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Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 1 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Introdução à contabilidade 1/2014 CAPÍTULO 2 – ANALISANDO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Objetivos: (1) Apresentar os órgãos responsáveis pelas normas contábeis (2) Discutir sobre as demonstrações contábeis de uma entidade (3) Índices que são utilizados para analisar uma entidade (4) Explicar as características qualitativas da informação contábil 1. Reguladores Objetivo (1) => Apresentar os órgãos responsáveis pelas normas contábeis No mundo, o organismo responsável pela formulação de normas contábeis é o International Accounting Standards Board (Iasb). Fazem parte desse órgão os mais importantes países do mundo, inclusive o Brasil. No Brasil o organismo responsável pelas normas de contabilidade é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005, por meio da Resolução 1.055 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Esse órgão surgiu da união da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), da Bolsa de Mercadorias, Valores e Futuros (BM&FBOVESPA), da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Além disso, o CPC conta com o apoio formal da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central do Brasil (Bacen) e do Ministério da Fazenda. Além dessas, a Superintendência dos Seguros Privados (Susep), a Secretaria da Receita Federal Brasileira (RFB), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) participam das reuniões do CPC como membros convidados. O CPC tem feito um grande esforço no sentido de adaptar as normas internacionais de contabilidade, cuja origem encontra-se no Iasb. 2. Demonstrações Contábeis Objetivo (2) => Discutir sobre as demonstrações contábeis de uma entidade o Demonstrações financeiras: é o termo utilizado pela legislação brasileira para descrever todas as informações financeiras apresentadas por uma entidade. Entretanto o CPC, em seus pronunciamentos, adota a terminologia demonstrações contábeis. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 2 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues a. Balanço Patrimonial O balanço patrimonial apresenta uma posição sobre uma entidade numa data do tempo. Para melhorar o entendimento e a compreensão das informações do balanço patrimonial, as entidades agrupam os itens em grupos com certas semelhanças. Esses grupos são os seguintes, segundo a legislação brasileira: Ativo circulante: diz respeito aos ativos que serão convertidos em caixa ou serão usados no negócio dentro de um período de um ano. O ativo circulante da entidade é composto por caixa, investimento de curto prazo, valores a receber, estoques e outros. i. Ciclo operacional: corresponde ao período em que a entidade compra o estoque, produz (se for uma indústria), vende e recebe do seu cliente. A legislação permite uma exceção à regra de classificação de um item em ativo circulante dentro dos doze meses seguintes. Quando uma entidade tiver um ciclo operacional superior ao período de um ano, um ativo pode ser considerado circulante desde que seja convertido em caixa num período correspondente ao seu ciclo operacional. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 3 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Outro fator importante na apresentação das informações é que os itens estão colocados na ordem que se espera que sejam convertidos em caixa. ii. Disponível: é composto do caixa propriamente dito, o saldo existente na conta bancária e as aplicações financeiras. O disponível é o item do ativo de uma empresa que pode ser convertido em moeda corrente mais facilmente. iii. Ordem de Liquidez: ordem em que se espera que sejam convertidos em caixa. Ativo não circulante: a contabilidade brasileira separa ativo não circulante em: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. i. Realizável a longo prazo: diz respeito aos direitos que serão convertidos em caixa após doze meses. Esses direitos são basicamente os mesmos listados no ativo circulante desde que tenham expectativa de se transformarem em dinheiro no longo prazo. ii. Investimentos: estão classificados os recursos que as entidades aplicam em ativos que não tenham relação com suas atividades operacionais. Esses investimentos devem possuir a característica de serem “permanentes”, ou seja, são investimentos com perfil de longo prazo, sem terem a característica especulativa. Por exemplo, uma entidade investe no capital de um fornecedor para