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1. Breve História da Instrumentação 2. Conceitos de Instrumentação 3. Fundamentos de Estatística, Incertezas de Medidas e sua Propagação 4. Conceitos de Eletrônica Analógica e Eletrônica Digital 5. Sinais e Ruído 6. Medidores de Grandezas Elétricas 7. Efeitos Físicos Aplicados em Sensores 8. Medição de Temperatura 9. Medição de Força e Torque 10. Medição de Pressão 11. Medição de Nível 12. Medição de Vazão 13. Medição de Posição e Proximidade: 13.1. Medição de Posição: a Chaves limitadoras: Descrição: dispositivos eletromecânicos que comutam de estado quando entram em contato com o objeto cuja posição deve ser medida. São empregadas, em geral, como chaves de posição. Características: simplicidade, baixo custo, histerese. b Potenciômetros: Descrição: dispositivos resistivos, cuja resistência varia em função da posição (linear ou angular) de um cursor cursor, ao qual deve ser ligado, direta ou indiretamente, o sistema cuja posição que se deseja medir. São frequentemente condicionados como divisores de tensão seguidos de buffers, a fim de se evitar o fenômeno de carregamento elétrico. Fig. 13.1 – Potenciômetro linear ideal como divisor de tensão. 𝑅 = 𝜌 𝐴 𝑥 𝑅 = 𝑉 𝑖 𝑖 = 𝑉𝑠 𝑅𝑡 𝑥 = 𝐴𝑅𝑡 𝜌𝑉𝑠 𝑉 onde 𝜌 é a resistividade do potenciômetro [Ω.m], 𝐴 é a área de seção transversal do potenciômetro [m²], 𝑥 é a posição do cursor [m], 𝑉 é a tensão medida no cursor [V], 𝑖 é a corrente de alimentação [A], 𝑉𝑠 a tensão de alimentação [V] e 𝑅𝑡 a resistência total do potenciômetro [Ω]. Características: simplicidade, robustez, boa precisão, resolução idealmente infinita, baixo custo, sensível à temperatura, possibilidade de falhas por perda de contato e/ou vibração. Fig. 13.2 – Potenciômetros comerciais – (a) rotativos, (b) linear. c Encoders: Encoder incremental: sensor constituído por um disco (ou régua), dividido em setores alternadamente transparentes e opacos e por uma cabeça de leitura fixa, que inclui uma fonte luminosa (LED infravermelho ou fotodiodo) e um fotodetector (fototransistor). Com a movimentação do disco (ou régua), ocorre a passagem alternada de luz pelos setores transparentes, gerando pulsos que podem ser contados para determinação da posição angular do disco (ou linear da régua). Fig. 13.3 – Encoder incremental rotacional – (a) princípio de operação, (b) comercial. 𝜔 = 𝑝𝑁 ∆𝑡 𝜃 = 𝜃0 + 𝜔∆𝑡 𝜃 = 𝜃0 + 𝑝𝑁 onde 𝜃 é a posição angular do disco do instante atual [rad], 𝜃0 é a posição do disco do instante anterior [rad], 𝜔 é a velocidade angular do disco [rad/s], ∆𝑡 é o tempo de amostragem [s], 𝑝 o passo do disco (distância angular entre dois setores opacos) [rad] e 𝑁 o número de pulsos contados. Características: dependência de um referencial inicial (𝜃0), resolução limitada pelo número de setores, dependência de dois pares opto-acoplados para distinção de sentido de rotação/movimentação. Encoder absoluto: consiste em um disco (ou régua) dividido em 2N setores, cada qual subdividido transversalmente, formando uma única palavra digital de N bits, em geral em código Gray, à qual corresponde diretamente uma posição angular do disco (ou linear da régua). Fig. 13.4 – Encoder absoluto de 4 bits em código Gray. Tab. 13.1 – Códigos decimal, binário