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Introdução à contabilidade - resumo 2

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Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 1 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
Introdução à contabilidade 1/2014 
 
CAPÍTULO 2 – ANALISANDO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
 Objetivos: 
(1) Apresentar os órgãos responsáveis pelas normas contábeis 
(2) Discutir sobre as demonstrações contábeis de uma entidade 
(3) Índices que são utilizados para analisar uma entidade 
(4) Explicar as características qualitativas da informação contábil 
 
 
1. Reguladores 
 Objetivo (1) => Apresentar os órgãos responsáveis pelas normas contábeis 
 
No mundo, o organismo responsável pela formulação de normas contábeis é o International 
Accounting Standards Board (Iasb). Fazem parte desse órgão os mais importantes países do mundo, 
inclusive o Brasil. 
 No Brasil o organismo responsável pelas normas de contabilidade é o Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005, por meio da Resolução 1.055 do Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC). Esse órgão surgiu da união da Associação Brasileira das 
Companhias Abertas (Abrasca), da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais (Apimec Nacional), da Bolsa de Mercadorias, Valores e Futuros 
(BM&FBOVESPA), da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras 
(Fipecafi) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Além disso, o CPC conta 
com o apoio formal da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central do Brasil (Bacen) 
e do Ministério da Fazenda. 
Além dessas, a Superintendência dos Seguros Privados (Susep), a Secretaria da Receita 
Federal Brasileira (RFB), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Confederação Nacional 
da Indústria (CNI) participam das reuniões do CPC como membros convidados. O CPC tem feito um 
grande esforço no sentido de adaptar as normas internacionais de contabilidade, cuja origem 
encontra-se no Iasb. 
 
2. Demonstrações Contábeis 
 Objetivo (2) => Discutir sobre as demonstrações contábeis de uma entidade 
 
o Demonstrações financeiras: é o termo utilizado pela legislação brasileira para descrever 
todas as informações financeiras apresentadas por uma entidade. 
Entretanto o CPC, em seus pronunciamentos, adota a terminologia demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 2 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
a. Balanço Patrimonial 
 
O balanço patrimonial apresenta uma posição sobre uma entidade numa data do tempo. Para 
melhorar o entendimento e a compreensão das informações do balanço patrimonial, as entidades 
agrupam os itens em grupos com certas semelhanças. Esses grupos são os seguintes, segundo a 
legislação brasileira: 
 
 
 
 
 Ativo circulante: diz respeito aos ativos que serão convertidos em caixa ou serão usados no negócio 
dentro de um período de um ano. O ativo circulante da entidade é composto por caixa, investimento 
de curto prazo, valores a receber, estoques e outros. 
 
i. Ciclo operacional: corresponde ao período em que a entidade compra o estoque, produz 
(se for uma indústria), vende e recebe do seu cliente. A legislação permite uma exceção à 
regra de classificação de um item em ativo circulante dentro dos doze meses seguintes. 
Quando uma entidade tiver um ciclo operacional superior ao período de um ano, um 
ativo pode ser considerado circulante desde que seja convertido em caixa num período 
correspondente ao seu ciclo operacional. 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 3 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
Outro fator importante na apresentação das informações é que os itens estão colocados na ordem que 
se espera que sejam convertidos em caixa. 
ii. Disponível: é composto do caixa propriamente dito, o saldo existente na conta bancária e as 
aplicações financeiras. O disponível é o item do ativo de uma empresa que pode ser convertido 
em moeda corrente mais facilmente. 
 
iii. Ordem de Liquidez: ordem em que se espera que sejam convertidos em caixa. 
 
