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1 UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UNC CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SUELEN GABIATTI GENOTOXICIDADE DAS ÁGUAS DO RIO CAÇADOR, SEARA - SANTA CATARINA CONCÓRDIA 2014 2 SUELEN GABIATTI GENOTOXICIDADE DAS ÁGUAS DO RIO CAÇADOR, SEARA - SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência de obtenção de nota na Disciplina de TCC II, ministrada pela Universidade do Contestado – Campus de Concórdia, sob orientação da professora MSc. Celí Teresinha Araldi Favassa e coorientação da professora Dra Neide Armiliato. CONCÓRDIA 2014 3 GENOTOXICIDADE DAS ÁGUAS DO RIO CAÇADOR, SEARA – SANTA CATARINA SUELEN GABIATTI Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao processo de avaliação para a obtenção do Título de: Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas E aprovado na sua versão final em ___________________ (data), atendendo às normas de legislação vigentes da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Ciências Biológicas. _____________________________________ Jonatas Alves - Coordenador do Curso Avaliadores: ______________________________________________ Celí T. Araldi Favassa – Orientadora _______________________________________________ Neide Armiliato – Co-orientadora _______________________________________________ Adriana Ibelli – Membro da Banca _______________________________________________ Aline Schuck – Membro da Banca 4 Dedico este trabalho à minha família, principalmente aos meus pais Olirio e Anete, que sempre me incentivaram e me apoiaram nesta longa e difícil caminhada. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, pela minha vida e por ter me dado sabedoria e força para superar as dificuldades. Aos meus pais, Olirio e Anete, pelo amor incondicional, pela educação que me deram, pelo apoio e pelo incentivo. Às minhas melhores amigas Chana e Joice, por tornarem estes quatro anos mais alegres e pelas palavras de conforto nos momentos difíceis, e à Amanda, que mesmo longe nossa amizade continuou a mesma e sempre me deu suporte e estendeu a mão quando precisei. Aos colegas de coleta, pela companhia, pela ajuda em campo e pela diversão. À todos os colegas de turma pela convivência e pelas experiências adquiridas. À minha orientadora, professora Msc. Celí Teresinha Araldi Favassa e à minha co-orientadora, professora Drª Neide Armiliato, pelos ensinamentos, pela paciência e pelo tempo dedicado à esta pesquisa. Ao professor e coordenador de curso Jonatas Alves, pela ajuda na estatística do trabalho. À todos os meus professores, pelo conhecimento passado durante o curso. À Rosângela, pelo auxílio e preocupação nos dias de saída a campo. À Prefeitura de Seara, por permitir a execução desta pesquisa. À Universidade do Contestado pelas portas que me abriram. Enfim, à todos aqueles que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, deixo о meu muito obrigado. 6 “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.” (ABRAHAM LINCOLN) “O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.” (LUIS FERNANDO VERÍSSIMO) 7 RESUMO GABIATTI, Suelen. Genotoxicidade das águas do Rio Caçador, Seara, Santa Catarina. Concórdia: Universidade do Contestado- UnC, 2014 – (Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Ciências Biológicas). 54 p. Substâncias químicas são lançadas diariamente no ambiente e muitas delas têm a capacidade de afetar o material genético de seres vivos provocando mutações. O teste de micronúcleos permite detectar substâncias genotóxicas no ambiente. O objetivo deste trabalho foi verificar o índice de genotoxicidade das águas do Rio Caçador, Seara-SC, através de micronúcleos em eritrócitos de Astyanax sp. Ao longo do rio foram estabelecidos cinco pontos de coleta e realizadas quatro coletas sazonais, entre os meses de março e setembro de 2014. Para a verificação de células com micronúcleos foram confeccionados dois esfregaços por indivíduo coletado, fixados por metanol absoluto e corados com Giemsa 5%. Em cada lâmina foram analisados mil eritrócitos com microscopia óptica, no aumento de 1000X, para a contagem dos micronúcleos. A comparação entre as estações do ano demonstrou que houve diferença significativa no número médio de micronúcleos entre as estações do verão (13,9 ± 10,03), outono (5 ± 4,02) e primavera (3,62 ± 1,68). A análise estatística entre os pontos de coleta provou que não houve diferença estatisticamente significativa (p > 0,05). Comparando cada ponto de coleta com o grupo controle houve uma diferença estatística significativa entre o ponto 1 e o controle e entre o ponto 5 e o grupo controle (p = 0,000082 e p = 0,001816, respectivamente), o ponto 2 não apresentou uma diferença estatística significativa. Os dados comparativos entre as quatro coletas realizadas com o grupo controle, demonstraram que a diferença estatística mais significativa ocorreu entre o verão em relação ao grupo controle (p = 0,000000). Nos pontos 3 e 4, não foi coletado nenhum indivíduo, o que leva a supor uma maior taxa de poluição nestes pontos amostrados. Os resultados obtidos com esta pesquisa sugerem a presença de substâncias genotóxicas nas águas do Rio Caçador, no município de Seara – SC e serve de alerta no que diz respeito a poluição e concentração destes tipos de poluentes no ecossistema aquático. Palavras-chave: Genotoxicidade, Rio Caçador, micronúcleos, Astyanax sp. 8 ABSTRACT GABIATTI, Suelen. Genotoxicity of the Waters of the Caçador River, Seara, Santa Catarina. Concórdia: University of Contestado - UnC, 2014 – (Work Course Conclusion – Course of Biological Sciences). 