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6. Moeda e Sistema Monetário (Viviane Vecchi)

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Moeda e O 
Sistema Monetário
Contabilidade nacional
introdução
Economia monetária: é o ramo da Macroeconomia que estuda questões associadas ao dinheiro, ou moeda, e seu papel na economia. 
Como se “cria” moeda? Isto é, como se dá a oferta de moeda? 
O que ocorre quando há um excesso, ou uma falta de moeda?
Vários problemas podem surgir, como inflação ou desemprego, que se relacionam com o lado monetário da economia.
introdução
Moeda (definição): é o conjunto de ativos da economia que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas. 
introdução
A moeda tem três funções na economia:
Meio de troca
Unidade de conta
Reserva de valor
Moeda como Meio de Troca
Civilizações muito antiga realizavam trocas por meio de escambo.
Exemplo:
Considere que você queira consumir um frango e tenha quatro sacos de milho, os quais valoriza tanto ou menos do que o frango. 
Considere que existe um criador de frangos que está disposto a trocar um frango por esses quatro sacos de milho. 
A troca poderá ser efetuada.
Moeda como Meio de Troca
PROBLEMA: necessidade da chamada “dupla coincidência de interesses”
Dificilmente você irá encontrar alguém querendo trocar algum bem que você valoriza por uma quantidade que você tem de outro bem que essa pessoa valoriza.
Há uma ineficiência clara nessa transação.
Moeda como Meio de Troca
A moeda, como meio de troca, possibilita que as pessoas vendam mercadorias no mercado em quantidades variadas e depois utilizem o dinheiro arrecadado para adquirir exatamente a quantidade desejada de outro bem, sem a necessidade da dupla coincidência de desejos.
Moeda como Meio de Troca
Um meio de troca:
É algo que os compradores dão aos vendedores quando querem comprar bens e serviços
É qualquer objeto aceito prontamente como pagamento
Moeda como Meio de Troca
Características dos meios de troca:
Divisibilidade 
Não perecibilidade 
Ampla aceitação 
Confiança nas instituições monetárias que garantem seu valor
Moeda como unidade de conta
Unidade de conta (definição): é o padrão de medida que as pessoas usam para anunciar preços e registrar débitos.
Todos preços dos bens e serviços da economia brasileira estão registrados em Real
Moeda como reserva de valor
Reserva de valor (definição) é algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra do presente para o futuro.
A moeda serve para adiar o consumo.
Por exemplo, eu posso guardar R$100,00 ao invés de consumir em bens agora, e consumir R$100,00 (mais juros) em bens em um momento posterior.
Moeda como reserva de valor
Outros ativos podem servir de reserva de valor
A vantagem de usar a moeda como reserva de valor é sua liquidez imediata
Moeda como reserva de valor
Liquidez (definição): é a facilidade com que um ativo pode ser convertido em meio de troca (moeda).
Por exemplo, imóveis são ativo com baixa liquidez, se seu proprietário precisar do dinheiro terá que esperar o tempo da venda para obtê-lo. 
Tipos de Moeda
Moeda-mercadoria toma a forma de uma mercadoria com valor intrínseco. 
Exemplos: Ouro, prata, cigarros
Moeda de curso forçado é usada como moeda por decreto governamental. 
Não tem um valor intrínseco
Exemplos: Moeda escritural, notas (moeda corrente*), cheques
Moedas nas economias modernas
Moeda escritural: 
ganhou importância como meio de pagamento até que os governos entenderam que as moedas metálicas não precisavam circular na economia, só precisavam servir como lastro.
Os governos mantiveram o lastro em ouro e prata em reservas seguras, e emitiam cédulas de papel que representavam o valor dessas moedas.
Moedas nas economias modernas
Com o passar do tempo, foi-se percebendo que a existência de um lastro não era necessária se o Governo garantisse que não iria imprimir dinheiro além do necessário para fazer frente ao crescimento econômico.
Essa ruptura com o lastro em moedas metálicas foi lenta e gradual.
Moedas nas economias modernas
Moeda fiduciária:
Não há lastro metálico.
Há somente a confiança de que o Banco Central não permitirá emissão desenfreada de papel-moeda.
