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Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 1 Lista de Aplicac¸a˜o – Semana 1 – Soluc¸a˜o Temas abordados : Func¸o˜es Sec¸o˜es do livro: 1.1; 1.2; 1.5; 1.6 1) A figura abaixo ilustra um recipiente formado por dois cilindros circulares retos justapos- tos de altura 10m e raios respectivamente 12m e 6m. Suponha que, a partir do instante t = 0, o recipiente comece a ser abastecido a uma vaza˜o constante de modo que o n´ıvel da a´gua s(t) no recipiente e´ dada por s(t) = { 2t, para 0 ≤ t ≤ 5 8t− 30, para 5 < t ≤ 6 onde a altura e´ dada em metros e o tempo e´ dado em segundos. (a) Esboce o gra´fico da func¸a˜o s(t). (b) Determine, caso existam, os instantes τ ∈ [0, 6] nos quais s(τ) = 15. (c) Determine a imagem da func¸a˜o s. 12 6 10 10 Soluc¸a˜o: (a) Para 0 ≤ t ≤ 5, o gra´fico e´ um segmento de reta de inclinac¸a˜o 2 que passa pela origem; para 5 < t ≤ 6, o gra´fico e´ um segmento de reta de inclinac¸a˜o 8 que se conecta ao segmento de reta de inclinac¸a˜o 2. Usando essas informac¸o˜es, o gra´fico e´ como ilustrado abaixo. (b) Do gra´fico de s(t) vemos que s(t) e´ crescente, com s(0) = 0, s(5) = 10 e s(6) = 18. Um vez que 15 esta´ entre 10 e 18, um instante τ em que s(τ) = 15 deve estar, portanto, no intervalo (5, 6), no qual temos que s(t) = 8t − 30. Resolvendo para τ a equac¸a˜o 8τ − 30 = 15, obtemos que τ = 45/8 e´ o u´nico instante para o qual s(τ) = 15. (c) A ana´lise do gra´fico mostra que a imagem da func¸a˜o s e´ o intervalo fechado [0, 18]. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 1 de 30 2) Considere a func¸a˜o f : (0,∞) → R dada por f(x) = 1/√x. Pode-se mostrar que a inclinac¸a˜o da reta La, que e´ tangente ao gra´fico de f(x) no ponto Pa = (a, f(a)), e´ dada por −1 2a √ a . A figura abaixo ilustra o gra´fico da func¸a˜o, a reta La e os pontos Qa e Ra em que a reta intercepta os eixos coordenados. Julgue a veracidade dos itens a seguir, justificando suas respostas. (a) A reta La tem equac¸a˜o y = −x 2a √ a + 3 2 √ a . (b) Tem-se que Ra = (2a, 0). (c) A a´rea do triaˆngulo ∆OPaRa e´ igual a 1 2 2af(a). (d) A a´rea do triaˆngulo ∆O PaQa e´ igual a 1 2 3 2 √ a a. (e) Para todo a > 0, a a´rea do triaˆngulo ∆OPaQa e´ o dobro da a´rea do triaˆngulo ∆O PaRa. Pa Qa O Ra Soluc¸a˜o: Lembre que a equac¸a˜o da reta r que tem inclinac¸a˜o m e passa pelo ponto (x0, y0) e´ dada por r(x) = ym +m(x− x0). (a) Correto. A reta La tem inclinac¸a˜o −1/(2a √ a) e passa pelo ponto (a, f(a). Desse modo, se denotarmos por La(x) a sua equac¸a˜o, temos que La(x) = − 1 2a √ a (x− a) + f(a) = − 1 2a √ a (x− a) + 1√ a . (b) Errado. Veja que Ra = (xa, 0). Uma vez que esse ponto pertence a` reta La temos que 0 = La(xa) = − 1 2a √ a (xa − a) + 1√ a , de modo que −xa + a = −2a, ou ainda, xa = 3a. Assim Ra = (3a, 0). (c) Errado. A base do triaˆngulo ∆OPaRa mede 3a e sua altura mede f(a). Como a a´rea de um triaˆngulo e´ igual a` metade do produto entre a base e a altura, a a´rea em questa˜o e´ igual a 1 2 3af(a) = 3 2 √ a a. (d) Correto. Observe que Qa = (0, y) e pertence a` reta La. Assim, y = La(0) = − 1 2a √ a (0− a) + 1√ a = 1 3 √ a . Como o triaˆngulo ∆O PaQa tem base medindo y e altura medindo x = a, conclu´ımos que sua a´rea e´ dada por 1 2 3 2 √ a a (e) Errado. Pelos itens (c) e (d), a a´rea de ∆O PaQa vale a metade da a´rea de ∆OPaRa. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 2 de 30 3) Uma amostra radioativa emite part´ıculas alfa e, consequentemente, sua massa M = M(t) e´ uma func¸a˜o decrescente do tempo. Suponha que, para um determinado material radioativo, essa func¸a˜o seja dada por M(t) = M0e −k1t, onde M0 > 0 e´ a massa inicial, k1 > 0 e´ uma constante e t > 0 e´ o tempo medido em anos. A meia-vida do material e´ o tempo necessa´rio para que a massa se reduza a` metade da massa inicial. (a) Calcule k1 sabendo que, depois de um ano e meio, a massa restante e´ 1/8 da inicial. (b) Usando o item anterior, determine a meia-vida do material. (c) Calcule quantos anos devemos esperar para que 99% da amostra tenha se desinte- grado (use as aproximac¸o˜es ln 2 = 0, 7 e ln 5 = 1, 6). (d) Suponha que outra amostra radioativa tenha massa N(t) = M0e −k2t, com k2 > 0. Estabelec¸a uma relac¸a˜o entre k1 e k2 sabendo que a meia-vida desse segundo material e´ igual ao triplo da meia-vida do primeiro. Soluc¸a˜o: (a) Note que M0 8 = M(3/2) = M0e −k1 32 . Cancelando o termo M0 e aplicando o logaritmo dos dois lados obtemos −3 2 k1 = ln(1/8) = − ln 8 = − ln 23 = −3 ln 2. (b) Basta notar que, se t0 e´ a meia-vida do material, enta˜oM(t0) = M0e −2ln2 t0 = M0/2. Dessa forma, mais uma vez cancelando o termoM0 e aplicando o logaritmo dois lados obtemos t0 = ln 2 k1 . (1) (c) Procuramos o instante t1 para o qual M(t1) = 0, 01M0. Utilizando o fato de que ln 100 = ln(4 · 25) = 2(ln 2 + ln 5) e procedendo como em (b) encontramos t1. (d) Considere agora o material cuja massa e´ N(t). Procedendo de forma ana´loga ao item (b), conclu´ımos que a sua meia vida e´ dada por t0 = ln 2 k2 . (2) Como t0 = 3t0, combinando-se (1) e (2) obtemos que k2 = k1/3. