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Trabalho de Introdução à Filosofia das Ciências Biológicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
 
IH 439 – Introdução à Filosofia das Ciências Biológicas 
 
 
 
Renata Pontes Araújo 
Engenharia Florestal 
201103535-8 
Turma: T03 
 
 
 Professor Manoel Barros da Motta 
Seropédica, 30 de Setembro de 2011. 
 
 2 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
Departamento de Ciências Humanas e Sociais 
 
Seropédica, 30 de Setembro de 2011. 
Disciplina: Introdução às Ciências Biológicas – Professor: Manoel Barros da Motta 
Aluna: Renata Pontes Araújo – Curso: Engenharia Florestal – Matrícula: 201103535-8 
 
Trabalho: Formular um questionário com 20 perguntas e respostas sobre o livro “Estudos de História do 
Pensamento Científico” (3ª Edição) do autor Alexandre Koyré. 
 
1ª Questão: Verdadeiro ou falso: ”Os Tempos Modernos começavam após o fim da Idade Média, 
exatamente em 1453; e o pensamento moderno começava com bacon, que, enfim, opusera ao 
raciocínio escolástico os direitos à experiência e à sadia razão humana.” ? Justifique. 
Resposta: A história não opera através de saltos bruscos; e as divisões nítidas em períodos e épocas só 
existem nos manuais escolares. Desde que se comece a examinar as coisas um pouco mais perto, 
desaparecem as fronteiras que se acreditava perceber anteriormente. 
2ª Questão: Explique o termo “Moderno”. 
Resposta: Somos sempre modernos, em qualquer época, quando pensamos mais ou menos como 
nossos contemporâneos e de modo um pouco diferente do dos nossos mestres. 
3ª Questão: Explique a seguinte afirmativa: “Nicolau Cusa permanece fiel ao ideal do conhecimento.” 
Resposta: Não substitui por uma doutrina da ação. Quer provar, e não persuadir. Sua lógica não é uma 
lógica retórica. Ele não é, absolutamente, cético – a despeito do que se diga – e a Douta Ignorância é 
muito mais douta o que ignorante, pois Deus melius SCITUR nasciendo. Sua obra se apresenta como uma 
reação. Mas os movimentos progressistas e as reformas sempre se apresentam como renascimentos, 
como recuos ao passado. E, apesar de seu desejo ardente e sincero de só refazer o antigo, o Cardeal 
Nicolau de Cusa constrói uma obra singularmente nova e ousada. 
4ª Questão: Verdadeiro ou falso: “A época da Renascença foi uma das épocas menos dotadas de 
espírito crítico que o mundo conheceu.”? Justifique. 
Resposta: Trata-se da época da mais grosseira e mais profunda superstição, da época em que a crença 
na magia e na feitiçaria se expandiu de modo prodigioso, infinitamente mais do que na Idade Média. E 
bem se sabe que, nessa época, a astrologia desempenha um papel muito maior do que a astronomia – 
parente pobre, como disse Kepler – e que os astrólogos desfrutam de posições oficiais nas cidades e 
junto aos potentados. E, se examinarmos a produção literária dessa época, tornar-se-á evidente que não 
 
