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Texto: O nascimento da política moderna (2007) (Luis Felipe Miguel) � Professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê). � Trabalha nas áreas de representação política, gênero, teorias da justiça, teoria da democracia e relações entre mídia e política. � Marco inicial do pensamento político moderno � Rompimento com as preocupações típicas do pensamento político medieval � Para Maquiavel, a questão dos “dois senhores” não existia � Governo como instrumento moral X Visão crua da política como poder � Nova forma de pensar a política: � Cisão da Igreja (Reforma Protestante – 1517) � Publicação de O Príncipe e Discorsi , de Maquiavel � Publicação de A Utopia , de Thomas More � Maquiavel viveu de 1469 a 1527 (Florença, Itália) � Ebulição intelectual do Renascimento � Contemporâneos: Leonardo da Vinci, Michelângelo e Sandro Botticelli � Auge dos descobrimentos � 1492 – América (Cristóvão Colombo) � 1500 – Brasil (Pedro Álvares Cabral) � Funcionário da república florentina � Grandes potências da época e a construção do Estado moderno � Itália fragmentada em principados e repúblicas � Estados pontifícios � Unificação italiana: meta política de Maquiavel � Política: espaço em que se defrontavam sonhos e desejos � Conspiração Pazzi e sua influência para a visão brutal da ação política de Maquiavel � Amor pelas instituições republicanas X Esperança em um príncipe salvador � Ingenuidade, defeito fatal para quem se dedicava à atividade política � Obra de Maquiavel rompe com a visão usual da atividade política � O que importa, na política, é o poder real. � É necessário “providenciar para que , quando [as pessoas] não acreditem mais, se possa fazê- los crer à força”. (trecho de O Príncipe) � Visão material do poder X Visão relacional do poder � Armas e cargos, sem obediência, não representam poder � O poder é algo que se preserva com desvelo e não se entrega a ninguém � A meta de toda ação política é ampliar o próprio poder em relação ao dos outros � Dividir para reinar 1. O poder controla o poder 2. A discórdia interna é inerente aos governos livres � “Gesto inaugural” da democracia é o reconhecimento da legitimidade do conflito na sociedade (Claude Lefort) � Conflito = equilíbrio de poder � “Facções” X partidos: instrumentos legítimos da ação na arena política � Separação entre moral e política � A juíza das ações políticas não é a moral, mas a história � Para o governante, é melhor ser temido do que amado pelo povo � Nada desperta tanto ódio quanto atingir as posses de uma pessoa � Fazer todo o mal de uma só vez, no início, e o bem aos poucos � Aniquilar os adversários de forma que não tenham forças para se reerguer � “Os fins justificam os meios” � Astúcia essencial para o exercício da política � Lei X Força e Força X Astúcia � O eleitorado não pode fazer escolhas conscientes se está sendo enganado (LFM) � Ética da convicção e Ética da responsabilidade (Weber) � O “bem” político � Não é possível viver sem política � Universalização da democracia � Hipocrisia congenial à atividade política � Vontade de acreditar � Se a política é o reino das aparências, entende- se que será também o reino da desconfiança. � Manutenção das aparências (cinismo) � O homem, o destino, a Fortuna e a Virtù � Virilidade = qualidade do verdadeiro homem Controle sobre o próprio devir X Exaltação cristã da resignação e da paciência � Glória = permanência na memória e na estima das gerações futuras � Pelo mecanismo eleitoral, as repúblicas podem dar o poder aos melhores líderes � Maquiavel preferia as repúblicas, porém... � Modelo de governo: República de Roma (monarquia antes, república depois) � A república promove a ampliação da virtude de seus cidadãos � Virtude cívica = amor à pátria GLÓRIA apenas obtida quando se alcança um benefício para a coletividade � Maquiavel, pai “moderno” do republicanismo � Valorização da participação na vida pública � Busca da liberdade civil � Virtude cívica como principal qualidade a ser estimulada nos cidadãos � Dois valores para a ação política � Segurança ou estabilidade do Estado (O Príncipe) � Liberdade civil (Discorsi) � O que importa é saber se a vontade que rege o governo é individual ou coletiva � Visão utilitária da experiência histórica � Visão cíclica da história � Constituição mista das três formas clássicas de governo � O importante não era a reconstrução fiel do passado, mas sim a lição que dele se poderia tirar
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