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 3 de 30 4) Uma espira circular esta´ imersa em uma regia˜o de campo magne´tico uniforme e constante. O fluxo magne´tico pela espira e´ dado por φ(α) = AB cos(α), onde A e´ a a´rea da espira, B e´ a intensidade do campo e α ∈ [0, 2π] e´ o aˆngulo entre o vetor normal ao plano da espira e as linhas de campo. Supondo inicialmente que, em unidades f´ısicas apropriadas, AB = 4, resolva os itens a seguir. (a) Calcule o menor e o maior valor que o fluxo φ pode assumir. (b) Determine um aˆngulo α0 ∈ [0, 2π] tal que φ(α0) = 2. (c) Se a espira tivesse o dobro do diaˆmetro e estivesse imersa no mesmo campo, qual seria o valor do produto AB ? (d) Para uma espira com o dobro do diaˆmetro, use o valor encontrado no item (c) para determinar um aˆngulo α1 ∈ [0, π] tal que o fluxo magne´tico seja igual a 4. Soluc¸a˜o: (a) Como para todo aˆngulo α temos −1 ≤ cos(α) ≤ 1, ∀α, segue que −4 ≤ φ(α) ≤ 4. Ale´m disso, φ(0) = φ(2π) = AB = 4 e φ(π) = −AB = −4. Desse modo max α∈[0,2pi] φ(α) = 4 e min α∈[0,2pi] φ(α) = −4. (b) Procuramos por α0 ∈ [0, π] tal que 4 cos(α0) = 2 ou, equivalentemente, cos(α0) = 1/2. Basta enta˜o escolher α0 = π/3 ou α = 5π/3. (c) Sejam A0 e A, respectivamente, as a´reas da espira inicial e da espira com o diaˆmetro dobrado. Note que se A0 = πr 2, onde r > 0 e´ o raio da espira inicial, enta˜o: A = π(2r)2 = 4πr2 = 4A0. Logo, AB = 4A0B = 16. (d) Aqui, basta resolver a equac¸a˜o 16 cos(α) = 4. Observe que a func¸a˜o cos : [0, π]→ [−1, 1] e´ invert´ıvel. Sua inversa, chamada de arco-cosseno, e´ dada por arccos : [−1, 1]→ [0, π], onde arc cos y = x⇔ cosx = y. Desse modo, para que 16 cos(α) = 4, devemos ter α = arccos(1/4). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 4 de 30 5) O objetivo desse exerc´ıcio e´ usar as propriedades da func¸a˜o exponencial ex para investigar as propriedades das func¸o˜es cosseno e seno hiperbo´licos dadas por cosh(t) = et + e−t 2 e senh(t) = et − e−t 2 . Lembrando que ex+y = exey, onde e e´ a base Neperiana, resolva os itens abaixo. (a) Mostre que cosh2(t)− senh2(t) = 1. Fazendo x = cosh(t) e y = senh(t), isso mostra que o ponto (x, y) esta´ sobre a hipe´rbole unita´ria dada por x2 − y2 = 1. (b) Verifique a fo´rmula do cosseno hiperbo´lico da soma cosh(s+ t) = cosh(s)cosh(t) + senh(s)senh(t). (c) Verifique a fo´rmula do seno hiperbo´lico da soma senh(s+ t) = senh(s)cosh(t) + senh(t)cosh(s). (d) Verifique que cosh(t) e´ uma func¸a˜o par enquanto senh(t) e´ uma func¸a˜o ı´mpar. (e) Prove que na˜o existe t ∈ R tal que senh(t) = cosh(t).Compare as propriedades dos itens acima com as suas ana´logas para as func¸o˜es trigo- nome´tricas. Soluc¸a˜o: (a) Uma vez que exe−x = e0 = 1, segue que cosh2(t) = ( et + e−t 2 )2 = (et)2 + 2 + (e−t)2 4 = (et)2 + (e−t)2 4 + 1 2 e senh2(t) = ( et − e−t 2 )2 = (et)2 − 2 + (e−t)2 4 = (et)2 + (e−t)2 4 − 1 2 . Isso que mostra que cosh2(t)− senh2(t) = 1. (b) Usando que ex+y = exey, temos que cosh(s)cosh(t) = ( es + e−s 2 )( et + e−t 2 ) = es+t + es−t + e−s+t + e−s−t 4 e que senh(s)senh(t) = ( es − e−s 2 )( et − e−t 2 ) = es+t − es−t − e−s+t + e−s−t 4 . Isso mostra que cosh(s)cosh(t) + senh(s)senh(t) = 2es+t + 2e−s−t 4 = es+t + e−(s+t) 2 = cosh(s+ t). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 5 de 30 (c) Usando que ex+y = exey, temos que senh(s)cosh(t) = ( es − e−s 2 )( et + e−t 2 ) = es+t + es−t − e−s+t − e−s−t 4 logo, trocando s por t, temos que senh(t)cosh(s) = et+s + et−s − e−t+s − e−t−s 4 = es+t + e−s+t − es−t − e−s−t 4 . Isso mostra que senh(s)cosh(t) + senh(t)cosh(s) = 2es+t − 2e−s−t 4 = es+t − e−(s+t) 2 = senh(s+ t). (d) Temos que cosh(−t) = e −t + e−(−t) 2 = e−t + et 2 = et + e−t 2 = cosh(t) e senh(−t) = e −t − e−(−t) 2 = e−t − et 2 = −e t − e−t 2 = −senh(t). (e) Suponha que, para algum t ∈ R, tenhamos senh(t) = cosh(t). Enta˜o et − e−t 2 = et + e−t 2 , o que implica que e−t = 0. Mas a igualdade acima nunca se verifica, visto que a imagem da func¸a˜o exponencial e´ o intervalo (0,+∞). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 1 - Pa´gina 6 de 30 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 1 Lista de Aplicac¸a˜o – Semana 2 – Soluc¸a˜o Temas abordados : Limites no ponto (conceito intuitivo e formal) Sec¸o˜es do livro: 2.1; 2.2; 2.3 1) Suponha que um comprimido tenha a forma de um cilindro circular reto de raio da base igual a 4 mm, altura h > 0, e deva ter volume igual a 20 mm3. Como o processo de fabricac¸a˜o esta´ sujeito a erros, a altura h deve ser razoavelmente precisa, uma vez que dela depende a dosagem de medicamento que e´ ingerida pelo paciente. (a) Determine, em func¸a˜o de h, o volume V (h) do com- primido. (b) Determine o valor h0 para que o volume do compri- mido seja igual a V (h0) = V0 = 20 mm 3. h 4 mm (c) Determine, em mm, o erro ma´ximo tolerado na altura h de maneira que |V (h)− 20| seja inferior a 1/10. (d) Dado ε > 0, encontre δ > 0 tal que o erro |V (h) − 20| no volume do comprimido seja menor do que ε sempre que o erro na altura |h− h0| seja menor do que δ. Soluc¸a˜o: (a) O volume de um cilindro reto e´ dado pela a´rea base vezes a sua altura, de modo que V (h) = 42πh. (b) Basta resolver a equac¸a˜o V (h0) = 20 para obter h0 = 20/(4 2π). (c) Para estimar o erro do volume em termos do erro na altura basta notar que |V (h)− 20| = |V (h)− V (h0)| = |42πh− 42πh0| = 42π|h− h0|. Logo |V (h)− 20| < 1/10, sempre que |h− h0| < 1/(10× 42π). Dessa forma, o erro ma´ximo e´ dado por 1/(10× 42π). (d) Basta usar as ideias do item anterior, substituindo 1/10 por ε e considerando δ > 0 como o erro ma´ximo. Da fato, |V (h)− V (h0)| = |42πh− 42πh0| = 42π|h− h0| (3) Logo, se |h− h0| < ε/(42π) Temos por (3) que |V (h)− V (h0)| < ε Logo basta tomar δ < ε/(42π). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 7 de 30 2) Uma companhia de turismo cobra uma taxa de servic¸o fixa de R$ 50,00 para pacotes tur´ısticos de valor menor ou igual a R$ 1.000,00. Para pacotes de valor superior a R$ 1.000,00 e menor ou igual a R$ 5.000,00, a companhia cobra uma taxa fixa de R$ 30,00 acrescida de 2% do valor do pacote. Para os demais pacotes, a taxa fixa e´ de R$ c, acres- cida de 1% do valor do pacote. Indicando por T (x) o valor total da taxa de servic¸o cobrada por um pacote tur´ıstico no valor de x reais, julgue os itens abaixo, justificando suas respostas. (a) O gra´fico da func¸a˜o T (x) conte´m o ponto (3000, 90). (b) Para c = 100, na˜o e´ poss´ıvel encontrar um pacote tur´ıstico de valor R$x0 de modo que se tenha T (x0) = 140. (c) limx→1000+ T (x) = 50. (d) Na˜o existe o limite limx→1000 T (x). (e) limx→5000+ T (x) na˜o depende de c. (f) c = 80 se, e somente se, limx→5000 T (x) = T (5000). Soluc¸a˜o: Note que 0, 02x e´ a maneira anal´ıtica de expressarmos 2% de um dado valor x. Logo T (x) = 50, se x ∈ (0, 1000], 30 + 0, 02x, se x ∈ (1000, 5000], c+ 0, 01x, se x ∈ (5000,+∞). (a) Como T (3000) = 30 + 0, 02 × 3000 = 90 o ponto (3000, 90) pertence ao gra´fico da func¸a˜o. (b) Observe que se T (x0) = 140 enta˜o x0 > 5000. Da´ı considere c = 100 na expressa˜o acima e desenhe o gra´fico de T . Para resolver os quatro u´ltimos itens basta lembrar que limx→a T (x) existe se, e somente se, os limites laterais no ponto existem e sa˜o iguais. Nesse caso, esse valor comum e´ igual ao valor do limite. (c) No ca´lculo de limx→1000+ T (x) lembre que interessam somente os valores de T (x) quando x esta´ a` direita e pro´ximo do ponto a = 1000. Assim, lim x→1000+ T (x) = lim x→1000+ (30 + 0, 02x) = 30 + 0, 02× 1000 = 50. (d) O mesmo racioc´ınio nos permite concluir que lim x→1000− T (x) = 50, o que em conjunto com o item (c) nos garante que lim x→1000 T (x) = 50. (e) Observe que lim x→5000+ T (x) = 50 + c Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 8 de 30 (f) Aqui precisamos verificar duas afirmac¸o˜es. De fato, queremos saber se e´ verdade que: (i) Se c = 80 enta˜o limx→5000 = T (5000). (ii) Se limx→5000 = T (5000) enta˜o c = 80. Para o subitem (i), veja que se c = 80 lim x→5000+ 80 + 0, 01x = lim x→5000− 30 + 0, 02x = 130 = T (5000). Para o subitem (ii), suponha que limx→5000 = T (5000). Em particular, T (5000) = lim x→5000− T (x) = 130, pelo que vimos no subitem (i). Assim, ja´ que por hipo´tese T (5000) = lim x→5000+ c+ 0, 01x = c+ 50, segue-se que c = 80. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 9 de 30 3) Um ga´s e´ mantido a uma temperatura constante em um pista˜o. A` medida que o pista˜o e´ comprimido, o volume do ga´s decresce com a func¸a˜o V (P ) = 200/P litros, ate´ atingir a pressa˜o cr´ıtica de 100 torr quando ele se liquidifica, havendo nesse momento uma variac¸a˜o brusca de volume. Em seguida, o seu volume passa a ser dado pela func¸a˜o V (P ) = −0, 01P + 2 ate´ que seja atingida a nova pressa˜o cr´ıtica de 150 torr, a partir da qual o volume permanece constante e igual a 0,5 litros. (a) Determine a expressa˜o de V (P ). (b) Calcule os limites laterais lim P→P− 0 V (P ) e lim P→P+ 0 V (P ) para P0 = 100. Em seguida, decida sobre a existeˆncia do limite lim P→P0 V (P ) (c) Repita o item acima para P0 = 150. (d) O que acontece com pressa˜o V (P ) para valores P pro´ximos de zero? Soluc¸a˜o: (a) De acordo com as informac¸o˜es do enunciado temos que V (P ) = 200/P, se 0 < P ≤ 100, −0, 01P + 2, se 100 < P ≤ 150, 0, 5, se 150 < P. (b) Temos que lim P→100− P (V ) = lim P→100− 200 P = 2 e lim P→100+ P (V ) = lim P→100+ −0, 01P + 2 = −1 + 2 = 1. Apesar dos limites laterais existirem eles na˜o sa˜o iguais. Desse modo, conclu´ımos que na˜o existe limite quanto P tende para 100. (c) Temos que lim P→150− P (V ) = lim P→100− −0, 01P + 2 = −1, 5 + 2 = 0, 5 e lim P→150+ P (V ) = lim P→100+ 0, 5 = 0, 5. Os limites laterais existirem e sa˜o iguais, de modo que o limite quanto P tende para 150 existe. Mais especificamente limP→150 P (V ) = 0, 5. (d) Quando P esta´ pro´ximo de zero o quociente 200/V se torna cada vez maior. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 10 de 30 4) Considere o c´ırculo unita´rio da figura abaixo, em que αdenota um aˆngulo no intervalo (0, π/2). O triaˆngulo ∆OAB, cuja altura esta´ representada por h, esta´ contido no setor circular SOAB, que, por sua vez, esta´ contido no triaˆngulo ∆OCB de altura H. (a) Determine, em termos de h, α e H, as expresso˜es das a´reas do triaˆngulo ∆OAB, do setor circular SOAB e do triaˆngulo ∆OCB. Em seguida, use a figura para comparar tais grandezas. (b) Determine, com ajuda de func¸o˜es trigonome´tricas convenientes, uma equac¸a˜o que relaciona α e h; e outra que relaciona α e H. (c) Use os itens (a) e (b) para mostrar que se α ∈ (0, π/2), enta˜o vale 0 < senα < α < tgα. (d) Use o item (c) para mostrar que limα→0+ senα = 0. (e) Usando o mesmo me´todo para aˆngulos pertencentes ao intervalo (−π/2, 0), mostre que limα→0− senα = 0. Em seguida, conclua que limα→0 senα = 0. O A B C h H α OA = OB = 1 Soluc¸a˜o: (a) Usando as fo´rmulas da a´rea de triaˆngulos e setores circulares, temos que A∆OAB = OB h 2 = h 2 , ASOAB = α OB 2 2 = α 2 e A∆OAC = OB H 2 = H 2 Observe que o triaˆngulo ∆OAB esta´ contido no setor circular SOAB e, SOAB esta´ contido no triaˆngulo ∆OAC . Logo, comparando-se as a´reas h < α < H. (4) (b) Note que senα = h OA = h e que H = H OB = tgα. (5) (c) Veja que se 0 < α < π/2, temos que o triaˆngulo ∆OAB esta´ contido no setor circular SOAB e, SOAB esta´ contido no triaˆngulo ∆OAC . Combinando-se (12) e (5) o resultado