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são os belos volumes das traduções dos clássicos produzidos nas tipografias venezianas que constituem 
os grandes sucessos de livraria; são as demonologias e os livros de magia. Cardano e, mais tarde, Porta 
são grandes autores, lidos em toda parte. 
5ª Questão: Em que consiste o que se chamou de “O Naturalismo” da Renascença? 
Resposta: Resumindo em uma frase: “Tudo é possível”. A única questão é saber se “tudo é possível” em 
virtude de intervenções de forças sobrenaturais, para afirmar que tudo é natural e que mesmo os fatos 
miraculosos se explicam por uma ação da natureza. É nessa naturalização mágica do sobrenatural que 
consiste o que se chamou de “o naturalismo” da Renascença. 
6ª Questão: “Kepler não consegue conceber a Lei da Inércia.” Por quê? 
Resposta: Para Kepler, que, nessa questão, permanece como um bom aristotélico, o repouso não 
precisa ser explicado. O movimento, pelo contrário, precisa de uma explicação e de uma força. O 
insucesso de Kepler certamente se explica pelo fato de que, dominado pela idéia de um mundo bem 
ordenado, não pode admitir a idéia de um Universo infinito. 
7ª Questão: Kepler pode estar ligado à Renascença. Com Galileu, saímos segura e definitivamente dessa 
época. Sendo assim, trace o perfil de Kepler e Galileu, diferenciando-os. 
Resposta: Kepler não admite a possibilidade de um espaço que se estenda mais além, nem a de um 
espaço cheio, isto é, povoando de outras estrelas, de estrelas que não vemos – isto seria, pensa ele, uma 
concepção gratuita e anticientífica -, nem a de um espaço vazio: um espaço vazio seria nada, ou seria um 
nada existente. Ele se acha sempre dominado pela idéia de um mundo expressão do Criador, e mesmo 
da Trindade divina. Assim, vê no Sol a expressão do Deus-Pai; no mundo estelar, a do Deus-Filho; e na 
luz e na força que circulam entre os dois no espaço, a expressão do Espírito. E é justamente essa 
fidelidade à concepção de um mundo limitado e finito que não permitiu a Kepler ultrapassar os limites 
da dinâmica aristotélica. Galileu é antimágico no mais elevado grau. Não sente nenhuma alegria ante a 
variedade das coisas. Pelo contrário, o que o anima é grande idéia – arquimediana – da física 
matemática, da redução do real ao geométrico. Assim, ele geometriza o Universo, isto é, identifica o 
espaço físico com o da geometria euclidiana. 
8ª Questão: Por que Leonardo da Vinci poderia ser considerado um homem público ou “homem 
exterior” e ao mesmo tempo uma “figura trágica”? 
Resposta: Homem público ou “homem exterior”, pois considera com admiração o maior representante 
de seu tempo, o artista e o artesão incomparável, exemplo perfeito do individualismo livre e criador, 
afirmando-se em obras de uma perfeição e de uma beleza imperecíveis. Figura trágica, pois o destino foi 
duro para este homem e suas obras. Certos retratos foram perdidos. Perdidos também foram os 
famosos desenhos de A Batalha de Anghiari. A Ceia se deteriora. A grande estátua de Francesco Sforza, 
II Cavallo, nunca foi moldada: não havia dinheiro para pagar o metal; ou então o metal era necessário 
para a fabricação de armas. Quanto ao modelo de argila erigido em 1493 sobre o pedestal onde devia 
 
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ser colocado o monumento em bronze, desapareceu sem deixar rastros sob a ação conjunta da chuva e 
das flechas dos soldados do marechal Tribulzio, que utilizaram como alvo para seus arremessos. 
9ª Questão: “O livro de Duhem é o ponto de partida de toda a pesquisa moderna.” Sobre o que se 
tratava o livro? 
Resposta: O grande sábio e erudito francês Pierre Duhem, a quem devemos a redescoberta da ciência 
medieval, publicou sua famosa obra Léonard de Vinci, ceux qu’il a lus et ceux qui l’ont lu (1906-1913), na 
qual tenta destruir aquela imagem mítica de Leonardo, substituindo-a por outra estritamente histórica. 
10ª Questão: Descreva Leonardo da Vinci de acordo com a concepção de Pierre Duhem. 
Resposta: A imagem de um Leonardo que não era apenas um homem de ciência, mas também um sábio 
tão grande quanto o próprio Duhem: um Leonardo, último fruto da tradição medieval, sobretudo a dos 
nominalistas parisienses, que havia cuidadosamente estudado e que havia preservado e transmitido 
mediante seus manuscritos aos homens de ciência do século XVII. Daí se seguiu que Leonardo não mais 
apareceu como um gênio único como havia visto os historiadores do século XIX. Muito pelo contrário, 
na concepção de Duhem, ele se tornou um elo – o elo mais importante – entre a Idade Média e os 
Tempos Modernos, restabelecendo, assim, a unidade e a continuidade do desenvolvimento do 
pensamento científico. 
11ª Questão: Por que Alexandre Koyré afirma que Leonardo da Vinci é um homem da Renascença? 
Resposta: Alexandre Koyré afirma que Leonardo da Vinci é um homem da Renascença pela vigorosa 
afirmação de sua personalidade, pelo universalismo de seu pensamentoe por sua curiosidade, por sua 
percepção direta e aguda do mundo visível, sua maravilhosa intuição do espaço, seu sentido do aspecto 
dinâmico do ser. Poderia dizer-se até que, sob certos aspectos, em seu humanismo – se bem que ele 
seja moderno, por sua rejeição da autoridade e do saber livresco -, em sua evidente indiferença pela 
concepção cristã do Universo, algumas das mais profundas tendências da Renascença encontram sua 
afirmação no espírito de Leonardo. 
12ª Questão: Há um campo do conhecimento no qual a maneira concreta de pensar de Leonardo não 
era uma desvantagem. Qual campo era esse? Justifique. 
Resposta: É o da Geometria. Com efeito, Leonardo é um geômetra nato e possui, no mais elevado grau, 
o dom extremamente raro da intuição no espaço. Esse dom lhe permite contornar sua falta de formação 
teórica. Não só ele trata de todo tipo de problemas relativos às lúnulas e à transformação das figuras e 
dos corpos uns nos outros, à construção de figuras regulares e à determinação de centros de gravidade, 
fabricando compassos para traçar as seções cônicas, como também, conforme já assinalei, consegue 
fazer algumas verdadeiras descobertas. 
13ª Questão: Por que Leonardo da Vinci não desenvolveu a ciência que sonhou? 
Resposta: Porque era cedo demais e ele tinha muito pouca influência sobre o pensamento científico de 
seus contemporâneos e de seus sucessores imediatos. 
 