Modernização dos meios de pagamentos
Com a popularização dos cartões de débito e crédito e pagamento pela internet, os cheques e a utilização de papel moeda passou a ser cada vez menos importante.
Definições – agregados monetários
Meios de pagamento (M1)
=
Papel moeda em poder do público 
+
Depósitos à vista nos bancos comerciais
 Base monetária 
=
papel-moeda em poder do público 
+
 Encaixe total dos bancos comerciais (Caixa e reservas)
Definições – agregados monetários
M1 (MEIOS DE PG.)
PMPP	
DV
PMPP	
CAIXA
Reservas Compulsórias
Reservas Voluntárias
Empréstimos
BM
definições
Encaixe total: são depósitos recebidos pelos bancos, mas que não são emprestados.
Sistema de reservas fracionárias: é um sistema bancário no qual os bancos mantêm apenas uma parte de seus depósitos como reserva.
Razão de reserva: é a fração dos depósitos que os bancos mantêm como reserva. 
Balanço patrimonial dos bancos criadores de moeda
AS CONTAS DO ATIVO
Reservas:
São classificadas como voluntárias ou compulsórias.
As reservas voluntárias são aquelas que o banco decide manter para fins de liquidez, para ser capaz de cumprir seus compromissos imediatos.
AS CONTAS DO ATIVO
Títulos:
Uma das formas utilizadas pelos bancos para conceder crédito é a aquisição de títulos emitidos por empresas ou pelo governo.
Títulos do governo têm muita liquidez e por isso representam uma forma de reserva secundária remunerada mantida pelos bancos.
Títulos emitidos por entidades privadas possuem geralmente menor liquidez, mas geralmente são mais rentáveis. 
AS CONTAS DO ATIVO
Empréstimos:
Bancos comerciais típicos concedem empréstimos de curto prazo quando suas fontes de captação são também de curto prazo.
Importante mecanismo de criação de moeda
AS CONTAS DO ATIVO
Ativo Permanente:
Nessa conta são registrados os investimentos dos bancos em outras empresas (participações acionárias em empresas controladas ou coligadas)
Imóveis e outros componentes do imobilizado
AS CONTAS DO PASSIVO
Depósitos do público:
Podem ser a vista, a prazo ou de poupança
Historicamente constituem quase a totalidade dos recursos de terceiros dos bancos
Esses depósitos são garantidos até certo valor por um sistema de seguro de depósito bancário
AS CONTAS DO PASSIVO
Títulos de emissão própria:
Forma de captação alternativa para o depósitos do público
Emissão de títulos próprios no mercado nacional ou internacional (CDB, bônus...)
AS CONTAS DO PASSIVO
Redesconto:
Quando um banco encontra-se com problemas momentâneos de solvência
Empréstimos junto ao BACEN
Assistência financeira de liquidez
Cada vez menos os banco recorrem a esse tipo de financiamento devido ao aumento do número de empréstimos interbancários.
Patrimônio líquido
É a diferença entre seus ativos e passivos
Os bancos são obrigados a manter uma certa relação entre ativo total e PL, essa relação garante a solidez de uma instituição financeira
Quando um banco apresenta um PL inferior ao determinado pelo BACEN, ele pode ser considerado insolvente e sofrerá processo de intervenção
Crises bancárias mostram a importância da regulação bancária pela autoridade monetária do país
Operações fora do balanço (off balance sheet)
Com o aumento da concorrência entre os bancos e outras instituições financeiras, o spread bancário vêm caindo na maioria dos países
Por isso, os bancos têm buscado aumentar a proporção de suas receitas que não venham das intermediações financeira propriamente 
Prestação de serviços, cobrança de tarifas, oferecimento de garantias
Operações fora do balanço (off balance sheet)
Sistema bancário e a criação de moeda
Sistema bancário e a criação de moeda
Os bancos podem influenciar a quantidade de depósitos à vista na economia e a oferta da moeda. 
Quando um banco faz um empréstimo com suas
reservas ele aumenta a oferta da moeda.
A oferta de moeda é afetada pelo montante depositado nos bancos e pelo montante que os bancos emprestam.
