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Aula sócio cultura

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1 
 
 
Ética e Tecnologia 
 
2 
 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
2017 
 
 
 
COLETÂNEA 
FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL E ÉTICA 
EAD (Módulo 54/2017) 
 
 
 
 
 
 
 
Organizadoras 
Cristina Herold Constantino 
 Débora Azevedo Malentachi 
 
 
Colaboradores 
Fabiana Sesmilo de Camargo Caetano 
Rogerio Borgo 
 
 
Direção Geral 
Pró-Reitor Valdecir Antônio Simão 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
Apresentação.................................................................................................................................................... 04 
Considerações Iniciais.................................................................................................................................... 05 
Relação entre Leitura e Escrita......................................................................................................................... 06 
Perca o medo de escrever................................................................................................................................. 07 
Textos Selecionados...................................................................................................................................... 09 
Ética e Tecnologia............................................................................................................................................. 09 
Tecnologia pode criar elite de super-humanos e massa de “inúteis”................................................................ 12 
Panorama de segurança: mais ataques, novas tecnologias de defesa............................................................. 16 
Circuitos digitais: as fraudes e golpes na internet e como se proteger.............................................................. 17 
Conduta criminal na internet............................................................................................................................. 19 
Big Data e Internet das Coisas: motores de uma nova economia..................................................................... 21 
Saiba mais: IDC............................................................................................................................................... 23 
Tecnologias que ajudam deficientes no ambiente de trabalho.......................................................................... 23 
Oito motivos para usar tecnologia em benefício da educação........................................................................... 24 
Robôs poderão substituir professores em breve............................................................................................. 25 
Como unir as novas gerações e a tecnologia com as necessidades humanas?............................................... 26 
Presente no iPhone X, reconhecimento facial é tecnologia controversa........................................................... 29 
Novas tecnologias? Brasil corre o risco de se tornar irrelevante....................................................................... 31 
Accenture: Brasil está atrasado em inteligência artificial................................................................................... 33 
Saiba mais: Stephen Hawking: Inteligência artificial pode destruir a humanidade............................................ 35 
Por que precisamos que os robôs pareçam humanos para termos medo deles?............................................. 35 
Tecnologia antes e depois: como era a vida no passado.................................................................................. 38 
Cortella alerta para uso exagerado das tecnologias digitais.............................................................................. 40 
Como a tecnologia vai afetar nosso comportamento......................................................................................... 41 
O que falta às crianças e jovens viciados em tecnologia?................................................................................. 
 
43 
Os imigrantes e os nativos digitais..................................................................................................................... 44 
Geração In.......................................................................................................................................................... 45 
Livro................................................................................................................................................................... 47 
Músicas.............................................................................................................................................................. 48 
Imagens, Charges e Tiras.................................................................................................................................. 50 
Filme................................................................................................................................................................... 53 
Considerações Finais...................................................................................................................................... 55 
4 
 
Apresentação 
 
 
A Formação Sociocultural e Ética (FSCE) compõe um dos Projetos de Ação da UniCesumar, cujo 
principal objetivo é aperfeiçoar habilidades e estratégias de leitura fundamentais para seu desempenho 
pessoal, acadêmico e profissional. Nesse sentido, esta disciplina corresponde à missão institucional, a 
qual consiste em “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e 
solidária”. Conforme slogan da FSCE, “Quem sabe mais faz a diferença!”, o conhecimento adquirido 
por meio da leitura é a mola propulsora capaz de formar e transformar sujeitos passivos em cidadãos 
ativos, preparados para fazer a diferença na sociedade como um todo! 
 
Na FSCE, você terá contato com vários assuntos e fatos que ocorrem na sociedade atual e que devem 
fazer parte do repertório de conhecimentos de todos os que buscam compreender criticamente seu 
entorno social, nacional e internacional. Em síntese, no intuito de atender ao objetivo desta disciplina, a 
FSCE está dividida em cinco grandes eixos temáticos: Ética e Sociedade, Ética, Política e Economia, 
Ética, Cultura e Arte – Ética, Ciência e Tecnologia – Ética e Meio Ambiente, sendo que nos dois 
primeiros eixos estão incluídos temas complementares e pertinentes propostos pelo Observatório 
Social do Brasil. 
 