segue. (d) Como sen(α) = h e o triaˆngulo esta´ contido no setor circular, temos que 0 < sen α < α, para todo α ∈ (0, π/2). Segue do Teorema so Sandu´ıche que lim α→0+ senα = 0. (6) Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 11 de 30 (e) Suponha que −π/2 < α < 0. Considerando uma construc¸a˜o como na figura 2 (veja abaixo), temos: De forma ana´loga a que fizemos nos itens (a)-(c) con- clu´ımos que 0 < −sen α 2 < −α 2 (7) Usando (6) e o Teorema do Sandu´ıche mostramos que lim α→0− senα = 0. (8) Combinando-se (6) e (8) o resultado segue. O A′ B C ′ h H α OA′ = OB = 1 Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 12 de 30 5) Ainda com respeito a` figura do exerc´ıcio acima, vamos mostrar o Limite Trigonome´trico Fundamental. (a) Sabendo que cosα > 0 sempre que α ∈ (−π/2, π/2) fac¸a cosα = √1− (senα)2 e conclua que limα→0 cosα = 1. (b) Inverta a desigualdade senα < α < tgα, va´lida para α ∈ (0, π/2). (c) Lembrando que se α ∈ (0, π/2) temos senα > 0 use o item acima para mostrar que, nesse intervalo, vale cosα < senα α < 1. (d) Mostre que limα→0+ senα α = 1. (e) Use um procedimento ana´logo para aˆngulos pertencentes ao intervalo (−π/2, 0) e mostre que limα→0− senα α = 1. Em seguida, conclua que limα→0 senα α = 1. Soluc¸a˜o: (a) Observe que como cos α = √ 1− sen2 α e lim α→0 √ 1− sen2 α = √ lim α→0 ( 1− sen2 α) =√1− ( lim α→0 sen α )2 , usando o item (e) da questa˜o acima, obtemos que limα→0 cos α = 1. (b) Lembre que caso x < y para x 6= 0 e y 6= 0 enta˜o 1 x > 1 y . Assim, como senα < α < tgα, enta˜o: 1 senα > 1 α > cosα senα , ∀α ∈ (0, π/2). (c) Lembre que caso x < y e c ≥ 0 enta˜o cx > cy, para todo x ∈ R e y ∈ R. Logo, usando o item (b) e o fato de que senα > 0, se α ∈ (0, π/2) temos que senα senα > senα α > senα cosα senα , ∀α ∈ (0, π/2). Como senα > 0 segue que 1 > senα α > cosα, ∀α ∈ (0, π/2). (9) (d) Basta combinar os itens (a), (b) e (c) e aplicar o Teorema do Sandu´ıche. De fato, lim α→0+ 1 = 1 e lim α→0+ cosα = 1. (10) Como (9) e´ va´lida para todo 0 < α < π/2, o resultado segue combinando (9), (10) e o Teorema do Sandu´ıche. (e) Lembre que caso x < y e c ≤ 0 enta˜o cx < cy, para todo x ∈ R e y ∈ R. Logo, usando o item (b) e o fato de que senα < 0, se α ∈ (−π/2, 0) temos que senα senα < senα α < senα cosα senα , ∀α ∈ (−π/2, 0). Como senα 6= 0 segue que 1 < senα α < cosα, ∀α ∈ (0, π/2). (11) Para provar o resultado basta usar (11) e um racioc´ınio ana´logo ao aplicado no item (d). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 2 - Pa´gina 13 de 30 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 1 Lista de Aplicac¸a˜o – Semana 3 – Soluc¸a˜o Temas abordados : Limites laterais e limites que envolvem o infinito; Assııntotas Sec¸o˜es do livro: 2.4; 2.5 1) Duas part´ıculas carregadas com cargas de mo´dulos q1 e q2 interagem com uma forc¸a eletrosta´tica. Segundo a Lei de Coulomb, o mo´dulo dessa forc¸a, em Newtons, e´ modelado pela func¸a˜o F : (0,∞) −→ (0,∞) dada por F (x) = Kq1q2 x2 , onde K > 0 e´ uma constante que depende do meio e x e´ a distaˆncia, em metros, entre as part´ıculas. Suponha que, em unidades f´ısicas apropriadas, Kq1q2 = 10 e resolva os itens a seguir. (a) Encontre δ > 0 suficientemente pequeno tal que se 0 < x < δ, enta˜o a forc¸a entre as part´ıculas tem mo´dulo maior que 107N (dez milho˜es de Newtons). (b) Encontre M > 0 suficientemente grande tal que se x > M , enta˜o a forc¸a entre as part´ıculas tem mo´dulo menor que 10−6N (um milhone´simo de Newton). (c) Determine limx→0+ F (x) e limx→∞ F (x). (d) Fac¸a um esboc¸o do gra´fico de F . Soluc¸a˜o: (a) Note que F (x) = 10 x2 > 107 ⇔ 107x2 < 10 ⇔ x2 < 10−6 ⇔ x < 10−3. (b) Procedendo como no item (b) temos F (x) = 10 x2 < 10−6 ⇔ 10−6x2 > 10 ⇔ x2 > 107 ⇔ x > 107/2 = 103 √ 10. (c) Quando x→ 0+, o numerador de F (x) vale 10 e o denominador se aproxima, por valores positivos, de zero. Desse modo, conclu´ımos que limx→0+ F (x) = +∞. Por outro lado, quando x → +∞, o numerador vale 10 en- quanto o denominador tende para infinito, o que mostra que limx→+∞ F (x) = 0. Note que na˜o pode existir o limite de F (x) quando x se aproxima de zero, visto que a func¸a˜o F na˜o esta´ definida em uma vizinha a` esquerda do zero. Tambe´m na˜o existe o limite lateral limx→0+ F (x) visto que um limite (mesmo lateral) existe somente quando a func¸a˜o se aproxima de um nu´mero real. 0 1 2 3 4 5 6 0 5 10 15 F (x) Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 14 de 30 2) A figura abaixo ilustra um corpo de massa m > 0 pendurado no teto de um trem bala por um fio inextens´ıvel de comprimento L > 0. Quando o trem possui acelerac¸a˜o a o peˆndulo se encontra inclinado, fazendo um aˆngulo θ com a vertical. Pode-se provar que, se g e´ a acelerac¸a˜o da gravidade local, enta˜o a(θ) = g tg(θ). Como θ ∈ (−π/2, π/2), temos que θ(a) = arctg(a/g), onde a func¸a˜o arctg : R −→ (−π/2, π/2) e´ a func¸a˜o inversa da tangente. Supondo que g = 10 m/s2, resolva os itens seguintes. (a) Sabendo que tg(θ) = sen (θ)/ cos(θ), encontre lim θ→−pi/2+ a(θ) e lim θ→pi/2− a(θ). (b) Se a acelerac¸a˜o do trem tomar valores cada vez mai- ores, o aˆngulo θ(a) se aproxima de que valor? E se a→ −∞, enta˜o θ(a) tende para algum nu´mero? (c) Fac¸a um esboc¸o dos gra´ficos de a(θ) e θ(a), com suas ass´ıntotas. θ L m ~a Soluc¸a˜o: (a) Basta observar que lim θ→−pi 2 + 10 tg(θ) = lim θ→−pi 2 + 10 sen(θ) cos(θ) = −∞, visto que o numerador se aproxima de −10 < 0 e o denominador se aproxima de zero por valores positivos, pois a func¸a˜o