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Culpabilidade Conceito: é o último dos elementos da teoria do crime (conduta típica, ilícita e culpável). Crime é sempre um comportamento humano e social. Doutrina dominante: A culpabilidade é um juízo de reprovabilidade da conduta típica e ilícita. (reprovação da conduta) Juízo: pressupõe que alguém julgue. Reprovabilidade: comportamento inaceitável - censura. Conduta típica e ilícita: Conduta é toda ação ou omissão, consciente e voluntária, dolosa ou culposa, dirigida a uma finalidade e contrária ao ordenamento jurídico. A ideia de que o juízo de culpabilidade está na “cabeça do juiz” não é aceitável atualmente. Também não podemos dizer que é um juízo de valor ético e moral, pois a valoração da culpabilidade deve ser um juízo contraditorizado dentro do processo. Assim, a única forma de compreender se há ou não crime, é analisando o caso concreto. O objeto de reprovação da culpabilidade é a conduta típica e ilícita. Doutrina minoritária: A culpabilidade é o juízo de reprovação do SUJEITO que pratica conduta típica e ilícita. Fernando Capez, ao dizer que: o juízo de reprovação incide sobre o sujeito, diz que a conduta é típica, a conduta é ilícita, e o SUJEITO é culpável. Funções: A culpabilidade funciona como um pressuposto para a aplicação da pena. Ela funciona em pelo menos 3 momentos diferentes: Fundamento da pena (predicado do crime) Funciona como o 4º elemento integrante do conceito de crime, serve para integrar o conceito de crime. Elemento de determinação da pena (limite) Funciona como elemento de gradação da pena, art 59 CP Conceito contrário à responsabilidade objetiva Princípio da culpabilidade; toda responsabilidade penal é subjetiva, ou seja, deve ter agido com dolo ou culpa. Funciona como um princípio, onde ela veda a responsabilidade penal objetiva. Teorias Psicológica (causalismo naturalista clássico) Dividia os elementares subjetivos e objetivos do conceito do crime. Objetivos: conduta, tipicidade e ilicitude (eram conceitos que o observador externo conseguia perceber). Subjetivo: culpabilidade (já esgotava todos os elementos de ordem subjetiva que estavam no crime). Assim, a culpabilidade é o vínculo psicológico entre o indivíduo e o resultado. Psicológico-normativa O dolo e a culpa eram, para o causalismo clássico, as únicas maneiras de se vincular subjetivamente o sujeito com o resultado. O dolo e a culpa são a culpabilidade. Com o resgate da teoria Kantiana no direito penal, percebeu-se que a metodologia clássica era advinda do positivismo e fez com que analisássemos o fenômeno jurídico através de um viés natural, que pudesse ser observado pelo observador externo. Percebeu-se que era o momento de entender o direito como algo que precisa de valoração. Quando se diz que algo é crime, está dizendo que isso é ruim, é reprovável. Assim, a grande inovação, foi introduzir o juízo de reprovabilidade. Culpabilidade é reprovabilidade. A culpabilidade é o juízo de reprovação composta por dolo e culpa. Frank - Censurabilidade: culpabilidade como juízo de censura- reprovabilidade -Normalidade das circunstâncias: culpabilidade é o juízo de censura, mas que só pode ser feito quando a pessoa o utilizou na normalidade das circunstâncias. ii. James Goldschmidt -juízo de contrariedade ao dever: quando você determina que um comportamento é crime, há aí duas normas: uma de dever interna e outra de dever externa. O comportamento carrega dentro de si uma norma de dever. Assim, o sujeito deveria motivar o seu comportamento de forma que a norma seja um dever. iii. Berthold Freudenthal - Exigibilidade da conduta: BF propôs que o que faz a culpabilidade ser a reprovação é o sujeito ter podido, na normalidade das circunstâncias, agir da forma que era exigido que ele agisse. Só é reprovável o comportamento do sujeito que poderia ter agido conforme o direito. iv. Edmund Mezger - Reprovabilidade