Este material, também chamado de Coletânea, é o principal instrumento de estudo da FSCE. Recebe 
o nome de Coletânea porque reúne vários gêneros textuais criteriosamente selecionados para 
estimular sua reflexão e análise pontuais. Textos retirados de diferentes fontes, com a finalidade de 
abordar recortes temáticos relacionados aos conteúdos de cada eixo supracitado. Tem como principal 
objetivo ser um material de apoio à sua formação geral, servindo-lhe de estímulo à leitura, 
interpretação e produção textual. Uma Coletânea como esta é organizada a cada duas semanas, ou 
seja, a realização completa desta disciplina ocorre no período de 10 semanas. 
 
Cada Coletânea apresenta-se, inicialmente, com uma introdução, seguida por aspectos relacionados à 
leitura, interpretação e/ou escrita, os quais antecedem a apresentação dos diversos textos referentes 
aos respectivos eixos. A sequência de textos normalmente é finalizada com os gêneros música, poesia 
ou frases e charges, sendo finalmente concluída com breves considerações finais. 
 
Você tem em suas mãos, portanto, uma compilação por meio da qual terá acesso a um conteúdo 
seleto de textos basilarespara sua reflexão, aprendizagem e construção de conhecimentos valiosos. 
Textos compostos por fatos, notícias, ideias, argumentos, aspectos veiculados nos principais meios de 
comunicação do país, links de acesso a entrevistas, depoimentos, vídeos relacionados ao eixo 
temático, além de respaldos teóricos e práticos acerca da linguagem que poderão servir como suporte 
à sua vida em todas as instâncias. 
 
Também, importa lembrar que a organização deste e demais materiais da FSCE não pressupõe 
qualquer tendência político-partidária e/ou apologia a qualquer grupo religioso em detrimento de 
outros, sendo que estamos disponíveis ao recebimento de indicações de textos, sites, tanto quanto às 
sugestões de conteúdos relacionados aos referidos eixos. Faça, portanto, da FSCE sua porta de 
entrada para a aquisição de novos conhecimentos. E lembre-se: Ler é pensar! Vista a camisa do 
conhecimento e seja MAIS! 
 
 
Organizadoras 
 
5 
 
Considerações Iniciais 
 
Na esfera da tecnologia, o tempo parece avançar ainda mais rápido enquanto a vida se resume a 
conexões e aplicativos. E, nesse ritmo, nem sempre a sensação ao final do dia é de tarefa 
cumprida, pelo contrário. No túnel do tempo, somos beneficiados e, ao mesmo tempo, 
consumidos pelas novidades tecnológicas. Conectados a elas, fazemos mil coisas ao mesmo 
tempo para resolvermos as mais urgentes e, muitas vezes, não damos conta das mais 
importantes. Tornar-se um bom gestor do tempo tem sido, se não o maior, um dos maiores 
desafios contemporâneos. E, nesse ritmo, caminham os filhos da sociedade tecnológica... Rumo 
ao risco da dependência digital que se instala sem pedir licença... 
 
Ao mesmo tempo em que testemunhamos avanços fenomenais na tecnologia, estamos sujeitos a 
nos tornar dependentes daquilo que, na verdade, deveria nos tornar mais livres. Neste material, 
propomos plugar nossas antenas neste universo de novidades, na tentativa de entendermos 
melhor quem somos ou deixamos de ser no meio disso tudo. Para começar, como de praxe, 
apresentamos uma seção específica sobre leitura, desta vez mais diretamente associada à 
escrita. Posteriormente, apresentamos os textos selecionados exclusivamente para esta 
coletânea. Em síntese, são diversos gêneros sobre assuntos que vão desde os valores éticos na 
sociedade tecnológica, passando por curiosidades acerca da evolução e dependência digital, da 
inteligência artificial, dentre outros recortes temáticos que sugerem reflexões bastante pertinentes. 
Por fim, tiras, charges, músicas, dentre outros. 
Sem dúvida, o mundo não para e é fundamental que a tecnologia continue a nos fazer avançar. 
Entretanto, consideramos essencial e oportuno desacelerar um pouco do nosso tempo não 
apenas para angariar informações, mas também para favorecer reflexões pontuais que nos 
permitam compreender melhor em que medida o avanço realmente nos faz progredir enquanto 
pessoas que sabem ocupar com alteridade o nosso lugar neste mundo, e o quanto de nós e do 
nosso tempo investimos neste lugar para nos dedicar ao outro e ao que realmente faz a vida valer 
a pena. 
 