e Gray. Características: resolução limitada pelo número de setores, maior custo e complexidade em relação ao incremental. d Transformador diferencial linear variável (LVDT): Descrição: é constituído por um transformador formado por um enrolamento primário central e dois secundários ligados, em geral, em anti-série; e por um núcleo móvel, ao qual se fixa, em geral, o objeto cuja posição se deseja medir. O primário é ligado a uma fonte de tensão AC, dando origem a uma tensão diferencial de saída que varia linearmente conforme a posição do núcleo dentro do transformador. Fig. 13.5 – LVDT – (a) esboço, (b) tensão de saída. 𝑉𝑠1 𝑉𝑝 = 𝑁𝑠1 𝑁𝑝 𝑉𝑠2 𝑉𝑝 = 𝑁𝑠2 𝑁𝑝 𝑉𝑠1 = 𝑉𝑝 𝑁𝑝 𝑁𝑠1 𝑉𝑠2 = 𝑉𝑝 𝑁𝑝 𝑁𝑠2 𝑁𝑠1 = 𝑁𝑠 + 𝑥 𝑑 𝑁𝑠2 = 𝑁𝑠 − 𝑥 𝑑 𝑉𝑠 = 𝑉𝑠1 − 𝑉𝑠2 𝑉𝑠 = 2𝑉𝑝 𝑁𝑝𝑑 𝑥 𝑥 = 𝑁𝑝𝑑 2𝑉𝑝 𝑉𝑆 onde 𝑥 é a posição central do núcleo do LVDT [m], 𝑉𝑝 é a tensão de alimentação do primário [V], 𝑁𝑝 é o número de bobinas do primário, 𝑑 é a distância entre duas bobinas consecutivas [m], 𝑉𝑆 é a tensão de saída do LVDT [V], 𝑉𝑠1 e 𝑉𝑠2 são as tensões no primeiro e no segundo secundários, respectivamente [V], 𝑁𝑠1 e 𝑁𝑠2 é o número de bobinas do primeiro e do segundo secundários envolvendo o núcleo, respectivamente, e 𝑁𝑠 é o numero de bobinas, tanto do primeiro quanto do segundo secundário envolvendo o núcleo na ausência de deslocamento. Características: boa precisão, linearidade e sensibilidade, resolução teoricamente infinita, alta confiabilidade, durabilidade, isolamento elétrico, necessidade de circuitos de condicionamento (pontes retificadoras, filtros passa-baixo, portas lógicas, etc) para detecção do sentido de deslocamento. Fig. 13.6 – LVDT miniatura comercial. e Transformador diferencial rotacional variável (RVDT): Descrição: é um sensor utilizado para medir ângulo utilizando os mesmos princípios do LVDT, utilizando para tal, um núcleo ferromagnético rotacional. Resolver: é um transformador rotacional variável particular, formado por um rotor ao qual se fixa, em geral, o objeto cuja posição angular se deseja medir, dotado de um enrolamento primário; e por um estator dotado de dois enrolamentos secundários, instalados a 90° um do outro e geralmente com o mesmo número de bobinas que o enrolamento do primário. O primário é ligado a uma fonte de tensão AC, dando origem a tensões nos secundários variam conforme a posição angular do rotor. Fig. 13.7 – Esboço de um resolver. 𝑉𝑠1 = 𝑉𝑝 cos 𝜃 𝑉𝑠2 = 𝑉𝑝 sin 𝜃 𝜃 = tan−1 ( 𝑉𝑠2 𝑉𝑠1 ) onde 𝜃 é a posição angular do rotor [rad], 𝑉𝑝 é a tensão de alimentação no primário [V], e 𝑉𝑠1 e 𝑉𝑠2 são as tensões no primeiro e segundo secundários, respectivamente [V]. Características: boa precisão, robustez, não linearidade. 13.2. Medição de proximidade (presença): subconjunto dos sensores de posição caracterizados pelo não estabelecimento de contato físico com o sistema a ser medido. São utilizados principalmente como chaves de proximidade. a Sensores capacitivos: Descrição: consistem em dispositivos, em geral, sondas, que detectam proximidade pela variação da capacitância das mesmas. São geralmente condicionados em pontes capacitivas ou circuitos osciladores. Configurações: Sonda capacitiva de placas planas: 𝐶 = 𝜀𝐴 𝑑 𝜀 = 𝜀𝑟𝜖0 𝐶 = 𝜀𝑟𝜖0𝐴 𝑑 onde 𝜀 é a permissividade do dielétrico [F/m], 𝜀𝑟 a permissividade