIAS; 
 
- AÇÕES DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO, CONVERSÃO DE 
SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO, DIVÓRCIO; 
 
- AÇÃO DE ALIMENTOS; 
 
- AÇÕES RELATIVAS A OBRIGAÇÕES; 
 
- AÇÕES DE REPARAÇÃO DE DANOS EM GERAL; 
 
- ACIDENTE DE VEÍCULO; 
 
-ANULAÇÃO TÍTULO DE CRÉDITO 
EXTRAVIADO OU DESTRUÍDO. 
SITUAÇÃO DA COISA 
 
RESIDÊNCIA DA MULHER 
 
 
RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO (AUTOR) 
 
CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO 
 
LOCAL ATO OU DO FATO 
 
LOCAL DO ATO OU DOMÍCILIO DO AUTOR 
 
DOMÍCILIO DO DEVEDOR 
 
1.7.11. CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Ocorrerá quando: 
POSITIVO: dois ou mais juízes declaram-se competentes (conflito positivo). 
 
NEGATIVO: quando dois ou mais juízes declaram-se incompetentes (conflito negativo). 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
9 O segundo juiz tem que suscitar o conflito de competência que será julgado pelo órgão hierárquico superior. Tem 3 opções: 1) mandar para aquele juízo que considera competente; 2) suscitar o conflito, pois não pode mandar pro originário nem pode mandar para um juízo anterior; ou 3) verificar e aceitar que é o competente. 
 
Órgão competente para decidir os conflitos: 
 
- Entre juízes estaduais: TJ; 
- Entre juízes Federais: TRF; 
- Entre TJ e TRF: STJ; 
- Entre TJ e TJ ou TRF e TRF: STJ 
-Entre STJ e TJ/TRF: STF 
 
2. AÇÃO 
CONCEITO: “ação” é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (ou poder/ faculdade de exigir esse direito). É 
o instrumento de provocação da jurisdição. Esta, por sua vez, se exerce através do processo. 
 
O Estado fornece o serviço jurisdicional, contudo, a jurisdição é inerte e não pode ativar-se sem provocação. Cabe 
ao titular da pretensão resistida ativá-la, invocando a função / prestação jurisdicional, para que essa atue no caso 
concreto. Assim fazendo o sujeito do interesse estará exercendo um direito, que é a ação, para cuja satisfação o 
Estado deve dar uma tutela jurisdicional. Retirando o Estado do estado de inércia, surge para o Estado a obrigação 
de conceder ao cidadão, ora autor, uma resposta. Assim, a ação é dirigida apenas ao Estado, pois é ele quem passa 
a ter a obrigação da resposta. O direito de pedir o provimento jurisdicional nada mais é senão a própria ação. 
 
Quando se leva o conflito (pretensão) ao juízo, nasce a lide (a pretensão só se transforma em lide quando exerço o 
meu direito de ação). É levado quando exerço o meu direito de ação. Quando exerço ele se exaure. Ele é exercido 
quando protocola-se a petição inicial e dali pra frente inicia-se a demanda que será julgada e processada por meio 
do processo. 
 
2.1. NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO 
 
AÇÃO É: 
DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO: é subjetivo, pois todo indivíduo possui o direito de ação. Público, pois é uma 
emanação do direito de cidadão. Está inserido no poder dispositivo do indivíduo (liberdade que a pessoa tem de 
exercer ou não seu direito). 
 
DIREITO AUTÔNOMO ABSTRATO E INSTRUMENTAL: é autônomo porque não guarda qualquer relação com o 
direito material (direito de ação existe independente de que de fato eu tenha o direito material); abstrato, pois 
havendo ou não o reconhecimento do direito material pelo Estado, haverá existência do direito de ação. 
Instrumental, pois ao exercitar o direito de ação (protocolar a petição inicial), eu permito que o Estado me dê uma 
resposta através do processo, tirando o Estado da inércia, provocando a atividade jurisdicional. 
 
DE NATUREZA CONSTITUCIONAL: o direito de ação está contido na Constituição. 
DIRIGIDO APENAS EM FACE DO ESTADO: quando o autor, exerce seu direito nasce para o estado uma obrigação, 
pois é o Estado que tem a função de pacificar o conflito e responder a demanda (tutela jurisdicional sobre aquela 
lide). 
 
2.2. ELEMENTOS DA AÇÃO 
 
Serve para identificação das demandas. 
 
TEORIA TRES EADEM – teoria que expressa os elementos da ação. TODA DEMANDA TERÁ os três eadem: 
 
PARTES – CAUSA DE PEDIR – PEDIDO 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
10 
 
2.2.1. ELEMENTO SUBJETIVO (PARTE): 
2.2.1.1. AUTOR: Aquele indivíduo que exercendo o seu direito de ação protocola a petição inicial e dá início 
a demanda. Aquele que alega ter um direito material lesado. 
2.2.1.2. REQUERIDO: Aquele indivíduo que é titular da obrigação correspondente ao direito material que o 
autor alega possuir. Aquele que lesou o direito material do autor. Não pode ser qualquer pessoa. SÓo titular 
da obrigação pode figurar no polo passivo. 
 
2.2.2. ELEMENTOS OBJETIVOS: 
2.2.2.1. CAUSA DE PEDIR: é a fundamentação/motivação, é aquilo que dá ensejo, que justifica ir a juízo. 
Expor a lide na petição inicial. Narrar todos os fatos que aconteceram e envolve aquela lide. Fundamentação 
é elemento obrigatório da petição inicial. A doutrina divide a fundamentação em: 
 
A. FÁTICA: Quando apenas se narra como os fatos ocorreram. 
B. JURÍDICA: Quando há o enquadramento dos fatos no direito. 
C. LEGAL: É quando apresenta os artigos de lei que está fundamentando sua tese. 
 
