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ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Prof. Luiz Belmiro AULAS UNIDADE I luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Evolução do Planejamento estratégico FORMULAÇÃO E ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A sociedade global vem sofrendo um processo de mudanças que obviamente estão influenciando todo o planejamento estratégico de uma organização. Neste cenário de mudanças vemos, também, a transformação da economia nacional para a chamada economia mundial, no entanto, em velocidade mais lenta que a das demais economias. Isso vem justaposto ao conceito de ambiente das empresas, suas áreas de negócios, dimensões e extensões de mercado (sua fragmentação e sua visão de market-share e o equilíbrio de portfólio de produtos). Há uma tendência à internacionalização do processo produtivo e de outros processos, além de haver um incremento em projetos conjuntos de empresas de várias nacionalidades. luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Planejamento estratégico é o desenvolvimento da estratégia, relação pretendida da organização com seu ambiente. Deste processo, depreende-se a tomada de decisões afetando a empresa em longo prazo, principalmente decisões sobre produtos/serviços que a organização pretende alcançar. Toda organização pratica o planejamento estratégico, de forma explícita ou implícita, com maior ou menor grau de formalização. luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA A elaboração do plano estratégico depende de dois processos: Análise do ambiente interno – maior será a necessidade do enfoque sistêmico e do planejamento estratégico, quanto mais estável e complexo for o ambiente. O conceito de ambiente e os fatores avaliados em uma análise se modificam de organização para organização. Diagnóstico interno da organização – na análise da organização, os gestores olham para dentro da própria administração a procura de pontos fortes e fracos. Realizam- se levantamentos de dados sobre vários aspectos da organização e de sua operação. Há duas formas ou focos principais de diagnosticar a organização: a ponderação de desempenho e análise dos pontos referidos (fortes e fracos). luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA No desenvolvimento do planejamento estratégico, uma das tarefas mais importante e eventualmente redefinida é examinar a missão da organização. Esta tarefa não tem momento pré-determinado para acontecer, podendo ser concretizada no início do diagnóstico organizacional, quando se analisam os clientes/mercados e produtos/serviços ou em qualquer estágio do esboço da estratégia. Objeto ou finalidade da organização, a partir da perspectiva do seu valor para os clientes, é o que define a missão. Identificar ou definir a missão significa entender as necessidades que a organização irá fornecer ao mercado. Portanto, para elaborar a declaração de missão, é necessário que os diretores exerçam autoexame e procurem respostas perguntas como: luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA O que a organização está fazendo agora? Qual é o valor para seus clientes? Quais são os negócios? Quem são os nossos clientes? O que vamos servir e o que estamos atendendo? Que papéis são cumpridos? luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Até chegar ao conceito atual de Planejamento Estratégico e de Administração Estratégica, foram formulados e aplicados, em especial em empresas multinacionais americanas, diversos processos para identificar o melhor deles, figuram: Planejamento Financeiro Planejamento de Longo Prazo Planejamento Estratégico (primórdios) Estratégia Competitiva Vantagem Competitiva Estratégias de Crescimento Gestão Estratégica pela Qualidade Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica Administração Estratégica Competitiva luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Planejamento Financeiro - Segundo Glover, W.S. e Ackoff, R.L. em Proceedings of the Conference on Case Studies in Operation Research, Case Institute of Technology, Cleveland, 1956, é materializado pelo orçamento anual. Sendo simples e eficiente, as empresas podiam estimar os seus vários gastos, baseados na previsão de receitas. Porém, esta forma de procedimento poderia ser realizada sob a ótica de um sistema fechado e sua ênfase correria o riso de recair no mero controle dos gastos orçamentários, a todo custo, do que prescrevia o orçamento. Neste caso, havia artifícios para fechar o orçamento "a marreta" como a superestimativa de gastos, cortes na aprovação ou projeção de gastos e previsão de gastos no exercício posterior. Em Proceedings of the Conference on Case Studies in Operation Research, às páginas 38-47 os autores descreveram o Five Year Planning for an Integrated Operation, uma descrição não técnica da preparação de um plano de cinco anos para a Divisão de Lâmpadas da General Electric. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br O Planejamento de Longo Prazo aparece com Ansoff, H.I. em A Quase - Analytic Method for Long - Range Planning em C.W. Chyrchman e M. Verhulst (Eds), Management Sciences: Models and Techniques, Vol. 2, Pergamon, New York, 1960, às páginas 229-251. A década de 60 correspondeu à fase do Planejamento de longo prazo e se baseava na premissa de que o futuro é estimado a partir da projeção de indicadores passados e atuais que podem ser melhorados por uma intervenção ativa no presente. Uma das funções do Planejamento a Longo Prazo seria a de preencher a lacuna existente entre o ponto (A) da projeção de referência e o ponto (B) da projeção desejável no futuro. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Planejamento Estratégico, nos primórdios, foi definido por Ackoff, R. L. em Planejamento Empresarial, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1979, da seguinte forma: "Quanto mais demorado for o efeito de um plano e quanto mais difícil for alterá-lo, mais estratégico ele será.” Portanto, planejamento estratégico lida com decisões de efeitos duradouros que sejam difíceis de modificar. Por exemplo, o plano de produção da próxima semana é mais tático e menos estratégico do que o planejamento de uma nova fábrica ou de um novo sistema de distribuição. Planejamento estratégico é para longo prazo. Planejamento tático é par curto prazo. Como, porém, longo prazo e curto prazo são termos relativos, tático e estratégico também o são. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Estratégia Competitiva Porter, Michael E. (1980) Competitive Strategy, Free Press, New York, 1980. Visa atender o objetivo de ter uma forte posição competitiva, baseando-se na análise de: barreiras à entrada de novos concorrentes, intensidade da rivalidade entre concorrente, papel desempenhado pelos produtos e serviços substitutos e, por último, poder de barganha de fornecedores e consumidores. Muitas vezes a formulação das ações para atingir a forte posição competitiva passa pela avaliação dos seguintes itens: reposicionamento do produto ou serviço no mercado, segmentação do mercado com o mesmo produto ou serviço, entrada em novos segmentos por meio de diferenciação de produto ou de serviço e assim por diante. (Porter, M.E.: Estratégia Competitiva - Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1980). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Vantagem Competitiva (O Competitive Advantage, em português, Vantagem Competitiva é um dos maiores best sellers de sempre na área da gestão e da estratégia. Da autoria de Michael E. Porter, e publicado pela primeira vez em 1985, esta obra descreve a forma como as empresas podem criar e sustentar uma vantagem competitiva no mercado de uma empresa, ou seja, o valor que se cria para o consumidor e que ultrapassa o custo de produção, tornando-se uma produtora singular sob a ótica do usuário, advém do fato de a empresa operar com baixo custo ou com diferenciação. As opções entre a amplitude do mercado e a vantagem competitiva almejada ensejam a implantação de uma das três estratégias competitivas genéricas: estratégia de custo, estratégia de foco e estratégia de diferenciação. A primeira se baseia simplesmente em volume e em escala de produção, enquanto às demais em qualidade e em lançamento de novos produtos (Tachizawa, T. e Rezende, W: Estratégia Empresarial, Tendências e Desafios - Um Enfoque na Realidade Brasileira, Makron Books, São Paulo, 2000). Em Belmiro,L. (et al): Administração Estratégica uma Visão Sinérgica, Thex Ed., 1997, há a citação de Porter, M. E. sobre as estratégias (de vantagem competitiva) denominadas: posicionamento estratégico, redirecionador de custo e cadeia de valor. Tanto em uma definição, como em outra, a distinção entre as estratégias de vantagem competitiva está em que ou a empresa reduz custos, ou se diferencia pelo lançamento de produtos (Porter, M. E.: Vantagem Competitiva, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1986). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Estratégias de Crescimento (MATRIZ DE ANSOFF, 1981) Tem por objetivo definir o posicionamento futuro da organização em termos de produto ou unidade estratégica de negócios. Sua abrangência é a seguinte: Expansão (a decisão de ampliar a capacidade de produção); Diversificação (a decisão de lançar novos produtos ou serviços destinados a novos mercados com base tecnológica atualmente não encontrada na empresa); Diversificação Lateral (decisão de lançamento de produtos ou serviços, tendo como base a tecnologia ora existente na empresa, contando com aprimoramento e fortalecendo mercados ora servidos pela empresa); Integração Vertical (decisão de agregar fases ao processo produtivo, aumentando o número de produtos ou serviços para uso da própria empresa, anteriormente providos por terceiros; tem encontrado como forte oposição nos últimos anos a terceirização em larga escala); Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Globalização (processo de expansão mundial dos mercados e das empresas, resultante de um novo modelo competitivo); Desinvestimento/Desmobilização (não se trata de uma decisão estratégica de crescimento, mas um reposicionamento de negócios da empresa, onde algumas áreas são descartadas, em geral com o objetivo de incentivar outras partes da empresa); Parcerias e Alianças Estratégicas (após definir a estratégia de crescimento, coloca-se para a empresa uma outra questão que é como a mesma será implementada, ou seja isoladamente ou através de parcerias). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Gestão estratégica pela Qualidade iniciou formalmente na década de 80, através da observação de grandes corporações (GM, Exxon, Texaco, etc.) que não era suficiente controlar a qualidade (mesmo que estatisticamente) no piso de fábrica. Alguns prejuízos consideráveis com associações de consumidores capitaneadas por Ralf Nader (quanto a produtos fora de conformidade), enormes perdas por meio do navio Exxon Valdez, poluindo a costa oeste dos USA com milhões de barris de petróleo, e mesmo a inadequada operação de oferta de preço por ação que retirou a Penzoil da disputa pela compra da Get Oil (gerando multa de bilhões de dólares para a Texaco), determinaram que a qualidade, inclusive dos relacionamentos nada tinha a ver com o controle da qualidade de processos de produção. Isto fez com que houvesse a migração da qualidade dos níveis de supervisão para os da alta administração, iniciando desta forma a gestão estratégica da qualidade que perdura até os dias de hoje. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica: Para fazer o planejamento estratégico funcionar na prática, a implementação precisa tornar-se eficaz. Esta deve ser parte integrante de um processo denominado de Administração Estratégica, envolvendo a concepção de políticas funcionais nas áreas de administração de RH, Finanças, Qualidade, Sistemas de Informação, etc. A era da Administração Estratégica surge nos anos 80, dando um enfoque mais sistêmico ao processo de planejamento, ou seja, não basta "planejar estrategicamente"; é preciso, além disso organizar, dirigir, coordenar e controlar de modo estratégico. Segundo Lobato, D. M. em Administração Estratégica: Uma Visão Orientada para a Busca de Vantagens Competitivas - Rio de Janeiro: Editoração, 2000, esta era tem as seguintes características: Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Planejamento flexível; Ênfase na A. P. O. (administração por objetivos); Integração entre planejamento e controle; Sistema de apoio enfocando motivação / compreensão, desenvolvimento; organizacional, informações e comunicações; Unidade Estratégica de Negócios. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Administração Estratégica Competitiva é a marca registrada dos anos 90, quando surge o novo paradigma que deve apresentar as seguintes características: visão estratégica, alinhamento com a missão da empresa, adaptação a tendência de globalização, domínio da tecnologia de informação e compreensão das mudanças como fator de oportunidade. Neste contexto, conhecer e acompanhar a dinâmica das transformações é uma necessidade que se impõe, para que se obtenha e se sustente uma margem de vantagem contínua sobre o concorrente. (LOBATO, D. M.: Administração Estratégica: uma Visão Orientada para a Busca de Vantagens Competitivas, R J, Editoração, 2000). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Formulação e Etapas do Planejamento Estratégico Planejamento Estratégico de Marketing Compõe-se de: Perfil, necessidades e hábitos do consumidor; TRATA DOS ATRIBUTOS DO CONSUMIDOR Histórico, tamanho, segmentação e participação do mercado; TRATA DAS VARIÁVEIS DE MERCADO Legislação específica, tributos, registro de marca e patente e código de defesa do consumidor; TRATA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR Posicionamento e mercado-alvo proposto, ciclo de vida e estratégia de marketing. TRATA DAS CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Bibliografia Ambrósio, Vicente. Plano de marketing: um roteiro para ação, 2 ed. – Pearson Education do Brasil, 2012 Belmiro, Luiz et al. Administração estratégica – Uma visão sinérgica. Ed. Thex - Rio de Janeiro, 1997 Belmiro, Luiz et al. Administração estratégica, Coleção Resumido, 2 ed., Ed. Rio – Rio de Janeiro,2008 Maximiano, Antonio. Teoria geral da administração. 