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LIBERALISMO, KEYNESIANISMO E NEOLIBERALISMO LIBERALISMO ECONÔMICO O liberalismo econômico é uma doutrina econômica surgida no início do século XIX. O principal pensador da corrente é Adam Smith (1723 - 1790), considerado o pai do liberalismo e fundador da escola clássica. Smith formulou os princípios básicos do liberalismo econômico e os publicou em 1776, na obra "A riqueza das Nações". A análise corresponde à primeira fase da Revolução Industrial. Os princípios do liberalismo são: Inviolabilidade da propriedade privada Laisses-faire ou liberdade de comércio e produção Obediência às leis naturais da economia Liberdade de contrato Livre concorrência Livre câmbio Propriedade Privada Os liberalistas defendem que a propriedade privada é um direito inviolável. Esse princípio permanece mesmo que a aquisição tenha ocorrido por meio de herança. Esse pensamento defende que proteger o direito à propriedade privada reflete no bem-estar da sociedade. Laisses-faire É a crença de que o indivíduo é, por excelência, o agente econômico e, por este motivo, o Estado não deve interferir nas atividades econômicas. Cabe ao Estado, no liberalismo, a manutenção da ordem, a preservação da paz e a proteção à propriedade privada. Obediência às leis naturais da economia Para os liberalistas, a economia é autoregulável sem a presença do Estado, que se ocorresse, acarreta em desequilíbrio. Liberdade de Contrato É a negociação de contrato entre empregador e empregado sem qualquer tipo de interferência, nem do Estado, nem de sindicatos e nem da legislação. Cada indivíduo deveria negociar o melhor contrato que pudesse firmar. Livre concorrência Liberdade para o comércio produzir, fixar preço e controlar a qualidade da produção. O livre câmbio, por sua vez, tem como objetivo a queda das tarifas alfandegárias que levam ao protecionismo. Nesta corrente, cada país deveria se especializar somente nos artigos que tivessem a capacidade de produzir em vantagem na comparação com outras nações. Seria uma espécie de divisão internacional do trabalho, com cada país mantendo a tradição produtiva que lhe cabe. Adam Smith O pensamento liberal foi defendido por Adam Smith, tido como o pai do liberalismo e fundador da escola clássica. Os princípios defendidos por Smith foram publicados em 1776, na obra A era do Absolutismo. O liberalismo econômico recebe, posteriormente, contribuições do sociólogo e economista inglês Thomas Robert Malthus (1766 - 1834). Também integram a corrente os economistas David Ricardo (1772 - 1823) e Nassau Senior (1790 - 1864). Malthus afirma que: enquanto as recursos crescem em proporções aritméticas, a população cresce em proporções geométricas. Assim, guerras, desastres naturais e epidemias funcionariam como um regulador das necessidades de consumo em consonância com o tamanho da população. O pensamento de Malthus foi publicado em 1798, na obra "Ensaio Sobre o Princípio da População". O autor, juntamente com Ricardo e Senior, é considerado um dos principais autores da escola clássica. KEYNESIANISMO O Keynesianismo, também chamado de Escola ou Teoria Keynesiana, é uma doutrina político-econômica oposta ao liberalismo. Nessa doutrina o Estado tem um papel preponderante na organização de um país. Essa teoria foi muito importante para renovar a teoria econômica clássica. Pautada na chamada “macroeconomia”, propõe um regime de pleno emprego e o controle da inflação. De tal maneira, o desemprego desapareceria mediante a força do mercado, posto que no sistema capitalista todos poderiam ser empregados. Defende também a ideia do Estado de oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, por exemplo, seguro saúde, seguro desemprego, salário mínimo, dentre outros. Nesse sentido, o Estado tem deveres a cumprir para com seus cidadãos, lhes proporcionando uma vida digna. Essa teoria levou ao surgimento do conceito de bem-estar social. Origem O Keynesianismo teve início no século XX e recebe esse nome em homenagem ao economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946). Ele expôs sua teoria econômica na obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” (General theory of employment, interest and money), publicada em 1936. A teoria Keynesiana surge num momento em que o sistema capitalista e liberal apresentou diversas crises. Após a segunda guerra mundial, esse modelo econômico foi utilizado em alguns países que almejavam a melhoria da economia. Como exemplo, temos o governo do estadunidense Franklin Roosevelt que propôs o New Deal na década de 30. O objetivo era acabar com a crise de 1929 (grande depressão), a qual assolou o país. No entanto, vinte anos após a segunda