54 p. Chemicals are released daily in the environment and many have the ability to affect the genetic material of living organisms causing mutations. The micronucleus test allows detection of genotoxic substances in the environment. The objective of this study was to determine the genotoxicity index of waters from the Caçador River, Seara - SC, through micronucleus in erythrocytes of Astyanax spp. Along the river, five points sampling were established and four seasonal collections, between March and September 2014 were conducted. For the verification of micronucleus in cells, we made two smears per animal collected, fixed by absolute methanol and stained with Giemsa 5%. In each slide a thousand erythrocytes were analyzed by optical microscope in the 1000x magnification, for micronucleus counting. The comparison between the seasons showed a significant difference in the mean number of micronucleus between summer (13,9 ± 10,03), autumn (5 ± 4,02) and spring (3,62 ± 1,68). Statistical analysis between the sampling points proved that there was no statistically significant difference (p> 0,05). Comparing each sampling point and the negative control was statisticallysignificant difference between point 1 and the negative control and between the 5 point and the control (p = 0,000082 e p = 0,001816, respectively). The point 2 did not show a statistically significant difference. The comparison between the four samples with the negative control showed that the most significant statistical difference occurred between the summer in comparison to the negative control (p = 0,000000). In Sections 3 and 4, no animal was collected. Then, we suggest a higher rate of pollution in these sample points. The results of this research suggest the presence of genotoxic substances in the waters of the Caçador River, in Seara city - SC and serves as a warning regarding pollution and concentration of these types of pollutants in the aquatic ecosystem. Keywords: Genotoxicity, Caçador River, micronucleus, Astyanax sp. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Mapa da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Caçador............................25 Figura 2 – Pontos de coleta no Rio Caçador, Seara - SC.................................27 Figura 3 – Eritrócito de Astyanax spp. micronucleado (seta)..................................................................................................................31 Gráfico 1 - Variação sazonal da média de micronúcleos observados em eritrócitos de Astyanax spp capturados no rio Caçador, município de Seara - SC......................................................................................................................33 Gráfico 2 – Variação da média de micronúcleos nos pontos analisados..........34 Gráfico 3 – Resultados da ANOVA para grupo experimental e grupo controle..............................................................................................................36 Gráfico 4 – Resultado da comparação sazonal do número médio de micronúcleos com o grupo controle...........................................................................37 Gráfico 5 – Análise de variância para comparação entre número médio de micronúcleos dos pontos de coleta com grupo controle....................................39 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................11 1.1 OBJETIVO...................................................................................................15 1.1.1 Objetivos específicos................................................................................15 2 REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................16 2.1 POLUIÇÃO AQUÁTICA...............................................................................16 2.2 MUTAGÊNESE............................................................................................18 2.3 GENOTOXICIDADE....................................................................................19 2.4 BIOINDICADORES......................................................................................20 2.5 TESTE DE MICRONÚCLEOS.....................................................................22 3 MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................24 3.1 ÁREA DE ESTUDO.....................................................................................24 3.1.2 Pontos de coleta.......................................................................................26 3.2 MODELO BIOLÓGICO DE ESTUDO..........................................................28 3.3 COLETA DAS AMOSTRAS.........................................................................28 3.4 ANÁLISE DE MICRONÚCLEOS.................................................................30 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA..............................................................................31 3.6 ASPECTOS ÉTICOS...................................................................................31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................41 REFERÊNCIAS.................................................................................................42 ANEXOS............................................................................................................46 11 1 INTRODUÇÃO A água é um importante recurso natural, responsável por manter o equilíbrio dos ecossistemas, e por desempenhar funções como o abastecimento para o consumo humano e animal, porém este recurso vem sofrendo muitas intervenções. Knie e Lopes (2004) afirmam que o uso excessivo e errôneo da água leva a poluição dos recursos hídricos, e isso já tem causado a escassez da água de qualidade em diversas partes do mundo. Sabe-se que a água cobre cerca de 70% do nosso planeta, mas, apesar deste recurso corresponder a maior parte da Terra, é distribuída de forma desigual entre as regiões. Destes 70%, cerca de 2,5% são doces, as quais estão distribuídas entre as calotas polares, aquíferos, reservatórios, rios e lagos. Desta forma aproximadamente 1% dela está disponível e em condições para consumo. A necessidade por água de qualidade cresce junto com a população, por este motivo a contaminação da água vem se tornando cada vez mais preocupante, principalmente nas grandes cidades. Nestas áreas os rios têm servido de local de descarte dos esgotos urbanos, efluentes industriais e de lixo, e em algumas partes o ambiente já está incapacitado de degradar os contaminantes e recuperar o equilíbrio natural. Todavia o fornecimento de água é bem mais que necessário e também um grande desafio para a humanidade e um, já que o abastecimento adequado reduziria em 75% as taxas de mortalidade e enfermidades da população (HIRATA, 2001). Outra atividade potencialmente poluidora dos cursos d’água é a agricultura que sempre foi vista como um trabalho desafiador. Faria et al (2007) consideram o trabalho no campo como sendo um dos mais perigosos, pois além dos riscos ocupacionais, há os problemas que os agrotóxicos trazem tanto para a própria saúde do agricultor, como para o meio ambiente. Em determinados locais este problema é intensificado. A Região Sul é conhecida por sua intensa atividade agrícola e por consequência a intensa utilização de agrotóxicos nas plantações. No oeste do estado de Santa 12 Catarina, a agricultura é a atividade econômica predominante, tendo destaque as culturas de milho e soja, importantes para à pecuária e a criação de suínos e aves. Nos últimos anos o incremento da produtividade agrícola