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Alimentação e nutrição de animais silvestres

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1 
 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES 
Henrique Luís Tavares 29 
INTRODUÇÃO 
 Na modernidade a preocupação com a biodiversidade é um fenômeno mundial, ao mesmo 
tempo em que se verifica que cada vez mais espécies animais encontram-se ameaçadas de extinção. 
A manutenção de animais selvagens em cativeiro em nome da conservação das espécies, 
preservação da biodiversidade e do patrimônio natural é uma estratégia realista dos 
empreendimentos de uso e manejo de animais silvestres nativos e exóticos e a zootecnia aliada à 
nutrição animal é uma ferramenta fundamental neste processo, para garantir um bom nível de saúde 
dos animais ou o pleno exercício de seu comportamento natural e atividade reprodutiva. 
Nutrição é a ciência que estuda as necessidades diárias de todos os nutrientes (proteínas, 
gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e água) sendo que os requerimentos nutricionais variam 
conforme a idade, sexo, estado físico, modo de vida do animal e fatores bioclimáticos. O objetivo é 
fornecer uma dieta balanceada para uma necessidade fisiológica específica e individual para cada 
estágio da vida. Uma nutrição adequada é fator determinante para um correto desenvolvimento do 
filhote e propicia condições para uma excelente saúde geral e desempenho futuro. Uma nutrição 
inadequada, excesso ou deficiência de nutrientes pode resultar em alterações fisiológicas, 
predispondo o organismo animal a sérios problemas, como incorreto desenvolvimento corporal e 
constituição óssea, obesidade além de alterações metabólicas e reprodutivas. 
 O sucesso dos programas de conservação e preservação está diretamente relacionado a uma 
alimentação e nutrição adequada. O fornecimento de dieta balanceada é fator preponderante ao bem 
estar animal, imunidade e resistência às doenças, crescimento saudável, sucesso reprodutivo e 
longevidade de animais silvestres. Infelizmente são escassas as publicações científicas sobre as 
reais necessidades de nutrientes e metabolismo energético da fauna, bem como dos alimentos 
naturais consumidos, sua composição bromatológica e digestibidade, além de poucos trabalhos 
mensurando real consumo, comportamento alimentar e seletividade dos alimentos em cativeiro. 
_____________________________________ 
29Zootecnista - Fundação Parque Zoológico de São Paulo FPZSP, E-mail: htavares@sp.gov.br 
 
 2 
 
ZOOTECNIA DE SILVESTRES 
 A Zootecnia dos Animais Silvestres tem avançado significativamente nos últimos 25 anos, 
reduzindo substancialmente a incidência de animais inapropriadamente nutridos em cativeiro. O 
Zootecnista sabe o que cada animal realmente gosta de comer e o que pode fazer bem ou mal a cada 
um deles; sendo um profissional com conhecimentos científicos preparado para atuar na pesquisa 
ou assistência técnica dos diferentes sistemas de conservação e preservação de fauna em cativeiro, 
otimizando a utilização dos recursos potencialmente disponíveis e tecnologias sociais, ambientais e 
economicamente adaptáveis. Desenvolve trabalhos na área de nutrição animal, utilizando 
conhecimentos bioquímicos e fisiológicos sobre o funcionamento do organismo animal, suprindo 
suas exigências, com equilíbrio fisiológico. 
 A aplicação da nutrição animal deve obedecer a regras bem definidas e baseadas em fatores 
como: a ecologia (sustentabilidade ambiental), a qualidade (aceitabilidade e segurança alimentar) e 
a responsabilidade (proteção humana, animal e ética) (Ludke, 2000). 
 Na determinação de uma dieta adequada para os animais em cativeiro, é importante 
considerar sua dieta no habitat natural e suas adaptações fisiológicas no consumo destes itens 
específicos. Critérios para formulação de dietas devem abordar necessidades nutricionais dos 
animais, ecologia alimentar, bem como históricos individuais e naturais para assegurar que padrões 
específicos de alimentação e comportamentos da espécie sejam estimulados (AZA, 2011). 
 
Imag.1 - Girafa forrageando acácia na natureza e feno em cativeiro (Morguefile, 2014). 
 