guerra, o aumento das desigualdades, da inflação e do desemprego faz com que a teoria keynesiana sofra diversas críticas. As principais características do Keynesianismo são: Oposição aos ideais liberais e neoliberais Protecionismo e equilíbrio econômico Investimento de capital do governo Redução da taxa de juros Equilíbrio entre a demanda e a produção Intervenção estatal na economia Garantia de pleno emprego Benefícios sociais Macroeconomia Keynesianismo, Liberalismo e Neoliberalismo O Keynesianismo econômico é oposto aos ideais do liberalismo e do neoliberalismo, que prezam pela liberdade individual. Assim, o liberalismo, termo criado pelo economista Adam Smith, é baseado em ideias democráticas, onde o cidadão tem direito ao voto e à liberdade individual (social, econômica, política, religiosa, etc.) mediante um regime de livre mercado. A teoria liberal admite a baixa intervenção do Estado na economia, ao contrário do Keynesianismo. Nesta a economia é autorregulada e defende-se a ideia de intervenção estatal. Na atualidade, o keynesianismo perdeu força com o avanço do neoliberalismo no contexto da globalização e da abertura do mercado internacional. Note que o neoliberalismo é uma atualização do sistema liberal que defende a privatização de empresas estatais. Além disso, defende a abertura econômica mediante a livre circulação de capitais internacionais. ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL O “Estado de Bem-estar Social” (do inglês, Welfare State), é uma perspectiva de Estado para o campo social e econômico, na qual a distribuição de renda para a população, bem como a prestação de serviços públicos básicos, é visto como uma forma de combate às desigualdades sociais. Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o agente que promove e organiza a vida social e econômica, proporcionando aos indivíduos bens e serviços essenciais durante toda sua vida. Com efeito, esse modelo de gestão pública é típico em sistemas social-democratas das sociedades ocidentais modernas e, atualmente, seus melhores exemplos podem ser encontrados nas políticas públicas da Noruega, Dinamarca e Suécia. A principal característica do Estado de Bem-estar Social é a defesa dos direitos dos cidadãos à saúde, educação, etc.; a despeito disso, o modelo mais conhecido de politicas públicas é o Keynesiano, de John Maynard Keynes (1883-1946), que rompe com a visão de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia. Com efeito, este sistema foi adotado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt durante a década de 1930, como parte de seu programa de recuperação econômica, o New Deal, o qual, para além das grandes obras, aumentou os salários e fixou os preços dos produtos. É comum nos países de Estado de Bem-estar Social a estatização de empresas (principalmente em setores estratégicos), bem como a criação de mecanismos para promover serviços públicos gratuitos e de qualidade, como água e esgoto, moradia, benefícios trabalhistas, educação, saúde, transporte e lazer para toda população. Para tanto, o Estado necessita interferir na economia, regulando-a de modo a gerar emprego e renda, ao passo em que estimula a produção. Por conseguinte, as jornadas de trabalho são de no máximo de 8 horas, o trabalho infantil é proibido e os trabalhadores possuem direito a seguro-desemprego e Previdência Social. Causas do Estado de Bem-Estar Social A principalcausa que precipitou a implementação de Estados de Bem-estar Social pelo mundo foi à crise do Liberalismo, o modelo que pregava a liberdade mercado em relação ao Estado. Portanto, foi uma resposta a crise do início do século XX, da qual a Primeira Guerra Mundial e a depressão econômica 1929 (Crise de 1929) foram um sintoma. Contudo, estas políticas públicas foram também um revide aos movimentos trabalhistas e ao socialismo soviético, o qual rivalizou com o modelo Capitalista durante a Guerra Fria. Sem espanto, era preciso demonstrar qual dos modelos proporcionava uma melhor qualidade de vida aos seus cidadãos. Contexto Histórico Durante a década de 1920, os Estados Unidos era uma economia favorecida e superaquecida pela Europa em reestruturação. Contudo, já nos anos de 1930, os países europeus já tinham se recuperado da Primeira Guerra Mundial, o que levou a economia estadunidense ao colapso de superprodução. Por esse motivo, o presidente Roosevelt lança, em 1933, o programa de recuperação econômica para os Estados Unidos, o New Deal, que consistiu basicamente em investimento maciço em obras públicas, destruição dos estoques de gêneros agrícolas e na diminuição da jornada de trabalho. Por fim, na década de 1970, o esgotamento deste modelo torna-se evidente, ao ponto