nesta região pode estar relacionado ao aumento da utilização de agrotóxicos (BAVARESCO, 2006) O uso excessivo de agrotóxico implica na contaminação dos alimentos e também do solo, água e ar por se dispersar facilmente, causando problemas ambientais e de saúde pública. Quanto à água, a agricultura é vista como a maior contribuinte para poluição (KRÜGER, 2009) e além disso, sua qualidade para utilização humana também corresponde àquela necessária para a conservação dos organismos aquáticos. Hoje se sabe que agentes químicos derramados nos corpos d’água podem interagir entre si e causar efeitos de maior intensidade do que aqueles que agem isoladamente (BERTOLETTI, 2012). Toda substância, presente no solo, ar e água possui características químicas e físicas que causam efeitos variados quando em contato com seres vivos. Segundo Erdtmann (2003) a genotoxicidade estuda as alterações no material genético provocadas por agentes externos, sejam elas estruturalou funcional. Quando estas alterações permanecem são chamadas de mutações. As mutações podem ser benéficas, pois são responsáveis pela variabilidade genética de uma população, ou podem ser maléficas, causando doenças. Para Ribeiro e Marques (2003) essas alterações no código genético, ou seja, as mutações podem ser aceleradas ou o aparecimento pode aumentar devido à ação dos agentes mutagênicos, como bactérias e substâncias químicas, as quais podem provocar a formação de neoplasias. Entre as alterações que podem surgir no DNA está a formação de micronúcleos. Os micronúcleos são pequenas moléculas constituídas por material cromossômico, ou seja, micronúcleos são núcleos secundários que representam parte do material genético perdido pelo núcleo principal que interferem na ligação do cromossomo as fibras do fuso e que possam induzir a perda de DNA (VILLELA et al, 2003). 13 Muitas das substâncias químicas danosas, tanto produzidas pelo ser humano quanto de origem natural são liberadas diariamente para o ambiente. O interesse por biomonitorar ecossistemas aquáticos tem crescido muito, sendo uma tarefa complicada que apresenta muitos obstáculos apesar dos métodos disponíveis. Os testes utilizando sistemas biológicos e organismos expostos facilitam muito o trabalho de identificar poluentes que causam danos à saúde humana e também ao meio ambiente (SILVA; HEUSER; ANDRADE, 2003). Monitoramento biológico significa obter medidas utilizando organismos biológicos como um todo ou um determinado tecido ou órgão. Para realização de um biomonitoramento existem três situações: a primeira são as razões que levam a acreditar que espécies nativas estão sendo ameaçadas, a segunda é quando há riscos para a saúde humana quanto ao consumo destas espécies ameaçadas e quando há necessidade de conhecer a qualidade do ambiente estudado (SILVA; HEUSER; ANDRADE, 2003). Segundo Ramsdorf (2007), o uso de bioensaios permite ao pesquisador estudar agentes tóxicos isolados ou associados, diminuindo seu efeito sobre o ambiente. Os resultados de testes podem fornecer muitos dados que servem como base para ajudar a entender os fatores que interferem na saúde ou nas condições do ambiente. A utilização de peixes para analisar a presença de agentes genotóxicos em ambientes aquáticos é explicada pelo fato de que estes organismos participam de vários níveis da cadeia trófica e são considerados bioindicadores. Os peixes são geralmente usados como organismos sentinela por possuírem grande importância na cadeia trófica, acumulando substancias tóxicas e respondendo a baixas concentrações de moléculas mutagênicas (ÇAVAŞ e ERGENE- GÖZÜKARA, 2005). Assim, o uso de peixes como indicador da ação tóxica de certos compostos é de grande importância, permitindo a detecção de problemas aquáticos (VAN DER OOST et al, 2003). Além disso, peixes e invertebrados aquáticos podem acumular substâncias tóxicas em concentrações muito maiores do que as da água, uma vez que esses 14 compostos podem se ligar à matéria orgânica que é ingerida por esses animais (NIMMO, 1985). A localização estratégica e a utilização do Rio Caçador para o abastecimento de água de Seara e região justificam a importância de desenvolver trabalhos deste tipo, já que não se tem pesquisas a respeito de genotoxicidade neste rio. Conhecer os tipos agentes genotóxicos e seus efeitos pode evitar sérios problemas de saúde pública e desequilíbrio ambiental e inclusive é importante para tomar as medidas necessárias para a preservação das suas águas. 15 1.1 OBJETIVO Avaliar o índice de genotoxicidade das águas do Rio Caçador, no município de Seara – SC, através de micronúcleos em eritrócitos de peixes do gênero Astyanax spp.. 1.1.1 Objetivos específicos Verificar frequência de micronúcleos em hemácias de Astyanax spp. no grupo controle e nos pontos de coleta do Rio Caçador. Comparar a frequência de micronúcleos no grupo controle com os pontos de coleta do Rio Caçador. Comparar os resultados obtidos nesta pesquisa com pesquisas anteriores desenvolvidas em outros ecossistemas aquáticos da região. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 POLUIÇÃO AQUÁTICA As condições ambientais que encontramos hoje estão em constante mudança. Segundo Lemos e Terra (2003) nosso planeta há bilhões de anos atrás era muito diferente do que se encontra hoje. As condições do início dos tempos permitiram o surgimento da vida e evolução dela, onde os seres existentes modificaram o ambiente pouco a pouco para sua adaptação e sobrevivência. Mas estas modificações naturais vêm sendo aceleradas ou desviadas de seu rumo por conta da interferência humana, causando poluição e degradação do hábitat. A formação de grandes centros urbanos e a crescente necessidade de água para suprir as necessidades, faz com que cada vez mais as atividades humanas dependam da disponibilidade e da qualidade de águas continentais (LEMOS; TERRA, 2003). Estas atividades ainda podem liberar muitas substâncias tóxicas que podem atingir o ambiente aquático. Pode ser uma liberação não intencional, como é o caso de derramamentos, ou até mesmo intencional, como a liberação de efluentes industriais sem tratamento (PEDROZO; KUNO, 2008). Por poluição pode-se entender como a alteração das características de um ambiente tornando-o inviável para que os organismos presentes realizem as funções básicas que os mantêm vivos. As fontes de poluição podem ser classificadas de muitas formas, como sua origem, principais componentes, propriedades e efeitos que causam nas populações expostas (LEMOS; TERRA, 2003). Podem-se encontrar substâncias prejudiciais ao ambiente em todo lugar. Qualquer processo, natural ou antropogênico, libera material químico para o meio ambiente. O esgoto está entre as maiores fontes poluidoras deste meio. Nos esgotos lançados nas águas superficiais podem conter tanto rejeitos domésticos como industriais. Fezes, urina, sabão, papel, metais e outras substâncias orgânicas podem ser encontradas nessa fonte (PEDROZO; KUNO, 2008). 