A fundamentação que o sistema processual exige/obrigatória decorre da teoria da substanciação adotada no nosso 
direito processual, que basta a parte apresentar a fundamentação FÁTICA para a petição inicial ser aceita. Sem ela 
a petição será considerada inepta. Narra mihi factum dabo tibi jus. 
 
Outra classificação: 
A. REMOTA: fato jurídico – aquele fato do dia a dia que tem consequência jurídica. Ex: acidente de trânsito, 
contrato. 
B. PRÓXIMA: é a consequência jurídica do fato. Ex: o dano (no caso do acidente), a inadimplência (no caso do 
contrato). 
 
2.2.2.2. PEDIDO: É aquele “bem da vida” que irá satisfazer o direito material lesado. É aquilo que se 
pretende com a instauração da demanda e traça os parâmetros da lide, delimitando o conflito, razão pela qual 
deve ser: certo e determinado. Pelos limites da adstrição e congruência, o juiz não pode julgar nem mais, nem 
menos, nem além do que foi pedido. Posso fazer quantos pedidos decorrerem logicamente da causa de pedir e 
da lide (tem que haver nexo causal). Quem define isso é o autor. O pedido corresponde o exercício da pretensão 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
11 subjetiva de direito material em juízo, constituindo a razão do exercício do direito de ação e deverá constar da respectiva petição inicial. O pedido é classificado em pedido imediato e pedido mediato. 
2.2.2.2.1. IMEDIATO: possui índole positivamente processual, é a providência jurisdicional solicitada. É o 
conteúdo que se pretende na sentença. Pode ser: 
A. CONDENAÇÃO: condene a pagar. 
B. CONSTITUIÇÃO: a partir da sentença será constituído naquela obrigação. 
C. DECLARAÇÃO: declara a paternidade, declara a existência do contrato. 
Toda petição tem que conter pelo menos um deles. De acordo com o provimento o efeito vai ser, regra geral: 
 
 Ex nunc: próprio do constitutivo 
 Ex tunc: próprio da condenação e da declaração. 
 
2.2.2.2.2. MEDIATO: possui índole material, pois é o bem da vida pretendido através da ação judicial, o 
bem jurídico almejado que o demandante espera conseguir com a tomada daquela 
providência. 
 
A todo pedido mediato (relativo ao direito material) posto em litígio corresponde a um pedido de pretensão 
jurisdicional (pedido imediato). 
 
No pedido existe um princípio da CONGRUÊNCIA que significa que o juiz está absolutamente preso ao pedido. 
Se não pede não pode ganhar. 
 
2.2.2.3. IDENTIFICAÇÃO DA AÇÃO: 
 
Quando identificamos a demanda, conseguimos identificar quando há demandas iguais (identidade dos três 
eadem) ou quando as demandas são semelhantes. 
 
DEMANDAS IGUAIS - Quando duas ações idênticas estão ainda em trâmite, porém a que 
for apresentada mais posteriormente, será extinta. É uma tese de defesa. 
 
 
 DEMANDAS SEMELHANTES - Demandas conexas e continentes são aqueles que temos em 
semelhante dois elementos da ação. Aqui não será extinto e sim reunidos os dois processos 
pelo fenômeno processual da Prevenção. 
 
2.3. CONDIÇÕES DA AÇÃO 
 
Requisitos indispensáveis para o exercício da ação. Exercem função de filtro para analisar se a demanda vai 
prosseguir ou não. Se faltar uma dessas condições a demanda não poderá ir mais adiante e o juiz proferirá sentença 
sem resolução do mérito. 
 
A. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: é a inexistência de vedação pelo ordenamento jurídico das hipóteses 
em abstrato. O pedido tem que ser possível (em abstrato) de ser acolhido pelo ordenamento jurídico, não 
pode ser um pedido que o próprio ordenamento proíba. Ex: cobrança de dívida de jogo de azar, reclamar 
que a droga não está pura. 
 
B. INTERESSE DE AGIR: é preciso que em cada caso concreto a pretensão jurisdicional solicitada seja 
necessária e adequada. 
 
a. NECESSIDADE: Fala-se em necessidade do provimento jurisdicional quando somente por meio dele, o 
sujeito poderá obter o bem almejado. Impossibilidade do autor de resolver aquela demanda sem a 
- Coisa Julgada 
- LitisPendência 
- Conexão 
- Continência 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
12 intervenção estatal. Uma vez que possa ser alcançado o resultado sem a pretensão judicial, não existirá interesse de agir. 
b. ADEQUAÇÃO: diz respeito ao procedimento escolhido pelo autor. A opção pelo meio processual que 
possa produzir resultado útil. Para utilizar o provimento jurisdicional para resolução do meu conflito eu 
preciso utilizar o procedimento/instrumento adequado, sob pena da minha demanda não seguir adiante. 
O provimento deve ser apto a corrigir o mal de que o autor se queixa, sob pena de não ter razão de ser. 
 