 
 3 
 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE SILVESTRES COMO FERRAMENTA DE 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO 
Nos termos da Convenção sobre Diversidade Biológica CDB, conservação in situ é definida 
como sendo a conservação dos ecossistemas e dos habitats naturais e a manutenção e a 
reconstituição de populações viáveis de espécies nos seus ambientes naturais e, no caso de espécies 
domesticadas e cultivadas, nos ambientes onde desenvolveram seus caracteres distintos. A 
conservação ex situ, por sua vez, envolve a manutenção, fora do habitat natural, de uma 
representatividade da biodiversidade, de importância científica ou econômico-social, inclusive para 
o desenvolvimento de programas de pesquisa, particularmente aqueles relacionados ao 
melhoramento genético. 
Estratégias de conservação da fauna silvestre ameaçada, englobando desde a preservação de 
seus habitats até a definição de um plano de manejo, são cruciais para a manutenção de populações 
in situ e ex situ. O sucesso desses programas está diretamente relacionado a uma alimentação e 
nutrição adequada das diferentes espécies, uma vez que animais bem nutridos apresentam maior 
imunidade e resistência a doenças e possuem maior capacidade de expressar o potencial genético 
melhorando índices reprodutivos, aumentando assim as chances de sobrevivência e de perpetuação. 
Com a reprodução, a nutrição forma o sustentáculo da preservação das espécies (Pereira, 
2004). Infelizmente ainda existem poucas informações sobre as reais necessidades nutricionais e 
energéticas, bem como dos hábitos alimentares dos animais silvestres, dificultando o sucesso de 
manejo, reprodução em cativeiro e os programas de conservação na natureza. 
Há um crescente interesse nas pesquisas com a fauna silvestre nativa, sobretudo pela 
necessidade de manutenção e preservação de áreas naturais para conservação destas espécies, como 
também da possibilidade de criação destes animais nos empreendimentos de uso e manejo da fauna 
autorizados pelo IBAMA conforme a Instrução Normativa nº 169/2008. 
Conhecendo os aspectos nutricionais, especialmente as exigências de nutrientes e energia 
das diferentes categorias podemos in situ estimar a quantidade e qualidade de habitat que precisa 
reservar para preservar ou conservar o animal (Berndt, 2005), e ex situ elaborar a dieta mais 
adequada para manutenção em cativeiro. 
 
 4 
 
ECOLOGIA NUTRICIONAL DOS ANIMAIS E EVOLUÇÃO DE SEUS SISTEMAS 
DIGESTIVOS 
A vida na terra é antiga, os primeiros seres estima-se que apareceram a 3,5 bilhões de anos 
(Fig. 1) (Chaimovick, 2008). 
 
Darwin publicou em 1859 a obra "Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural". 
Segundo a teoria de Darwin, tanto os organismos vivos se originavam de um único ancestral 
comum e se transformavam ao longo do tempo. Semelhante a uma bactéria, esse primeiro ser vivo 
sofreu modificações até gerar toda a variedade de animais e plantas do planeta, seguindo um padrão 
evolutivo que permanece ativo (Moço, 2009). De acordo com a teoria da seleção natural, todas as 
espécies geram descendentes, aos quais transmitem traços hereditários. Esses descendentes, 
entretanto, não são cópias idênticas, mas comportam variações genéticas. Como nem todos 
sobrevivem em um ambiente de recursos limitados, aqueles mais adaptados ao meio tem mais 
sucesso em repassar os genes a gerações futuras, por meio da reprodução. Num prazo longo o 
suficiente, esse critério seletivo faz prevalecer indivíduos dotados de características que melhor o 
acomodam à natureza, provocando a evolução da espécie (Salatiel, 2009). 
Para as espécies atuais não bastou apenas força de vontade para sobreviver, foi preciso 
força vital. A vida precisa de energia e nutrientes paraexistir, e quase todos os animais a obtém do 
mesmo modo: através de um sistema digestivo que transforma alimento em combustível. Mas como 
ele funciona? Como os animais desenvolveram uma gama tão fantástica de aparelhos digestivos e 
tão complexos? A resposta está na evolução. 
A vida hoje é resultado de bilhões de anos de mudanças, mutações e seleção natural, e ao 
longo dos anos e em todas as espécies uma necessidade permaneceu constante: para sobreviver todo 
organismo precisa de energia e nutrientes, e para consegui-los os animais a adquirem de outros tipos 
de vida, comendo vegetais, micróbios, ou outros animais. Mas depois de comer precisam decompor 
 