17 Frente à isso, o interesse de cientistas e pesquisadores na detecção de agentes tóxicos responsáveis por causar danos aos ecossistemas e à saúde humana tem crescido muito nas últimas três décadas. O crescimento da população e de suas atividades relacionadas à agricultura, industrialização e comércio tem contribuído muito para a depreciação da biodiversidade e variabilidade genética, tendo como efeito a extinção de espécies (SILVA; FONSECA, 2003). O sucesso evolutivo de uma população depende dentre outros fatores dos efeitos que um agente tóxico pode causar no ecossistema onde está inserido. Alguns organismos possuem mecanismos de defesa que conferem resistência à determinados contaminantes e os enfrentam como processos de seleção natural. Como são resistentes, passarão esta característica adiante, mas se ultrapassar os limites de determinada espécie (LEMOS; TERRA, 2003) pode originar mutações pontuais ou cromossômicas (PFEIFFER et al, 1996 apud LEMOS, 2011), as quais podem ser letais. A toxicologia ambiental vem investigando a relação que há entre ambiente/agentes e seus efeitos nas populações e ecossistemas expostos, envolvendo assuntos como problemas reprodutivos, declínios populacionais, toxicidade aguda e a disposição dos contaminantes na cadeia trófica (SILVA; FONSECA, 2003). Para estes estudos ecotoxicológicos o ambiente aquático apresenta uma complexa interaçãode componentes físicos, químicos e biológicos que necessitam de um entendimento do relacionamento destes componentes para compreender a resposta de substâncias contaminantes (LEMOS; TERRA, 2003) Substâncias químicas podem ser encontradas em diversas formas no ambiente. De acordo com Pedrozo e Kuno (2008), elas podem se encontrar em suspensão, que pode estar na forma de gotículas ou de partículas, ou em solução que podem estar dissolvidos ou adsorvidos a estas gotículas ou partículas em suspensão. Há contaminantes que merecem mais atenção, como substâncias inorgânicas e orgânicas, dando ênfase aos metais pesados e hidrocarbonetos cíclicos aromáticos, respectivamente. Até a atualidade se conhece seus efeitos 18 isoladamente, mas deve-se levar em conta que é possível que ocorram misturas complexas, onde os efeitos provocados podem ser ainda mais graves (LEMOS, 2011), sendo necessário o desenvolvimento de pesquisas de mais específicas. 2.2 MUTAGÊNESE Mutagênese é o nome dado para o processo em que ocorre uma mutação. Para que um organismo se torne mutante é necessário que ocorra uma alteração na molécula de DNA e estas alterações podem ser resultado de vários mecanismos. Entre eles, pode-se citar substituição de bases, deleções ou adições durante a replicação ou são resultados da ação de substâncias e agentes ambientais (MALACINSKI, 2005). Uma mutação pode ocorrer em um pequeno par de bases nitrogenadas ou até em cromossomos inteiros, divididas em micro-lesões e lesões pontuais, e as macro-lesões, incluem deleções e translocações cromossômicas e ampliação de extensões de DNA (MACHADO-SANTELLI; SIVIERO, 2008). Para muitas pessoas, e até mesmo para alguns cientistas e técnicos a mutação é vista como algo negativo e pesquisadores até desenvolvem procedimentos para poder evita-la. Mas a mutação é algo que faz parte da vida. Sem mutação a vida não seria possível. Através dela é que ocorre a variabilidade de espécies e também possibilita a adaptação ao seu ambiente físico e biológico e consequentemente permite a evolução. Porém, a mutação ocorre aleatoriamente a nível molecular e não “se sabe” o que e como está acontecendo. É às cegas. Dessa maneira, pela seleção natural apenas os mais adaptados sobrevivem. Portanto mutação é um processo desagregador. Ocorre de maneira desorganizada que pode favorecer uma espécie, mas também pode ser prejudicial, levando um indivíduo a morte (ERDTMANN, 2003). Todos os organismos sofrem mutação, isso é o resultado do funcionamento normal das células em função de sua interação com o ambiente. Sendo assim, mutação é qualquer alteração súbita no material genético (MACHADO- SANTELLI; SIVIERO, 2008). Se não for letal para a célula, esta mutação pode se propagar pelo organismo, dando origem a uma mutação somática e pode 19 ser transmitida para as próximas gerações, sendo chamada de mutação germinal (LARINI, 1999). As modificações podem aparecer como consequência da ação de um fator externo, já que todos os seres vivos estão constantemente expostos a agentes tóxicos. De acordo com Burns e Bottino (1991), toda mutação que ocorre em resposta a um agente externo é chamada de mutação induzida. Estes agentes podem ser de origem física, como a radiação ionizante, e de origem biológica. Quanto a agentes mutagênicos ambientais existe grande variedade de substâncias presentes no ar e na água capazes de provocar mutações no DNA e que podem ser carcinogênicas. Malacinski (2005) explica também que há organismos mutantes que só exibem o fenótipo quando estão sob determinadas condições. Estas mutações são chamadas de mutações condicionais. Quando as mutações são à nível estrutural, os danos que podem ocorrer no material genético podem ir desde alterações cromossômicas até a morte das células. Quebras de cromossomos podem ocorrer de forma natural, o que pode ser um resultado de qualquer consequência celular. O resultado mais simples de uma quebra é a perda de uma parte do cromossomo, que é chamada de deleção (BURNS; BOTTINO, 1991). 2.3 GENOTOXICIDADE A genotoxicidade é uma área que estuda as alterações que ocorrem na base genética de todo organismo vivo, tanto em sua estrutura físico-química, como no DNA ou na alteração do determinismo genético a nível celular e orgânico. A genotoxicidade também pode ser chamada de genética toxicológica, pois se situa entre a toxicologia e a genética (ERDTMANN, 2003). A expressão da toxicidade de uma substância depende da sua exposição e do seu comportamento em um organismo, relacionados com as formas de transporte e da sua interação com os órgãos envolvidos. Deve-se ainda considerar a dimensão, o tempo e a frequência com que este organismo é exposto a substância, a forma como é introduzido e a suscetibilidade dos sistemas biológicos (PEDROZO; KUNO, 2008). 