C. LEGITMIDADE “AD CAUSAM”: capacidade de ser parte com poder jurídico de conduzir validamente um 
processo em que se discute um determinado conflito. 
“AD CAUSAM” (ATIVA/PASSIVA): esse nome indica a legitimidade do indivíduo de ser autor e de ser 
requerido. Só podem estar nesses polos aqueles envolvidos na lide, se não estiverem não tem legitimidade. As 
partes têm que ter PERTINÊNCIA SUBJETIVA COM O DIREITO MATERIAL. Se subdivide em: 
 
a. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: quando o próprio titular do direito material vai a juízo em nome próprio 
pleitear/defender direito próprio. 
 
b. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA (Substituição processual): conferida por lei, permite ir a juízo em 
nome próprio defender direito alheio. Está substituindo na condição departe. Ex: MP, sindicatos, 
associações. 
 
2.4. CAPACIDADE 
A. DE SER PARTE 
Todos independentemente de sua idade ou mesmo sanidade mental gozam da capacidade de ser parte. Capacidade 
de Direito. Sobrevindo a incapacidade de uma das partes o processo não se extingue, devendo a parte ser 
representada ou assistida. A capacidade de ser parte é uma condição da ação, sem ela gera carência da ação que 
tem como efeito a extinção do processo sem julgamento do mérito. 
 
B. DE ESTAR EM JUÍZO (capacidade processual) 
CPC: 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
 
Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Capacidade de fato. 
Exige-se a capacidade de manifestar sua vontade, pleno discernimento a fim de dar legitimidade e validade ao ato 
jurídico produzido. Assim, os absoluta e os relativamente incapazes podem ser parte, mas não podem praticar os 
atos processuais pois não possuem capacidade de estar em juízo, necessitando de ser representado (capacidade 
processual suprida) ou assistido (capacidade processual integrada) – vale para ambos os polos. 
 
A capacidade processual significa assim a aptidão para praticar-se atos processuais pessoalmente, enquanto que a 
legimatio ad causam possui aquele que é o titular do direito material deduzido em juízo. 
 
CC: 
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos 
do nascituro. 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que,por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
13 
C. POSTULATÓRIA: é a aptidão para a prática de atos dentro do processo, que é conferida aos 
advogados e membros do Ministério público e Defensoria Pública. Conferido por lei. Único sujeito processual 
que pode praticar atos processuais para as partes por ter conhecimento jurídico. 
 
Capacidade processual não se confunde com a capacidade postulatória, que é a aptidão que se tem para 
procurar em juízo. 
A capacidade de estar em juízo e a postulatória são pressupostos processuais cuja ausência gera nulidade do 
processo face a ausência da existência e da validade da relação jurídica processual. 
 
2.5. CARÊNCIA DA AÇÃO 
Quando falta uma das condições da ação ela tem carência da ação. O magistrado declara que há falta de condição 
da ação e profere uma sentença extintiva sem resolução do mérito. O momento propício para que o juiz analise as 
condições da ação é quando recebe a petição inicial. Quando recebe a petição inicial vai usar a Teoria da Asserção. 
 
2.5.1. TEORIA DA ASSERÇÃO (STATUS ASSERTIONS) 
Cabe ao juiz admitir provisória e hipoteticamente que as afirmações do demandante são verdadeiras e com isso 
considerar presentes as condições da ação no processo no momento da propositura da ação. Não precisa de provas. 
Basta as meras afirmativas da parte autora para considerar presentes as condições da ação. Posterior análise sobre 
a veracidade será considerada na decisão de mérito. (usada no nosso ordenamento) 
 
2.5.2. TEORIA DA EXPOSIÇÃO/COMPROVAÇÃO 
Não é utilizada no nosso sistema, mas é a teoria que diz que as condições da ação devem ser demonstradas pelas 
partes, cabendo inclusive produzir provas para convencer o juiz da sua existência. Não basta afirmar tem que 
comprovar/provar as condições da ação. 
 
Condição da ação é matéria de ordem pública então em qualquer momento o juiz pode analisar e o vício será de 
nulidade absoluta. 
 
2.5.3. TEORIA DA PROSPECTAÇÃO 
A falta de condição da ação deve ser prontamente reconhecida o quanto antes. Quando se verifica a inexistência 
das condições da ação só ao final do processo diante das provas produzidas, o juiz deverá usar essa teoria e ao invés 
de declarar carência da ação, deverá proferir uma sentença com resolução do mérito. 
Irá julgar improcedente o mérito, visto que já transcorreu todo o processo. Por que ele tem que resolver? Porque 
entra em cena a coisa julgada poderá e nunca mais poderá pleitear demanda contra aquele requerido. 
Imutabilidade é só para sentença com resolução do mérito. 
 
2.6. CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO 
2.6.1. AÇÃO CIVIL 
Só existem 3 espécies de demanda: 
2.6.1.1. AÇÃO COGNITIVA (CONHECIMENTO): O objetivo dessa demanda é o acertamento do direito 
material. Declaração do direito material. O juiz só irá dizer quem tem e quem não tem o direito material. São 
classificadas ainda de acordo com a natureza do provimento jurisdicional que se quer: 
 
DICA PARA SABER QUANDO SERÁ ASSISTIDO OU REPRESENTADO: RIA 
 R I A 
 OS RELATIVAMENTE INCAPAZES SÃO ASSISTIDOS
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
14 2.6.1.1.1. CONDENATÓRIA: ação (demanda) cognitiva condenatória – ex tunc – quando o juiz concede pedido condenatório, essa sentença efeitos ex tunc, retroagindo ao que for prova de direito material. 
2.6.1.1.2. CONSTITUTIVA: o efeito é ex nunc – pois apenas a partir da sentença constitutiva é que um 
direito será constituído ou desconstituído. Ex: divórcio – será divorciada dali pra frente. 
 