garantir certas vantagens na compra de insumos. Além desses, classificam-se como investimentos os imóveis para aluguéis e obras de arte. iii. Imobilizado é mais amplo e inclui bens tangíveis (corpóreos), como terrenos, máquinas, equipamentos, computadores, móveis, instalações e prédios. Representa a infraestrutura que a entidade utiliza no seu processo produtivo. Depreciação: refere-se à prática de alocar o custo de um ativo ao resultado ao longo da sua vida útil. Na grande maioria dos itens que compõe o imobilizado ocorre o processo de depreciação. Assim, a cada período, parte do custo do ativo é “levada a resultado” através da depreciação. Os ativos que sofrem depreciação (móveis, computadores, equipamentos, máquinas, prédios e instalações) são apresentados no balanço pelo valor de custo de aquisição menos a soma da depreciação que foi levada a resultado, denominada de depreciação acumulada. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 4 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Exaustão: bens que também se classificam como imobilizado, por terem relação com a atividades operacionais das entidades, mas que, dada a sua natureza – recursos naturais, tais como o florestamento ou reflorestamento e as jazidas de minérios. iv. Intangível: corresponde aos bens e direitos incorpóreos que também tenham relação com a atividade operacional da entidade. Exemplos: gastos com registros de marcas ou patentes, o direito de exploração de alguns serviços governamentais, como a exploração de rodovias, de aeroportos e portos, ou de redes de transmissão de energia, os softwares (desde que não sejam aqueles indispensáveis para o funcionamento de uma máquina) e o ágio na aquisição de participações em outra empresa (diferença entre o valor pago e o valor patrimonial). Alguns desses direitos possuem uma data predeterminada de utilização, e serão baixados (diminuídos) em função dessa vida útil. Para os ativos intangíveis, essa redução é denominada de amortização e a conta redutora do direito, no balanço, é a amortização acumulada. Passivo circulante: compreende as obrigações que a entidade possui com terceiros que deverão ser quitadas até o final do próximo exercício social. São, portanto, obrigações de curto prazo da entidade. O passivo circulante geralmente é composto de empréstimos e financiamentos, fornecedores, tributos a pagar, salários e encargos sociais, dividendos, entre outros. i. Empréstimos e financiamentos: correspondem a dívidas que a entidade assumiu com uma instituição financeira. Essa dívida deverá ser quitada até o final do próximo exercíciosocial. ii. Fornecedores representam dívidas que a entidade possui com outras entidades que fornecem insumos. iii. Tributos a pagar(ou algo como impostos a pagar): corresponde às obrigações que a entidade possui com o poder público. Um exemplo seria o imposto de renda apurado pela entidade que ainda não foi pago. iv. Salários e encargos sociais a pagar: correspondem às dívidas das entidades com seus funcionários. Entidades que empregam muitos trabalhadores possuem uma conta de salários e encargos sociais expressiva. A existência dessa conta não representa, necessariamente, que a entidade está em dívida com sua mão de obra, pois a legislação permite que os salários incorridos em um mês sejam pagos até o quinto dia útil do mês subsequente. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 5 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues v. Dividendos a pagar: representa a distribuição do resultado da entidade. Nesse caso, os dividendos já foram aprovados em assembléia, mas ainda não pagos. PASSIVO NÃO CIRCULANTE: A principal diferença entre o passivo exigível a longo prazo e o passivo circulante diz respeito ao prazo que a entidade deverá arcar com a obrigação. Enquanto que no passivo circulante a obrigação deverá ser paga até o final do próximo exercício social, o passível exigível a longo prazo ultrapassa a essa data. Esse critério é denominado de ordem de exigibilidade. PATRIMÔNIO LÍQUIDO: representa os recursos dos proprietários e, por essa razão, é também denominado de capital próprio. Fazem parte do patrimônio líquido: o capital social, as reservas e o lucro (ou prejuízo) acumulados. I. Capital social: refere-se ao valor que foi colocado na entidade por seus acionistas. Esses recursos podem ser em dinheiro ou não. E podem inclusive ser proveniente dos resultados da entidade, que seus proprietários decidiram manter na empresa, aumentando o capital com os lucros retidos. II. Reservas: referem-se a