 5 
o alimento para conseguir a energia e as matérias-primas necessárias para crescer e sobreviver, e, na 
maioria dos animais um sistema digestivo é responsável por isso. A evolução do trato digestivo é 
um componente importante da história da vida, todos os animais são capazes de se especializarem 
em organismos diferentes por que cada um possui aparelhos digestivos especializados (Ashe & 
Fales, 2008). 
Os sistemas digestivos evoluíram no sentido do aproveitamento mais eficaz dos alimentos 
ingeridos, podendo ser uma simples cavidade ou apresentar diferentes órgãos especializados 
(RSBCN, 2011) – Fig.2: 
 
Fig. 2. Comparação diversidade de trato gastrointestinal animais silvestres (Stevens & Hume, 1998). 
Ecologia nutricional é a ciência que relaciona o animal com seu habitat através das 
interações nutricionais (Parker, 2003). As estratégias que os animais usam para atender as 
exigências nutricionais variam de acordo com a espécie e com aspectos geográficos e sazonais do 
habitat (Berndt, 2005). 
O estudo da ecologia nutricional dos animais e da evolução de seus sistemas digestivos é 
essencial para explicar a diversidade de tratos digestórios e hábitos alimentares naturais da fauna 
atual, contribuindo na determinação das necessidades energéticas e de nutrientes das espécies e no 
entendimento da dinâmica das teias tróficas dentro de um contexto espacial e temporal. Isto permite 
a elaboração de planos de manejo mais adequados relacionados à alimentação e nutrição da fauna in 
situ e ex situ (os centros conservacionistas, zoológicos e criatórios, têm hoje papel essencial na 
manutenção de um banco genético da biodiversidade no mundo, pois possuem, às vezes, 
exemplares de espécies que na natureza já se extinguiram ou estão em vias de desaparecer 
(Almeida, 2005). 
 
 6 
 
NUTRIÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES É UM DESAFIO 
O Brasil é o maior país da América do Sul, e a nação com a maior diversidade de espécies 
no mundo distribuída nos seis biomas terrestres (Fig. 3) e nos três grandes ecossistemas marinhos 
(MMA, 2011). 
 
Fig. 3. Mapa de Biomas do Brasil (IBGE. 2004). 
No Brasil inúmeras populações vêm diminuindo rapidamente, algumas até a ponto de 
extinção, em consequência da caça predatória, contaminação do solo, da água e da atmosfera, 
causados por poluentes, perda e fragmentação do habitat, alteração de ciclos naturais hidrológicos e 
químicos, fatores que além da redução do número de espécies ocasionam também uma diminuição 
da variedade genética inclusive entre espécies de grandes populações (Primack, 2001; Heiras, 
2008). 
Estimativas indicam que o Brasil abriga mais de 13% de todas as espécies já descritas pela 
ciência (Lewinsohn & Prado, 2006) e é responsável pela gestão do maior patrimônio de 
biodiversidade do mundo. São mais de 103 mil espécies de animais que ocorrem no território 
nacional, das quais 627 estão listadas como ameaçadas de extinção. Evitar o aumento do número de 
espécies ameaçadas de extinção e preservar as já ameaçadas é uma obrigação do poder público e da 
sociedade, segundo estabelecido pelo artigo 225 da Constituição Federal (ICMBIO, 2011). A atual 
crise de extinção tem sido uma séria ameaça à diversidade biológica e um dos principais focos da 
ciência nas últimas décadas (Brooks, 2000). Em média, 700 novas espécies são reconhecidas por 
ano no Brasil. Apenas 7.302 espécies brasileiras de animais estão descritas cientificamente, apesar 
dos materiais biológicos existentes nas coleções zoológicas sugerirem que 120.384 espécies animais 
sejam conhecidas no país. 
 