20 Brilhante (2004) estima que todo o ano, cerca de mil produtos químicos novos são introduzidos para comercialização ou na produção industrial, as quais mais de metade são tóxicas ou apresentam algum risco para a saúde. E para a outra parte não se tem conhecimento suficiente sobre sua toxicidade. Em humanos, os efeitos tóxicos podem ser leves, como uma irritação nos olhos, ou até algo mais sério, causando problemas nos sistemas orgânicos, levando a cirrose ou câncer. Entre os poluentes de origem antropogênica mais comuns, então os herbicidas, inseticidas, fungicidas, íons orgânicos, solventes orgânicos, substâncias radioativas e produtos farmacêuticos (GUARATINI et al, 2008). Os mecanismos de ação dos organismos bioindicadores dependem do tipo de agente tóxico ao qual foi exposto. Primeiramente depende de o agente alcançar o sítio de ação. A absorção, a distribuição para o sitio alvo e a biotransformação são fatores que facilitam a chegada do agente tóxico ao sitio de ação. Assim a interação das moléculas com a substância se dá por diferentes reações que dependem das características do agente químico e do sítio de ação (OGA; MARCOURAKIS; FARSKY, 2008). Porém, faz-se necessário ainda entender a relação entre dose-resposta dos xenoquímicos. Entendendo as características dessa relação fica mais fácil entender quais os riscos que causam para os organismos. Se conhecer o espectro de doses consideradas inofensivas e como se comportam as substâncias em um organismo, se torna mais fácil prevenir a exposições que podem prejudicar e desencadear problemas de efeitos deletérios nos organismos (CALDAS, 2004). 2.4 BIOINDICADORES A contaminação do ambiente hoje é um problema que atinge a todos e que necessita de pesquisas para avaliar seus efeitos sobre os ecossistemas. Estas pesquisas não só procuram explicar as consequências das atividades antropogênicas, mas também auxiliam no entendimento de mudanças que ocorrem no próprio organismo biológico (VELHO, 2011). Segundo Knie e Lopes (2004), a qualidade da água pode ser medida de duas formas: uma é a análise 21 química e outra é a análise biológica. Esta última qualifica os efeitos que as substâncias presentes na água causam nos sistemas orgânicos. A capacidade de indivíduos de se adaptar, sinalizar e responder às variáveis ambientais é uma característica que está presente em todos os organismos, pois é importante para a manutenção de processos vitais, durante condições ambientais desfavoráveis. A resposta a poluentes é uma maneira de proteção, prevenindo ou diminuindo a interação com o agente tóxico (GUARATINI et al, 2008). Indicador biológico é aquele que evidencia uma alteração num sistema ou amostra biológica. A variável que manifesta um indicador podeser desde uma modificação molecular até celular, ou ainda uma doença até mesmo a morte do organismo (ROSA, SIQUEIRA; COLACIOPPO, 2008). A relação destes indicadores com os mecanismos de genes associados à neoplasias tem destacado a importância dos testes genotóxicos (RIBEIRO; MARQUES, 2003). Os bioindicadores são definidos como uma resposta biológica a um ou a vários compostos químicos que fornecem dados sobre os efeitos tóxicos em vários níveis. A escolha de um bioindicador contempla a análise de alguns aspectos como o organismo que será utilizado, a correlação das respostas em função da concentração dos agentes tóxicos, e a facilidade de medida das respostas (GUARATINI et al, 2008). Os toxicologistas têm estudado muito os mecanismos da toxicidade e dosagem dos níveis de contaminantes nos tecidos de organismos e em amostras ambientais (SILVA; FONSECA, 2003), pois alguns bioindicadores podem auxiliar na detecção precoce de uma doença que pode ser causada por determinado xenobiótico, pois seus níveis aumentam conforme a intensidade da exposição (ROSA, SIQUEIRA; COLACIOPPO, 2008). De acordo com Knie e Lopes (2004) sistemas biológicos podem responder a concentrações de substâncias abaixo dos níveis de detecção por análises químicas. Além disso, podem reagir às substâncias novas na água através da combinação destas. Desta forma, bioensaios permitem uma avaliação segura da toxicidade do ambiente estudado, fornecendo informações do risco que apresenta ao ambiente e até mesmo para os seres vivos. 22 Um bom indicador depende da velocidade de absorção, biotransformação e da excreção. Entre outros fatores, o tempo de amostragem é o que deve ser mais considerado. A falta de conservação da amostra e a coleta em recipiente inadequado também podem gerar erro. As amostras mais utilizadas são o sangue, a urina e ar expirado. (ROSA; SIQUEIRA; COLACIOPPO, 2008). A utilização de peixes como organismos modelos tem muitas vantagens, entre elas a facilidade com que os teleósteos têm de ser mantidos em laboratório e expostos à agentes xenobióticos. Os peixes respondem a contaminantes tóxicos por isso são usados para investigar substâncias químicas que podem causar efeitos teratogênicos e carcinogênicos no ser humano (SILVA; HEUSER; ANDRADE, 2003). 2.5 TESTE DE MICRONÚCLEOS Testes citogenéticos podem ser usados para investigar a exposição de uma população aos agentes contaminantes ambientais e ocupacionais e em casos de radiação ionizante, pode-se calcular a dose de cada indivíduo. Atualmente várias técnicas estão à disposição do pesquisador para realizar tais estudos, dentre elas, o teste de micronúcleos (MALUF; ERDTMANN, 2003). O micronúcleo (MN) se assemelha muito com o núcleo original em forma, estrutura, tamanho e coloração. Este resulta da perda de pedaços de cromossomos, que podem ser induzidos por agentes que danificam o cromossomo ou por agentes que causam algum tipo de dano no fuso mitótico (MALUF; ERDTMANN, 2003). Também podem ser formados de cromossomos inteiros, neste caso o micronúcleo irá ficar com o centrômero do cromossomo que pode ser detectado facilmente com sondas especificas (RIBEIRO, 2003). Os micronúcleos podem ser uma prévia de que há aberração cromossômica. Ele começa a aparecer no final da primeira divisão mitótica, mas outros micronúcleos podem se formar nas próximas divisões. Dessa maneira, para que seja possível visualizar um micronúcleo, a célula deve passar por pelo menos um ciclo mitótico. Os micronúcleos existentes em 23 células somáticas indicam que há danos no fuso mitótico (MALUF; ERDTMANN, 2003). O teste de micronúcleos consiste em observar as células que sofreram algum tipo de alteração na distribuição ou quebra das cromátides. No momento da migração dos cromossomos, fragmentos ou mesmo cromossomos inteiros, não acompanham este movimento para os polos da célula. Ao término da telófase, estes