algo que se deixa guardado para uma eventual necessidade. A legislação brasileira detalha como e quando se constitui uma reserva numa entidade. III. Lucro (ou prejuízo) acumulado: representa os valores que a empresa obteve de resultado, apurado na demonstração do resultado, e que ainda não existe uma definição sobre seu destino. Esses montantes podem ser distribuídos, sob a forma de dividendos, ou aplicado na própria entidade, indo compor as reservas e o capital social da mesma. Na denominação dessa conta aparece a palavra “prejuízo” entre parênteses para indicar que o valor pode ser negativo. As sociedades de capital aberto, quando apresentarem um resultado positivo, deverão, obrigatoriamente, destinar esse resultado, de modo que o saldo final dessa conta deverá ser negativo ou nulo. 3. Usando as Demonstrações Contábeis Objetivo (3) => Índices que são utilizados para analisar uma entidade ANÁLISE DE ÍNDICES Índices: correspondem a uma relação – geralmente uma divisão – entre dois ou mais itens das demonstrações contábeis. A utilização dos índices pode ser feita da seguinte forma: 1. Através de comparação com outras entidades; 2. Através de comparação com valores médios do setor de atuação da entidade; e 3. Através da evolução do índice da entidade ao longo do tempo. Liquidez corrente: divisão do valor do ativo circulante pelo passivo circulante. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 6 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 1) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO dois desses índices: a margem líquida e a rentabilidade dos acionistas. Margem líquida: relaciona o resultado de um exercício da entidade com a receita líquida produzida no mesmo exercício. Esse índice é geralmente apresentado em percentagem e mede quanto uma entidade consegue gerar de resultado para cada unidade obtida de receita. Os usuários utilizam a informação da margem líquida para comparar o esforço feito pela entidade na geração da receita e o montante de lucro (ou prejuízo) obtido. Giro do Ativo: mede a capacidade de geração de receita pelo montante de ativo que está disponível. Seu valor é obtido pela divisão da receita pelo ativo. O usuário da demonstração contábil pode comparar o giro do ativo para verificar qual entidade está utilizando de maneira mais eficaz seus ativos. O giro do ativo é expresso em “vezes”. Assim, uma entidade teria, por exemplo, um giro de ativo de 2,5 vezes, indicando que seus ativos geraram 2,5 vezes receita naquele exercício social. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 7 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues De 20X4 para 20X5 o Hotel Encosta do Mar apresentou uma melhoria na sua margem líquida, aumentando de 2,25% para 4,61%. Isso significa dizer que, de cada R$ 100 que a empresa gerou de receita em 20X4, a mesma obteve um lucro de R$ 4,61. O giro do ativo também aumentou de 0,74 vezes para 0,88 vezes. Isso indica que a entidade está conseguindo gerar mais receita pelo seu montante de ativo, talvez pelo uso mais eficiente desse ativo. 2) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Demonstração das mutações do patrimônio líquido: apresenta as mudanças ocorridas nesse grupo patrimonial. Os eventos mais comuns que aparecem nessa demonstração são: destinação do resultado gerado no período, integralização de capital e constituição ou reversão de reserva. I. Resultado de um período: informação retirada da demonstração do resultado, pode ser utilizado pela entidade para aumentar seu capital, para aumentar o volume das reservas ou para distribuir entre os seus acionistas II. Integralização do capital: pode ser feita através da aplicação de recursos diretamente pelos participantes da entidade ou pela utilização dos recursos já existentes. Para o caso do uso dos recursos existentes, pode-se lançar mão dos lucros acumulados ou das reservas. III. Constituição ou reversão de reserva: numa entidade pode ser feita por uma determinação da lei ou pelo fato de que a entidade acredita que irá necessitar desses recursos em situações futuras. Existem diversos tipos de reservas e esse detalhamento não será objeto de estudo neste capítulo. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 8 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues 3) UTILIZANDO O BALANÇO PATRIMONIAL Iremos analisar esse balanço sob a ótica da liquidez e do endividamento, comparando os grupos do ativo e do passivo. I. Liquidez Corrente: é calculada através da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. É um índice muito utilizado em análise das demonstrações contábeis por relacionar os ativos de curto prazo da entidade com as obrigações de curto prazo. A liquidez corrente tem sido associada como uma medida de risco de uma entidade já que um valor abaixo da unidade indicaria que o volume de passivo de curto prazo é superior ao ativo circulante. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 9 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Em 20X4 a liquidez corrente do Hotel Encosta do Mar era de 0,93. Isso significa que para cada R$ 0,93 de ativo circulante a empresa possuía R$ 1,00 de passivo circulante. No ano de 20X5 a liquidez aumentou para 1,48, significando que para cada R$ 1,48 de ativo circulante a empresa possuía R$ 1 de passivo circulante. Quandose compara com a média do setor, onde a liquidez é de 1,35, pode-se verificar que em 20X4 a liquidez corrente da empresa estava abaixo da média e em 20X5 estava acima da média. Em outras palavras, a liquidez do Hotel Encosta do Mar melhorou em 20X5. Nível de endividamento: procura determinar como a entidade está financiando seus investimentos: com recursos dos acionistas ou recursos obtidos com terceiros (instituições financeiras, fornecedores etc.); com recursos de longo prazo (passivo não circulante e patrimônio líquido) ou curto prazo (passivo circulante). Ao utilizar os índices de endividamento, estamos interessados em verificar a capacidade de cumprimento das obrigações que a entidade possui com terceiros. Por essa razão, os índices de endividamento podem, às vezes, ser denominados de índices de solvência. I. Dívida sobre Ativo Total: é obtido dividindo os valores do passivo circulante e do exigível a longo prazo, que são as obrigações da entidade com terceiros, pelo ativo total. Esse índice procura analisar quanto de recursos de terceiros está sendo utilizado para financiar os ativos da entidade. Usualmente o índice é expresso em percentagem, como será feito a seguir no nosso exemplo. Quanto maior o índice, mais endividada estará a entidade. Geralmente um índice elevado significa maior nível de risco. Conforme pode ser notado, metade do ativo da entidade foi financiada com dívida e essa relação manteve-se estável nos dois anos. Em comparação com empresas do setor, o Encosta do Mar é menos endividado. O valor encontrado pode ser interpretado da seguinte forma: para cada R$ 1 de ativo, R$ 0,50 foi fornecido por terceiros. O restante teve sua origem nos recursos próprios, dos acionistas da entidade. II. Perfil da Dívida: refere-se à relação entre a dívida de curto prazo com a dívida de longo prazo. Para obter esse índice basta dividir o passivo circulante pelo exigível a longo prazo. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 10 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Esse índice mostra quanto que a empresa possui de passivo circulante para cada R$ 1,00 de exigível a longo prazo. Um valor elevado desse índice significa que a entidade está utilizando mais dívidas de curto prazo do que de longo prazo. Nessa situação, o risco tende a aumentar, uma vez que até o final do próximo exercício social a entidade necessita renovar essa fonte de financiamento. No final de 20X4, para cada R$ 1 de exigível a longo prazo o Hotel Encosta do Mar possuía R$ 3,63 de passivo circulante. Pela análise do setor, onde a média é de R$ 1,23 para R$ 1, é possível afirmar que esse valor é elevado. Entretanto, apesar da relação dívida pelo ativo ter variado muito pouco no final de 20X5 em relação à 20X4, o perfil da dívida sofreu uma significativa variação: em 31 de dezembro de 20X5, para cada R$ 1 de exigível a longo prazo a entidade possuía R$ 1,08 de passivo circulante. Isso indica uma melhoria no perfil da dívida. 4) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Demonstração dos Fluxos de Caixa: é uma das principais fontes de informação de uma entidade para os seus usuários. Investidores, gerentes, agências reguladoras e outros querem saber o que ocorreu com o caixa da entidade. O termo caixa deve ser entendido como abrangendo os recursos em moeda corrente, os depósitos numa instituição financeira e os investimentos de curtíssimo prazo da empresa. Representa, pois, o volume de recursos que a entidade dispõe de imediato para pagar seus compromissos, aproveitar as oportunidades de negócio e ter reserva para eventos não previstos. A demonstração dos fluxos de caixa separa os itens que afetaram a movimentação do caixa no período em três grupos: atividades operacionais, atividades de financiamento e