2.6.1.1.3. DECLARATÓRIA: ex tunc – se a ação contiver pedido meramente declaratório observando 
uma situação jurídica qualquer, terá efeito retroativo à época da existência ou inexistência da relação jurídica. 
 
2.6.1.2. AÇÃO DE EXECUÇÃO: visa a satisfação do direito material do credor. Dar efetividade ao direito que 
o juiz alegou que a parte tem. Não se discute qualquer acertamento do direito material, já está 
decidido, já está certo, o que se discute nessa ação é na verdade a satisfação do crédito. 
 
2.6.1.3. AÇÃO CAUTELAR: objetivo de evitar o perecimento/deterioração de um direito material ou 
processual. Pode ser iniciado antes da ação de conhecimento ou durante a ação de conhecimento. É 
uma ação acessória da ação de processo de conhecimento. Pode então ser: 
 
2.6.1.3.1. PREPARATÓRIA: Apresentada antes do processo de conhecimento – é a cautelar que a parte 
apresenta antes do processo cognitivo. 
2.6.1.3.2. INCIDENTAL: Apresentada durante o processo de conhecimento – é a cautelar qua a parte 
apresenta antes do processo cognitivo. 
 
2.6.2. AÇÃO PENAL 
 
- Jus puniendi - Quando a lide é de natureza penal, surge para o estado o direito de punir. Nós, cidadãos, não temos 
o direito de punir ninguém, nem resolver os conflitos pela autotutela. 
- Pretensão Punitiva estatal – Quando a lide é penal, surge a pretensão do Estado de punir. Que são diferentes do 
raciocínio de lide do dir. privado. 
- Dominus Littis (MP tem legitimidade ad causam) – No processo penal, através de lei, a CF conferiu a um órgão 
estatal a prerrogativa exclusiva de ser o único legitimado da ação penal incondicionada ou condicionada que é o 
Ministério Público. O MP é o dominus littis, ou seja, dono da ação, ele é o único que possui legitimidade “ad causam” 
ativa nessas ações (condicionada ou incondicionada). 
 
2.6.2.1. Ação Penal Comum (de natureza pública): 
2.6.2.1.1. Incondicionada – O MP não precisa preencher nenhum requisitos para representar ação, havendo 
indícios de que foi o criminoso, o MP pode, de imediato, apresentar ação penal. 
 
2.6.2.1.2. Condicionada: 
- Representação (ofendido) – O MP só pode agir, depois que o ofendido apresentar sua representação, a 
representação é uma autorização para o MP representa-lo em juízo. Eu faço uma representação, para que o MP 
apresentação ação penal pública condicionada em face da minha pessoa que tive meu direito material violado. 
- Requisição (Ministro da Justiça) – Para saber qual tipo de ação penal é seguinte: Se a lei se silenciar a ação é 
pública incondicionada. Quando for condicionada ou privada o tipo penal irá dizer. 
 
2.6.2.2. Ação Penal Privada: 
Nessas ações, o particular terá legitimidade ad causam ativa. São estabelecidas por lei, onde a vítima pode 
apresentar representação penal privada, ela escolhe se quer ou não sanção estatal -> Crimes contra a honra, e 
crimes sexuais. 
2.6.2.1. Exclusivamente Privada – Só a vítima pode apresentar, apenas ela tem legitimidade ad causam. 
 
2.6.2.2. Subsidiária da pública – O MP, na ação penal pública incondicionada, tem um prazo de 6 meses para 
apresentar a demanda, se o MP não o faz, o particular poderá fazer, e isso será ação penal será privada subsidiária 
da pública, pois diante da omissão do MP tornou-se privada. Só vale para as ações condicionadas. 
 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
15 3. DEFESA A defesa nem sempre teve essa importância, era um dos temas do processo. Após a CF/88, recebeu status de 
Instituto Fundamental do direito processual. 
3.1. CONCEITO 
A defesa não é obrigação, nem faculdade é um ônus. Se o requerido não apresentar defesa sofrerá consequênciasde ordem processual. 
Não é obrigação, pois vai ter defesa mesmo que não haja peça de defesa. É um ônus, está dentro do poder 
dispositivo, mas caso escolha não exercer o seu direito sofrerá consequências processuais. 
3.2. NATUREZA JURÍDICA 
Direito/Poder subjetivo público de apresentar oposição. É um direito análogo ao direito de ação. 
Dentro da relação processual, ambas as partes tem os mesmo direitos, em pé de igualdade. Então defesa é o 
poder de resistir, caracterizando-se como exato contraposto da ação. 
3.3. DEFESA NO PROCESSO PENAL – ampla defesa e contraditório 
Para o réu continua sendo ônus, mas para o Estado tem a obrigação de efetivar a defesa. Se o réu não apresenta a 
sua defesa, o Estado tem que providenciar uma defesa técnica. Por causa do objeto ser a liberdade do réu, exige-
se a efetividade da defesa. 
3.4. ESPÉCIES DE DEFESA 
3.4.1. Contestação 
3.4.2. Reconvenção 
3.4.3. Exceção: 1) incompetência; 2) Suspeição; 3) Impedimento – art. 134/135 CPC 
Quando o requerido é chamado para se defender, ele poderá apresentar uma delas, ou mais de uma, mas de 
maneira adequada, se quiser apresentar todas, terá que apresentar em peças autônomas, mas em um ato único 
tudo em um prazo de 15 dias. Não pode parcelar a defesa, é ato único. Apresenta-se e consuma-se e não existe 
emenda. 
3.5. CLASSIFICAÇÃO DILATÓRIA – vícios de procedimento 
 (PROVOCA ATRASO NO PROCEDIMENTO) 
 