7ª edição. Ed. Atlas – São Paulo, 2012 Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br AULA 2 A NATUREZA DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA FAZEM PARTE DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA AS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS ANALÍTICAS DE CONTROLE DE CUSTOS DE PLANEJAMENTO DE PROCESSO DE QUALIDADE ECONÔMICAS GOVERNAMENTAIS INTERESSES (LIGADAS AOS GRUPOS DE) NEGÓCIOS (LIGADAS AO AMBIENTE DE) ORGANIZACIONAIS POLÍTICAS PROGNÓSTICAS RECURSOS HUMANOS (ASSOCIADAS AOS) RESULTADOS (ASSOCIADAS AOS) SISTÊMICAS SOCIAIS TECNOLÓGICAS VISÃO (RELACIONADAS À) Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Qualquer uma destas características aparece associada a Administração Estratégica em pelo menos 35% dos textos investigados através de uma ferramenta de pesquisa das mais utilizadas hoje em dia na Internet (em cento e noventa e nove mil textos na web em português). Pode-se dizer que a significância desta probabilidade é muito elevada, possibilitando afirmar que é representativa da população. Acresce ao fato, que devido ao elevado tamanho de amostra, o coeficiente de variação é de 0,3%. Pode-se, portanto, com razoável segurança, afirmar que faz parte da natureza da Administração Estratégica: Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Assim, pode-se resumir a natureza sistêmica e holística da Administração Estratégica como: Analisar o processo e prever os cenários futuros visando atender as demandas de longo prazo da organização, a partir de trocas com o ambiente externo (inclusive com o governo), atentando para as mudanças econômicas, adotando políticas consistentes a um negócio abrangente, mantendo a correlação entre os diversos grupos de interesse (inclusive clientes internos), dirigindo seus resultados conforme a cadeia de valor, fornecendo à sociedade produtos e serviços de qualidade aprimorados contínua e tecnologicamente e dotando os administradores de nível gerencial com facilidades para avaliação. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Processo de Planejamento estratégico na Administração Pública, na Administração Privada e em Organizações do terceiro setor – Consultorias sociais Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Geral: A primeira fase do processo é a análise do macro ambiente. O macro ambiente é um supersistema que envolve a sociedade e as organizações visando identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras. Nesse contexto, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização. Também cabe a etapa de análise de pontos fortes e fracos (análise de SWOT), principalmente quando se trata do ambiente interno. Nesse ponto, pode-se passar a relacionar os recursos físicos, humanos e organizacionais aos pontos fortes e fracos da análise do ambiente interno nessa primeira fase. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Análise do ambiente no processo de planejamento estratégico nas organizações públicas e no terceiro setor A primeira fase do processo é a análise do macro ambiente, que começamos a ver no capítulo 2, no estudo de caso utilizado para apresentar os conceitos fundamentais do planejamento estratégico. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br NOTA: O macro ambiente é um supersistema que envolve a sociedade e as organizações visando identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras. Nesse contexto, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização. Também cabe a etapa de análise de pontos fortes e fracos, principalmente quando se trata do ambiente interno. Nesse ponto, pode-se passar a relacionar os recursos físicos, humanos e organizacionais aos pontos fortes e fracos da análise do ambiente interno nessa primeira fase da análise. Os administradores estratégicos devem compreender o propósito da análise do ambiente, reconhecer os vários níveis existentes no ambiente organizacional e entender as recomendações das normas para realizar uma análise do ambiente. O ambiente tem que ser analisado por meio das suas forças. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Na segunda fase, verifica-se a análise, pelo menos, das forças: Políticas; Sociais; Econômicas; Tecnológicas; Legais. Ainda nessa fase deve-se estabelecer a missão da organização que é o seu objetivo reitor ou diretriz organizacional. A missão organizacional é a finalidade de uma organização ou a razão de sua existência. Os objetivos quando quantificados tornam- se as metas das organizações. Há autores que consideram nessa fase outros dois indicadores que, atualmente, as empresas estabelecem: a visão, que é o que as empresas aspiram a ser ou se tornar, e os valores, que expressam a filosofia que norteia a empresa e que a diferencia das outras. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br A missão deve fazer menção a: Sociedade; Comunidade; Governo; Acionistas; Funcionários; Clientes; Fornecedores; Outros grupos de interesse Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br A visão da administração estratégica difere da tradicional, pois contempla todos os grupos de interesse. Vê-se a atualidade desse conceito quando se estuda o desenvolvimento sustentável e as alianças estratégicas globais com o qual qualquer administração estratégica deve se ocupar. Trata-se das operações internacionais e a responsabilidade social. Durante os últimos anos, os negócios tenderam a se envolver com atividades internacionais. Como se espera que essa tendência continue, cada vez mais as organizações terão questões internacionais a considerar no futuro como parte de seu processo de administração estratégica. A responsabilidade social, por sua vez, é a obrigação administrativa de tomar atitudes que protejam e promovam os interesses da organização e o bem-estar da sociedade como um todo. Reconhecer que tais obrigações existem tem, necessariamente, um impacto sobre o processo de administração estratégica. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br A terceira fase deve-se ocupar da formulação de políticas funcionais que antecede a quarta e penúltima fase de formulação das estratégias. Alguns autores acreditam que formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. Assim podem-se misturar satisfatoriamente dois conceitos que é o de políticas funcionais e de estratégias. Ambos estão no limiar da aplicação das táticas, como por exemplo, de que maneira pode-se lidar satisfatoriamente com a concorrência ou com a política sindical no âmbito da gestão de pessoas de uma organização. Assim que o ambiente tenha sido analisado e a missão estipulada, a administração é capaz de traçar cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃOESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Implementando a estratégia organizacional nesta terceira fase coloca-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional. Por último, encontra-se a fase do controle estratégico. O controle estratégico é um tipo especial de controle organizacional que se concentra na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica no sentido de melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Concluindo, pode-se destacar a importância do planejamento estratégico dentro do processo de administração estratégica, colocando-o como uma ferramenta útil para a gestão das organizações. O planejamento estratégico, mais que um documento estático, deve ser visto como um instrumento dinâmico de gestão, que contém decisões antecipadas sobre a linha de atuação a ser seguida pela organização no cumprimento de sua missão, isto é, da administração estratégica. E, sumamente importante, serve ao propósito de reorientar os rumos da organização através do replanejamento das trajetórias que norteiam o planejamento. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Análise Ambiental nas Consultorias Ao analisar as consultorias, o propósito foi o de conhecer algumas estratégias que se adequem melhor a este processo específico de administração mais adhocrática que burocrática. O diagnóstico é uma fase que não pode ser pulada ou apressada de maneira alguma, mesmo que o Consultor seja pressionado a fazê-lo; dessa fase depende o andamento (melhor ou pior) da Consultoria, porque a análise do ambiente de negócios estará sendo relegada a segundo plano. O foco, talvez, seja o ponto mais importante a ser considerado na Consultoria. Há pessoas que perdem o seu foco ao ampliar as suas atividades nas empresas. Como é difícil ser proficiente em mais de uma ou duas coisas, isto é percebido ao longo do tempo pelo contratante gerando desconfiança sobre a Consultoria. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Por causa da questão do foco, parcerias entre profissionais de Consultoria de áreas diferentes são desejáveis todo o tempo, permitindo que a empresa seja atendida nos diversos pontos de reorganização ou implementação de melhorias. As parcerias, de natureza estratégica, sempre merecem um destaque. O cálculo do preço deve levar em conta a possibilidade de pagamento da empresa. Não é viável apresentar proposta a qual não permita à empresa continuar sobrevivendo dignamente dentro do ambiente de negócios. A parte variável da remuneração do Consultor deve ser proporcional ao ganho adicional que a empresa obteve, como resultado da ação do mesmo, na operação. O esforço de marketing deve ser proporcional à capacidade de alavancar negócios; um percentual de esforço sobre receitas, analisado historicamente, indicará o ponto considerado como satisfatório, acima do qual o dispêndio de marketing não mais dará retorno. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Consultorias com foco social - Planejamento estratégico, ética e responsabilidade social. Há empresas que se destinam a atender grandes clientes, médios e mesmo pequenos. Deve-se apropriar essa parte do capítulo, no que tange ao Planejamento estratégico sustentável. Outras organizações se reformulam com os chamados Projetos Internos, vindo das hostes dos seus colaboradores (internos). Mas, também há consultorias que atendem aos micro empresários sem condições de pagar. A este tipo de consultoria denominamos Consultoria Social. Uma vez trabalhando para a sociedade, o retorno desse tipo de organização virá em forma de harmonia, menos desemprego e menos violência, seja no campo profissional ou no pessoal. E como um efeito em "cascata", a ação social pontual provoca reações de qualidade nas relações de toda a sociedade. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Outras considerações sobre empresas que dedicam parte proporcional de sua remuneração para melhorar as relações de toda a sociedade são feitas a seguir, através da exemplificação, levando em conta os tamanhos das empresas. Um micro empresário fatura R$ 20.000,00 por mês; outros dados, da empresa, são os seguintes: Sua rentabilidade é de 10%; logo, lucra R$ 2.000,00 por mês. O tempo gasto, isto é, utilizado com a mão de obra em entrevistas é 5 % do tempo total (fase de diagnóstico); A empresa possui 5 funcionários que trabalham 8 horas por dia em 5 dias por semana. Esta empresa tem uma carga de horas trabalhadas de 200 horas/homem por semana (5 funcionários x 8 horas por dia x 5 dias por semana), o que totaliza 900 horas ao mês (200 x 4,5 semanas por mês). Assim, se a remuneração da consultoria levar em conta que a mesma ajuda a empresa a elevar em 5 % a sua rentabilidade, isto é R$ 1.000,00, então a hora trabalhada será correspondente a R$ 1.000,00 dividido por 45 horas, ou aproximadamente R$ 22,00. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Assim, se a remuneração da consultoria levar em conta que a mesma ajuda a empresa a elevar em 5% a sua rentabilidade, isto é R$ 100.000,00, então a hora trabalhada será correspondente a R$ 100.000,00 dividido por 450 horas, ou aproximadamente R$ Outra empresa de médio porte fatura R$ 2.000.000,00 por mês; apresenta os seguintes dados: Sua rentabilidade é de 10 %; logo, lucra R$ 200.000,00 por mês; O tempo gasto, isto é, utilizado com a mão de obra em entrevistas é 5 % do tempo total (fase de diagnóstico); A empresa possui 50 funcionários que trabalham 8 horas por dia em 5 dias por semana. Esta empresa tem uma carga de horas trabalhadas de 2.000 horas/homem por semana (50 funcionários x 8 horas por dia x 5 dias por semana), o que vem a dar 9.000 horas ao mês (2000 x 4,5 semanas por mês). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Outra empresa de médio porte fatura R$ 2.000.000,00 por mês; apresenta os seguintes dados: Sua rentabilidade é de 10 %; logo, lucra R$ 200.000,00 por mês; O tempo gasto, isto é, utilizado com a mão de obra em entrevistas é 5 % do tempo total (fase de diagnóstico); A empresa possui 50 funcionários que trabalham 8 horas por dia em 5 dias por semana. Esta empresa tem uma carga de horas trabalhadas de 2.000 horas/homem por semana (50 funcionários x 8 horas por dia x 5 dias por semana), o que vem a dar 9.000 horas ao mês (2000 x 4,5 semanas por mês). Assim, se a remuneração da consultoria levar em conta que a mesma ajuda a empresa a elevar em 5% a sua rentabilidade, isto é R$ 100.000,00, então a hora trabalhada será correspondente a R$ 100.000,00 dividido por 450 horas, ou aproximadamente R$ 222,00. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Como este serviço pode ser feito por um número N de consultores, de forma a não desperdiçar o tempo dos funcionários entrevistados, a remuneração por consultor será de R$ 222,00 divididos por N.Considerando que se faça a “doação do tempo” de consultoria, correspondente a 5% de 900 horas/mês (ou seja, 45 horas) no 1º exemplo, abrindo mão de R$ 22,00 por hora, o incremento de R$ 1.000,00 por mês poderá servir para manter a micro empresa sobrevivendo com um lucro de R$ 3.000,00/mês. Se, portanto, o incremento de R$ 1.000,00 por mês for aplicado em ativos que gerem vendas cuja receita seja de R$ 1.500,00/mês (giro de 1,5 de vendas sobre ativos), uma única ação social resultaria mensalmente em R$ 150,00 de lucro social ou a quarta parte do salário e encargos de um funcionário de salário mínimo (base 2010). Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Serão necessários mais três quartos para que um novo funcionário seja contratado, sustentado por uma ação social. Se o exemplo frutificar, o contratante poderá abrir mão de uma quarta parte e o Estado consciente da outra metade. Exemplos de programas desse tipo não faltam nem em nosso país, nem no mundo (bancos que emprestam somente às pessoas de baixa renda) precisam da ajuda de todos os envolvidos para crescerem. Assim um jovem, alvo preferencial da violência da sociedade na incorporação ao crime da associação com o tráfico de drogas, pode ser alcançado por relações de qualidade. Desta forma, a raiz do retorno em forma de menos desemprego passa pela ação social voluntária, então explicitada como consultoria de gestão. Pode-se concluir que uma infinidade de tipos de ações sociais, são da natureza de planejamento estratégico e, sendo assim, contribuem no longo prazo para o enriquecimento da sociedade e das relações sociais, tornando-as de maior qualidade. Prof. Luiz Belmiro ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA luiz.belmiro@estacio.br Bibliografia Belmiro, L. et al. Administração estratégica, 3 ed. Rio de Janeiro – Grupo GEN Ed.
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