 7 
 De acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, as 
estatísticas mundiais de extinção de espécies, não são nada confortáveis: entre centenas ou milhares 
de vezes acima do que é registrado na história dos processos naturais de extinção (Fontana et al., 
2003); e o Brasil contribui para esse ritmo (ICMBIO, 2011). 
 Lewinsohn & Prado (2006) estimam que, considerando as possíveis necessidades de revisão 
taxonômica, existam 1.359.400 animais conhecidos no mundo e pelo menos 103.870 espécies 
ocorrem no Brasil (Tab.1). 
 Número Estimado de 
Espécies Conhecidas 
 
Reino/Filo Brasil Mundo 
Vírus 310-410 3600 
Monera 800-900 4310 
Fungos 13.090-14.510 70.600-72.000 
Protista 7.650-10.320 76.100-81.300 
Plantae 43.020-49.520 263.800-279.400 
Animália 
Invertebrados 
Vertebrados 
103.870-137.080 
96.660-129.840 
7.210-240 
1.279.300-1.359.400 
1.218.500-1.289.600 
60.800 
Total 168.730-212.740 1.697.600-1.798.500 
Tab. 01 - Adaptado de Lewinsohn & Prado – (MMA 2006). 
 Isto dimensiona a enorme variedade de animais, hábitos alimentares, necessidades 
nutricionais, dietéticas e comportamentais que o profissional deve buscar conhecer (Carciofi & 
Oliveira 2005). 
Para que se possa fazer um estudo detalhado da biologia de um animal ou de um grupo de 
animais, é necessário conhecer o seu habitat e as suas condições mesológicas bem como seus 
hábitos e, sobretudo, sua alimentação natural (Hampel, 1949; Martins & Donatelli, 2001). O 
alimento é fonte de nutrientes e energia, servindo como combustível para os processos metabólicos 
animais. Sob a ótica da conservação, as três principais áreas do manejo de vida silvestre 
(conservação, manutenção e controle) requerem o conhecimento do alimento e nutrição das 
populações animais e da sua disponibilidade (Caughley & Sinclair, 1994; Serrano & Junior 2005). 
 
 8 
 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
 Há milênios o ser humano mantém animais selvagens em cativeiro. Antigamente, a única 
razão para o cativeiro era o benefício humano: demonstração de poder e riquezas ou entretenimento. 
Embora aves, répteis, anfíbios e mamíferos sejam criados em cativeiro por mais de 10.000 
anos pouco foi feito para aprender sobre as necessidades nutritivas de cada espécie e suas 
particularidades digestivas (Saad 2003; Tavares, 2009). A nutrição animal, com objetivo de 
promover o desenvolvimento econômico, foi a base da experimentação durante o século XIX; e 
junto com estudos em humanos avançaram no conhecimento fisiológico, relacionado inclusive à 
composição dos alimentos (Giuntini et al. 2006). 
O estudo da nutrição de animais silvestres teve início no fim do século XIX com a 
investigação de hábitos alimentares de animais silvestres norte-americanos (Robbins, 1993). 
Segundo Saad (2003) os estudos de hábitos alimentares foi a temática dos primeiros trabalhos e 
continua a ser a maior porcentagem de todas as pesquisas realizadas nesse campo. 
Robbins (1983) define que o estudo da nutrição de animais silvestres deve buscar 
compreender as interações bioquímicas e biofísicas específicas entre o animal e seu meio ambiente, 
bem como seu resultado sobre a sobrevivência de indivíduos e populações. Neste contexto, nutrição 
é o mecanismo pelo qual o animal adquire e processa partes do ambiente químico externo para o 
funcionamento de seu metabolismo interno. Carciofi (2000) afirma que estas interações bioquímicas 
e biofísicas específicas entre o meio internodestes organismos e o meio ambiente, são críticas para 
a sobrevivência e reprodução dos animais, bem como as interações que definem, por pressão de 
seleção natural, perfis comportamentais e morfológicos das espécies. 
Estas interações podem ser aparentemente simples, como as que se estabelecem dentro de 
um recinto com os animais ingerindo os alimentos oferecidos, ou muito mais complexas, como as 
que se desenvolvem dentro de um ecossistema, no habitat do animal. A produção, oferta, ingestão e 
assimilação de mais de 40 nutrientes vão determinar, sob o ponto de vista nutricional, o sucesso e 
manutenção de uma população natural. Isso depende de intrincadas e complexas inter-relações entre 
a parte abiótica e biótica do meio ambiente, envolvendo clima, insolação, temperatura, composição 
 