3.5.1. DEFESA PROCESSUAL/RITO/FORMAL 
 Exceção de Coisa Julgada 
 PEREMPTÓRIA 
 (PROVOCA A EXTINÇÃO DO PROCESSO) 
 Exceção de Litispendência 
 
 DIRETA: nega o fato constitutivo do direito do autor 
3.5.2. DEFESA DE MÉRITO/SUBSTANCIAL/MATERIAL 
INDIRETA: não nega o fato constitutivo do direito do autor, 
MAS apresenta outros fatos:modificativo; extintivo;impeditivo 
 
 
Vícios e regularidades de natureza de Direito 
Processual que não tem qualquer ligação com 
o direito material. 
Contrapõe diretamente a tese autoral. Autor 
apresenta provas do seu fato constitutivo e o 
requerido tem que apresentar provas 
desconstitutiva do direito do autor. Requerido 
não pede, se defende. 
Fatos que irão modificar, extinguir ou 
impedir o direito do autor. Fatos que 
irão desconstituir o direito do autor. 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
16 4. PROCESSO PROCESSO não é: demanda, ação, autos, procedimento. O processo que nos interessa é aquele inserido no mundo 
jurídico. Processo é um fenômeno jurídico científico, um conceito abstrato. Não é um pedaço de papel. 
4.1. Autos/ Procedimento/ Processo 
• Autos: Materialidade dos documentos em que se corporificam os atos do processo. É o conjunto de 
documentos que são arquivados em uma capa. Nada mais é que um ARQUIVO. Todo ato processual deve ser 
documentado e guardado nos autos de modo sequencial para ser visualizado procedimento. Se eu arquivo aqueles 
documentos de maneira completamente aleatória, eu não vou conseguir visualizar o procedimento. Autos não é 
sinônimo de processo. 
• Procedimento: Aspecto formal do processo. Meio intrínseco pelo qual se instaura, desenvolve e termina o 
processo. É a realidade fenomenalógica perceptível do processo. É o meio pela qual a lei evidencia os atos e 
fórmulas da ordem legal do processo. É o conjunto de atos praticados de forma ordenada e sucessiva no bojo da 
relação jurídica processual. – Conceito que está inserido no conceito de processo, procedimento não é sinônimo de 
processo. Na fase sincretista era sinônimo, mas hoje em dia não. Procedimento é o conjunto de atos ordenados e 
sucessivos. O procedimento é a forma extrínseca do processo. É através do procedimento que eu consigo perceber 
o processo em seu bojo. 
 
 
 
 
 
• Processo: Instrumento através do qual a jurisdição opera. É o instrumento para legitimação do poder. O 
processo é uma entidade complexa, pode ser evidenciado sob o aspecto dos atos que lhe dão corpo e da relação 
entre eles (procedimento) e igualmente sob o aspecto das relações entre os seus sujeitos (relação processual). – A 
jurisdição precisa de um meio para pacificação de conflitos, e ela assim a faz através do processo. A jurisdição é a 
expressão do poder, e o processo é o instrumento de legitimação desse poder. 
4.2. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
É a de relação processual. O processo não se reduz a mero procedimento, mero regulamento de formas e ordem 
dos atos do juiz e das partes, ou mera sucessão de atos. Os sujeitos, no processo, estão interligados por uma série 
muito grande de liames jurídicos, sendo titulares de situações jurídicas em virtude das quais se exige de cada um 
deles a prática de certos atos do procedimento. A relação jurídica é exatamente o nexo que liga dois ou mais 
sujeitos, atribuindo-lhes poderes, direitos, faculdades e os correspondentes deveres, obrigações, sujeições e ônus. 
A natureza jurídica do processo é de relação processual. Então, eu sou um cidadão, estou tranquilo, e não estou 
inserido no mundo processual, quando alguém lesiona meu direito material, e eu não tenho outra forma de resolver 
o conflito a não ser através do direito processual, quando eu ajuízo uma ação através da petição inicial eu entro em 
outro mundo: Direito processual. Ou eu entro como autor, ou como requerido. Quando eu entro nesse mundo, a 
partir do primeiro instante eu passo a ter uma série de deveres e sujeições, e eu só saio dele, quando transitado 
em julgado o provimento jurisdicional final. Quando eu entro nesse mundo, eu serei sujeito ligado, farei parte dessa 
relação com outros sujeitos. Ex: Ao protocolar minha petição inicial eu passo a ter obrigações e deveres com relação 
ao requerido, o Estado da mesma forma comigo, e a cada ato que eu pratico, cria-se novas relações, obrigações e 
deveres. 
 