cosseno e´ positiva no 4o quadrante. Analogamente, conclu´ımos que lim θ→pi 2 − 10 tg(θ) = lim θ→pi 2 − 10 sen(θ) cos(θ) =∞, (b) Observe que θ : R −→ (−π/2, π/2) e´ a inversa da func¸a˜o a : (−π/2, π/2) −→ R. Logo, como lim a→pi/2− a(θ) = +∞ segue da definic¸a˜o de limites no infinito e da definic¸a˜o de func¸a˜o inversa que lim a→+∞ θ(a) = π/2. Por razo˜es ana´logas, conclu´ımos que lim a→−∞ θ(a) = −π/2, de forma que as retas y = −π/2 e y = π/2 sa˜o ass´ıntotas horizontais do gra´fico de a(θ). pi 2 pi 2 −pi2 −pi2 a(θ) θ(a) 0Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 15 de 30 3) Considerando a func¸a˜o q(x) = √ x2 + 1 2− x , definida para x 6= 2, resolva os itens abaixo. (a) Calcule os limites no infinito da func¸a˜o q e, em seguida, determine a(s) ass´ıntota(s) horizontal(is) do gra´fico da func¸a˜o q, se esta(s) existir(em). (b) Calcule os limites laterais de q no ponto x = 2 e, em seguida, determine a(s) ass´ıntota(s) vertical(is) do gra´fico da func¸a˜o q, se esta(s) existir(em). (c) Fac¸a um esboc¸o do gra´fico de q. Soluc¸a˜o: (a) Para os ca´lculos dos limites no infinito note que q(x) = √ x2 ( 1 + 1 x2 ) x ( 2 x − 1) = |x|x √ 1 + 1 x2 2 x − 1 . Assim, por exemplo, lim x→−∞ q(x) = lim x→−∞ |x| x √ 1 + 1 x2( 2 x − 1) = limx→−∞ −xx √ 1 + 1 x2( 2 x − 1) = − limx→−∞ √ 1 + 1 x2 limx→−∞ ( 2 x − 1) = 1. Na segunda igualdade acima usamos o seguinte: como x→ −∞, interessa somente o que acontece com a func¸a˜o para valores de x que sa˜o grandes em mo´dulo e negativos. Em particular, podemos supor que x < 0, de modo que |x| = −x. Um racioc´ınio ana´logo nos permite concluir que lim x→+∞ q(x) = −1. Logo, as restas y = 1 e y = −1 sa˜o ass´ıntotas horizontais. (b) A reta x = 2 e´ uma candidata natural a` ass´ıntota vertical, visto que o denominador da expressa˜o que define a func¸a˜o q se anula quando x = 2. Vamos estudar o limite lateral quando x→ 2−. Temos que o numerador se aproxima de√ 5 e o denominador se aproxima de zero, sempre assumindo valores positivos, visto que estamos nos aproximando por valores menores que 2. 0 y = 1 y = −1 x = 2 Uma vez que √ 5 > 0 conclu´ımos que limx→2− q(x) = +∞. Um racioc´ınio ana´logo mostra que limx→2+ q(x) = +∞. Logo, a reta x = 2 e´ de fato uma ass´ıntota vertical Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 16 de 30 4) Para cada a > 1, o nu´mero positivo ln a pode ser caracterizado como a a´rea da regia˜o limitada pelo eixo Ox, pelas retas verticais x = 1 e x = a e pelo gra´fico da func¸a˜o g(t) = 1/t. Por exemplo, o nu´mero ln 4 e´ a a´rea da regia˜o compreendida entre o gra´fico da func¸a˜o g e as retas y = 0, x = 1 e x = 4. Na figura foram destacados ainda treˆs retaˆngulos de base unita´ria cujas alturas sa˜o g(2), g(3) e g(4). (a) Determine as a´reas A1, A2 e A3 dos retaˆngulos indicados, e fac¸a sua soma. (b) Usando o resultado anterior, justifique a desigualdade ln 4 > 1. (c) Dada uma constante M > 0 arbitrariamente grande, mostre que se x > 4M , enta˜o ln x > M . Conclua da´ı que limx→∞ ln x =∞. (d) Sabendo que para todo x > 0 tem-se ex > ln x, investi- gue a existeˆncia de limx→∞ e x. (e) Lembre que e−x = 1/ex e calcule limx→∞ e −x. Esboce o gra´fico das func¸o˜es ex, e−x e ln x. 0 1 2 3 4 1 A1 A2 A3 g(t) y x Soluc¸a˜o: (a) Claramente, A1 = (2 − 1)g(2) = 1 2 , A2 = (3 − 2)g(3) = 1 3 e A3 = (4 − 3)g(4) = 1 4 . Dessa forma, A1 + A2 + A3 = 13 12 . (b) Observe que a a´rea indicada na figura e´ maior do que a soma das a´reas dos retaˆngulos A1, A2 e A3. Dessa forma, como a a´rea indicada vale ln 4 temos que ln 4 > A1 + A2 + A3 = 13 12 > 1. (c) Como o logaritmo e´ uma func¸a˜o crescente, aplicando o ln na desigualdade x > 4M obtemos ln x > M ln 4 > M , donde se conclui que ln x > M, para cada x > 4M . Assim, lim x→+∞ ln x = +∞. (d) Primeiro observe que lim x→+∞ ex = +∞. (12) De fato, dado M > 0 note que se x > lnM , enta˜o aplicando-se a exponencial nos dois lados da desigualdade ex > elnM = M, e assim (12) segue (note que usamos o fato da func¸a˜o exponencial ser crescente). Dessa forma, usando as propriedades de limites infinitos lim x→+∞ e−x = lim x→+∞ 1 ex = 0. (e) Os gra´ficos sa˜o como abaixo. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 17 de 30 1 1 ex ln x 1 ex e−x Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 18 de 30 5) Considere duas cargas ele´tricas com carga unita´ria e positiva, fixadas num eixo perpen- dicular a uma parede, como na figura abaixo. O potencial ele´trico gerado por essas duas part´ıculas num ponto x ao longo desse eixo e´ dado, em unidades convenientes, pela seguinte func¸a˜o V (x) = 1 |x+ 1| + 1 |x− 1| , x > −1. (a) Verifique que o potencial ele´trico e´ dado por V (x) = − 2 x2 − 1 , −1 < x < 1 2x x2 − 1 , x > 1 (b) Determine as ass´ıntotas verticais e horizontais de V . Soluc¸a˜o: (a) Para −1 < x < 1 temos que x+ 1 > 0 e que x− 1 < 0, portanto V (x) = 1 x+ 1 − 1 x− 1 = − 2 x2 − 1 = −2(x 2 − 1)−1. Para x > 1 temos que x+ 1 > 0 e que x− 1 > 0, portanto V (x) = 1 x+ 1 + 1 x− 1 = 2x x2 − 1 = 2x(x 2 − 1)−1. (b) Os candidatos a ass´ıntotas verticais sa˜o x = −1 e x = 1. Temos que lim x→−1+ V (x) = lim x→−1+ − 2 x2 − 1 = +∞, uma vez que x2 − 1 se anula em x = −1 e que o sinal de −2/(x2 − 1) quando x→ −1+ e´ positivo. Com uma ana´lise ana´loga, conclu´ımos que lim x→1− V (x) = lim x→1− − 2 x2 − 1 = +∞. Segue que ambas x = 1 e x = −1 sa˜o ass´ıntotas verticais de V . Temos por u´ltimo que lim x→1+ V (x) = lim x→1+ 2x x2 − 1 = +∞, uma vez que x2− 1 se anula em x = 1, que 2x na˜o se anula em x = −1 e que o sinal de 2x/(x2 − 1) quando x→ 1+ e´ positivo. Pela forma do domı´nio de V (x) ela so´ pode ter ass´ıntota horizontal a` direita. Temos que lim x→∞ V (x) = lim x→∞ 2x x2 − 1 = limx→∞ x2 ( 2 x ) x2 ( 1− 1 x2 ) = lim x→∞ 2 x 1− 1 x2 = 0. Segue que y = 0 e´ uma ass´ıntota horizontal de V . Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 3 - Pa´gina 19 de 30 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 1 Lista de Aplicac¸a˜o – Semana 4 – Soluc¸a˜o Temas abordados : Continuidade; Reta tangente Sec¸o˜es do livro: 2.6; 2.7 1) A al´ıquota da conta de a´gua e´ crescente! Isto quer dizer que quanto mais se consome, mais caro fica o prec¸o do m3 de a´gua. Suponha que ao se consumir xm3 de a´gua/meˆs, o valor mensal a ser pago seja de q(x) reais. Quando x e´ menor ou igual a 10; maior que 10 e menor que 15; maior ou igual a 15, paga-se, respectivamente, 1, 60x; 3, 00x+ a; 6, 40x+ b, onde a e b sa˜o constantes reais. Assim, q(x) = 1, 6x se 0 ≤ x ≤ 10, 3x+ a se 10 < x < 15, 6, 4x+ b se x ≥ 15. (a) Determine o valor de a de forma que q(x) seja cont´ınua em x = 10. (b) Usando o valor de a calculado acima, determine limx→15− q(x). (c) Sabendo que q(x) e´ cont´ınua em x = 15, encontre o valor de b. (d) Fac¸a um esboc¸o do gra´fico de q(x) . Soluc¸a˜o: (a) Como lim x→10− q(x) = 16 e lim x→10+ q(x) = 30 + a, a condic¸a˜o para que exista o limite no ponto x = 10 e´ que 16 = 30 + a, isto e´, a = −14. Para esse valor de a temos que limx→10 q(x) = 16 = q(10), e portanto a func¸a˜o e´ cont´ınua nesse ponto. (b) Temos que limx→15− q(x) = limx→15−(3x− 14) = 31. (c) Como limx→15− q(x) = 45− a = 31 e lim x→15+ q(x) = lim x→15+ (6, 4 x+ b) = 96 + b, enta˜o q e´ cont´ınua em x = 15 se b = −65. (d) O gra´fico esta´ esboc¸ado abaixo. 10 15 16 31 Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 20 de 30 2) Suponha que um painel solar consiga gerar uma quantidade de energia E = Isen(α) kilojoules, em que I e´ a intensidade luminosa e α o aˆngulo de incideˆncia entre os raios de luz e o painel. Para um determinado dia, o aˆngulo α e a intensidade luminosa sa˜o dados por α(t) = pi 12 t e I(t) = 6t − 1 2 t2, onde t e´ o tempo medido em horas a partir do nascer do sol, 0 ≤ t ≤ 12. E´ claro que para valores de t ∈ (12, 24] a energia gerada e´ nula, pois o painel solar na˜o funciona durante a noite. (a) Obtenha a expressa˜o de E(t) em func¸a˜o de t, para todo t ∈ [0, 24]. (b) Determine os valores de E(2) e E(6). Em seguida, decida se existe t0 ∈ [2, 6] talque E(t0) = 13, justificando sua resposta . (c) Decida se a func¸a˜o E e´ cont´ınua no ponto t = 12, justificando sua resposta. Soluc¸a˜o: (a) De acordo com o enunciado temos E(t) = ( 6t− t 2 2 ) sen ( π 12 t ) se 0 ≤ t ≤ 12, 0 se 12 < x ≤ 24. (b) Como E(2) = 5 e E(6) = 18 enta˜o E(2) < 13 < E(6). Como a func¸a˜o E e´ cont´ınua em [2, 6], segue do Teorema do Valor Intermedia´rio que existe t0 ∈ [2, 6] tal que E(t0) = 13. (c) Como polinoˆmios sa˜o cont´ınuos e a func¸a˜o seno e´ cont´ınua, segue diretamente da definic¸a˜o que a func¸a˜o E e´ cont´ınua em [0, 12) ∪ (12, 24]. A fim de verificar que E e´ tambe´m cont´ınua em t = 12 note que lim t→12− E(t) = lim t→12+ E(t) = 0 = E(12). Desse modo a func¸a˜o e´ cont´ınua em todo o intervalo [0, 24]. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 21 de 30 3) Um dos elevadores mais ra´pidos do mundo, localizado no Taipei Financial Center, subia com velocidade constante de 10 m/s, quando subitamente, apo´s 5 segundos de sua partida, suas cordas de sustentac¸a˜o se partem. Felizmente, neste momento, na˜o ha´ ningue´m em seu interior. A func¸a˜o que descreve a altura do elevador em relac¸a˜o ao solo e´ dada enta˜o pela seguinte expressa˜o s(t) = { 10t+ 100, se 0 < t ≤ 5 150 + 10(t− 5)− 5(t− 5)2, se 5 < t < tA onde tA e´ o tempo de aterrissagem, a altura e´ dada em metros e o tempo e´ dado em segundos. (a) Calcule o seguinte limite lateral direito da posic¸a˜o lim t→5+ s(t). (b) A func¸a˜o s e´ cont´ınua em t = 5? (c) Calcule o seguinte limite lateral direito da velocidade me´dia entre os instantes t e 5 lim t→5+ s(t)− s(5) t− 5 . (d) Existe o limite da velocidade me´dia entre os instantes t e 5 quando t tende a` 5? Soluc¸a˜o: (a) Para valores de t > 5, temos que s(t) = 150 + 10(t − 5) − 5(t − 5)2, de onde segue que lim t→5+ s(t) = lim t→5+ 150 + 10(t− 5)− 5(t− 5)2 = 150. (b) Para valores de t ≤ 5, temos que s(t) = 10t+ 100, de onde segue que lim t→5− s(t) = lim t→5− 10t+ 100 = 150 e que s(5) = 10(5) + 100 = 150. Utilizando o item anterior, segue que lim t→5− s(t) = s(5) = lim t→5+ s(t), o que mostra que a func¸a˜o s e´ cont´ınua em t = 5. (c) Para valores de t > 5, temos que s(t) = 150+10(t−5)−5(t−5)2. Como s(5) = 150, segue que lim t→5+ s(t)− s(5) t− 5 = limt→5+ (150 + 10(t− 5)− 5(t− 5)2)− 150 t− 5 = lim t→5+ 10(t− 5)− 5(t− 5)2 t− 5 = lim t→5+ 10− 5(t− 5) = 10. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 22 de 30 (d) Para valores de t ≤ 5, temos que s(t) = 10t+ 100, de onde segue que lim t→5− s(t)− s(5) t− 5 = limt→5− 10t+ 100− 150 t− 5 = lim t→5− 10t− 50 t− 5 = lim t→5− 10(t− 5) t− 5 = 10. Como os dois limites laterais existem e coincidem, segue que existe o limite lim t→5 s(t)− s(5) t− 5 = 10. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 23 de 30 4) Para atacar posic¸o˜es inimigas, um avia˜o de cac¸a da´ um voˆo rasante, percorrendo a tra- jeto´ria determinada pelo gra´fico da func¸a˜o f(x) = 1 + (1/x), para x > 0. O avia˜o efetua os seus disparos segundo a direc¸a˜o tangente, conforme figura abaixo. (a) Determine, usando a definic¸a˜o de derivada, a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de f(x) em um ponto gene´rico (a, f(a)). (b) Se um disparo e´ efetuado da posic¸a˜o (1, 2), determine a abscissa do ponto no eixo Ox atingido. (c) Determine o ponto sobre o gra´fico de f(x) em que o disparo deve ser efetuado para atingir um alvo situ- ado no ponto (8, 0). y = 1 Soluc¸a˜o: (a) Temos que f ′(a) = lim h→0 f(a+ h)− f(a) h = lim h→0 1 a+h − 1 a h = lim h→0 −1 (a+ h)a = −1 a2 , de modo que a equac¸a˜o da reta tangente e´ ya(x) = −1 a2 (x− a) + 1 + 1 a . (b) De acordo com o item acima, quando a = 1, o disparo e´ efetuado ao longo da reta y(x) = y1(x) = − 1 12 (x− 1) + 11 1 = 3− x. A abscissa do ponto atingido e´ exatamente a ra´ız da reta acima, ou seja, 3. (c) O valor de a tem que ser tal que a reta ya passe pelo ponto (8, 0), isto e´, 0 = ya(8) = − 1 a2 (8− a) + 1 + 1 a . A equac¸a˜o acima e´ equivalente a 1 a2 (8− a) = 1 + a a , que tem como soluc¸o˜es a = 2 e a = −4. Como a deve ser positivo a posic¸a˜o do tiro deve ser (2, f(2)) = (2, 3 2 ). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 24 de 30 5) Suponha que o eixo Ox representa o solo e uma montanha e´ modelada pela equac¸a˜o g(x) = 4 − x2 = (2 + x)(2 − x), onde x ∈ [−2, 2]. Um avia˜o sobrevoa a montanha horizontalmente da esquerda para direita sobre a reta y = 9, de modo que, no instante t > 0 minutos, a posic¸a˜o do avia˜o no plano cartesiano abaixo e´ dada por (4t, 9). Considerando que a luz se propaga em linha reta, resolva os ı´tens abaixo. (a) Determine, usando a definic¸a˜o de derivada, a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de g(x) em um ponto gene´rico (a, g(a)). (b) Determine a equac¸a˜o da reta tangente a` monta- nha que passa por um observador localizado em (−5/2, 0). (c) Determine o instante t0 em que o observador do item b) perde a visa˜o do avia˜o devido a` montanha. (−5/2, 0) y = 9 y = 4− x2 Soluc¸a˜o: (a) Expandindo o quadrado e efetuando as simplificac¸o˜es obtemos g′(a) = lim h→0 g(a+ h)− g(a) h = lim h→0 −(a+ h)2 + a2 h = −2a, de modo que a reta tangente e´ ya(x) = −2a(x− a) + g(a). (b) Aqui, precisamos descobrir o ponto (a, g(a)) de tangeˆncia da reta. Para tanto note que ya(−5/2) = 0. Substituindo obtemos a2+5a+4 = 0, isto e´, a = −1 ou a = −4. Como a ∈ (−2, 2) devemos ter a = −1, donde se conclui que a reta em questa˜o e´ y(x) = 2x+ 5. (c) Note que no instante t0 o avia˜o esta´ na posic¸a˜o (4t0, 9). Usando o item (a) e resolvendo 2(4t0) + 5 = y(4t0) = 9, obtemos t0 = 1/2. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 4 - Pa´gina 25 de 30 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 1 Lista de Aplicac¸a˜o – Semana 5 – Soluc¸a˜o Temas abordados : Regras de derivac¸a˜o; Derivadas de func¸o˜es trigonome´tricas Sec¸o˜es do livro: 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 1) Suponha que um reservato´rio, inicialmente com 50 litros de a´gua pura, comece a ser abastecido com a´gua salgada a` raza˜o de 5 litros/min e com uma concentrac¸a˜o de 1 grama/litro de sal. Nesse caso, o volume de a´gua V (t) e a quantidade de sal Q(t) no reservato´rio sa˜o func¸o˜es do tempo t ≥ 0, e portanto a concentrac¸a˜o de sal c(t) no reservato´rio e´ tambe´m uma func¸a˜o do tempo. (a) Obtenha as expresso˜es das func¸o˜es V (t), Q(t) e c(t). (b) Calcule o limite c′(t) = lim h→0 c(t+ h)− c(t) h , simplificando antes o quociente. (c) Usando o item anterior, decida em qual dos instantes t0 = 10 ou t1 = 30 a concen- trac¸a˜o esta´ variando mais rapidamente. Soluc¸a˜o: (a) Como temos 50 litros de a´gua no in´ıcio e a cada minuto entram outros 5 litros no reservato´rio enta˜o V (t) = 50 + 5t, t ≥ 0. Os 50 litros iniciais sa˜o puros e portanto todo o sal e´ proveniente do abastecimento. Assim Q(t) = 5t, e portanto a concentrac¸a˜o, em gramas/litro e´ dada por c(t) = Q(t)/V (t) = t/(10 + t), t ≥ 0. (b) Usando a expressa˜o de c(t) e fazendo as devidas simplificac¸o˜es obtemos c(t+ h)− c(t) h = (t+ h)(10 + t)− t(10 + t+ h) h(10 + t)(10 + t+ h) = 10 (10 + t)(10 + t+ h) , de modo que c′(t) = lim h→0 c(t+ h)− c(t) h = 10 (10 + t)2 , t > 0. (c) Para o u´ltimo item basta notar que c′(10) > c′(30). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 5 - Pa´gina 26 de 30 2) Um gato esta´ no ponto G = (1, 0), descobre um rato situado na origem O = (0, 0) e parte em sua perseguic¸a˜o. No mesmo instante, o rato percebe o gato e foge seguindo a direc¸a˜o positiva do eixo Oy, com velocidade igual a` metade da do gato. A trajeto´ria percorrida pelo gato para alcanc¸ar o rato e´ conhecida como curva deperseguic¸a˜o e tem a seguinte propriedade: se o rato e o gato estiverem nas posic¸o˜es Q e P ilustradas na figura abaixo, enta˜o a reta determinada pelos pontos P e Q e´ tangente a` curva no ponto P . No exemplo considerado, pode-se mostrar que a curva de perseguic¸a˜o e´ o gra´fico da func¸a˜o f : [0, 1]→ R dada por f(x) = √x (x 3 − 1 ) + 2 3 . (a) Calcule, pela definic¸a˜o, a derivada de g(x) = √ x em um ponto a ∈ (0, 1). Para isso, vale lembrar a igualdade x− a = (√x−√a) (√x+√a). (b) Use o item anterior e as regras de derivac¸a˜o para calcular a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de f no ponto (a, f(a)). (c) Determine a posic¸a˜o Q = (0, y0) em que se encontra o rato no instante em que o gato estiver na posic¸a˜o P = (1/4, f(1/4)). (d) Calcule o espac¸o total percorrido pelo rato antes de ser apanhado pelo gato. Q P GO Soluc¸a˜o: (a) A derivada e´ dada por g′(a) = lim x→a √ x−√a x− a = limx→a √ x−√a ( √ x−√a)(√x+√a) = 1 2 √ a . (b) Usando agora a regra do produto para derivadas e simplificando obtemos f ′(a) = ( √ x)′ (x 3 − 1 ) + √ x (x 3 − 1 ) = 1 2 √ x (x 3 − 1 ) + √ x 3 = x− 1 2 √ x . A reta tangente no ponto (a, f(a)) tem inclinac¸a˜o f ′(a), e portanto sua equac¸a˜o e´ dada por ya(x) = ( a− 1 2 √ a ) (x− a) + f(a). (c) Fac¸a a = 1/4, de modo que f(1/4) = 5/24 e a reta tangente se torna y(x) = −3 4 x+ 3 16 + 5 24 . Logo a posic¸a˜o do rato sera´ (0, y(0)) = (0, y0), com y0 = 3 16 + 5 24 . (d) Observe que o gato alcanc¸a o rato quando x = 0. Assim, 0 espac¸o total percorrido pelo rato e´ exatamente f(0) = 2/3. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 5 - Pa´gina 27 de 30 3) Suponha que a quantidade de bens produzidos por uma fa´brica possa ser modelada em func¸a˜o do nu´mero x de empregados, por uma func¸a˜o deriva´vel p(x), em que p(x) e´ medida em milhares e x em centenas. A produtividade me´dia por empregado e´ enta˜o dada pela func¸a˜o M(x) = p(x)/x, e pode-se mostrar que o nu´mero x0 de empregados que maximiza a func¸a˜o M(x) e´ aquele para o qual M ′(x0) = 0. (a) Usando as regras de derivac¸a˜o, calcule M ′(x) em termos da derivada p′(x). (b) Use o item anterior para justificar a afirmac¸a˜o de que M ′(x0) = 0 se, e somente se, p′(x0) = M(x0). (c) Calcule p′(x) supondo que p(x) = 2x2 x2 + 1 . (d) Determine o nu´mero de empregados que maximiza a produtividade me´dia da fa´brica. Soluc¸a˜o: (a) Observe que por hipo´tese a func¸a˜o p(x) e´ deriva´vel em x > 0. Assim a func¸a˜o M(x) e´ deriva´vel e podemos usar a regra do quociente para obter M ′(x) = ( p(x) x )′ = xp′(x)− p(x) x2 . (b) Usando a expressa˜o do item anterior temos que para x0 > 0 M ′(x0) = ( p(x0) x0 )′ = x0p ′(x0)− p(x0) x20 = 0⇔ x0p′(x0) = p(x0)⇔ p′(x0) = M(x0). (c) Mais uma vez, como x2 e x2 + 1 sa˜o diferencia´veis e x2 + 1 e´ na˜o nulo, pela regra do quociente temos que p′(x) = 4x(x2 + 1)− 4x3 (x2 + 1)2 = 4x (x2 + 1)2 . (d) Aqui p(x) = 2x2/(x2 + 1). Agora, pelo item (b), se M ′(x0) = 0 temos que p ′(x0) = M(x0). Assim, para x0 > 0, precisamos resolver a equac¸a˜o 4x0 (x20 + 1) 2 = 2x20 x20 + 1 ⇔ 2x0 x20 + 1 = x0 ⇔ x20 = 1. Como x0 > 0, conclu´ımos que x0 = 1. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 5 - Pa´gina 28 de 30 4) Suponha que o volume de ar (em litros) contido nos pulmo˜es de uma pessoa seja descrito, em func¸a˜o do tempo (em segundos), por meio da func¸a˜o V (t) = (3/2)(1− cos(t)). Nesse caso, a derivada V ′(t) representa o fluxo de ar nos pulmo˜es. A figura abaixo ilustra os gra´ficos de V (t) e V ′(t) no intervalo [0, 4 π], correspondente a dois ciclos respirato´rios completos. (a) Calcule o valor ma´ximo do volume V (t) no intervalo [0, 4 π]. (b) Calcule a derivada V ′(t). (c) Calcule o valor ma´ximo do fluxo V ′(t) no intervalo [0, 4 π]. (d) Determine a unidade em que o fluxo de ar V ′(t) e´ expresso, justificando a sua resposta. Soluc¸a˜o: (a) Note que cos(t) ≥ −1 para t ∈ [0, 4π] e que cos(kπ) = −1 para k = 1 ou 3. Assim, V (t) = 3 2 − 3 cos(t) 2 ≤ 3 2 + 3 2 = 3 = V (kπ), k = 1 ou 3. (b) Temos que V ′(t) = ( 3 2 − 3 cos(t) 2 )′ = 3 sen(t) 2 , 0 < t < 4π. (c) Como | sen(x)| ≤ 1 para todo x ∈ R, temos que para todo t ∈ [0, 4π] vale V ′(t) = 3 sen(t) 2 ≤ 3 2 = V ′ (π 2 ) e portanto o valor ma´ximo do fluxo e´ 3/2. (d) Lembre que a derivada V ′(t) e´ obtida atrave´s do ca´lculo do limite lim h→0 V (t+ h)− V (t) h . Como o volume e´ medido em litros e o tempo em segundos, o quociente acima (e portanto o seu limite) e´ dado em litros/segundo. Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 5 - Pa´gina 29 de 30 5) O objetivo desse exerc´ıcio e´ mostrar que a func¸a˜o s(t) = s0 cos(2t)+(v0/2) sen(2t) satisfaz a equac¸a˜o (∗) s′′(t) = −4s(t) que e´ a Segunda Lei de Newton para o sistema massa-mola, quando a constante de Hooke e´ o qua´druplo da massa. Para isso, primeiro vamos calcular as derivadas das func¸o˜es cosseno e seno e com o aˆngulo duplicado, usando que cos(2t) = cos2(t)− sen2(t), sen(2t) = 2 sen(t) cos(t) e as regras da derivada da soma e do produto. (a) Mostre que ( sen(2t))′ = 2 cos(2t). (b) Mostre que (cos(2t))′ = −2 sen(2t). (c) Verifique que s(t) satisfaz s(0) = s0 e que v(0) = v0. (d) Verifique que s(t) satisfaz a equac¸a˜o (∗). Soluc¸a˜o: (a) Pela regra da derivada do produto, segue que ( sen(2t))′ = (2 sen(t) cos(t))′ = 2( sen′(t) cos(t) + sen(t) cos′(t)). Usando que sen′ = cos e que cos′ = − sen, obtemos que ( sen(2t))′ = 2(cos2(t)− sen2(t)) = 2 cos(2t). (b) Pela regra da derivada da soma, segue que (cos(2t))′ = (cos2(t)− sen2(t))′ = (cos(t) cos(t))′ − ( sen(t) sen(t))′. Pela regra da derivada do produto, segue que (cos(2t))′ = (cos′(t) cos(t) + cos(t) cos′(t))− ( sen′(t) sen(t) + sen(t) sen′(t)). Usando que sen′ = cos e que cos′ = − sen, obtemos que (cos(2t))′ = (−2 sen(t) cos(t))− (2 sen(t) cos(t)) = −2 sen(2t). (c) Temos que s(0) = s0 cos(0) + (v0/2) sen(0) = 0. Utilizando os ı´tens anteriores, segue que v(t) = (s0 cos(2t) + (v0/2) sen(2t)) ′ = s0(−2 sen(2t)) + (v0/2)(2 cos(2t)). Temos enta˜o que v(t) = −2s0 sen(2t) + v0 cos(2t), de modo que v(0) = −2s0 sen(0) + v0 cos(0) = v0. (d) Utilizando os ı´tens anteriores, segue que s′′(t) = (v(t))′ = (−2s0 sen(2t) + v0 cos(2t))′ = −2s0(2 cos(2t)) + v0(−2 sen(2t)), mostrando que s′′(t) = −4(s0 cos(2t) + (v0/2) sen(2t)) = −4s(t). Lista de Aplicac¸a˜o da Semana 5 - Pa´gina 30 de 30
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