 9 
do solo, pluviosidade, oferta de alimentos, presença de competidores, existência de parasitas, etc 
(Carciofi, 2000). 
Existe uma deficiência na área de estudos em nutrição de animais silvestres, pois as 
pesquisas sempre foram concentradas em animais domésticos em busca de índices produtivos. 
Devido a estas deficiências os técnicos responsáveis pelo manejo alimentar acabam tendo que 
extrapolar dados de pesquisas em animais domésticos para usar em animais silvestres que possuam 
similaridades anatômicas, comportamentais ou fisiológicas (Almeida, 2005) nem sempre sendo os 
mais adequados. São poucos os estudos sobre nutrição, e principalmente doenças nutricionais, de 
animais silvestres (Carciofi & Oliveira, 2005). Apenas a partir da década de 80 os estudos na área 
de exigências nutricionais de animais silvestres se tornaram mais significativos (Saad, 2003), mas 
continua aquém das informações necessárias para orientar os zootecnistas na elaboração de 
programas completos de nutrição. 
Os animais apresentam preferências alimentares definidas e individuais, (Carciofi et al., 
2003) dentro de uma mesma espécie os indivíduos selecionam os alimentos dentro de padrões 
distintos e próprios (Mendes, 1999; Sá, 2004). 
O estabelecimento dos cardápios e dietas, em boa parte das vezes, apoiasse apenas em 
estudos de hábitos alimentares naturais. Estas publicações, no entanto, informam apenas o item 
alimentar que é ingerido, ou seja, os alimentos, raramente informam quanto, que parte dele, 
importância daquele alimento dentre todos os consumidos, composição em nutrientes como 
aminoácidos, carboidratos, minerais e vitaminas ingeridos na natureza e o papel fisiológico dos 
diferentes alimentos consumidos (Robbins, 1983; Carciofi & Oliveira 2005). Assim, o uso apenas 
destas informações para o desenvolvimento de esquemas de manejo resulta quase sempre em falhas, 
em razão da absoluta necessidade de se compreender as interações nutricionais, muito maiores e 
mais complexas, dentro de perspectivas ecológicas (Robbins, 1983; Carciofi, 2000). 
Cabe ao nutricionista oferecer o alimento de forma a garantir seu consumo equilibrado. Para 
se assegurar isto é fundamental monitorar a ingestão dos animais e estimar a composição nutricional 
da dieta efetivamente ingerida (Carciofi et al., 2001). 
A classificação genérica que se faz quanto aos hábitos alimentares naturais, como 
carnívoros, granívoros, herbívoros, insetívoros, etc., não define as necessidades nutricionais da 
 