pessoal da conduta ilícita: é reprovável o comportamento do sujeito que por sua decisão individual, opta por violar seu dever de agir. Mudança de reprovação, o que era psicológico, passa a ser normativo. Estabelecer o juízo de reprovação, agir na normalidade das circunstâncias e que desobedece o dever jurídico, numa circunstância que não admita que você aja de outra forma. Tudo isso depende de uma manifestação individual. Normativa pura Extração de elementos subjetivos da culpabilidade: o causalismo clássico gerou a teoria psicológica (culpabilidade é dolo e culpa). Causalismo neo-clássico gerou a teoria psicológico normativa (culpabilidade é o juízo de reprovação composta por dolo e culpa). O finalismo gerou a teoria normativa pura. O dolo e a culpa não estão no interior da culpabilidade. No finalismo, a base está na capacidade racional prática que é capaz de dominar planos causais. Assim, o dolo e a culpa não estão na culpabilidade, eles estão na conduta, no interior da conduta. O juízo de reprovação passa a ser sobre a conduta dolosa ou culposa. A culpabilidade no finalismo é estritamente normativa. O Código Penal se orienta nessa teoria. No finalismo, a culpabilidade é o juízo de reprovação, que une todas as outras teorias, excluindo apenas o dolo e a culpa. Funcionais Roxin Responsabilidade: culpabilidade + funções da pena Culpabilidade como capacidade de acesso à mensagem motivacional da norma Complemento da necessidade preventiva da punição Jakobs Déficit motivacional: fidelidade ao direito Conceito funcional em relação às penas, em determinada sociedade Discursiva (Klaus Gunther) Elementos Imputabilidade Potencial conhecimento da ilicitude Exigibilidade de conduta conforme o direito IMPUTABILIDADE, POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. Só será culpável o agente que se enquadrar nos três requisitos. Se um dos três requisitos for excluído, a culpabilidade também será excluída. Todo crime é fato típico, ilícito e culpável. → O último elemento. Juízo de reprovação ou censura que recai sobre a conduta típica e ilícita. Teoria normativa pura: elementos: 1) imputabilidade, 2) exigibilidade de conduta diversa e 3) potencial consciência da ilicitude. Causas de afastamento da culpabilidade Inimputabilidade (art 26, CP) Imputável é a capacidade de culpabilidade. Inimputabilidade é a incapacidade da culpabilidade. Assim, é a falta de juízo de reprovação sobre o comportamento. Capacidade racional prática: quem não tem capacidade para agir conforme o direito, não pode ser responsabilizado; Idade: menores de 18 anos (art 228, CR) Higidez mental: doença mental, presente no momento da ação ou da omissão, que faça com que a pessoa não saiba que está agindo errado (art 26, CP). “inteiramente incapaz” tem que ser capaz de agir de outra forma. “isento de pena” se não é culpável, não pode ser punido. Emoção e paixão: emoção: sentimento forte e instantâneo/ paixão: sentimento duradouro. Não são sentimentos, em geral, suficientes para excluir a imputabilidade. (art 28, CP). “emoção e paixão não afastam a culpabilidade” Embriaguez: (art 28, II, CP) O uso patológico de álcool, sai do art 28 e vai para o art 26. A embriaguez pode funcionar como agravante da pena (art 61, CP) Desconhecimento da ilicitude Erro de proibição Excurso- erro de tipo (exclusão do dolo) Inexigibilidade de conduta conforme ao direito Obediência hierárquica Coação moral irresistível Causa de afastamento da culpabilidade Inexigibilidade da conduta conforme o direito Culpabilidade - elementos: imputabilidade, conhecimento da ilicitude e exigência de comportamento conforme o direito. Afasta a culpabilidade a inexigibilidade de conduta diversa. Duas hipóteses de afastamento por este motivo: - obediência hierárquica art 22 CP - coação irresistível art 22 CP Coagir: (forçar alguém a fazer algo; atua sobre a formação da vontade do sujeito) coação moral- afasta a