 
Boa leitura! 
Organizadoras 
 
6 
 
 
Relação entre Leitura e Escrita 
 
Quem lê mais escreve melhor? 
Para o pedagogo Paulo Freire aprender a ler e escrever é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, 
compreendendo suas diversas nuances. Logo, o indivíduo alfabetizado tem seu universo ampliado 
e pode exercer de forma digna a cidadania. Segundo o professor, só se aprende a ler, lendo, e só 
se aprende a escrever, escrevendo. Mas, será que é 
verdadeira a máxima popular de que pessoas que leem mais 
escrevem melhor? Veja a seguir a opinião de alguns 
especialistas: 
“Em parte sim. A leitura introduz o homem no universo 
prazeroso do texto escrito. Além disso, existem outras 
vantagens: a leitura oferece importantes modelos para a 
escrita e preserva a memória. Com a frequência rotineira, a 
leitura pode indicar os caminhos para o texto escrito, de textos 
informativos a literários.” - Maria do Rosário Longo Mortatti – 
professora da Universidade Estadual Paulista (UNESP)/Campus de Marília e presidente da 
Comissão Provisória para a criação da Sociedade Brasileira 
de Alfabetização'. 
 
“Não, isso é apenas uma crença popular. A leitura e a 
escrita são processos distintos, complementares, mas 
diferentes. Leitura significa compreensão de texto. Para o 
exercício da leitura, o sujeito lança mão de seus 
conhecimentos prévios de mundo e de gênero literário 
textual. Já a escrita demanda um domínio do assunto, ele 
precisa saber estruturar a frase. Na leitura, ele compreende 
ou não o que está escrito; mas, quando escreve, é o 
indivíduo que está no comando, escolhendo o que usar e 
como usar. Até a década de 90, achava-se que bastava o aluno saber decodificar as palavras, 
mas a leitura vai além, a compressão se dá quando a pessoa ativa conhecimentos prévios. Creio 
que a escola falha no ensino da produção de textos. Os alunos dos anos iniciais dominam o 
7 
 
código, mas não têm competência para escrever textos bem articulados. Estamos avançando, 
mas ainda temos problemas” - Margareth Brainer, mestre em Psicologia Cognitiva pela 
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e 
doutoranda na Faculdade de Educação da UFRJ. 
 “A escrita depende do conhecimento linguístico. Se a 
pessoa lê mais, tem mais conhecimento do mundo, e 
isso se reflete na escrita. Ao mesmo tempo, ela assimila 
a forma como os escritores e jornalistas escrevem. Não 
é copiar o que lê, mas aplicar para construir um estilo 
próprio.” – Rafael Cunha, professor de Língua 
Portuguesa do Colégio e Curso Pensi. 
 
“Quem lê mais automaticamente desenvolve mais 
vocabulário e mais ideias. A neuropsicologia, que 
estuda as relações entre o cérebro e o comportamento 
humano, já tem alguns estudos nesse sentido, mostrando que 
o cérebro tem certa plasticidade: quanto mais a pessoa faz 
uma coisa, mais possibilidades ela está abrindo. Se a família 
é leitora, provavelmente será também escritora. A criança vê 
o pai lendo uma revista e vai querer imitar. Por outro lado, se 
a família não tem um ambiente acolhedor de leitura, o espaço 
para a escrita também será pequeno. Para algumas crianças, 
o único ambiente leitor é a escola” - Maria Teresa Messeder 
Andion, psicopedagoga 
e arteterapeuta. 
 
“A leitura é tudo na vida. A pessoa que lê bons textos recebe 
informação e vê como se fazem as construções, logo, ela 
tem mais capacidade de usar as boas influências na hora da 
escrita. Não é necessário ler clássicos, mas também não dá 
para comprar o jornal de R$ 0,30” - Marcelo Rosenthal, 
professor de português da Academia do Concurso e autor 
do livro “Gramática para Concursos”. 
 
Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2012/05/quem-le-mais-escreve-melhor.html Acesso 
em: 28 abr 2017. 
 
 
Perca o medo de escrever 
 
Escrever é uma atividade, por natureza, solitária. No entanto, 
aprender a escrever não precisa ser solitário - na verdade, não 
deve ser! E quando falo "aprender a escrever", na verdade quero 
dizer "aprender a escrever algo que outras pessoas apreciem ler". 
Troque experiências, converse, leia, esteja sempre em contato 
com outros escritores – pode ter certeza de que isso não irá “ferir 
a sua arte particular”, pelo contrário, irá apenas dar mais 
8 
 
instrumentos para que você possa melhor expressá-la. Existem muitas oficinas, livros e blogs com 
conselhos sobre como escrever bem, mas a verdade é uma só: você só aprende a escrever 
escrevendo! Nada justifica não escrever AGORA se você tem vontade; deixe as desculpas de lado 
e comece logo.O que você escrever vai ser, provavelmente, aquém do que você gostaria - mas 
muitos grandes escritores descartam a maior parte do que escrevem; e isso faz parte do ofício: se 
você não escreve muitas ‘ostras’, não terá onde achar suas pérolas! Obviamente, para escrever 
um escritor precisa de "bagagem". Ele precisa não apenas ter conteúdo, ter o que dizer, mas 
principalmente precisa saber COMO dizer - e isso só se aprende lendo. Diversas vezes escutei 
novos escritores dizerem o total contrassenso (agora sem hífen...) “gosto de escrever, mas não 
gosto de ler”. É como se um músico dissesse “gosto de compor músicas, mas não gosto de ouvir 
música”! 
 
Continuando a receita: Além de ler muito, aprenda a observar, no sentido que Conan Doyle, 
através do seu (pouco amado pelo autor...) “Sherlock Holmes”, dava à palavra. Não apenas ver, 
mas OBSERVAR. Por exemplo: se você mora ou trabalha em um prédio, quantos degraus há 
entre um andar e outro? Estes degraus têm faixa antiderrapante para evitar escorregões? 
Usualmente eles estão limpos, ou têm alguma sujeira? Que tipo de sujeira? Se você já viu os 
degraus diversas vezes, mas, não sabe responder estas perguntas, é porque nunca os observou, 
efetivamente. A observação é a chave ativar a imaginação e a 
memória de um bom escritor, permitindo que ele crie histórias 
mais interessantes. E não basta a observação pela TV, são os 
pequenos detalhes que fazem a diferença. Qual o ruído de 
fundo de seu local de trabalho? Como são os cheiros em uma 
feira, em um mercado, em um parque, em um cemitério? Como 
são os olhares das pessoas que cruzam por você na rua? 
 
Um escritor precisa ser um leitor; precisa saber observar a 
realidade, e precisa saber misturar sua imaginação com sua 
memória para dar consistência aos mundos que criar. Mas acima de tudo ele precisa escrever – 
pois só se aprende a escrever escrevendo! 
 
Disponível em: http://dicasdoalexandrelobao.blogspot.com.br/2010/01/perca-o-medo-de-escrever-agora-pergunte.html 
Acesso em: 20 abr 2017. Adaptado. 
 