 Ativo não circulante: a contabilidade brasileira separa ativo não circulante em: realizável a longo 
prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
 
i. Realizável a longo prazo: diz respeito aos direitos que serão convertidos em caixa após doze 
meses. Esses direitos são basicamente os mesmos listados no ativo circulante desde que tenham 
expectativa de se transformarem em dinheiro no longo prazo. 
 
ii. Investimentos: estão classificados os recursos que as entidades aplicam em ativos que 
não tenham relação com suas atividades operacionais. Esses investimentos devem 
possuir a característica de serem “permanentes”, ou seja, são investimentos com perfil 
de longo prazo, sem terem a característica especulativa. Por exemplo, uma entidade 
investe no capital de um fornecedor para garantir certas vantagens na compra de 
insumos. Além desses, classificam-se como investimentos os imóveis para aluguéis e 
obras de arte. 
 
iii. Imobilizado é mais amplo e inclui bens tangíveis (corpóreos), como terrenos, 
máquinas, equipamentos, computadores, móveis, instalações e prédios. Representa a 
infraestrutura que a entidade utiliza no seu processo produtivo. 
 
Depreciação: refere-se à prática de alocar o custo de um ativo ao resultado ao longo da 
sua vida útil. Na grande maioria dos itens que compõe o imobilizado ocorre o processo 
de depreciação. Assim, a cada período, parte do custo do ativo é “levada a resultado” 
através da depreciação. Os ativos que sofrem depreciação (móveis, computadores, 
equipamentos, máquinas, prédios e instalações) são apresentados no balanço pelo valor 
de custo de aquisição menos a soma da depreciação que foi levada a resultado, 
denominada de depreciação acumulada. 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 4 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
 
Exaustão: bens que também se classificam como imobilizado, por terem relação com a 
atividades operacionais das entidades, mas que, dada a sua natureza – recursos naturais, 
tais como o florestamento ou reflorestamento e as jazidas de minérios. 
 
iv. Intangível: corresponde aos bens e direitos incorpóreos que também tenham relação 
com a atividade operacional da entidade. Exemplos: gastos com registros de marcas ou 
patentes, o direito de exploração de alguns serviços governamentais, como a exploração 
de rodovias, de aeroportos e portos, ou de redes de transmissão de energia, os softwares 
(desde que não sejam aqueles indispensáveis para o funcionamento de uma máquina) e 
o ágio na aquisição de participações em outra empresa (diferença entre o valor pago e o 
valor patrimonial). 
Alguns desses direitos possuem uma data predeterminada de utilização, e serão 
baixados (diminuídos) em função dessa vida útil. Para os ativos intangíveis, essa 
redução é denominada de amortização e a conta redutora do direito, no balanço, é a 
amortização acumulada. 
 
 
 Passivo circulante: compreende as obrigações que a entidade possui com terceiros que deverão ser 
quitadas até o final do próximo exercício social. São, portanto, obrigações de curto prazo da 
entidade. 
O passivo circulante geralmente é composto de empréstimos e financiamentos, fornecedores, 
tributos a pagar, salários e encargos sociais, dividendos, entre outros. 
 
i. Empréstimos e financiamentos: correspondem a dívidas que a entidade assumiu com 
uma instituição financeira. Essa dívida deverá ser quitada até o final do próximo exercíciosocial. 
 
ii. Fornecedores representam dívidas que a entidade possui com outras entidades que 
fornecem insumos. 
 
iii. Tributos a pagar(ou algo como impostos a pagar): corresponde às obrigações que a 
entidade possui com o poder público. Um exemplo seria o imposto de renda apurado pela 
entidade que ainda não foi pago. 
 
iv. Salários e encargos sociais a pagar: correspondem às dívidas das entidades com seus 
funcionários. Entidades que empregam muitos trabalhadores possuem uma conta de 
salários e encargos sociais expressiva. A existência dessa conta não representa, 
necessariamente, que a entidade está em dívida com sua mão de obra, pois a legislação 
permite que os salários incorridos em um mês sejam pagos até o quinto dia útil do mês 
subsequente. 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 5 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
v. Dividendos a pagar: representa a distribuição do resultado da entidade. Nesse caso, os 
dividendos já foram aprovados em assembléia, mas ainda não pagos. 
 