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14ª Questão: Qual é a importância de Leonardo da Vinci para a história do pensamento humano? 
Resposta: Graças a ele e através dele, a técnica tornou-se tecnologia e o espírito humano elevou-se ao 
ideal de conhecimento, no qual, um século mais tarde, se inspiraram Galileu e seus amigos, os Membros 
da Accademia dei Lincei, que rejeitaram a autoridade e a tradição e quiseram ver as coisas tal como 
eram. 
15ª Questão: Diferencie o “homem moderno” do “homem medieval”. 
Resposta: O homem moderno procura dominar a natureza, enquanto o homem medieval ou antigo se 
esforça, principalmente, por contemplá-la. 
16ª Questão: Caracterize a atitude mental ou intelectual da ciência moderna através de dois traços que 
se completam um ao outro. 
Resposta: 1º) A destruição do Cosmo e, conseqüentemente, o desaparecimento, na ciência, de todas as 
considerações baseadas nessa noção; 2º) A geometrização do espaço, isto é, a substituição, pelo espaço 
homogêneo e abstrato da geometria euclidiana, da concepção de um espaço cósmico qualitativamente 
diferenciado e concreto, o espaço da física pré-galileana. 
17ª Questão: O que é a dissolução do Cosmo? 
Resposta: A dissolução do Cosmo significa a destruição de uma idéia, a idéia de um mundo de estrutura 
finita, hierarquicamente ordenado, de um mundo qualitativamente diferenciado do ponto de vista 
ontológico. Essa idéia é substituída pela idéia de um Universo aberto, indefinido e até infinito, unificado 
e governado pelas mesmas leis universais, um universo no qual todas as coisas pertencem ao mesmo 
nível do Ser, contrariamente à concepção tradicional que distinguia e opunha os dois mundos do céu e 
da Terra. Doravante, as leis do Céu e as leis da Terra se fundem. A astronomia e a física tornam-se 
interdependentes, unificadas e unidas. Isso implica o desaparecimento, da perspectiva científica, de 
todas as considerações baseadas no valor, na perfeição, na harmonia, na significação e no desígnio. Tais 
considerações desaparecem no espaço infinito do novo Universo. 
18ª Questão: Caracterize os estudos físicos de Aristóteles. 
Respostas: A física de Aristóteles, bem entendido, é falsa e completamente caduca. Não obstante, é 
uma “física”, isto é, uma ciência altamente elaborada, embora não o seja matematicamente. Não se 
trata de imaginação pueril, nem de grosseiro enunciado logomáquico de senso comum, mas de uma 
teoria, ou seja, uma doutrina que, partindo naturalmente dos dados do senso comum, os submete a um 
tratamento extremamente coerente e sistemático. 
19ª Questão: “Galileu como crítico das artes” é o título de um estudo do Sr. Panofsky. Explique sobre do 
que tratava este estudo. 
Resposta: Panofsky não se limita a nos informar sobre os gostos, as preferências, os julgamentos de 
Galileu em matéria de literatura e de artes plásticas; não se restringe a nos proporcionar uma análise – 
extremamente penetrante e profunda – da atitude estética de Galileu para demonstrar-lhe a unidade e 
a coerência perfeitas. Faz muito mais. Mostra-nos a rigorosa concordância entre a atitude estética e a 
 
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atitude científica do grande florentino e, por isso mesmo, consegue não só projetar uma luz 
singularmente penetrante sobre a personalidade e a obra de Galileu, mas também adiantar a solução da 
quaestio vexata de suas relações pessoais e científicas com Kepler. 
20ª Questão: Caracterize o pensamento humano de acordo com o livro “Estudos de História do 
Pensamento Científico”. 
Resposta: Os caminhos do pensamento humano são curiosos, imprevisíveis, ilógicos. À via direita, 
parecem preferir os desvios, a sinuosidade.

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