9 
 
 
Textos Selecionados 
Diante de tantas evoluções, transformações e “invasões”, em que medida estamos 
evoluindo e nos transformando em pessoas melhores? Em que medida a tecnologia nos 
tem afastado de nós mesmos? Da nossa essência? Do viver a vida, por exemplo? No 
entanto, segundo o texto que inaugura a nossa coletânea, seria antiético negar à 
sociedade o avanço tecnológico. Mas como permitir a uma nação viver e conviver com as 
possibilidades e domínios tecnológicos? Nesta direção, o texto aproxima ética, tecnologia, 
e reflexões pontuais... 
Ética e Tecnologia 
Dr. José Liberado Ferreira Caboclo 
A tecnologia invadiu as três atividades humanas fundamentais conforme a sistematização de 
Hannah Arendt. Labor, trabalho e ação foram completamente modificados no último século, a tal 
ponto que até a mais privada de todas as atividades humanas, o labor, tornou-se pública. 
Se em outro tempo se poderia dizer que a condição humana do labor é a própria vida, ou seja, o 
processo biológico do corpo humano cujo desenvolvimento e declínio dependem da satisfação 
das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa, hoje, este processo elementar já tem 
uma dependência íntima com o conhecimento tecnológico. 
O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade 
razoavelmente organizada já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As 
leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade 
laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura 
primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que, o excedente sendo 
vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da "sua propriedade". Até 
mesmo a água que ele bebe, seja de um poço, ou de um sistema de captação e distribuição, sofre 
um controle tecnológico. A sua composição deve ser avaliada por uma instituição tecnicamente 
competente. A quantidade de micróbios desta água tem de estar dentro de um limite aceitável. Ele 
pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio 
ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de 
carbono. O destino dos seus dejetos não mais lhe cabe decidir. Eles terão de ser encaminhados a 
um sistema adequado de drenagem e terminarão numa usina de compostagem, onde se 
transformarão em fertilizante biodegradável. No seu isolamento, sequer uma atitude estoica, de 
convívio com a dor, lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, 
implicará numa investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma endemia. 
Ele será radiografado, tomografado, sonorizado e ressonorizado magneticamente. Todos os 
líquidos do seu corpo serão cientificamente caracterizados. Ele poderá, ao fim de todos esses 
exames, ser geneticamente aconselhado a não ter filhos. A sua capacidade de reproduzir foi 
cerceada tecnicamente. Talvez ele possa até ter filhos, desde que a sua mulher faça um exame 
especial para afastar a possibilidade de uma segregação perigosa de gens. A tecnologia permite 
que ele "escolha adequadamente o seu objeto ideal. Melhor que os seus sentimentos". 
Viver simplesmente a vida passou a ter um custo que a simples atividade laborativa não consegue 
atender. Em toda a história da humanidade, nenhum ditador, nenhum império exerceu um 
tamanho domínio sobre o homem. Não mais existe a possibilidade de se viver em contato com a 
natureza sem a pretensão de não se apropriar dela. 
10 
 
A ética do desenvolvimento tecnológico se fundamenta numa existência mais longa e mais 
prazerosa. O prazer, no entanto, jamais é atingido numa atitude passivo. A tecnologia imposta, 
num sistema de acumulação de riqueza, perde seu significado ético, porque, de modo 
contraditório, gera um sofrimento infrene. O desenvolvimento tecnológico industrial nada tem a ver 
com um índio, que um dia à beira de um, rio, observando o seu curso, percebe que as escamas 
do peixe brilham sob a luz solar. Aprende a pescá-lo com a mão e corre para a sua taba, 
carregado de piramutabas. E difunde para toda a sua tribo a sua descoberta, além de com eles 
compartilhar o incremento da produtividade decorrente do progresso tecnológico. Singelamente, 
aquele indígena definiu a subordinação da técnica ao modo de produção, o caráter ético, a função 
social e a apropriação social do progresso técnico. 
A perda quase total de significação da atividade laborativa é um dos fatores principais de nossa 
desagregação social. A migração das populações rurais e a prostituição feminina decorrem da 
extinção da chamada economia de subsistência. 
Os migrantes para os centros urbanos vão contrair sócios na sua atividade laborativa (empregada 
doméstica), que lhes permite viver sem evoluir para um trabalho que não existe ou para o qual 
não têm competência ou, pelo menos, competitividade. Em outras situações mascaram uma 
atividade laborativa, como se fosse um trabalho, posto que vendem sua força por um preço 
inferior ao custo e custeio da máquina (servente de pedreiro). 
Finalmente, promovem a ausência de dor por falta de afeto, perspectiva de felicidade, dentro da 
existência privada do indivíduo isolado do mundo (prostituição). 
Na esfera do trabalho, o avanço tecnológico melhorou a qualidade de vida na medida em que 
diminuiu a dor corporal, reduziu a utilização da força física e com isto absorveu maiores 
contingentes humanos, facilitou o aprendizado, aproximou o homem a distância e reduziu as 
especulações exotéricas. No entanto, a tecnologia deu ensejo a emoções negativas, excluiu 
humanos não competitivos, diminuiu a criatividade humana, distanciou os homens na sua 
proximidadee aumentou o misticismo não religioso. Mas muitas vezes se confundem as 
distorções trazidas pela tecnologia com as incorreções de governos não democráticos. Há que se 
distinguir a origem das imperfeições. 
Negar a aquisição de tecnologia a uma sociedade, seu domínio e sua 
implementação, é condená-la a um estado de submissão e de 
empobrecimento inexorável. Dominar uma tecnologia nada tem a ver com a sua aplicação 
imediata, sem se considerar outros fatores condicionantes. O domínio tecnológico envolve 
investimentos em pesquisa. 
Em qualquer nação organizada, este investimento deve ser feito sob o 
controle da sociedade. Esta é uma atitude ética. É uma interpretação errônea 
presumir que a liberdade criativa deva ser assegurada para que a pesquisa 
possa se desenvolver mais plenamente. Não se pode de modo algum submeter a 
vontade coletiva aos desejos individuais. O que parece ser uma posição liberal, na realidade, 
transforma-se numa típica atitude nazista. Nada justifica uma atitude procrastinatória em relação à 
aquisição de tecnologia. Não existe limite para o investimento. O que se deve limitar é a 
abrangência da aplicação do avanço tecnológico. O acesso ao progresso tecnológico deve ser 
eticamente estabelecido por parâmetros de prioridade. Infelizmente a não-fixação de limites de 
demanda impede a investigação vertical. Uns poucos são contemplados a curto prazo. A médio e 
longo prazo todos perdem. Teme-se enfrentar uma realidade indesejável, não tanto pela sua 
inexorabilidade, mas muito mais por atitude de onipotência, elaborada como se fosse uma posição 
idealista. Procura-se uma explicação conjuntural para a impossibilidade e se perde tempo e 
energia num preciosismo ridículo. Pesquisa não se faz num só projeto, nem muito menos numa só 
11 
 