pedaços são excluídos dos núcleos das células filhas, formando então um ou vários micronúcleos na nova célula (LEDEBUR E SCHMID, 1973 apud SILVA E NEPOMUCENO, 2010). Segundo Silva e Nepomuceno (2010) “o teste do micronúcleo possibilita a detecção de efeitos genotóxicos provocados por vários agentes químicos e físicos, podendo ser utilizado para avaliação das condições ambientais.” Para Flores e Yamaguchi (2008), a metodologia do teste é simples e fácil, mas para fornecer resultados confiáveis e de qualidade, é necessário estabelecer alguns pré-requisitos, como o protocolo de tratamento dos animais e a forma de coleta e cultura das células. Este teste é o ensaio in vivo, mais utilizado para detectar agentes clatogênicos e aneugênicos, e faz parte da bateria de testes utilizados para avaliar o potencial mutagênico e para registro dos novos produtos químicos que entram no mercado do mundo todo (RIBEIRO, 2009) 24 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 ÁREA DE ESTUDO O Rio Caçador (Figura 1) localiza-se no município de Seara-SC entre as coordenadas (UTM) 370546; 6998029 (Elevação = 560m) e 368412; 6986573 (Elevação = 377m) é responsável pelo abastecimento da cidade e faz parte da bacia hidrográfica do Rio Uruguai (GABIATTI, 2003). 25 Figura 1 – Mapa da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Caçador Fonte: Grupo de Pesquisas em Meio Ambiente - GEMA, 2014 26 3.1.2 Pontos de coleta O trabalho foi desenvolvido em cinco pontos ao longo do Rio Caçador, definidos pelo Grupo de Pesquisas em Meio Ambiente (GEMA). O ponto um (370546; 6998029; elevação = 560m) corresponde a nascente do Rio Caçador e fica localizado na área rural do município de Seara, próximo a uma propriedade particular. Neste ponto há vegetação densa e bem conservada nas duas margens do rio. O ponto dois (370410; 6997192; elevação = 542m) fica localizado no reservatório de tratamento da CASAN, próximo ao limite da zona urbana e rural, onde há vegetação dispersa apenas na margem esquerda do rio. O ponto três (370273; 6995697; elevação = 523m) localiza-se na área urbana, logo após um frigorífico. Na margem esquerda há vegetação, porém na margem direita há moradias e percebe-se a presença de muito lixo orgânico, eletrônico, plástico, papéis e outros. O quarto ponto (369242; 6993162; elevação = 458m) encontra-se também na zona rural, onde há mata ciliar nas duas margens do rio, porém, há moradias e criação de animais próximo e o odor neste ponto é desagradável. O quinto e último ponto (368412; 6986573; elevação = 377m), corresponde à foz e fica localizado na zona rural, na comunidade de Linha Caçador. Neste ponto também há moradias, criação de animais e lavouras próximo ao leito do rio, porém a mata ciliar é densa e conservada nas duas margens (Figura 2). 27 Figura 2 – Pontos de coleta no Rio Caçador, Seara - SC Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Fonte: O autor (2014) 28 3.2 MODELO BIOLÓGICO DE ESTUDO O modelo biológico que foi utilizado no experimento é um peixe nativo da espécie Astyanax spp., o qual é conhecido popularmente como lambari, pertencente à família Characidae. Sua distribuição é ampla, com ocorrência desde o México até a Argentina (MORRONE, 2002 apud CORNELIO 2013). O lambari é um peixe de pequeno porte, com váriasescamas, sua coloração oscila entre as espécies. Seu comprimento e peso variam, podendo ter até 20 cm e 40 g. Seu hábito alimentar é variado, são onívoros, alimentam- se de vegetais e animas (detritos, algas, crustáceos, insetos, flores etc.) e a espécie vive em diferentes tipos de habitats, sendo utilizado também como peixe ornamental (IBAMA, 2008). Podem ser encontrados cabeceiras de riachos, rios e lagos, vivendo sempre em cardumes (CEMIG/CETEC, 2000 apud MARCON, 2008). Os peixes utilizados na constituição do grupo controle foram adquiridos em uma lagoa de piscicultura, em uma propriedade agroecológica modelo, distante do centro urbano, a qual está localizada na cidade de Peritiba – SC (S – 27° 22’ 51,2” e WO – 51° 54’ 36,9”). 3.3 COLETA DAS AMOSTRAS As coletas foram realizadas sazonalmente em cinco pontos pré- estabelecidos do Rio Caçador. Os métodos de captura foram escolhidos de acordo com o ambiente amostrado: para a captura dos exemplares nos pontos menos profundos foi utilizado puçá com malha 2 mm entre nós opostos, aplicados tanto nas margens quanto junto ao leito; já para os pontos de maior profundidade foram utilizadas linhas de espera com anzóis e redes de espera, com malha de 3mm entre nós opostos. Os peixes foram capturados apenas no período diurno (entre o amanhecer e o início do anoitecer) e as amostragens ocorreram independentemente do clima. O esforço de captura aplicado em cada amostragem foi de 60 minutos em cada ponto, simultaneamente para 29 todas as metodologias de captura aplicadas. Esta metodologia foi a mesma utilizada nos trabalhos de Celant (2014) e Zoleti (2014). Para a obtenção do grupo experimental, foram coletados 10 indivíduos, em cada um dos pontos definidos para o estudo. Para a amostragem do material biológico e montagem das lâminas, os peixes foram colocados na água gelada (4º C) para a dessensibilização, logo após a coleta. Cerca de 5 min após a dessensibilização, o sangue foi coletado das brânquias com o auxílio de uma lâmina histológica, previamente desinfetada com álcool 70%. Foi coletado sangue suficiente para a confecção de duas lâminas com esfregaços por indivíduo. Após a coleta do sangue os peixes foram acondicionados em frascos com formalina 4%, levados ao Laboratório de Análise Ambiental e utilizados para outros estudos. Após a confecção dos esfregaços, as lâminas foram levadas ao laboratório de Análise Ambiental da Universidade do Contestado Campus Concórdia para secagem, fixação, coloração e análise das mesmas. Baseado na metodologia de Cestari et al (2005), após 12 horas de secagem dos esfregaços em temperatura ambiente, as lâminas foram fixadas com metanol absoluto por 10 minutos e depois expostas para secar novamente. Após a secagem das lâminas, estas foram coradas com Giemsa 5% por 25 minutos, posteriormente lavadas com água destilada após coloração e secadas a temperatura ambiente. Este protocolo também foi utilizado na montagem das lâminas do grupo controle. No grupo controle foi utilizado um aquário contendo água da torneira, que ficou declorando por um período de 72 horas. Foram colocados 10 peixes neste aquário, respeitando a densidade de 1g de peixe para cada litro de água. Após o período de aclimatação, foi coletado o sangue dos peixes para montagem dos esfregaços, com a mesma metodologia do grupo experimental, os quais passaram por um período de secagem, fixação, coloração e posterior análise microscópica. Ao término de cada coleta de material os indivíduos sofreram eutanásia seguindo os critérios da Resolução do Conselho Federal de Medicina 30 Veterinária nº 714, de 20 de junho de 2002. Os resíduos resultantes das coletas, a água e os peixes, tiveram um destino adequado com outros resíduos dos laboratórios da Universidade do Contestado Campus Concórdia, recolhidos por empresa especializada em coleta e destino de resíduos orgânicos e químicos. 