relativa e 𝜀0 a permissividade do vácuo [F/m], 𝐴 a área das placas do capacitor [m²] e 𝑑 a distância entre estas placas (ou entre o sensor e o objeto a ser medido) [m]. Sonda capacitiva de placas cilíndricas: 𝐶 = 2𝜋𝜀𝑟𝜖0𝑙 ln ( 𝑏 𝑎 ) onde 𝑙 é o comprimento dos cilindros [m], e 𝑎 e 𝑏 são os raios dos cilindros interno e externo, respectivamente [m]. Métodos de variação da capacitância: Por variação da distância entre as placas: estes sensores são empregados em medições contínuas, utilizando, em geral capacitores de placas planas, sendo o objeto a ser medido, uma das próprias placas do capacitor. Por variação da área das placas: estes sensores são empregados como chaves de proximidade. Por variação do dielétrico: estes sensores são empregados como chaves de proximidade, utilizando, em geral, capacitores de placas cilíndricas. Fig. 13.8 – Sondas capacitivas comerciais. Características: baixo custo, ampla faixa de detecção (dobro das sondas indutivas), detecção de materiais não metálicos, não recomendados para ambientes de medição úmidos ou com partículas em suspensão, sensível a campos elétricos externos. b Sensores indutivos: consistem em sondas que detectam proximidade pela variação da indutância das mesmas. São geralmente condicionados em pontes indutivas ou circuitos osciladores. 𝐿 = 𝜙 𝑖 𝐵 = 𝜙 𝐴 𝐵 = 𝜇 𝑁𝑖 𝑙 ℛ = 𝑙 𝜇𝐴 𝜇 = 𝜇𝑟𝜇0 𝐿 = 𝑁 ℛ = 𝜇𝑟𝜇0𝑁𝐴 𝑙 onde 𝐿 é a indutância da bobina interna ao sensor [H], 𝜙 é o fluxo magnético gerado [Wb], 𝑖 a corrente que percorre a bobina [A], 𝐵 é a densidade de fluxo magnético [T], 𝐴 a área de seção transversal interna da bobina [m²], 𝜇 a permeabilidade magnética do meio [H/m], 𝜇𝑟 a permeabilidade relativa e 𝜇0 a permeabilidade do vácuo [H/m], 𝑁 o numero de espiras, 𝑙 o comprimento da bobina [m] e ℛ a relutância magnética do meio [H-1]. Métodos de variação da indutância: Por variação do número de espiras da bobina: estes sensores são empregados em medições contínuas. Por variação da relutância magnética (comprimento da bobina, área da bobina, ou permeabilidade magnética do meio): estes sensores são empregados como chaves de proximidade. Características: baixo custo (menor que o capacitivo), detecção apenas de materiais metálicos, indicado para ambientes de medição úmidos ou com partículas em suspensão, requer que o objeto a ser detectado seja no mínimo do diâmetro da sonda. Fig. 13.9 – Sondas indutivas comerciais. c Sensores magnéticos: Descrição: consistem em dispositivos que detectam proximidade pela variação um campo magnético externo, associado em geral ao objeto cuja proximidade se deseja determinar (imã fixado ao objeto, por exemplo). Configurações: Sensores de contatos ferromagnéticos (reed-switches): dispositivos dotados de em um par de contatos ferromagnéticos flexíveis, os quais, uma vez submetidos a um campo magnético externo, fecham um circuito elétrico. São usados como chaves de proximidade. Sensores de efeito Hall: dispositivos que uma vez submetidos a um campo magnético externo, respondem com uma saída em tensão elétrica proporcional à intensidade do campo. Efeito Hall: quando um condutor é exposto a um campo magnético transversal, os elétrons em movimento são repelidos para uma das bordas (pela força de Lorentz), causando uma diferença de potencial entre essas duas bordas, a qual é conhecida como tensão Hall. Fig. 13.10 – Efeito Hall. 