geração. A pesquisa deve ser uma atividade contínua, não condicionada a verbas flutuantes, 
muito menos dependente de paixões pessoais. 
Numa sociedade heterogênea, em que diferentes segmentos se encontram em fases 
assincrônicas de desenvolvimento, deve-se fugir da atitude escapista que postule a satisfação 
prioritária das necessidades básicas antes de "se aventurar" em projetos mais avançados. Se 
existe alguma aventura, é a teimosia em se querer negar que muito da defasagem no 
desenvolvimento se deve justamente à submissão tecnológica. E mais, é querer negar que o 
avanço tecnológico pressupõe a simplificação dos modelos, tornando-os mais acessíveis às 
comunidades mais atrasadas. 
Um programa nuclear deve ser pesquisado com obstinação. Se não existem recursos para a 
montagem de uma usina termonuclear, que se construa um pequeno reator até mesmo para 
finalidade didática, de tal forma que os cientistas do país possam apreender a evolução dos 
conhecimentos. O mesmo deve ocorrer em todas as áreas do desenvolvimento tecnológico: fibra 
ótica, supercondutores, biotecnologia, químico-farmacêutica. 
O não-desenvolvimento tecnológico é antiético, na medida em que torna uma sociedade 
definitivamente subordinada aos interesses imperialistas de outras nações. Não se pode mais 
aceitar velhas teses da harmonia de objetivos, que é a característica básica da economia clássica. 
Mesmo os liberais admitiram a existência de um único objetivo, como se houvesse uma mão 
invisível a produzir a harmonia dos vários interesses. De modo diferente, Marx encarou a 
realidade do conflito e anteviu a hipotética ficção da harmonia. A sociedade pós-moderna tem 
mostrado uma característica não prevista. Os segmentos mais privilegiados assumiram uma 
atitude de conformismo ante a evolução tecnológica, de tal forma como se dissesse - vamos para 
a festa, assim já está bom. Este neoconservadorismo é designado por apelidos notáveis - 
preservação do planeta, conservação ambiental, respeito aos códigos morais e religiosos. Chega-
se mesmo a se contar como atos heréticos certas práticas da engenharia genética. Não é ético 
limitar o conhecimento humano. Mais uma vez cabe à sociedade disciplinar seu uso. 
Durante muito tempo a cultura ocidental judaico-cristã aceitou o postulado platônico da 
criatividade humana, segundo o qual toda invenção é um ato do pensamento. E o pensamento é 
um atributo de Deus, que é um ser infinito pensante, completaria Spinoza. A velha tese Aristotélica 
de que a criatividade humana decorre apenas e tão-somente de um sem número de percepções 
que modulam o pensamento foi rejeitada pelos ideólogos das religiões cristãs. Muito antes da 
descoberta do inconsciente, Agostinho e Nicolaus de Cosa entenderam que o trabalho criativo 
está intimamente relacionado à capacidade emocional do amor e da paixão. É dentro desta 
concepção que se pode admitir uma perfeita conciliação ética entre o avanço tecnológico e a 
harmonia da sociedade. Não se trata de se exigir uma homogeneização da sociedade, graças à 
adoção de políticas que incluam a potencialidade de todos. Esta pseudovisão marxista levaria 
fatalmente a sociedade a uma estagnação e submissão irreversíveis. Cumpre antes ensejar o 
desenvolvimento tecnológico e delimitar a sua implementação aos segmentos cujo estágio cultural 
de desenvolvimento o permita. A tabuada deve conviver com o supercomputador, o míssil com o 
estilingue, o transplante com a pajelança, a máquina de lavar roupa com a tina da beira do rio, o 
alimento congelado com o feijão da panela de barro preparado no velho fogão de lenha. A atitude 
ética que permite a fusão destas realidades é a educação. 
A imposição de uma tecnologia a uma sociedade que não teve uma educação adequada para 
recebê-la tem provocado os maiores desastres para a humanidade. Levaram, por exemplo, jovens 
a matarem milhões de míseros camponeses asiáticos, na presunção de que eles representavam 
uma grande ameaça para a democracia do novo mundo. Esta educação deve obrigatoriamente 
priorizar o aprendizado de atitudes coletivas de respeito humano, segundo a tábua dos 
mandamentos, os mais sagrados. Tudo dentro da proposição de Spinoza - todas as ideias, 
enquanto se referem a Deus, são verdadeiras! 
12 
 