3.4 ANÁLISE DE MICRONÚCLEOS Para análise das lâminas foi utilizado a microscopia de luz (imersão – 1000x) com a identificação e quantificação de micronúcleos. Foram analisados 2.000 eritrócitos por animal, sendo 1.000 eritrócitos por lâmina. As lâminas foram observadas primeiramente com o aumento de 400x para encontrar locais com células bem coradas e espalhadas (com boa qualidade), após isso foram identificados os micronúcleos presentes nas células com o maior aumento (1000x). Para a identificação dos micronúcleos (Figura 3) foram utilizados alguns critérios como, membrana celular intacta, micronúcleo com a mesma coloração e morfologia do núcleo principal, diâmetro entre 1/16 no máximo 1/3 do núcleo principal (SALVADORI et al, 2003). 31 Figura 7 - Eritrócito de Astyanax sp. micronucleado (seta) Fonte: O autor (2014) 3.5 ANÁLISE ESTÁTISTICA Na comparação do grau das variações das determinadas amostras, a fim de verificar se houve diferença significativa na frequência de micronúcleos entre os diferentes tratamentos, foi realizada análise de variância e aplicado o Teste de ANOVA seguido do teste post-hoc de Fischer, empregando o nível de significância de 5%. Utilizou-se o programa Statistica 6.0 para a realização das análises. 3.6 ASPECTOS ÉTICOS Todos os procedimentos com os peixes Astyanax spp. foram aprovados pelo SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade), projeto número 36239-3 (Anexo E), que entendeu que o projeto atendia à todas as exigências legais. 32 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O índice de genotoxicidade do ecossistema avaliado foi analisado por meio da média de micronúcleos em eritrócitos de peixes coletados durante o ano de 2014, entre os meses de março e setembro, totalizando quatro coletas realizadas sazonalmente. No grupo experimental foram avaliados 31 peixes e analisados 62 000 eritrócitos e no grupo controle foram avaliados 10 peixes e analisados 20 000 eritrócitos. Comparando o número de micronúcleos identificados nas 4 estações, observou-se um total de 15 micronúcleos na coleta de inverno, o correspondente à uma média de 7,5 ± 6,36. No outono o número de micronúcleos foi de 60, no qual a média de micronúcleos foi de 5 ± 4,02. Na primavera, observou-se um total de 29 micronúcleos, o que correspondeu a média de 3,6 ± 1,68, e no verão, foram identificados 556 micronúcleos, o que correspondeu a uma média 13,9 ± 10,03. Pela análise dos dados observa-se que o verão diferiu significativamente (p = 0,002) do outono e da primavera em relação ao número de micronúcleos (Gráfico 1, Tabela 1). 33 Gráfico 1 - Variação sazonal da média de micronúcleos observados em eritrócitos de Astyanax spp. capturados no rio Caçador, município de Seara – SC estação do ano; LS Means Current effect: F(3, 58)=5,6682, p=,00179 Effective hypothesis decomposition Vertical bars denote 0,95 confidence intervals Inverno Outono Primavera Verão estação do ano -10 -5 0 5 10 15 20 25 M ic ro nú cl eo s Tabela 1 – Análise estatística dos micronúcleos observados nos eritrócitos de Astyanax spp. capturados no rio Caçador, município de Seara – SC Estação do ano Inverno Outono Primavera Verão 1 Inverno 0,700609 0,565084 0,301408 2 Outono 0,700609 0,723414 0,002282 3 Primavera 0,565084 0,723414 0,002721 4 Verão 0,301408 0,002282 0,002721 Supõe-se que o número expressivo de micronúcleos identificados na coleta de verão esteja relacionado ao baixo índice de pluviosidade observado nomês da coleta, que foi de 60 mm (Anexo A). Já no mês de coleta correspondente a estação da primavera, a pluviosidade foi de 90 mm e o número de micronúcleos foi menor quando comparado ao número de micronúcleos da coleta do verão. Desta forma, acredita-se que o maior índice pluviométrico e o relevo acidentado da região, favoreceram o carreamento dos poluentes presentes no ambiente, pela água do rio. Em contrapartida, é 34 provável que o menor índice pluviométrico contribuiu para que algumas substâncias genotóxicas permanecessem aderidas ao substrato, em consequência os peixes permaneceram expostos por um período de tempo necessário à formação de micronúcleos. Comparando a média de micronúcleos entre os pontos pesquisados, observa-se que não houve diferença estatística significativa (p = 0,25853), conforme Gráfico 2. Gráfico 2 – Variação da média de micronúcleos nos pontos avaliados Ponto de Coleta; LS Means Current effect: F(2, 59)=1,3842, p=,25853 Effective hypothesis decomposition Vertical bars denote 0,95 confidence intervals 1 2 5 Ponto de Coleta -15 -10 -5 0 5 10 15 20 M ic ro nú cl eo s Em relação a coleta de peixes nos 5 pontos estudados, observou-se um baixo número de espécimes, sendo que no ponto 3, localizado no centro da cidade de Seara e no ponto 4, localizado próximo a um abatedouro, na área rural, não foi coletado nenhum indivíduo. Essa informação chama a atenção para as condições ambientais do manancial, o que leva a suposição de que este ambiente apresenta altas taxas de poluição com desequilíbrio das cadeias 35 tróficas. No ponto 2, que corresponde a estação de tratamento da CASAN, localizado próximo a área urbana do município, foi coletado apenas um representante de Astyanax spp. na coleta da primavera. Da mesma forma que nos pontos 3 e 4 este dado serve de alerta e sugere outras investigações no sentido de avaliar o potencial genotóxico do ecossistema. Nos pontos 1 e 5 foi coletado um maior número de indivíduos em comparação aos outros pontos, o que indica que a água do rio nestas áreas apresenta condições favoráveis para a sobrevivência dos peixes. Desta forma, mesmo havendo plantações, criação de animais e moradias próximas a estes locais, a mata ciliar apresenta-se densa e bem conservada, o que contribui para a proteção da água do rio. Na análise dos dados comparativos em relação ao grupo experimental e grupo controle (Gráfico 3), verifica-se que no grupo controle a média de micronúcleos foi de 2,35 ± 1,38 enquanto que no grupo experimental a média de micronúcleos foi de 10,64 ± 9,39, apresentando diferença estatística significativa. 