PROCESSO 
ATO PROCESSUAL 
 PROCEDIMENTO 
RELAÇÃO ENTE ELES 
RELAÇÃO ENTRE SUJEITOS 
PROCESSO PRECISA DE OUTROS ELEMENTOS PARA FORMÁ-LO. 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
17 4.3. SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - Estado-juiz (poder jurisdicional) 
- Autor/ Demandante 
- Requerido/ Demandado 
 
A triangular é a mais utilizada. A configuração angular é utilizada de vez em quando em algumas relações. A linear 
não é utilizada. 
4.3.1. Objeto da Relação Jurídica Processual 
O objeto é o serviço jurisdicional que o Estado tem o dever de prestar, consumando-o mediante o provimento final 
em cada processo. 
O objetivo dessa relação é a prestação jurisdicional que o estado tem o dever de prestar, esse objeto só se consuma 
quando do provimento final (sentença transitada em julgado) em cada processo. Ex: Se houver uma demanda de 
investigação de paternidade em face do Sandro, ele estará inserido naquele mundo processual, até o provimento 
jurisdicional final, que gerará solução do conflito. 
4.4. PRESSUPOSTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL 
Se forma no momento que o autor apresenta a sua demanda. Exerce seu direito de ação. 
As condições da ação tem um papel de “filtro” para que a demanda não prossiga de maneira equivocada, etc. Dessa 
forma atuam os pressupostos processuais, mas agora, eles irão filtrar as impurezas da relação jurídica processual, 
e não mais da demanda (que são filtradas pelas condições da ação). 
São requisitos para a constituição de uma relação jurídica processual válida e regular.A ausência de um dos Pressupostos Processual leva à extinção do processo sem resolução do mérito (267, IV, CPC). 
Esses pressupostos são requisitos de validação e regulação dos atos processuais, se houver falta de um desses 
requisitos, levará a uma sentença sem resolução do mérito. 
A fórmula dos Pressupostos Processuais é: “Uma correta propositura da demanda, feita perante uma autoridade 
jurisdicional, por uma pessoa (física/ jurídica) capaz de ser parte em juízo”. - 
Ou seja: 
- Demanda regularmente formulada (art. 2º CPC / art. 24 CPP) - 
- Capacidade de quem a formula; - 
- Investidura do destinatário da demanda, isto é, do juiz. 
4.5. CLASSIFICAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
18 4.5.1. SUBJETIVOS: A) Referentes ao Juiz: Pressupostos relativos a própria função do juiz. 
- Imparcialidade 
- Investidura 
- Competência 
B) Referentes às Partes: 
- Capacidade de estar em Juízo 
- Capacidade Postulatória (Legitimatio ad Processum) 
4.5.2. OBJETIVOS: 
A) Intrínsecos: São pressupostos que fazem parte, estão dentro da relação jurídica processual. 
- Regularidade Procedimental – No procedimento, é necessário haver ordem, se acontecer eu tenho uma ausência 
de regularidade processual. 
- Citação válida – A citação, que é a comunicação ao requerido para apresentar a defesa, se não for feita de forma 
valida, haverá extinção do processo. 
B) Extrínsecos – São fatores externos que vem causar vício a relação jurídica processual. Então o pressuposto é a 
ausência desses vícios. 
- Ausência de Impedimentos: 
 Coisa Julgada – Tenho duas demandas idênticas, uma já foi julgada, há vício extrínseco que leva a extinção 
do processo. Essa relação jurídica não pode prosseguir pois trata de uma ação repetida e já julgada. 
 Litispendência 
 Compromisso Arbitral – Compromisso que as partes fazem de se comprometer à arbitragem, e uma vez 
feito, não poderá voltar a jurisdição. 
A não sanação dos vícios dos pressupostos processuais, gera a extinção do processo. Pressuposto processual é 
irmão das condições da ação. Os pressupostos processuais: a relação é uma relação jurídica que perdura no tempo, 
enquanto houver o processo, a relação jurídica está em vigor, e o vício pode surgir durante todo esse período. Já 
as condições da ação não, o vício se concretiza quando se protocola a petição inicial, pois é aqui que será 
apresentado os fundamentos, e se vê se as condições estão sendo atendidas. 
4.6. CARACTERÍSTICAS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL 
- Complexidade. Pluralidade de Posições Jurídicas ativas e passivas. – Falamos que a relação jurídica é complexa, 
pois há uma pluralidade de posições jurídicas ativas e passivas, durante essa relação, essas posições jurídicas são 
múltiplas, o autor tem direito de apresentar demanda, surge para o estado o dever de impulsionar a demanda, e 
assim surge para o requerido o ônus de apresentar defesa. 
- Progressividade (dinamismo). Durante a Relação Jurídica Processual passa-se de posição em posição. – Passa-se 
posição em posição, ou seja, a partir do momento que chega o momento que o requerido é citado, ele tem o ônus 
de apresentar sentença, e tem que agir. 
- Unidade. Todos os atos processuais e todas as posições jurídicas são coordenadas a um objetivo comum, o 
provimento jurisdicional final. – Tudo é idealizado para o provimento jurídico definitivo. 
- Caráter tríplice. Existência de 03 sujeitos (Estado/Juiz, autor e requerido). Para que eu tenha uma relação jurídica 
completa eu tenho que ter a presença de autor, juiz e réu. 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
19 - Natureza Pública. A Relação Jurídica Processual se dá com a presença do Estado/Juiz, e sempre no interesse público. – Pois as normas de dir. processual são normas de ordem pública, pois o estado através do seu representante estará sempre presente nessa relação, e todos os atos praticados são feitos no interesse público 
(eminentemente presente pela função da jurisdição que é resolver o conflito). 
4.7. ATOS PROCESSUAIS (art. 154/261 CPC) 
É espécie de ato jurídico. É como se fosse a teoria geral dos atos processuais. O fato é um acontecimento e o ato é 
uma ação humana. O Fato, sem a ação do homem, pode ocorrer, pode ser fenômeno da natureza por exemplo. O 
Ato não ocorre sem ação humana. Os atos processuais tem suas regras nesses 108 artigos. Ato processual é uma 
espécie de ato jurídico, que acontece dentro da relação jurídica processual. 
4.7.1. CLASSIFICAÇÃO: 
A- ATOS DAS PARTES 
B-ATOS DO JUIZ: 
- Despacho (irrecorrível) - Ato processual que visa impulsionar a demanda, compete ao magistrado praticar essas 
espécie de ato, esse despacho, em regra é irrecorrível. 
- Decisão (recorrível) - decisões (o juiz decide questões que não extinguem a relação processual, pois se extinguir 
vira sentença). 
- Sentença/ Acórdão (recorrível) - sentença é o provimento jurisdicional final, onde ele extingue uma relação 
processual, resolve o mérito). O acórdão é o irmão da sentença que é proferido por um colegiado. 
C- ATOS DO SECRETÁRIO DE JUÍZO 
- Documentação 
- Comunicação 
4.6.2. FORMA DOS ATOS: 
- Solenes: Pregão, Citação - aqueles em que exige-se forma definida e prévia determinada pela lei processual: ex: 
Pregão, citação. 
- Não solenes - basta que atinjam suas finalidades. 
4.6.3. PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
- regra geral: Os atos são Públicos 
- exceção: Segredo de justiça (sigiloso). Art. 155 CPC. - Atos processuais sigilosos: audiências na vara de família. 
 