O desenvolvimento tecnológico passou a envolver um outro tipo de dominação, o código da 
propriedade intelectual. A tecnologia industrial atualmente se encontra em discussão em quase 
todo o mundo em função de certas conquistas recentemente atingidas, e enfrenta problemas de 
natureza ética. O nosso país, por exemplo, há cerca de vinte anos deixou de reconhecer o direito 
de patente sobre produtos químicos farmacêuticos e sobre produtos nutritivos. O capital 
internacional agora tenta obter o direito de patente, não só para este tipo de produto, como 
também para os resultantes de processos biotecnológicos. Argumenta-se que o investimento em 
pesquisa é muito grande, nem sempre com retorno imediato e, portanto, o direito à patente se 
justifica ante a necessidade de se cobrir os custos de produção e poder-se continuar num 
processo de investigação, necessário à melhoria da qualidade de vida de toda a humanidade. 
Quando se pergunta se o preço do produto já não inclui estes gastos, a resposta é a de que a 
reprodução imitativa por um competidor impediria uma concorrência efetiva no mercado. Não 
deixa de ser paradoxal - o neoliberalismo pedindo a interferência do Estado para proteger a 
economia. Ou seja, o neoliberalismo aceita o Estado que defenda as suas incoerências. Quando 
se pergunta ainda por que a patente com direito à exploração monopolista não pode ser 
substituída pelo pagamento do royalty, a explicação é que seria impossível o controle da 
produção. Não há qualquer dúvida de que a patente poderá ser um artificio de estímulo à 
competitividade técnico-científica. Mas não se pode deixar de considerar o aspecto global do 
relacionamento econômico entre as diferentes sociedades. A ética não pode prevalecer em 
situações circunscritas. Antes deve nortear acordos bilaterais em que não só a propriedade 
intelectual, mas outros fatoresdevam ser equacionados. 
Um organismo internacional do tipo Gatt, que regule todos os assuntos pertinentes à proteção 
industrial e agrícola, está fadado ao insucesso, posto que é impossível uma sistemática única que 
contemple as expectativas de países em fases diferentes de desenvolvimento. A patente seria 
mais bem regulamentada em acordos bilaterais, sendo a transferência de tecnologia uma 
determinante para uma posição consensual. Do ponto de vista moral-filosófico a patente é 
antiética no conceito de Spinoza. Com efeito, o pensamento de Deus é infinito e o ato de pensar 
está em Deus. Não cabe tributar a criação divina. 
Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/biblioteca_virtual/des_etic/26.htm> Acesso em: 02 out 2017. Adaptado. Grifos das 
organizadoras. 
Sabem quando a criatura se volta contra o próprio criador? Então... O texto a seguir nos 
remete a tal ideia ....qual o preço que a humanidade poderá pagar por conta dos avanços 
em tecnologia, genética e inteligência artificial. Reflita e (re)pense você também em que 
medida estamos caminhando para uma evolução humana? 
Tecnologia pode criar elite de super-humanos e massa de 'inúteis' 
 