 PASSIVO NÃO CIRCULANTE: A principal diferença entre o passivo exigível a longo prazo e o 
passivo circulante diz respeito ao prazo que a entidade deverá arcar com a obrigação. Enquanto que 
no passivo circulante a obrigação deverá ser paga até o final do próximo exercício social, o passível 
exigível a longo prazo ultrapassa a essa data. Esse critério é denominado de ordem de exigibilidade. 
 
 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO: representa os recursos dos proprietários e, por essa razão, é também 
denominado de capital próprio. Fazem parte do patrimônio líquido: o capital social, as reservas e o 
lucro (ou prejuízo) acumulados. 
I. Capital social: refere-se ao valor que foi colocado na entidade por seus acionistas. Esses 
recursos podem ser em dinheiro ou não. E podem inclusive ser proveniente dos resultados da 
entidade, que seus proprietários decidiram manter na empresa, aumentando o capital com os 
lucros retidos. 
 
II. Reservas: referem-se a algo que se deixa guardado para uma eventual necessidade. A 
legislação brasileira detalha como e quando se constitui uma reserva numa entidade. 
 
III. Lucro (ou prejuízo) acumulado: representa os valores que a empresa obteve de resultado, 
apurado na demonstração do resultado, e que ainda não existe uma definição sobre seu 
destino. Esses montantes podem ser distribuídos, sob a forma de dividendos, ou aplicado na 
própria entidade, indo compor as reservas e o capital social da mesma. 
Na denominação dessa conta aparece a palavra “prejuízo” entre parênteses para 
indicar que o valor pode ser negativo. As sociedades de capital aberto, quando apresentarem 
um resultado positivo, deverão, obrigatoriamente, destinar esse resultado, de modo que o 
saldo final dessa conta deverá ser negativo ou nulo. 
 
 
 
 
3. Usando as Demonstrações Contábeis 
 Objetivo (3) => Índices que são utilizados para analisar uma entidade 
 
ANÁLISE DE ÍNDICES 
Índices: correspondem a uma relação – geralmente uma divisão – entre dois ou mais itens das demonstrações 
contábeis. 
A utilização dos índices pode ser feita da seguinte forma: 
1. Através de comparação com outras entidades; 
2. Através de comparação com valores médios do setor de atuação da entidade; e 
3. Através da evolução do índice da entidade ao longo do tempo. 
 
 
Liquidez corrente: divisão do valor do ativo circulante pelo passivo circulante. 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 6 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
1) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
 dois desses índices: a margem líquida e a rentabilidade dos acionistas. 
 
 
 
Margem líquida: relaciona o resultado de um exercício da entidade com a receita líquida 
produzida no mesmo exercício. Esse índice é geralmente apresentado em percentagem e mede 
quanto uma entidade consegue gerar de resultado para cada unidade obtida de receita. Os 
usuários utilizam a informação da margem líquida para comparar o esforço feito pela entidade 
na geração da receita e o montante de lucro (ou prejuízo) obtido. 
 
Giro do Ativo: mede a capacidade de geração de receita pelo montante de ativo que está 
disponível. Seu valor é obtido pela divisão da receita pelo ativo. O usuário da demonstração 
contábil pode comparar o giro do ativo para verificar qual entidade está utilizando de maneira 
mais eficaz seus ativos. O giro do ativo é expresso em “vezes”. Assim, uma entidade teria, 
por exemplo, um giro de ativo de 2,5 vezes, indicando que seus ativos geraram 2,5 vezes 
receita naquele exercício social. 
 
 
 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 7 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 De 20X4 para 20X5 o Hotel Encosta do Mar apresentou uma melhoria na sua margem líquida, aumentando de 
2,25% para 4,61%. Isso significa dizer que, de cada R$ 100 que a empresa gerou de receita em 20X4, a 
mesma obteve um lucro de R$ 4,61. 
 O giro do ativo também aumentou de 0,74 vezes para 0,88 vezes. Isso indica que a entidade está conseguindo 
gerar mais receita pelo seu montante de ativo, talvez pelo uso mais eficiente desse ativo. 
 
2) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido: apresenta as mudanças ocorridas nesse grupo patrimonial. 
Os eventos mais comuns que aparecem nessa demonstração são: destinação do resultado gerado no período, 
integralização de capital e constituição ou reversão de reserva. 
 
I. Resultado de um período: informação retirada da demonstração do resultado, pode ser 
utilizado pela entidade para aumentar seu capital, para aumentar o volume das reservas ou 
para distribuir entre os seus acionistas 
 
II. Integralização do capital: pode ser feita através da aplicação de recursos diretamente pelos 
participantes da entidade ou pela utilização dos recursos já existentes. Para o caso do uso dos 
recursos existentes, pode-se lançar mão dos lucros acumulados ou das reservas. 
 
III. Constituição ou reversão de reserva: numa entidade pode ser feita por uma determinação da 
lei ou pelo fato de que a entidade acredita que irá necessitar desses recursos em situações 
futuras. Existem diversos tipos de reservas e esse detalhamento não será objeto de estudo 
neste capítulo. 
 
 
 
 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 8 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
 
 
 
3) UTILIZANDO O BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Iremos analisar esse balanço sob a ótica da liquidez e do endividamento, comparando os grupos do ativo e do 
passivo. 
 
 
 
I. Liquidez Corrente: é calculada através da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. É um índice 
muito utilizado em análise das demonstrações contábeis por relacionar os ativos de curto prazo da entidade 
com as obrigações de curto prazo. A liquidez corrente tem sido associada como uma medida de risco de uma 
entidade já que um valor abaixo da unidade indicaria que o volume de passivo de curto prazo é superior ao 
ativo circulante. 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 9 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
 
Em 20X4 a liquidez corrente do Hotel Encosta do Mar era de 0,93. Isso significa que para cada R$ 
0,93 de ativo circulante a empresa possuía R$ 1,00 de passivo circulante. No ano de 20X5 a liquidez 
aumentou para 1,48, significando que para cada R$ 1,48 de ativo circulante a empresa possuía R$ 1 de passivo 
circulante. 
Quandose compara com a média do setor, onde a liquidez é de 1,35, pode-se verificar que em 20X4 a 
liquidez corrente da empresa estava abaixo da média e em 20X5 estava acima da média. Em outras palavras, a 
liquidez do Hotel Encosta do Mar melhorou em 20X5. 
 
 
 Nível de endividamento: procura determinar como a entidade está financiando seus investimentos: com 
recursos dos acionistas ou recursos obtidos com terceiros (instituições financeiras, fornecedores etc.); com 
recursos de longo prazo (passivo não circulante e patrimônio líquido) ou curto prazo (passivo circulante). 
Ao utilizar os índices de endividamento, estamos interessados em verificar a capacidade de 
cumprimento das obrigações que a entidade possui com terceiros. Por essa razão, os índices de 
endividamento podem, às vezes, ser denominados de índices de solvência. 
 
I. Dívida sobre Ativo Total: é obtido dividindo os valores do passivo circulante e do exigível a 
longo prazo, que são as obrigações da entidade com terceiros, pelo ativo total. Esse índice 
procura analisar quanto de recursos de terceiros está sendo utilizado para financiar os ativos 
da entidade. Usualmente o índice é expresso em percentagem, como será feito a seguir no 
nosso exemplo. Quanto maior o índice, mais endividada estará a entidade. Geralmente um 
índice elevado significa maior nível de risco. 
 
 
 
Conforme pode ser notado, metade do ativo da entidade foi financiada com dívida e essa 
relação manteve-se estável nos dois anos. Em comparação com empresas do setor, o Encosta 
do Mar é menos endividado. 
O valor encontrado pode ser interpretado da seguinte forma: para cada R$ 1 de ativo, 
R$ 0,50 foi fornecido por terceiros. O restante teve sua origem nos recursos próprios, dos 
acionistas da entidade. 
 