Sistema bancário e a criação de moeda
Vejamos na prática como os bancos criam meios de pagamento ou, usando uma expressão mais comum, mas menos adequada, vejamos como eles “criam moeda”
criação de moeda - exemplo
Suponha que ninguém mantenha dinheiro na carteira ou em casa.
Suponha que João deposite R$1000,00 em dinheiro vivo (papel-moeda) no banco Panamericano.
Banco irá manter uma reserva de 20% desse valor (0,2xR$1000=R$200), e emprestar o resto (R$800,00) para Manoel para ele comprar uma máquina para fazer pão.
Manoel irá pagar a empresa X pela máquina de fazer pão, a qual irá depositar o dinheiro integralmente no banco Panamericano.
Os R$800,00 emprestados retornam, então, ao banco, ele irá manter 20% em reservas (0,2xR$800=R$160), e emprestará os 80% restantes (0,8xR$800=R$640) para o diretor Mário comprar um novo computador para a escola.
Mário pagará pelo computador ao dono da loja que depositará o dinheiro no banco Panamericano, o banco reterá 20% como reservas (0,2xR$640=R$128) e repassará o restante como empréstimos, e assim por diante.
Esse processo segue uma Progressão Geométrica convergente. 
Sistema bancário e a criação de moeda
Quando um banco empresta moeda, essa moeda é geralmente depositada em outro banco.
Isso cria mais depósitos e mais reservas para serem emprestadas.
Quando um banco faz um empréstimo com suas reservas, a oferta de moeda aumenta.
Sistema bancário e a criação de moeda
Qual quantidade de moeda é eventualmente criada nessa economia? 
A soma da PG nos dá o montante de meios de pagamentos criados pelos bancos:
Meio de pagamento = Montante Inicial depositado/ (1-q)
(1-q) é a parcela emprestada = taxa de reserva (R)
Temos:
Meios de pagamento= Montante inicial/R
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Sistema bancário e a criação de moeda
Multiplicador da moeda: M = 1/R
Multiplicador da moeda (definição): é a quantidade de moeda que o sistema bancário gera com cada real depositado.
Para o exemplo, temos:
Meios de pagamento=R$ 1.000/0,2 = R$ 5.000,00
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Bancos Centrais
O surgimento de Bancos Centrais se relaciona com a busca por estabilidade no sistema bancário.
Uma autoridade monetária central é desejável, pois pode ajudar a evitar o colapso total do sistema financeiro.
Um banco que quebra pode provocar pânico e uma corrida aos banco para saque das importâncias depositadas, tornando-os insolventes (i.e. sem capacidade de honrar seus compromissos).
Bancos Centrais
Um banco que quebra pode ter tomado emprestado grande quantia de outro banco. 
Ao não honrar com seu pagamento, o banco credor é obrigado a absorver o prejuízo, que muitas vezes o faz quebrar também, e assim por diante, atingindo todo o sistema financeiro.
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Bancos Centrais - funções
Faz parte de suas funções:
Monopólio de emissão de moeda
“Emprestador de última instância” dos bancos, para torná-los solventes (“banco dos bancos”)
Fiscalizar o sistema bancários, estabelecendo normas sobre o montante de reservas que devem ser mantidas em caixa.
Supervisor do sistema financeiro
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Bancos Centrais - funções
Continuação...
Executor da política monetária:
Fixar a taxa básica de juros da Economia (taxa Selic).
Controlar a oferta de moeda com os instrumentos disponíveis (juros e regras sobre reservas de bancos) a fim de controlar a inflação.
Controlar a emissão de moeda. 
Banqueiro do governo
Executor da política cambial
Depositário das reservas internacionais
A Casa da Moeda do Brasil (CMB), que é empresa pública, produz com exclusividade o dinheiro brasileiro a partir de 1969, conforme definido em lei. O BCB relaciona-se com a CMB por meio de contrato de fornecimento de cédulas e moedas.
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Controle da Oferta de Moeda
O Banco Central do Brasil, como autoridade monetária, é o responsável por emitir novas moedas (para substituir moedas antigas ou fazer frente ao crescimento econômico).