atividades de investimento. Fluxo de caixa da atividade de financiamento: diz respeito à captação de recursos junto a instituições financeiras e acionistas e a remuneração desses recursos captados, através de dividendos, por exemplo. Recebimento de clientes: situações que geram caixa das atividades operacionais. Pagamento de itens vinculados à operação da entidade, como salários, aluguel, seguros, fornecedores entre outros: situações que consomem caixa das atividades operacionais. Recursos obtidos pela entidade(seja na atividade operacional ou na atividade de financiamento): são investidos em prédios, terrenos, equipamentos, entre outros, constituindo o fluxo das atividades de investimento. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 11 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues I. Cobertura de dívidas: relaciona o fluxo proveniente das atividades operacionais com o passivo circulante da entidade. Esse índice mostra se os recursos gerados pela entidade no período seriam suficientes para quitar as dívidas de curto prazo. Isso não significa que a entidade irá pagar seu passivo circulante, mas que teria condições de gerar os recursos para isso nas suas operações. O fluxo de caixa da atividade operacional pode ser tanto um valor positivo quanto um valor negativo. Na situação de valor negativo, o índice de cobertura de dívidas será negativo, indicando que não ocorreu geração de caixa no período. Outra forma de analisar esse índice é dividir a unidade pelo índice, encontrando um prazo médio para pagamento das dívidas de curto prazo em anos, se o fluxo utilizado for anual. Conforme podemos notar, o fluxo de caixa da atividade operacional em 20X5 foi pouco expressivo diante das dívidas de curto prazo da entidade, ao índice de 20X4 e a média do setor. Quando se divide a unidade pelo índice, ou seja, 1 /0,02, tem-se que, com a geração do caixa operacional de 20X5, a empresa levaria 50 anos (ou 55 anos, se considerarmos todas as casas decimais) para pagar seu passivo circulante existente no final do ano de 20X5. II. Fluxo sobre lucro: relaciona o fluxo de caixa da atividade operacional com o lucro líquido do exercício. Esse índice refere-se à capacidade da entidade em transformar o lucro líquido, uma medida contábil de desempenho, em caixa, uma medida financeira. A longo prazo, esse índice Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 12 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues assume valor unitário, o que significa dizer que esse deveria ser o valor que a entidade deveria obter. Análise do Fluxo sobre lucro: a) Fluxo negativo e lucro – a entidade gerou lucro, mas não conseguiu gerar recursos financeiros; b) Fluxo positivo e prejuízo – mesmo com prejuízo no exercício, a entidade conseguiu gerar recursos financeiros no período; e c) Fluxo negativo e prejuízo – a entidade não conseguiu gerar caixa nem lucro no período. O cálculo desse índice para o Hotel Encosta do Mar no ano de 20X5, somente uma pequena parcela do lucro foi transformada em caixa das operações, ao contrário do que ocorreu em 20X4, quando o dobro do lucro foi transformado em dinheiro. 4)Características Qualitativas da Informação Contábil Objetivo (4) => Explicar as características qualitativas da informação contábil A elaboração destas demonstrações está baseada em alguns conceitos. Estes conceitos são denominados de princípios de contabilidade geralmente aceitos ou GAAP, da sigla em língua inglesa. O Brasil segue as normas internacionais de contabilidade que são discutidas e aprovadas pelo Iasb. O Iasb é uma entidade sem fins lucrativos, com sede em Londres, e participação nas principais economias do mundo.Seus pronunciamentos são traduzidos e analisados no Brasil pelo CPC. Características Fundamentais da Informação Contábil A informação contábil deve possuir duas características fundamentais: relevância e representação fidedigna. A informação é relevante quando influencia as decisões econômicas do usuário. Isto pode ocorrer ajudando na predição ou na confirmação. A relevância está associada ao processo decisório. A representação fidedigna indica que a informação contábil deve apresentar três atributos: ser completa, neutra e livre de erros. Ou seja, deve incluir toda informação necessária (completa) para que o usuário compreenda o que está ocorrendo na entidade. Esta informação não deve ter viés, ou deve ser neutra. E a informação não deve ter erros. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 13 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Características de Melhoria As características de melhoria não são tão importantes quanto as fundamentais, mas deve ser consideradas pela contabilidade. São quatro as características de melhoria: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. O usuário da informação deve ter condições de comparar as demonstrações contábeis ao longo do tempo e com outras entidades. Uma consequência da comparabilidade é que um mesmo fenômeno deve ser mensurado de forma semelhante pela entidade ao longo do tempo e por diversas entidades. A verificabilidade diz respeito à necessidade que diferentes observadores tenham um consenso sobre a realidade econômica da entidade. A tempestividade é dispor a informação para o usuário a tempo de influenciar a sua decisão. Finalmente, a informação deve ser clara e concisa para que seja compreendida pelo usuário. Continuidade e Restrição ao Custo Ao preparar as informações para o usuário, a contabilidade deve levar em consideração a continuidade da entidade. Ou seja, que a entidade irá permanecer operando nos próximos exercícios. A continuidade é considerada a premissa subjacente da informação. Se existir a possibilidade da entidade não continuar atuando nos próximos anos, isto deve mudar a forma de mensuração das demonstrações contábeis. A restrição ao custo enfatiza o fato de que a informação tem um custo. Em certas situações, obter uma informação pode ser muito dispendioso para a entidade e isto deve ser considerado nas demonstrações contábeis. RESUMO DOS OBJETIVOS 1)Entidades responsáveis pelas normas – Existem diversas entidades que criam regras na área contábil. No mundo temos o International Accounting Standards Board (Iasb). No Brasil existem diversos órgãos responsáveis pela criação de normas contábeis. 2)Demonstrações Contábeis – O balanço patrimonial está dividido em ativo circulante e não circulante, passivo circulante e não circulante e patrimônio líquido. A demonstração do resultado confronta as receitas e despesas de uma entidade, com o objetivo de apurar o lucro ou prejuízo do período. A demonstração das mutações do patrimônio líquido apresenta as movimentações que ocorreram nas contas do patrimônio líquido. A demonstração dos fluxos de caixa explica, por meio dos fluxos das atividades operacionais, de investimento e financiamento, a variação na conta caixa e equivalentes de caixa. 3)Usando as Demonstrações Contábeis – Para um melhor entendimento do desempenho de uma entidade utilizamos índices que apresentam uma relação entre dois ou mais itens das demonstrações contábeis. Conhecemos nesse capítulo sete índices. 4)Características Qualitativas da Informação Contábil – Uma informação, para ser útil, precisa ser ter alguns atributos. As características qualitativas fundamentais são: relevância e representação fidedigna. Já as características de melhoria são: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. Além disso, deve-se observar a continuidade da entidade e o custo de gerar uma informação. DICIONÁRIO Ativo Circulante – Grupo de contas do balanço patrimonial que engloba itens de curto prazo, que serão convertidos em caixa ou serão usados no curto prazo. Compreende os recursos monetários (caixa e recursos em conta corrente), os investimentos de curto prazo, valores a receber de terceiros, estoques de produtos entre outros. Ativo Não Circulante – Grupo do ativo, composto por três subgrupos: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Ciclo operacional – Corresponde ao período em que a entidade compra o estoque, produz (se for uma indústria), vende e recebe do seu cliente. Cobertura de Dívidas – Relação entre o fluxo proveniente das atividades operacionais com o passivo circulante da entidade. Mostra se os recursos gerados pela entidade no período seriam suficientes para quitar as dívidas de curto prazo. Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) – Órgão responsável pelas normas de contabilidade no Brasil. Comparabilidade – Uma das características de melhoria da informação. A informação deve ser comparada com situações anteriores ou situações idênticas da mesma entidade ou de entidades similares. Um evento deve ser Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 14 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues tratado de maneira igual para uma entidade ao longo do tempo ou para entidades similares. Compreensibilidade – Característica de melhoria da informação que requer que a informação deve ser clara e concisa para ser compreendida pelo usuário. Continuidade – Premissa de que a entidade irá