II. Perfil da Dívida: refere-se à relação entre a dívida de curto prazo com a dívida de longo 
prazo. Para obter esse índice basta dividir o passivo circulante pelo exigível a longo prazo. 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 10 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
Esse índice mostra quanto que a empresa possui de passivo circulante para cada R$ 
1,00 de exigível a longo prazo. Um valor elevado desse índice significa que a entidade está 
utilizando mais dívidas de curto prazo do que de longo prazo. Nessa situação, o risco tende a 
aumentar, uma vez que até o final do próximo exercício social a entidade necessita renovar 
essa fonte de financiamento. 
 
 
 
No final de 20X4, para cada R$ 1 de exigível a longo prazo o Hotel Encosta do Mar possuía R$ 
3,63 de passivo circulante. Pela análise do setor, onde a média é de R$ 1,23 para R$ 1, é possível 
afirmar que esse valor é elevado. Entretanto, apesar da relação dívida pelo ativo ter variado muito 
pouco no final de 20X5 em relação à 20X4, o perfil da dívida sofreu uma significativa variação: 
em 31 de dezembro de 20X5, para cada R$ 1 de exigível a longo prazo a entidade possuía R$ 1,08 
de passivo circulante. Isso indica uma melhoria no perfil da dívida. 
 
4) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa: é uma das principais fontes de informação de uma 
entidade para os seus usuários. Investidores, gerentes, agências reguladoras e outros querem 
saber o que ocorreu com o caixa da entidade. O termo caixa deve ser entendido como 
abrangendo os recursos em moeda corrente, os depósitos numa instituição financeira e os 
investimentos de curtíssimo prazo da empresa. Representa, pois, o volume de recursos que a 
entidade dispõe de imediato para pagar seus compromissos, aproveitar as oportunidades de 
negócio e ter reserva para eventos não previstos. 
 
A demonstração dos fluxos de caixa separa os itens que afetaram a movimentação do caixa no período 
em três grupos: atividades operacionais, atividades de financiamento e atividades de 
investimento. 
 
Fluxo de caixa da atividade de financiamento: diz respeito à captação de recursos junto a 
instituições financeiras e acionistas e a remuneração desses recursos captados, através de dividendos, 
por exemplo. 
 
Recebimento de clientes: situações que geram caixa das atividades operacionais. 
 
Pagamento de itens vinculados à operação da entidade, como salários, aluguel, seguros, 
fornecedores entre outros: situações que consomem caixa das atividades operacionais. 
 
Recursos obtidos pela entidade(seja na atividade operacional ou na atividade de financiamento): são 
investidos em prédios, terrenos, equipamentos, entre outros, constituindo o fluxo das atividades de 
investimento. 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 11 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 
 
I. Cobertura de dívidas: relaciona o fluxo proveniente das atividades operacionais com o 
passivo circulante da entidade. Esse índice mostra se os recursos gerados pela entidade no 
período seriam suficientes para quitar as dívidas de curto prazo. Isso não significa que a 
entidade irá pagar seu passivo circulante, mas que teria condições de gerar os recursos para 
isso nas suas operações. 
 O fluxo de caixa da atividade operacional pode ser tanto um valor positivo quanto um valor 
negativo. Na situação de valor negativo, o índice de cobertura de dívidas será negativo, indicando que 
não ocorreu geração de caixa no período. Outra forma de analisar esse índice é dividir a unidade pelo 
índice, encontrando um prazo médio para pagamento das dívidas de curto prazo em anos, se o fluxo 
utilizado for anual. 
 
 
 
Conforme podemos notar, o fluxo de caixa da atividade operacional em 20X5 foi pouco expressivo 
diante das dívidas de curto prazo da entidade, ao índice de 20X4 e a média do setor. Quando se divide 
a unidade pelo índice, ou seja, 1 /0,02, tem-se que, com a geração do caixa operacional de 20X5, a 
empresa levaria 50 anos (ou 55 anos, se considerarmos todas as casas decimais) para pagar seu 
passivo circulante existente no final do ano de 20X5. 
 