 10 
espécie, apenas indica os alimentos preferencialmente consumidos na natureza e, em decorrência 
disso, os de boa digestibilidade e palatabilidade em cativeiro. Uma ave granívora terá boa aceitação 
e digestão de grãos, mas estes, de longe, não suprem a totalidade de suas necessidades nutricionais 
(Carciofi, 2000). 
Estimar o teor de energia é o primeiro passo na formulação da dieta, no qual determina a 
quantidade de alimentos que será ingerido e, portanto, a concentração de nutrientes necessários para 
atender às exigências do animal (Clauss, 2010). 
O conhecimento sobre a composição química dos alimentos é fundamental para as 
atividades desenvolvidas nas áreas de nutrição e saúde de um zoológico. A evolução dos métodos 
analíticos aperfeiçoou a qualidade das informações nutricionais e auxiliou na identificação do papel 
das dietas na prevenção e no controle de doenças crônicas não transmissíveis por meio de dados 
epidemiológicos (Philippi, 2013). O valor nutritivo de um alimento dependerá, fundamentalmente, 
da quantidade de nutrientes que é destinado ao animal, do consumo e da digestibilidade dos mesmos 
(Pinedo, 2008). 
Segundo Nunes et al. (2006), os animais ingerem alimentos para suprir suas necessidades 
energéticas e, portanto, é necessário manter a relação entre a energia disponível e os nutrientes que 
compõem a dieta. Energia, proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas minerais e água são 
diferentes categorias de nutrientes que devem ser extraídos do meio ambiente e alocados no meio 
interno de forma a estabelecer um balanço positivo. O período para se estabelecer este balanço pode 
ser de algumas horas, como no caso de um beija-flor, ou de meses, como no caso do Urso-negro 
que hiberna 4 meses seguidos, período no qual não ingere nem água nem alimento e não urina 
(Carciofi, 2000). 
A energia resulta da interação de todos os nutrientes quer da matéria seca total dos 
alimentos quer nas trocas metabólicas (Andriguetto et al., 1988). Carboidratos, gorduras e proteínas 
vão fornecer um suporte energético para regular a temperatura corporal, manter as funções vitais, 
crescimento, atividades, reprodução e produção. Dependendo da idade e da espécie animal de 70 a 
85% do total da matéria seca consumida é usada como fonte de energia para tais funções. O 
organismo animal não é capaz de transformar a forma mais básica de energia, a solar, em energia 
química para seu próprio metabolismo, porém as plantas conseguem tal feito pelo processo de 
 
 11 
fotossíntese estocando a energia na forma de carboidratos, gorduras e proteínas na sua estrutura, daí 
a importância de espécies vegetais como fontes básicas de obtenção de energia para os organismos 
animais, necessitando estes dos processos digestivos e fisiológicos para tal (Maynard et al., 1979; 
Almeida, 2002). 
Segundo Mugford (1977) diversos fatores influenciam no consumo energético diário do 
animal, sendo que a taxa metabólica de repouso é influenciada pela composição orgânica, idade, 
ingestão calórica e status fisiológico. Podem ainda ser controlados por fatores externos como, sabor, 
odor, composição, textura do alimento e o ambiente das refeições. 
A energia presente nos alimentos - produto resultante da transformação dos nutrientes 
durante o metabolismo - é um dos fatores mais importantes na nutrição animal. Os valores que 
traduzem a utilização da energia pelos animais são aqueles expressos em energia digestível (ED) 
que significa a energia bruta (EB) do alimento menos a EB das fezes; energia metabolizável (EM) 
que é igual à EB do alimento menos a EB das fezes, a EB da urina e os gases da digestão; energia 
líquida (EL) (EM menos o incremento calórico) e energia produtiva (EP) (EL menos energia de 
manutenção). (Rodrigues et al. 2002; Calderano, 2008; Saad et al. 2008). 
 
Gráfico 01: Esquema partição de energia dos alimentos (Saad & Ferreira, 2004; Lima et. al. 2007). 
A necessidade da energia química como combustível do metabolismo energético é o 
aspecto determinante na procura por comida. Esta necessidade diária determina a quantidade e a 
frequência de alimentação, um dos principais determinantes da ingestão diária de nutrientes. 
A seleção da dieta também desempenha um papel importante na ingestão de energia e 
nutrientes além da atividade de forrageamento influenciar as interações ecológicas dos animais 
porque as presas, em particular plantas ou organismos animais, devem os expora tipos específicos e 
durações de predação enquanto se alimenta. A capacidade de medir as necessidades energéticas de 
animais selvagens in e ex situ esta se desenvolvendo tecnologicamente e tendo um grande impacto 
sobre os campos de nutrição animal e ecofisiologia (Nagy et al., 1999). 
 