4.6.4. TEMPO E LOCAL DOS ATOS PROCESSUAIS: 
- regra: sede do juízo, nos dias úteis, das 6:00h às 20:00h. (art. 172, §1º CPC). Em regra os atos processuais são 
praticados na sede do juízo, das 6 às 20, e nos dias úteis. Se o juiz marcar um ato processual posterior as 20, o ato 
não é válido. Se o ato processual iniciar antes das 20, e perdurar até após as 20, não haverá problema algum. Em 
regra também não poderão ser praticados em sábado, domingo e feriado. 
- exceção: Citação, penhora (domingos/ feriados, fora do horário normal) – 172, §2º CPC. Citação e Penhora são 
exceção, pois poderão ser praticados em horário e local diferentes. 
4.8. PRAZO 
4.8.1. CONCEITO 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
20 Lapso temporal em que o ato Processual pode ser validamente praticado. Lapso temporal fixado para a prática de um determinado ato de forma válida. Todo ato processual tem prazo! Não existe nenhum um ato processual q não tenha prazo. Se o juiz na sua decisão não estipula prazo nem a lei estabelecer o 
prazo, a própria lei processual determina q o prazo é de 5 dias! O prazo serve para ser cumprido, mas 
além disso, é um fenômeno que proporciona a celeridade processual. Estabelece um tempo razoável de 
duração para o encerramento do processo. Quando as partes e o juiz cumprem rigorosamente os prazos, 
teremos um processo com duração em um tempo razoável. Além disso, o prazo impede a repetição de 
atos; se a lei estabelece um prazo, é para ser cumprido, se não for cumprido, a parte não poderá mais 
praticar o ato, e consequentemente teremos um ganho em âmbito de celeridade. Se a parte pudesse 
ter o prazo concedendo-lhe novamente o processo seria muito demorado. Não há retroatividade. Fora 
do prazo o ato é inválido. 
 
4.8.2. CLASSIFICAÇÕES 
A) Quanto a origem: 
- Legais – São os prazos fixados pelo legislador (pela lei). 
- Judiciais – Quando a lei permite ao juiz fixar o prazo para determinado ato, e assim ele será judicial. 
Lembrando que todo ato processual tem prazo, se o juiz não estipula e a lei não estipula, o prazo será 
de 5 dias. 
B) Quanto às consequências Jurídicas: 
- Próprio: Caso não respeitado incide a preclusãotemporal. – Se a parte não praticar o ato dentro do 
prazo fixado, incidirá o fenômeno da preclusão. Se a parte tem o prazo de 5 dias pra praticar 
determinado ato, e não o faz dentro do prazo, incidirá preclusão, e ela não poderá mais praticar o ato 
(prazo próprio). Se o fizer depois do prazo o ato processual não é válido, e não poderá mais ser 
praticado. A preclusão é a perda do direito de praticar o ato de forma válida. 
- Impróprio: Não implica perda da possibilidade de praticar o ato. – É aquele que foge um pouco a sua 
finalidade (gerar um tempo razoável ao processo, estimular a parte para praticar o ato dentro do 
prazo), esse tipo de prazo é aquele que não implica a perda da possibilidade de praticar o ato, mesmo 
após o encerramento do prazo. Ex: O juiz tem 10 dias pra proferir sentença quando o procedimento é 
civil ordinário, se não o fizer em 10 dias, ele poderá fazer sim! bem como DEVERÁ fazer, ou seja, é um 
prazo impróprio pois não gera perda da possibilidade de praticar o ato, após o vencimento do prazo. 
C) Quanto à natureza: 
- Dilatória: podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes. Ex: prazo de 
suspensão. – São prazos que podem ser modificados pela convenção das partes, ou reduzidos ou 
aumentados. Ex: Prazo de suspensão as partes podem estipular um tempo para que o prazo fique 
suspenso. 
- Peremptória: Não permite alteração. Ex: prazo para defesa, para recorrer. – Prazos que jamais podem 
ser modificados. Prazo para resposta é de 15 dias, e não poderá ser alterado de forma alguma. Nem o juiz 
pode modificar os prazos peremptórios, se o fizer, haverá nulidade absoluta. 
 