 
II. Fluxo sobre lucro: relaciona o fluxo de caixa da atividade operacional com o lucro líquido do 
exercício. Esse índice refere-se à capacidade da entidade em transformar o lucro líquido, uma 
medida contábil de desempenho, em caixa, uma medida financeira. A longo prazo, esse índice 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 12 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
assume valor unitário, o que significa dizer que esse deveria ser o valor que a entidade deveria 
obter. 
 
Análise do Fluxo sobre lucro: 
a) Fluxo negativo e lucro – a entidade gerou lucro, mas não conseguiu gerar recursos 
financeiros; 
 
b) Fluxo positivo e prejuízo – mesmo com prejuízo no exercício, a entidade conseguiu gerar 
recursos financeiros no período; e 
 
c) Fluxo negativo e prejuízo – a entidade não conseguiu gerar caixa nem lucro no período. 
 
 
 
O cálculo desse índice para o Hotel Encosta do Mar no ano de 20X5, somente uma pequena 
parcela do lucro foi transformada em caixa das operações, ao contrário do que ocorreu em 
20X4, quando o dobro do lucro foi transformado em dinheiro. 
 
 
 
4)Características Qualitativas da Informação Contábil 
 Objetivo (4) => Explicar as características qualitativas da informação contábil 
 
 
A elaboração destas demonstrações está baseada em alguns conceitos. Estes conceitos são denominados de 
princípios de contabilidade geralmente aceitos ou GAAP, da sigla em língua inglesa. O Brasil segue as normas 
internacionais de contabilidade que são discutidas e aprovadas pelo Iasb. O Iasb é uma entidade sem fins lucrativos, 
com sede em Londres, e participação nas principais economias do mundo.Seus pronunciamentos são traduzidos e 
analisados no Brasil pelo CPC. 
 
 Características Fundamentais da Informação Contábil 
A informação contábil deve possuir duas características fundamentais: relevância e representação fidedigna. 
A informação é relevante quando influencia as decisões econômicas do usuário. Isto pode ocorrer ajudando na 
predição ou na confirmação. A relevância está associada ao processo decisório. 
A representação fidedigna indica que a informação contábil deve apresentar três atributos: ser completa, neutra e 
livre de erros. Ou seja, deve incluir toda informação necessária (completa) para que o usuário compreenda o que está 
ocorrendo na entidade. Esta informação não deve ter viés, ou deve ser neutra. E a informação não deve ter erros. 
 
 
 
 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 13 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
 Características de Melhoria 
As características de melhoria não são tão importantes quanto as fundamentais, mas deve ser consideradas 
pela contabilidade. São quatro as características de melhoria: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e 
compreensibilidade. 
O usuário da informação deve ter condições de comparar as demonstrações contábeis ao longo do tempo e 
com outras entidades. Uma consequência da comparabilidade é que um mesmo fenômeno deve ser mensurado de 
forma semelhante pela entidade ao longo do tempo e por diversas entidades. A verificabilidade diz respeito à 
necessidade que diferentes observadores tenham um consenso sobre a realidade econômica da entidade. A 
tempestividade é dispor a informação para o usuário a tempo de influenciar a sua decisão. Finalmente, a informação 
deve ser clara e concisa para que seja compreendida pelo usuário. 
 
 Continuidade e Restrição ao Custo 
Ao preparar as informações para o usuário, a contabilidade deve levar em consideração a continuidade da 
entidade. Ou seja, que a entidade irá permanecer operando nos próximos exercícios. A continuidade é considerada a 
premissa subjacente da informação. Se existir a possibilidade da entidade não continuar atuando nos próximos anos, 
isto deve mudar a forma de mensuração das demonstrações contábeis. 
A restrição ao custo enfatiza o fato de que a informação tem um custo. Em certas situações, obter uma 
informação pode ser muito dispendioso para a entidade e isto deve ser considerado nas demonstrações contábeis. 
 