 12 
 
RESPONSABILIDADE TÉCNICA 
 
 A alimentação e nutrição dos animais devem ser elaboradas, implantadas e monitoradas por 
profissional legalmente habilitado. A responsabilidade técnica abrange o total das atividades e 
funções pertinentes ao exercício profissional que deve no desempenho de suas funções técnicas: 
 Orientar o manejo alimentar e nutricional adequado para cada espécie, garantindo o bem-estar 
animal, bem como o armazenamento e a qualidade dos insumos; 
 Planejar, organizar, implementar, dirigir, controlar, supervisionar e avaliar a alimentação e a 
nutrição dos animais. Responder pela formulação, fabricação, balanceamento e controle de 
qualidade das dietas para os animais silvestres, responsabilizando-se pela eficiência nutricional 
das fórmulas; 
 Tratar dos aspectos químicos, analíticos, bioquímicos, bromatológicos e microbiológicos 
aplicados à nutrição e à alimentação animal e dos aspectos técnicos e práticos nutricionais e 
alimentares de formulação de dietas e outros produtos alimentares para animais, bem como do 
controle higiênico - sanitário e da qualidade da água e dos alimentos destinados aos animais; 
 Orientar a aquisição de matérias- primas de boa qualidade e de empresas idôneas, seu uso correto 
e legal. Desenvolver atividades, aplicando normas e procedimentos de biossegurança; 
 Estabelecer condições mínimas de higiene e de funcionamento dos equipamentos e infraestrutura. 
Estabelecer técnicas de controle de qualidade, quanto aos equipamentos, pessoal e análises de 
laboratório; 
 Adotar novas técnicas de produção, atentando especialmente para o controle de qualidade dos 
produtos e para os pontos críticos de contaminação. Assessorar programas de controle sanitário, 
higiene, profilaxia, visando à segurança alimentar - Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise 
dos Perigos e Ponto Crítico de Controle (APPCC); 
 Aperfeiçoar métodos de preparação e armazenamento de produtos, desenvolvendo novas técnicas 
e testando sua eficácia, para garantir a conservação e evitar deterioração; 
 Planejar, pesquisar e supervisionar a produção/criação dos animais de Biotério (mamíferos, aves e 
insetos), buscando seu bem estar, equilíbrio nutricional e controle genealógico. Estar ciente das 
 
 13 
pesquisas de biotério, conhecer as leis específicas e regulamentos relacionados ao uso de animais 
para fins alimentícios (presas); 
 Acatar e fazer cumprir as normas e legislações pertinentes à sua área de atuação, agindo de forma 
integrada com os profissionais que exercem a fiscalização oficial. 
 
PROGRAMA COMPLETO DE ALIMENTAÇÃO 
 
 Um programa completo de alimentação para animais silvestres em cativeiro compreende 
vários aspectos de manejo de dietas incluindo os relacionados com: 
 A aquisição dos alimentos de fornecedores responsáveis e de empresas idôneas; 
 Armazenamento e conservação – alimentos refrigerados e congelados (carnes, vegetais e 
suplementos) separados de alimentos secos (grãos, forragens, alimentos concentrados comerciais) 
levando em conta o tempo máximo de armazenamento; 
 A estabilidade dos nutrientes – o conteúdo de vitaminas, ácidos graxos e aminoácidos dos 
alimentos podem alterar em consequência de um armazenamento inadequado; 
 A análise bromatológica e microbiológica dos alimentos; 
 A infraestrutura física da área de manipulação dos alimentos; 
 A preparação e distribuição dos alimentos evitando-se os riscos potenciais biológicos 
(contaminação fúngica e bacterial), físicos (vidros, metais, plásticos mesclados acidentalmente na 
dieta) e químicos (resíduos de pesticidas e metais pesados nos alimentos e na água); 
 Evitar condições de multiplicação de microorganismos ou formação de toxinas; 
 Garantir maior controle sobre o processo, evitando erros e perdas em todas as etapas da 
produção, diminuindo custos e evitando não-conformidades; 
 Garantir credibilidade e segurança na produção; 
 O controle da qualidade através do conjunto de procedimentos que envolvem programação, 
coordenação e execução com o objetivo de verificar e assegurar a conformidade da matéria-prima, 
do ingrediente, do rótulo e da embalagem, do produto intermediário e do produto acabado com as 
especificações estabelecidas; 
 
 14 
 Os procedimentos operacionais padrões – POP’s - com a descrição pormenorizada e 
objetiva de instruções, técnicas e operações rotineiras, visando à proteção, à garantia de preservação 
da qualidade e da inocuidade das matérias-primas e produto final e a segurança dos manipuladores; 
 A limpeza e higienização de instalações, equipamentos e utensílios; 
 A higiene e saúde do pessoal; 
 A potabilidade da água e higienização de reservatório; 
 A prevenção de contaminação cruzada; 
 A manutenção e calibração de equipamentos e instrumentos; 
 O controle integrado de pragas, de resíduos e efluentes. 
 