reprovabilidade sefor irresistível, responde somente aquele que coage. A obediência hierárquica só serve para serviço público. Ex: o sargento que manda que o policial leve uma sacola para alguém, sem que o policial saiba que está transportando droga. A culpabilidade passa a ser essencialmente juízo de reprovação incidente sobre a conduta típica e ilícita. Transposição do dolo e da culpa para dentro da conduta típica. Dolo- valorativo- normativo- (vontade livre e consciente de praticar um comportamento sabidamente ilícito) De acordo com Welzel, o conhecimento da ilicitude não é atual, e sim potencial. 1) IMPUTABILIDADE E SUAS CAUSAS DE EXCLUSÃO Imputável é aquele que tem a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e capacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento. Entender e querer. Imputável → pena Inimputável → isenção de pena Semi-imputável → redução de pena [conforme Art. 26, § único] Art. 26 É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 27 Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Art. 28 Não excluem a imputabilidade penal: I – a emoção ou a paixão; II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Excludentes: Situações permanentes: a) doença mental; b) desenvolvimento incompleto (silvícolas e menores de 18 anos); c) desenvolvimento retardado; Situação ocasional: d) embriaguez completa acidental. Critério biopsicológico: utilizado para descobrir se é imputável ou inimputável. Amadurecimento pessoal do agente, do ponto de vista psicológico. Inteiramente incapazes, exceto menores de 18. Requisitos: a) requisito causal (doença mental, desenvolvimento incompleto ou retardado); b) requisito consequencial; c) requisito cronológico (ao tempo da conduta comissiva ou omissiva). Critério biológico: utilizado para os menores de 18 anos. Embriaguez COMPLETA: 1) Não acidental: → voluntária ou dolosa; → culposa. 2) Acidental: [inimputável] Se completa, exclui a culpabilidade; se incompleta, reduz a pena de um terço a dois terços. 3) Pré-ordenada: O agente se embriaga para criar coragem de praticar o crime. Agrava a pena. Art. 61, II, “l”, CP. 4) Patológica: [inimputável] Dependentes químicos. È equiparada à uma doença mental, por isso o critério biopsicológico também é adotado. Para embriaguez voluntária e culposa: Teoria “actio libera in causa”. Se, na causa, ele era livre, o agente será responsabilizado penalmente. Se, na causa, havia fortuito ou força maior, será inimputável. |----------------------------------------------------------------|-----------------------------------------------------------| Causa: Ação: Resultado. voluntária ou culposa. Agente embriagado. O dolo e a culpa são aferidos no momento da embriaguez e não no momento da conduta. Por isso, a responsabilidade é objetiva. O agente responde pelo crime. 2) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Art. 22 Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. → Coação moral irresistível: grave ameaça. Coator/Coagido/Vítima. O coator responde pelo crime. → Obediência hierárquica: decorrente de poder/direito público. Superior/Subordinado/Vítima. O superior responde pelo crime. A norma deve ser ilegal. Se a norma for legal, caracteriza-se o estrito cumprimento do dever legal. Excluem-se as subordinações domésticas e privadas. 3) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito de sua conduta – consciência potencial (não real) da ilicitude. Basta que o autor tenha base suficiente para saber que o fato praticado está juridicamente proibido e que é contrário as normas elementares que regem a convivência. Previsibilidade subjetiva x Previsibilidade objetiva O agente, Culpabilidade x O homem médio, culpa Art. 21 O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Erro sobre a existência ou os limites da norma. Espécies do erro de proibição: → Escusável: perdoável, desculpável. Exclui a culpabilidade. → Inescusável: havia possibilidade de conhecimento. Responde pelo crime, com pena diminuída de um sexto à um terço. Ciência da ilicitude do fato No causalismo clássico, nós dizíamos que a culpabilidade é o vinculo psicológico entre a ação e o resultado (dolo e culpa). Juízo de reprovação: reprovabilidade: continua preservando no seu interior o dolo e a culpa. O causalismo também entende a culpabilidade de forma normativa. Vontade de realizar um ato sabidamente ilícito: DOLO, dolo normativo. Dolo e culpa integram a culpabilidade (causalismo) Dolo normativo- contém a ciência da ilicitude (causalismo neoclássico) Dolo e culpa estão na conduta típica ( Welzel, finalismo) A ciência da ilicitude é a reprovação de algo que o sujeito sabe que está agindo errado. Dolo e culpa do interior da culpabilidade para o interior da conduta típica A valoração e o juízo da ilicitude ficam na culpabilidade. O dolo do finalismo é um dolo natural, neutro, pois não contem a ciência da ilicitude. Assim, no causalismo, o dolo e a culpa estavam no interior da culpabilidade. No finalismo, o dolo e a culpa estão no interior da conduta típica. No causalismo neoclássico, dolo e culpa estão na culpabilidade, já a ciência da ilicitude está no dolo. A ciência da ilicitude é atual. No finalismo, o dolo e a culpa estão na conduta típica, a ciência da ilicitude está na culpabilidade. A ciência da ilicitude é potencial. CIÊNCIA DA ILICITUDE É ATUAL – causalismo CIÊNCIA DA ILICITUDE POTENCIAL – finalismo ERRO Conceito: erro é a falsa representação da realidade ou o falso ou equivocado conhecimento de um objeto (é um estado positivo). Conceitualmente, o erro difere da ignorância: esta é a falta de representação da realidade ou o desconhecimento total do objeto (é um estado negativo). Quando houver um descompasso entre a representação e a realidade, há erro. EX: levar um celular para casa acreditando que o mesmo é seu; não é furto. Antes, o erro era classificado da seguinte maneira: Erro de fato (não existe mais) – art 17 CP41 – Incide sobre elemento de fato do tipo penal – CPM, Erro de fato, art 36 é isento de pena, que ao praticar crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legitima. Errode direito (não existe mais) – art 16 CP 41 – Incide sobre o conhecimento da lei e é tratado como inescusável – COM, erro de direito: art 35 a pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe ilícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação de lei, se escusável. Erro de tipo (art 20, caput) Erro de proibição (art 21, caput) a)- erro de tipo: incide sobre as elementares subjetivas do tipo. Tem como consequência o afastamento do dolo, pois a sua consequência é o que ele toca e como ele atinge o tipo e o dolo e a culpa estão dentro do tipo, ele afasta o dolo. Conceito: Erro de tipo pode ser considerado aquele que determina a ausência do dolo quando, havendo uma tipicidade objetiva, falta-lhe ou é falso o conhecimento dos elementos requeridos pelo tipo objetivo. Quanto ao objeto: Essencial- interfere na própria existência do crime Acidental- não determina a existência do crime. Não interfere na existência do crime e nem permite a isenção de pena: a. Quanto à pessoa (art 20 p. 3º) b. Quanto ao objeto c. Determinado por terceiro (art 20 p. 2º) Quanto à escusabilidade - desculpa: Vencível; inescusável: Exclui o dolo, mas permite a punição a titulo de culpa, havendo a forma culposa. Invencível; escusável: Exclui o dolo e a culpa. A culpabilidade no finalismo é formada por ciência da ilicitude. A ciência da ilicitude é pontual e não atual. b)- Erro de proibição: para ser culpável é preciso que o sujeito saiba que é culpável. Desconhecer a lei é uma coisa, não compreender que aquilo é contrário ao direito como prática, é outra. Conhecimento de ilicitude (não se confunde com desconhecimento da ei, que é inescusável, caput, do art 21 CP) Ex: Você pode não saber qual art da sonegação de