 
RESUMO DOS OBJETIVOS 
1)Entidades responsáveis pelas normas – Existem diversas entidades que criam regras na área contábil. No 
mundo temos o International Accounting Standards Board (Iasb). No Brasil existem diversos órgãos responsáveis 
pela criação de normas contábeis. 
2)Demonstrações Contábeis – O balanço patrimonial está dividido em ativo circulante e não circulante, 
passivo circulante e não circulante e patrimônio líquido. A demonstração do resultado confronta as receitas e despesas 
de uma entidade, com o objetivo de apurar o lucro ou prejuízo do período. A demonstração das mutações do 
patrimônio líquido apresenta as movimentações que ocorreram nas contas do patrimônio líquido. A demonstração dos 
fluxos de caixa explica, por meio dos fluxos das atividades operacionais, de investimento e financiamento, a variação 
na conta caixa e equivalentes de caixa. 
3)Usando as Demonstrações Contábeis – Para um melhor entendimento do desempenho de uma entidade 
utilizamos índices que apresentam uma relação entre dois ou mais itens das demonstrações contábeis. Conhecemos 
nesse capítulo sete índices. 
4)Características Qualitativas da Informação Contábil – Uma informação, para ser útil, precisa ser ter 
alguns atributos. As características qualitativas fundamentais são: relevância e representação fidedigna. Já as 
características de melhoria são: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. Além 
disso, deve-se observar a continuidade da entidade e o custo de gerar uma informação.
 
 
DICIONÁRIO 
 
Ativo Circulante – Grupo de contas do balanço patrimonial 
que engloba itens de curto prazo, que serão convertidos em 
caixa ou serão usados no curto prazo. Compreende os 
recursos monetários (caixa e recursos em conta corrente), os 
investimentos de curto prazo, valores a receber de terceiros, 
estoques de produtos entre outros. 
 
Ativo Não Circulante – Grupo do ativo, composto por três 
subgrupos: realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
 
Ciclo operacional – Corresponde ao período em que a 
entidade compra o estoque, produz (se for uma indústria), 
vende e recebe do seu cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
Cobertura de Dívidas – Relação entre o fluxo proveniente 
das atividades operacionais com o passivo circulante da 
entidade. Mostra se os recursos gerados pela entidade no 
período seriam suficientes para quitar as dívidas de curto 
prazo. 
 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) – Órgão 
responsável pelas normas de contabilidade no Brasil. 
 
Comparabilidade – Uma das características de melhoria da 
informação. A informação deve ser comparada com 
situações anteriores ou situações idênticas da mesma 
entidade ou de entidades similares. Um evento deve ser 
Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 14 
Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 
tratado de maneira igual para uma entidade ao longo do 
tempo ou para entidades similares. 
 
Compreensibilidade – Característica de melhoria da 
informação que requer que a informação deve ser clara e 
concisa para ser compreendida pelo usuário. 
 
Continuidade – Premissa de que a entidade irá permanecer 
operando nos próximos exercícios. 
 
Demonstração contábil – Informações contábeis 
apresentadas por uma entidade. Seu objetivo é fornecer 
informações para o usuário. 
 
Disponível – Item do ativo de uma entidade que pode ser 
convertido em moeda corrente mais facilmente. 
 
Dívida sobre Ativo – Relação entre a dívida com terceiros 
da entidade (passivo circulante e passivo não circulante) e o 
ativo da entidade. Mede o percentual da dívida com terceiros 
que está sendo utilizado para financiar o ativo. 
 
Endividamento – Procura determinar como a entidade está 
financiando seus investimentos: com recursos dos acionistas 
ou recursos obtidos com terceiros; com recursos de longo 
prazo (passivo não circulante e patrimônio líquido) ou curto 
prazo (passivo circulante). 
 