permanecer operando nos próximos exercícios. Demonstração contábil – Informações contábeis apresentadas por uma entidade. Seu objetivo é fornecer informações para o usuário. Disponível – Item do ativo de uma entidade que pode ser convertido em moeda corrente mais facilmente. Dívida sobre Ativo – Relação entre a dívida com terceiros da entidade (passivo circulante e passivo não circulante) e o ativo da entidade. Mede o percentual da dívida com terceiros que está sendo utilizado para financiar o ativo. Endividamento – Procura determinar como a entidade está financiando seus investimentos: com recursos dos acionistas ou recursos obtidos com terceiros; com recursos de longo prazo (passivo não circulante e patrimônio líquido) ou curto prazo (passivo circulante). Fluxo sobre Lucro – Relação entre o fluxo de caixa da atividade operacional com o lucro líquido do exercício. Mostra a capacidade da entidade de transformar o lucro líquido em caixa. Giro do Ativo – Relação entre a receita e o valor do ativo. Mede a capacidade de geração de receita pelo montante de ativo que está disponível. Iasb – Sigla de International Accounting Standards Board, organismo responsável pelas normas contábeis em termos mundiais. Imobilizado – Subgrupo do ativo não circulante que inclui terrenos, máquinas, equipamentos, computadores, móveis, instalações e prédios. Representa a infraestrutura que a entidade utiliza no seu processo produtivo. Intangível – Subgrupo do ativo não circulante. Corresponde aos bens e direitos incorpóreos que também tenham relação com a atividade operacional da entidade. Investimentos – Subgrupo do ativo não circulante. Recursos que a entidade aportou em outras entidades que possuem perfil de longo prazo, sem característica especulativa. Liquidez Corrente – Relação entre ativo circulante e passivo circulante. Mede a relação de ativos de curto prazo com as obrigações que a entidade deve cumpriraté o final do próximo exercício social. Lucro/Prejuízo Acumulado – Representa os valores que entidade obteve de resultado, apurado na demonstração do resultado, e que ainda não existe uma definição sobre seu destino. Margem Líquida – Relação entre o resultado de um exercício da entidade com a receita produzida no mesmo exercício. Mede quanto uma entidade consegue gerar de resultado para cada unidade obtida de receita. Passivo Circulante – Obrigações que a entidade possui com terceiros que deverão ser quitadas até o final do próximo exercício social. Composto de empréstimos, financiamentos, fornecedores, tributos a pagar, salários e encargos sociais, dividendos, entre outros. Passivo Não Circulante – Obrigações que a entidade possui com terceiros que deverão ser quitadas após o final do próximo exercício social. Patrimônio Líquido – Recursos dos acionistas. Também denominado de capital próprio. Dividido em capital social, reservas e lucros/prejuízos acumulados. Perfil da Dívida – Relação entre passivo circulante e o passivo não circulante. Mede quanto a entidade possui de dívida de curto prazo (passivo circulante) para cada R$ 1 de dívida de longo prazo (não circulante). Realizável a Longo Prazo – Diz respeito aos bens e direitos que serão convertidos em caixa após o próximo exercício social. Regulador – Órgão responsável pelo estabelecimento de regras contábeis Relevância – Característica fundamental da informação. Para que uma informação seja relevante, deve fazer diferença no processo decisório, influenciando o usuário. Representação fidedigna – Característica fundamental da informação contábil. Uma informação útil deve representar o fenômeno que está descrevendo. Ou seja, ser completa, neutra e livre de erro. Tempestividade – Característica de melhoria da informação. A informação deve estar disponível para o usuário a tempo de influenciar a sua decisão. Verificabilidade – Uma das características de melhoria da informação. Uma informação útil deve permitir que seja demonstrada, averiguada. Restrição ao custo – Obter uma informação pode ser muito dispendioso para a entidade e isto deve ser considerado nas demonstrações contábeis. Reservas – Subgrupo do patrimônio líquido. Refere-se a valores que são deixados na entidade para uma eventual necessidade. Resumo 2 de Introdução à Contabilidade – João Victor Bispo Página 15 Material original por César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues Formulas 1) UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2) UTILIZANDO O BALANÇO PATRIMONIAL 3)Utilizando o Fluxo de caixa
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