impostos, mas você sabe que sonegar imposto é crime. Ex: você não sabe a definição de estupro, mas você sabe que estuprar é errado. Conhecer a ilicitude do fato de acordo com o finalismo é algo totalmente diferente de desconhecer a lei. O juízo que você deve fazer sobre a ilicitude do fato, não é uma valoração técnica (Edmund Ezger). O conhecimento da ilicitude é um conhecimento potencial. Quando você não é capaz de reconhecer potencialmente que aquilo é contrário ao direito, isso é erro de proibição. Ex: Prática médica errada, mas como todos os médicos fazem a mesma coisa há muito tempo, não temos como exigir que um novo médico saiba que isso é errado. Se não é possível saber que o que ele faz é errado/ contrário ao direito, não há que se falar em culpabilidade. Conceito: Erro de proibição é aquele que incide sobre a própria consciência de antijuridicidade da conduta, que como se sabe é um dos elementos integrantes do conceito normativo da culpabilidade. Como sua consequência é o que ele toca, ele não vai exclui o dolo, mas atinge a culpabilidade, diminui a pena ou afasta a pena. Classificação: Indireto (percepção errônea da realidade): - Descriminantes putativas: Existência Limites Direto (valoração errônea imediata): Existência, validade e vigência da norma Subsunção Desconhecimento da ilicitude Escusabilidade: Vencível- inescusável: causa geral de diminuição da pena (parte final, caput, art 21, CP) Invencível-escusável: causa de exculpação (parte do meio, caput, do art 21, CP) ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO: As exclusões da ilicitude podem ser reais ou putativas. As putativas não existem de fato, o sujeito acha que está certo. Isso é o erro. Acredita que está agindo certo, mas não está. O erro é o descompasso entre a representação e o fato. Erro de proibição é o erro que incide sobre o desconhecimento da ilicitude. Erro de proibição indireto estão aqueles que incidem sobre uma representação putativa. Errar quanto a existência de uma causa de exculpação. Errar quanto a existência de uma causa que tornaria licito o seu comportamento. EX: Um sujeito deixou seu sapato no sapateiro para que o mesmo o consertasse. Esse sujeito não foi buscar o sapato durante muito tempo. Sendo assim, o sapateiro vendeu o sapato para pagar suas contas. O sujeito, então, decidiu ir a sapataria buscar seu sapato e não o encontrou. ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO. Erro quanto aos limites de uma causa de exculpação Erro quanto a extensão da legítima defesa: DIRETO: atinge, efetivamente, a ciência da ilicitude do comportamento. A mim, não é possível saber que aquilo que eu fazia estava errado. 3 hipóteses: EXISTÊNCIA, VALIDADE E VIGÊNCIA, supõe que um dos três planos não existe, não vale ou perdeu a vigência. SUBSUNÇÃO: errar quanto ao encaixe do seu comportamento a lei. (erro de encaixe) Eu entendo que o meu comportamento não se encaixe na lei. ILICITUDE: supõe que o que você faz não é contrário ao direito. ERRO DE TIPO Incide sobre o dolo Elementares subjetivas do tipo Afasta o dolo ERRO DE PROIBIÇÃO Incide sobre a culpabilidade Ciência da ilicitude Se for invencível, afasta a culpabilidade Erro de proibição vencível: é aquele que poderia ter sido evitado. Evitável, inescusável. Não é a mesma culpabilidade. Erro de proibição invencível: é aquele em que qualquer um na mesma situação agiria da mesma forma, erraria do mesmo jeito dadas as mesmas circunstâncias. Significa que a conduta daquele sujeito não é reprovável. Afasta a culpabilidade. Onde não há erro há reprovabilidade e a culpabilidade é muito alta. Onde há erro vencível há reprovabilidade e a culpabilidade é baixa. Onde há erro invencível não há reprovabilidade, não há culpabilidade. Erro de tipo permissivo (art 20, p 1º CP)- incide sobre a ciência adequada dos elementos de fato das descriminantes putativas. Escusável: exclui a culpabilidade Inescusável: permite a punição a título de culpa, se houver a previsão do tipo culposo. Concurso de pessoas Conceito: Trata-se da ciente e voluntária participação de mais de uma pessoa numa mesma infração penal. Crimes: De concurso necessário ou plurissubjetivos De condutas paralelas: as condutas auxiliam-se mutuamente, visando a produção de um resultado comum. Todos os agentes unem-se em prol de um objetivo idêntico, no sentido de concentrar esforços para a realização do crime. (art 288, CP) De condutas convergentes: as condutas tendem a encontrar-se e desse encontro surge o resultado. Uma conduta se dirige a outra conduta para a produção do resultado. (art 235, CP) De condutas contrapostas: as condutas se direcionam uma contra as outras, sendo os sujeitos, ao mesmo tempo, autor e vítima. (rixa art 137, CP) De concurso eventual ou unissubjetivo Requisitos: Pluralidade de agentes e de condutas: causa é toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria acontecido-relação entre concurso de pessoas e causalidade. As condutas devem ser relevantes para obtenção do resultado. Os agentes devem ter ciência que fazem parte de uma infração penal. É preciso ciência e vontade. Só vai haver concurso de pessoas quando voc~e consegue demonstrar que houve a participação ciente e voluntariados agentes, ou seja, liame subjetivo entre os agentes. Quando o agente não sabe do fato típico, ele não participa ciente e voluntariamente do crime, por isso não é responsabilizada pelo crime e sim pelo que fez. Relevância causal de cada conduta (adesão objetiva) Liame subjetivo entre os agentes (convergência do elemento subjetivo) (adesão subjetiva) Identidade de infração penal: só há concurso de pessoas quando os agentes agem com o mesmo intuito. Todos concorrem pela mesma infração penal; OBS: na definição de concurso de pessoas há a presença de todos os requisitos Teorias (tentam explicar a existência do acessório e do principal e como estas pessoas serão responsabilizadas): Teoria pluralista: A única coisa que os agentes têm em comum é a participação no crime, cada um responde pelo que fez, responsabilização individual Teoria dualista(dualística): Em tese, há um personagem principal e um personagem acessório, assim quem praticaria a conduta acessória responderia por pelo que praticou e quem participasse do principal responderia também pelo que praticou. Teoria monista (unitária): todos aqueles que se envolvessem na prática de uma infração penal responderia por ela. Para CAUSALIDADE o CP adota a teoria dos ANTECEDENTES CAUSAIS. Para CONCURSO DE PESSOAS o CP adota a teoria UNITÁRIA- todas as pessoas que produzem condutas criminosas respondem por elas. REGRAS: teoria monista temperada.todos respondem, mas a responsabilidade de cada um é diferente. Art 29 CP EXCEÇÕES: art 124 e art 126 CP EX: um casal engravida, o rapaz convence a moça a abortar, aplica-se o 124 a moça e o 126 ao rapaz. Art 317 e art 333 CP (corrupção passiva e corrupção ativa ) Participante: Principais: autores Acessórios: partícipes De acordo com a teoria OBJETIVO FORMAL – autor é aquele que realiza o núcleo do tipo, o verbo. TEORIA OBJETIVO MATERIAL, autor é aquele que realiza a conduta. CONCEITO EXTENSIVO DE AUTOR SE VALE A UM ELEMENTO SUBJETIVO PARA DIFERENCIAR QUEM É AUTOR E QUEM É PARTÍCIPE. Obs: Teoria geral do processo- ação 470 STF- mensalão, o concurso de pessoas foi usado como justificativa no voto do ministro Luiz Fux, a teoria geral do domínio final sobre o fato (Welzel, reformada pelo Roxin) Teoria final do fato é contrária a teoria da inocência, dizia ele, o que é FALSO! Autor é aquele que CONTROLE final e funcional daquele que tem o sucesso da infração penal. Autor é quem tem o CONTROLE sobre o fluxo causal. A responsabilidade é sempre subjetiva (dolo e culpa). Teoria final sobre o fato – tem o controle final e tem o dolo e a culpa.
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