ELABORAR UMA DIETA COMPLETA E BALANCEADA 
 
 Deve-se ressaltar também a importância de prover e cumprir com as necessidades 
fisiológicas e psicológicas de todas as espécies animais. Para elaborar uma dieta completa e 
balanceada devemos considerar os seguintes pontos: 
 Dados da ecologia alimentar na natureza (hábitos alimentares), do ambiente e dos itens 
alimentares consumidos na natureza (composição química); 
 Descrição da morfologia e o funcionamento do sistema digestório - aspectos comparados da 
morfologia e fisiologia dos diferentes sistemas orgânicos de mamíferos, aves, répteis e anfíbios; 
 Garantir a adaptação às particularidades anatômicas e fisiológicas dos animais – ruminantes 
e monogástricos, herbívoros, carnívoros, onívoros; 
 Conhecer as bases da nutrição animal, as necessidades nutricionais e a fisiologia da espécie 
doméstica taxonomicamente mais próxima; 
 Palatabilidade e digestibilidade dos alimentos naturais e disponíveis – a dieta deve ser 
palatável, digestível e realmente consumida, de nada nos vale uma boa alimentação balanceada se o 
animal nada comer ou apenas consumir parte dela; 
 Devem conter ingredientes de qualidade, apropriados ao animal em questão, de fácil acesso 
e que sejam econômicos; 
 
 15 
 Proporcionar energia adequada para o crescimento e manutenção. O requerimento de 
energia pode variar dependendo do estado do animal, estado reprodutivo, seu crescimento, 
demandas climáticas etc; 
 Conter um adequado balanço dos nutrientes necessários para a espécie em questão, pois 
cada uma das espécies varia em requerimentos nutricionais; 
 Deve ser facilmente digerida e ajustada às necessidades digestivas do animal. Não deve 
oferecer risco a sua saúde; 
 Não conter substâncias nocivas ou tóxicas aos animais; 
 Utilizar tabelas adequadas da composição bromatológica dos alimentos e de exigências 
nutricionais dos animais; 
 Combinar racionalmente os alimentos que irão ser consumidos e determinar as quantidades 
necessárias para suprir os requisitos nutricionais diários dos animais. Uma dieta (ração) está 
balanceada quando todos os nutrientes requeridos estão presentes no alimento ingerido no período 
de 24 horas, de forma equilibrada e constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
CONCLUSÃO 
 
 Uma das considerações mais importantes para a manutenção de animais silvestres nativos e 
exóticos em cativeiro é proporcionar uma dieta apropriada para manter as espécies saudáveis ecom 
potencial reprodutivo adequado. 
 O conhecimento da diversidade de hábitos alimentares e necessidades nutricionais e 
energéticas da fauna devem vir de pesquisas envolvendo a ecologia nutricional da espécie estudada 
e a evolução do sistema digestivo dos animais. 
 A taxa na qual um animal selvagem utiliza os recursos em seu ambiente e a ingestão diária 
de nutrientes serão determinadas primariamente por seus requisitos em energia metabólica e é 
necessário manter a relação entre a energia disponível e os nutrientes que compõem a dieta. 
 A nutrição de animais silvestres deve ser feita por profissionais que possuam competências 
legais e habilidades para tal, estruturando um programa completo de alimentação objetivando o 
crescimento saudável, o sucesso reprodutivo, a manutenção da saúde e o aumento da longevidade, 
contribuindo desta forma para o bem estar animal e na preservação e conservação das espécies. 
 O que tem dificultado o avanço nesta área são as poucas informações sobre as reais 
necessidades nutricionais e energéticas, bem como dos hábitos alimentares destes animais e o 
processamento fisiológico dos alimentos pelos mesmos, dificultando o sucesso de manejo, 
reprodução em cativeiro e os programas de conservação na natureza, devendo ser estimulado este 
tipo de estudo nas Universidades e Centros de Pesquisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
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