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1/1 Outras manifestações do pós-modernismo Os antiestetas – internacionais - são os artistas que se deslocaram da produção para a reprodução, referindo-se ao influxo da mídia e das mensagens comerciais no que percebemos como ego e realidade. São posições ideológicas que denunciam a despolitização dos cidadãos, desconstruindo posições ideológicas opressoras que parecem naturais e inevitáveis. Persistem aí artistas conceituais que seguem trabalhando de forma menos didática e mais pessoal e criticando desde noções de expressão artística, como Gehard Richter e Sigmar Polke (ambos também ex-alunos de Joseph Beuys). Ou a mensagens cotidianas contraditórias como Jenny Holzer, ou a desumanidade urbana de Robert Longo. Como a fotografia, embora manipulada, está no cerne da publicidade e da mídia, ela é a ferramenta adequada à desconstrução. Artistas como David Salle e John Baldesari usam imagens extraídas do cotidiano (assim como Warhol), mas deixando ao observador a tarefa de construir o significado. Outros com Sherrie Levine e Victor Burgin desenvolvem a ideia de apropriação desafiando a ideia de plágio. Há também os chamados “críticos do mercado”, que trataram de questões como originalidade, autenticidade e autoria, apresentando objetos e discutindo o significado de termos como simulacro, cumplicidade crítica e hiper-realidade. Há aqueles que criticam a arte como mercadoria (e confundem-se com os antiestetas nessa tentativa de classificação) e os que enfocavam a mercadoria como arte. Esses consideram a resistência antiesteta ilusória e assumem os desejos gerados pala mídia que os escravizam reconhecendo sua cumplicidade. São exemplos Haim Steibach e Jeff Koons. Há ainda a forte presença de temas que foram excluídos da história da arte, como o feminismo e o multiculturalismo pós-modernos. O feminismo pós-moderno procura atuar como questionador da posição da mulher na história da arte e das nossas suposições a respeito da natureza da feminilidade e da masculinidade. Bárbara Kruger, que foi uma diretora de arte de revistas femininas, observou: “é dever da revista tornar você a imagem que ela faz da própria perfeição”. O trabalho de Cindy Sherman pode ser visto ou como uma análise das operações do olhar masculino que tornam a mulher um objeto, ou de como a nossa noção do ego é uma criação comercial sujeita aos caprichos da indústria cinematográfica ou, ainda, como uma representação do ego contemporâneo descentrado e fictício. A tendência chamada de multiculturalismo ocupa-se do “Outro” racial, com implicações nas ideias de colonização e introdução da cultura europeia e suas implicações nos diversos países, como o imigrante e as expressões das minorias que foram desconsiderados no Modernismo. Um exemplo é Hans Haackee, que expõe os elos ocultos entre a economia, a política e a estética.
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