de Margaret Thatcher, chefe de estado inglesa, admitir que o Estado não tinha mais condições econômicas para custear o Estado Providência, dando início a era Neoliberal no Ocidente. NEOLIBERALISMO Neoliberalismo é um novo conceito do liberalismo clássico. Sua principal característica é a defesa de maior autonomia dos cidadãos nos setores político e econômico e, logo, pouca intervenção estatal. O Liberalismo surgiu no século XVIII em oposição ao Mercantilismo e às imposições aos trabalhadores em consequência da Revolução Industrial. Seus ideais, entretanto, foram interrompidos pelo surgimento do keynesianismo, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e pregava ideias opostas. Anos depois, o modelo do keynesianismo foi criticado, dando oportunidade para o regresso dos ideais do liberalismo. Dado o contexto histórico, ele regressa no século XX com o nome de neoliberalismo. Neoliberalismo Econômico O neoliberalismo econômico teve lugar a partir da década de 70. Substituiu as medidas do modelo keynesiano, apoiando os princípios capitalistas. Com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico, a ênfase principal é a não interferência do Estado na economia. Os neoliberais defendem que a economia deve ser baseada no livre jogo das forças do mercado. Segundo eles, isso garantiria o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. As características do Neoliberalismo são: Privatização de empresas estatais Livre circulação de capitais internacionais Abertura econômica para a entrada de empresas multinacionais Adoção de medidas contra o protecionismo econômico Redução de impostos e tributos cobrados indiscriminadamente O neoliberalismo propiciou as relações econômicas internacionais. NEOLIBERALISMO NO BRASIL No Brasil, o liberalismo foi adotado nos governos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998 e 1999 a 2002). Nessa época forma implantadas reformas consideradas essenciais para modernizar o país e garantir a estabilidade econômica. O neoliberalismo ganhou ampla aceitação nas décadas de 1980 e 1990, principalmente após o fim do socialismo no Leste europeu. Os pontos básicos do projeto neoliberal para os países americanos foram sintetizados no chamado "Consenso de Washington", em 1989. Integrantes do FMI e do Banco Mundial reuniram-se para analisar as economias do continente. Além dessas organizações, também se reuniram os representantes dos Estados Unidos e de diversos países latinos americanos. Dessa reunião resultou um conjunto de medidas para controlar a inflação e modernizar o Estado. São elas: Ajuste fiscal – limitação dos gastos do Estado de acordo com a arrecadação, eliminando o déficit público Redução do tamanho do Estado – limitação da intervenção do Estado na economia e redefinição do seu papel, com o enxugamento da máquina pública Privatização – venda das empresas estatais que não se relacionam com as atividades específicas do Estado Abertura comercial – redução das alíquotas de importação e estímulo ao intercâmbio comercial, de forma a ampliar as exportações e impulsionar o processo de globalização da economia Abertura financeira - fim das restrições à entrada de capital externo e permissão para que instituições financeiras internacionais possam atuar em igualdade de condições com as do país Fiscalização dos gastos públicos e fim das obras faraônicas Investimento em infra-estrutura básica No Brasil, uma das críticas às medidas neoliberais implantadas é que apesar de estabilizar a economia, o neoliberalismo não resolveu os graves problemas sociais do país. Além do Brasil, o neoliberalismo foi adotado nos seguintes países: Argentina, Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha (Escócia, Inglaterra e País de Gales), México, Peru e Venezuela. O Chile foi o primeiro país neoliberal, com o ditador Augusto Pinochet. Neoliberalismo e Educação As aspirações neoliberais surtiram efeito na educação. Isso porque a escola é vista como um mercado e também o ensino começa a ser privatizado. Surgem os cursos profissionalizantes, os quais preparam o aluno para o mercado de trabalho, mas limitam a sua capacidade crítica. Além disso, outro fato que corrobora o pensamento neoliberal é o maior número de aprovações de alunos, apesar de baixa qualidade de aprendizagem. Neoliberalismo vs Liberalismo O neoliberalismo reforçou as bases liberais, tendo ambos os mesmos fundamentos. A teoria do liberalismo reúne princípios que surgem em defesa à liberdade dos cidadãos, em oposição ao absolutismo. O mesmo acontece com o neoliberalismo (novo liberalismo), cujo nome distingue ambos principalmente em função da época em que aconteceram.
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