Como o Banco Central regula a oferta de moeda?
Quais são os instrumentos de política monetária do BACEN?
Controle da Oferta de Moeda
O BACEN controla a oferta de moeda (Meios de Pagamento) por 3 instrumentos:
Reservas compulsórias 
Operações de Mercado aberto
Operações de Redesconto
Reservas Compulsórias
Definição: são reservas mínimas que os bancos comerciais devem manter obrigatoriamente junto ao BACEN, além das que já mantém em seus caixas (para fazer frente as necessidades de saque).
Quanto maiores as reservas (R) menos meios de pagamentos serão criados pelos bancos comerciais.
Operações de mercado aberto (open market)
Compra e venda de títulos do governo: Compra e venda de títulos promovidas pelo BC no mercado aberto (fora das bolsas de valores).
Se o BC compra títulos públicos em poder do público ele paga em moeda, o que irá aumentar a quantidade de moeda em circulação e a capacidade de conceder empréstimos dos bancos. 
Se o BC vende títulos públicos em poder do público ele recebe em moeda, o que irá reduzir a quantidade de moeda em circulação e a capacidade de conceder empréstimos dos bancos. 
Operações de mercado aberto (open market)
Normalmente o BC usa a taxa de juros básica (SELIC) para controlar a oferta de moeda.
Aumentos na taxa de juros paga pelos títulos do Governo reduzem a quantidade de moeda na economia, pois os agentes irão comprar mais desses títulos, dando moeda em troca ao BC.
Redesconto
Operações de redesconto: Consiste no fornecimento de crédito aos bancos pelo BC.
Taxas de redesconto mais baixas facilitam a tomada de empréstimo e expandem a oferta de moeda na economia, pois os bancos podem tomar a taxas baixas junto ao BACEN e emprestar a taxas altas junto ao público.
Políticas de Metas Inflacionárias
Outro instrumento para controlar a oferta e demanda por moeda é a meta de inflação, adotada em 1999.
É definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo presidente do BACEN.
Políticas de Metas Inflacionárias
Atualmente a meta de inflação no Brasil é de 4,5% a.a. com tolerância de 2 pontos percentuais para mais e para menos.
Portanto, do ponto de vista do Governo, se a inflação ficar entre 2,5% e 6,5% ele estará sob controle.
Políticas de Metas Inflacionárias
O objetivo das metas de inflação é fornecer maior previsibilidade aos agentes sobre a estabilidade da moeda.
Isso facilita decisões de investimento de agentes domésticos e estrangeiros.
Com isso, o crescimento econômico (aumento do PIB) é beneficiado.
Políticas de Metas Inflacionárias
O governo usa os instrumentos mencionados e a taxa de juros para estimular a demanda ou eliminar excessos de demanda.
A taxa de juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica a qual o Governo remunera os títulos da dívida pública.
Taxa Selic (Taxa básica de juros da economia): 11% a.a.
Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (o Copom), formado pelos diretores do BC.
Problemas com o Controle da Oferta de Moeda
O controle do Banco Central sobre a oferta de moeda não é preciso. 
O Banco Central é obrigado a lidar com dois problemas que surgem devido ao sistema de reservas fracionárias:
 Banco Central não controla a quantidade de moeda que as famílias decidem manter depositada nos bancos
 O Banco Central não controla a quantidade que os bancos decidem emprestar
resumo
O termo moeda refere-se a ativos que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços.
A moeda tem três funções na economia: a de meio de troca, a de unidade de conta, e a de reserva de valor.
A moeda-mercadoria é a moeda que tem valor intrínseco.
A moeda de curso forçado é a moeda sem valor intrínseco.
Resumo
O Banco Central é responsável pela regulamentação do sistema monetário brasileiro
Ele controla a oferta de moeda por operações no mercado aberto ou por alterações das reservas exigidas ou da taxa de redesconto.
Resumo
Quando os bancos emprestam
parte de seus depósitos, eles aumentam a quantidade de moeda na economia.
Por causa desse papel dos bancos na determinação da oferta de moeda, o controle que o Banco Central exerce sobre a oferta de moeda é imperfeito.

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