36 Gráfico 3 – Resultados da ANOVA da comparação do grupo experimental com o grupo controle tratamento; LS Means Current ef f ect: F(1, 80)=15,362, p=,00019 Ef f ectiv e hy pothesis decomposition Vertical bars denote 0,95 conf idence interv als Experimento Controle tratamento -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 M ic ro nú cl eo s A formação de micronúcleos encontrados nos eritrócitos de Astyanax spp. coletados na lagoa de piscicultura, pode ser explicada pela ocorrência de mutações espontâneas ou até mesmo à exposição destes indivíduos à agentes genotóxicos. Porém a diferença significativa entre o número médio de micronúcleos observado no experimento e no grupo controle, leva a supor que as águas do Rio Caçador possuem potencial mutagênico capaz de provocar alterações celulares. A análise dos dados também mostrou diferenças estatisticamente significativas entre os números médios de micronúcleos nas diferentes estações do ano em comparação com o grupo controle (p < 0,0001) (Gráfico 4). Analisando estas médias através do Teste de Fischer, observa-se diferença significativa no verão, quando comparado ao outono e primavera (p = 0,000457 e p = 0,000574), respectivamente (Tabela 2). 37 Gráfico 4 – Resultado da comparação sazonal do número médio de micronúcleos com o grupo controle Estação do ano; LS Means Current ef f ect: F(4, 77)=10,365, p=,00000 Ef f ectiv e hy pothesis decomposition Vertical bars denote 0,95 conf idence interv als Verão Outono Inv erno Primav era Controle Estação do ano -5 0 5 10 15 20 M ic ro nú cl eo s Tabela 2 – Análise estatística dos micronúcleos observados nos eritrócitos de Astyanax spp capturados no Rio Caçador, município de Seara –SC Estação do ano Verão Outono Inverno Primavera Controle Verão 0,000457 0,235296 0,000574 0,000000 Outono 0,000457 0,658806 0,684433 0,328775 Inverno 0,235296 0,658806 0,508809 0,349942 Primavera 0,000574 0,684433 0,508809 0,680936 Controle 0,000000 0,328775 0,349942 0,680936 Esta diferença significativa do verão com o grupo controle também pode ser relacionada ao volume de precipitação ocorrido no mês de realização da coleta. Neste período a vazão do rio foi menor, permitindo que os peixes ficassem expostos por mais tempo a uma quantidade maior de substâncias 38 mutagênicas, justificando assim a maior média de micronúcleos desta primeira coleta. Lanhi (2006) realizou pesquisa semelhante no Rio dos Queimados, em Concórdia-SC e constatou que no mês de setembro, houve uma maior precipitação quando comparada com o volume de precipitação nas outras coletas e no mês de maior quantidade de chuvas, também identificou uma média de micronúcleos menor nos eritrócitos de Astyanax spp. Na comparação entre pontos, considerando as quatro coletas, a análise de variância mostrou que existe diferença estatística significativa entre a média de micronúcleos do ponto 1 (12,43 ± 11,39) e a média de micronúcleos do grupo controle (2,35 ± 1,38), bem como entre a média do ponto 5 (9,76 ± 7,58) e o grupo controle. A diferença entre o número médio de micronúcleos do ponto 2 (2,5 ± 0,70) e o grupo controle não se mostrou estatisticamente significativa (p = 0,980258) (Gráfico 5). Analisando as médias através do Teste de Fischer, observa-se a diferença estatística significativa nos pontos 1 e 5 quando comparados com o grupo controle (p = 0,000082 e p = 0,001816), respectivamente (Tabela 3). 39 Gráfico 5 – Análise de variância para comparação entre número médio de micronúcleos dos pontos de coleta com grupo controle Ponto de Coleta; LS Means Current ef f ect: F(3, 78)=6,4367, p=,00060 Ef f ectiv e hy pothesis decomposition Vertical bars denote 0,95 conf idence interv als 1 2 5 Controle Ponto de Coleta -15 -10 -5 0 5 10 15 20 M ic ro nú cl eo s Tabela 3 – Análise estatística (Teste T) para média de eritrócitos micronucleados em Astyanax spp. capturados no Rio Caçador, Seara-SC Ponto de Coleta 1 2 5 Controle 1 0,100970 0,214156 0,000082 2 0,100970 0,224080 0,980258 5 0,214156 0,224080 0,001816 Controle 0,000082 0,980258 0,001816 Estes resultados corroboram com os resultados apresentados por Lanhi (2006) onde também observou diferença estatística significativa entre os pontos de coleta do grupo experimental no Rio dos Queimados em relação a média de micronúcleos identificados no grupo controle. 40 Utilizando peixes da espécie Rhamdia quelen, Kappes (2010) encontrou diferenças significativas entre os pontos amostrados no Rio do Peixe nos municípios de Joaçaba e Herval d’Oeste em Santa Catarina, em relação ao controle negativo. Desta forma, os resultados obtidos sugerem que o Rio Caçador possuisubstâncias genotóxicas capazes de provocar alterações no material genético e mais gravemente impedir a sobrevivências de espécimes em determinados pontos do seu leito. 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados apresentados neste trabalho contribuem para a avaliação da genotoxicidade da água do Rio Caçador em Seara - SC. Os dados indicam que as águas do Rio Caçador, no município de Seara - SC possuem potencial mutagênico, onde em alguns pontos o índice de poluição é maior, afetando o equilíbrio natural do ecossistema e consequentemente prejudicando e impedindo a sobrevivência de determinadas espécies aquáticas. Desta forma, acredita-se que todos os resultados levantados até o momento, indicam a real situação do Rio Caçador e que esses estudos chamam a atenção para uma ação conjunta entre a população, as autoridades e os órgãos competentes para reestabelecer a harmonia neste ecossistema. Não há registros de outros trabalhos relacionados a genotoxicidade realizados no Rio Caçador, porém em outros ecossistemas aquáticos da região, foram desenvolvidos trabalhos semelhantes que evidenciaram uma situação muito parecida à esta encontrada no Rio Caçador, como por exemplo o Rio dos Queimados, em Concórdia – SC. Portanto, estes resultados demonstram que é necessário a realização de mais pesquisas deste cunho no Rio Caçador, principalmente nestas áreas onde não foi possível realizar a avaliação da genotoxicidade por meio de micronúcleo písceo. Recomenda-se ainda, realizar avaliações físico-químicas da água juntamente com a avaliação genotóxica, por meio da metodologia das gaiolas. 42 REFERÊNCIAS BAVARESCO, P. R. Colonização do extremo oeste catarinense: contribuições para a história campesina da América Latina. Artigo apresentado no doutorado em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos–UNISINOS, 2006. BERTOLETTI, Eduardo. 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