Fluxo sobre Lucro – Relação entre o fluxo de caixa da 
atividade operacional com o lucro líquido do exercício. 
Mostra a capacidade da entidade de transformar o lucro 
líquido em caixa. 
 
Giro do Ativo – Relação entre a receita e o valor do ativo. 
Mede a capacidade de geração de receita pelo montante de 
ativo que está disponível. 
 
Iasb – Sigla de International Accounting Standards Board, 
organismo responsável pelas normas contábeis em termos 
mundiais. 
 
Imobilizado – Subgrupo do ativo não circulante que inclui 
terrenos, máquinas, equipamentos, computadores, móveis, 
instalações e prédios. Representa a infraestrutura que a 
entidade utiliza no seu processo produtivo. 
 
Intangível – Subgrupo do ativo não circulante. Corresponde 
aos bens e direitos incorpóreos que também tenham relação 
com a atividade operacional da entidade. 
 
Investimentos – Subgrupo do ativo não circulante. Recursos 
que a entidade aportou em outras entidades que possuem 
perfil de longo prazo, sem característica especulativa. 
 
Liquidez Corrente – Relação entre ativo circulante e 
passivo circulante. Mede a relação de ativos de curto prazo 
com as obrigações que a entidade deve cumpriraté o final 
do próximo exercício social. 
 
Lucro/Prejuízo Acumulado – Representa os valores que 
entidade obteve de resultado, apurado na demonstração do 
resultado, e que ainda não existe uma definição sobre seu 
destino. 
 
Margem Líquida – Relação entre o resultado de um 
exercício da entidade com a receita produzida no mesmo 
exercício. Mede quanto uma entidade consegue gerar de 
resultado para cada unidade obtida de receita. 
 
Passivo Circulante – Obrigações que a entidade possui com 
terceiros que deverão ser quitadas até o final do próximo 
exercício social. Composto de empréstimos, financiamentos, 
fornecedores, tributos a pagar, salários e encargos sociais, 
dividendos, entre outros. 
 
Passivo Não Circulante – Obrigações que a entidade possui 
com terceiros que deverão ser quitadas após o final do 
próximo exercício social. 
 
Patrimônio Líquido – Recursos dos acionistas. Também 
denominado de capital próprio. Dividido em capital social, 
reservas e lucros/prejuízos acumulados. 
 
Perfil da Dívida – Relação entre passivo circulante e o 
passivo não circulante. Mede quanto a entidade possui de 
dívida de curto prazo (passivo circulante) para cada R$ 1 de 
dívida de longo prazo (não circulante). 
 
Realizável a Longo Prazo – Diz respeito aos bens e direitos 
que serão convertidos em caixa após o próximo exercício 
social. 
 
Regulador – Órgão responsável pelo estabelecimento de 
regras contábeis 
 
Relevância – Característica fundamental da informação. 
Para que uma informação seja relevante, deve fazer 
diferença no processo decisório, influenciando o usuário. 
Representação fidedigna – Característica fundamental da 
informação contábil. Uma informação útil deve representar 
o fenômeno que está descrevendo. Ou seja, ser completa, 
neutra e livre de erro. 
 
Tempestividade – Característica de melhoria da 
informação. A informação deve estar disponível para o 
usuário a tempo de influenciar a sua decisão. 
 
Verificabilidade – Uma das características de melhoria da 
informação. Uma informação útil deve permitir que seja 
demonstrada, averiguada. 
 
Restrição ao custo – Obter uma informação pode ser muito 
dispendioso para a entidade e isto deve ser considerado nas 
demonstrações contábeis. 
 
Reservas – Subgrupo do patrimônio líquido. Refere-se a 
valores que são deixados na entidade para uma eventual 
necessidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Formulas 
 
 
1) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DO 
RESULTADO 
 
 
2) UTILIZANDO O BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 
 
 
 
3)Utilizando o Fluxo de caixa

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