4.8.3. CURSO DE PRAZO 
Todo prazo é em regra contínuo. – se o prazo estipulado (legal ou judicial) é de 10 dias, iremos contar 
10 dias corridos, ou seja, contamos o sábado, domingo e feriado! É corrido, não para, não suspende 
por causa do sábado, domingo e feriado. 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
21 Os prazos processuais, regra geral, não se interrompem. - Isso significa que no direito processual não existe interrupção de prazo, existe suspensão, mas não existe interrupção de prazo. A diferença entre interromper e suspender é que na interrupção do prazo, o prazo é zerado, zera o que já havia sido 
transcorrido, e recomeça a contagem (não existe no direito processual). 
Os prazos processuais podem ser suspensos. - Já suspensão existe no direito processual, quando há 
suspensão de prazo significa dizer que o curso do prazo para de contar, até o momento que encerra a 
suspensão e volta a contagem de onde havia parado. 
 
Contagem dos prazos 
1- Os prazos começam a fluir a partir do dia útil seguinte à intimação. 
2- Exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. 
3- Intimação por diário da justiça (Lei 11419/06) 
A intimação dar-se-á no dia útil seguinte ao da publicação. 
 I------------------I-----------------I------------------------------------I 
Publicação Intimação Termo 'A quo' Termo 'Ad quem' 
 
Para contar o prazo, eu preciso saber o seu termo inicial (A quo) e o seu termo final (Ad quem). Além disso, preciso saber 
o dia de determinados atos em que a lei considera intimado a parte para a prática do ato. Os prazos começam a fluir no 
dia útil seguinte à intimação. A contagem não inicia no dia da intimação!! Ex: eu intimei a parte, via mandado (via oficial 
de justiça), a parte tem um prazo de 10 dias para praticar o ato, a data da intimação será a data em que o mandado for 
juntado nos autos. Então supomos que o mandado foi juntado nos autos no dia 1º de dezembro, o dia da intimação será 
no dia 1º de dezembro, e a contagem do prazo acontecerá no dia útil seguinte ao da intimação, então se a data da 
intimação é 1/12, eu vou começar a contar o prazo no dia 2/12 (termo ‘A quo’) (caso dia 2 seja dia útil), e o prazo se 
encerrará no dia 11/12 (termo ‘ad quem’) (caso dia 11 seja dia útil). Excluo o dia da intimação e incluo o último dia até as 
20 horas. Mas, no caso narrado, caso o dia 2/12 seja sábado ou feriado, não será no dia 2, mas no dia útil seguinte ao da 
intimação. E veja, eu só não posso começar a contar, nem terminar em sábado, domingo ou feriado, mas a partir do 
momento em que se inicia o prazo, incluem-se os feridos sábados e domingos na contagem. Essas regras só valem para o 
direito processual. Mas veja, quando se tratar da intimação por diário da justiça, a data da intimação não coincidirá com 
a data da publicação, regra geral, o artigo 4, § 3º da Lei 11.419/06 diz: Considera-se como data da publicação o primeiro 
dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Assim, conta 2 dias para então ser 
o próximo dia útil o termo a quo. Depois segue a regra. 
 
4.8.4. PRECLUSÃO 
Preclusão é a perda da possibilidade de praticar determinado ato processual de forma válida. – É um conceito 
abstrato. Se eu não praticar o ato dentro do prazo, preclui. É o fenômeno processual que impede que o ato 
processual retroaja, impede que a parte possa praticar o ato novamente. 
4.8.4.1. Espécies: 
- Temporal: Ocorre quando a parte deixa de praticar o ato no tempo devido. (preclusão para as partes). – Eu tenho 
15 dias para responder, se a parte não praticar, irá precluir, e não poderá mais praticar. 
- Lógica: Decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro que se quer praticar. (preclusão para as partes). 
– Ex: o juiz profere a sentença, a parte tem 15 dias parar recorrer, no 5º dia, a parte junta uma petição dizendo 
que está renunciando ao prazo recursal. No 10º dia, contados da sentença, a mesma parte vem e apresenta recurso. 
Esse recurso é logicamente incompatível com o ato processual anterior de renúncia ao prazo recursal. 
- Consumativa: Decorre da própria prática do ato. (preclusão para as partes). – Decorre da própria prática do ato, 
ou seja, eu não posso praticar um mesmo ato processual duas vezes, uma vez praticado o ato, está praticado. Não 
se importando se bem ou mal, completo ou incompleto. Ex: eu, advogado, tenho 15 dias pra responder em nome 
do meu cliente, no 5º dia eu apresento a contestação, no 10º dia eu lembro de uns documentos que eu poderia ter 
Resumo de Teoria Geral do Processo – 2º bimestre 
22 apresentado que, via de consequência, iriam ter sustentado uma tese defensiva que poderia ter livrado meu cliente, uma vez já praticada a contestação, não poderei praticá-la de novo. Há exceção com relação a petição inicial, que poderá ser editada enquanto não vencer o prazo. 
- Pro Iudicato (preclusão para o juiz): É a preclusão para o juiz; este não pode decidir normalmente questões já 
decididas, exceto as de natureza pública. – O juiz não pode decidir questões que já estão decididas dentro do 
processo, exceto questões de natureza pública: Condições da ação, pressupostos processuais, etc. Mas fora essas 
questões, o juiz não pode ficar redecidindo questões já decididas.

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