𝑉𝐻 = 𝑅𝐻 𝑒 (𝑖 ∙ �⃗⃗�) onde 𝑅𝐻 é a constante Hall [C.m³], 𝑖 a corrente que percorre o sensor [A], 𝐵 é a densidade do campo magnético [T] e 𝑒 a espessura do elemento sensor [m]. Fig. 13.11 – Sensores de efeito Hall usados para medição de proximidade. Sensores magnetoresistivos: dispositivos que têm sua resistência elétrica variada quando submetidos a um campo magnético externo. São geralmente condicionados em pontes de Wheatstone. Sensores por correntes de Foucault: dispositivos em que um campo magnético é geado por uma bobina percorrida por uma corrente, o qual induz uma tensão (Lei de Faraday) e consequentemente uma corrente parasita na superfície de um eventual objeto metálico imerso neste campo. Tal corrente, chamada de corrente de Foucault, por sua vez, gera um campo magnético contrário ao campo da bobina (Lei de Lenz), o qual pode ser detectado por um circuito eletrônico. Características: alta sensibilidade, confiabilidade, tamanho reduzido, imunidade a ruído, etc. d Sensores óticos (fotoelétricos): Descrição: consistem em dispositivos que detectam proximidade pela medição do tempo de trânsito entre a emissão de um feixe de luz infravermelho por um fotodiodo, e sua recepção, por um foto-transistor, devido à reflexão do feixe na superfície do objeto cuja proximidade se deseja medir. 𝑥 = 𝑣𝑡𝑡 2 onde 𝑥 é a posição do objeto [m], 𝑣 a velocidade da onda ultrassonora no meio de propagação [m/s] e 𝑡𝑡 o tempo de trânsito [s]. Configurações: Sensor ótico por retro-reflexão: neste tipo de sensor o emissor e o receptor estão montados no mesmo corpo. Um feixe de luz é estabelecido entre o emissor e o receptor por intermédio de um refletor. O sensor é ativado quando um objeto interrompe o feixe de luz. Sendo assim, estes sensores não são recomentados para detecção de proximidade de objetos muito transparentes ou brilhantes. Fig. 12.12 – Sensor ótico retro-relfexivo. Sensor ótico por transmissão: este sensor possui o emissor e o receptor montados em dispositivos separados. Ao serem alinhados, os dois componentes criam uma barreira de luz entre si. A presença de um objeto interrompendo esta barreira faz com que o sensor seja ativado. Fig. 12.13 – Sensor ótico por transmissão. Sensor ótico por reflexão difusa: possui o emissor e o receptor montados no mesmo dispositivo. A luz enviada pelo emissor cria uma região ativa, na qual a presença de um objeto é capaz de refleti-la difusamente de volta ao receptor. Sendo assim, estes sensores não são recomendados para medição de proximidade de objetos totalmente foscos. Fig. 12.14 – Sensor ótico por reflexão difusa. e Sensores ultrassônicos: Descrição: consistem em dispositivos que detectam proximidade pela medição do tempo de trânsito entre a emissão de uma onda ultrassonora por um elemento piezelétrico, e a sua recepção, pelo mesmo elemento, a qual acontece devido à reflexão da onda quando esta colide com o objeto cuja proximidade se deseja determinar. 𝑥 = 𝑣𝑡𝑡 2 onde 𝑥 é a posição do objeto [m], 𝑣 a velocidade da onda ultrassonora no meio de propagação [m/s] e 𝑡𝑡 o tempo de trânsito [s].
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