O israelense Yuval Harari investiga a relação entre história e biologia, as diferenças essenciais entre o ser humano 
e outros animais e o rumo da história humana 
13 
 
Os avanços em tecnologia, genética e inteligência artificial podem transformar a desigualdade 
econômica em desigualdade biológica? O autor e historiador Yuval Noah Harari se fez essa 
pergunta. 
Professor de História na Universidade Hebraica de Jerusalém, ele estuda o passado para olhar 
para o futuro. Autor de dois best-sellers, Sapiens: Uma breve história da humanidade (editora 
L&PM)e Homo Deus: Uma breve história do amanhã (editora Companhia das Letras), Harari foi 
entrevistado pelo programa The Inquiry, da BBC, sobre a possibilidade de a tecnologia alterar o 
mundo e a espécie humana. 
Leia o depoimento do professor à BBC: 
"A desigualdade existe há no mínimo 30 mil anos. Os caçadores-coletores eram mais igualitários 
do que as sociedades subsequentes. Eles tinham poucas propriedades, e propriedade é um pré-
requisito para desigualdade de longo prazo. Mas até eles tinham hierarquias. Nos séculos 19 e 20, 
porém, algo mudou. Igualdade tornou-se um valor dominante na cultura humana em quase todo o 
mundo. Por quê? 
Foi em parte devido à ascensão de novas ideologias como o humanismo, o liberalismo e o 
socialismo. Mas também se tratava de mudanças tecnológicas e econômicas - que estavam 
ligadas a essas novas ideologias, claro. De repente, a elite começou a precisar de um grande 
número de pessoas saudáveis e educadas para servir como soldados nos exércitos e como 
trabalhadores nas fábricas. 
Os governos não forneciam educação e vacinação porque eram bondosos. Eles precisavam que 
as massas fossem úteis. Mas agora isso está mudando novamente. 
 
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Engenharia genética é hoje disseminada. Até onde ela poderá evoluir? 
Os melhores exércitos da atualidade demandam poucos soldados, mas altamente treinados e com 
equipamentos de alta tecnologia. As fábricas também estão cada vez mais automatizadas. 
Esse é um dos motivos pelos quais poderemos - num futuro não tão distante - ver a criação das 
sociedades mais desiguais que já existiram na história humana. E há outros motivos para temer 
esse futuro. Com rápidos avanços em biotecnologia e bioengenharia, nós podemos chegar a um 
ponto em que, pela primeira vez na história, desigualdade econômica se torne desigualdade 
biológica. Até agora, humanos tinham controle sobre o mundo ao seu redor. Eles podiam controlar 
rios, florestas, animais e plantas. Mas eles tinham muito pouco controle do mundo dentro deles. 
14 
 
Eles tinham capacidade limitada de manipular seus próprios corpos, cérebros e mentes. Eles não 
podiam evitar a morte. Talvez esse não seja sempre o caso. 
 
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Inteligência artificial está sendo vista como uma ameaça a levas de empregos humanos 
Há duas maneiras principais de aprimorar humanos: ou você altera algo em sua estrutura 
biológica por meio de alteração de seu DNA, ou - o jeito mais radical - você combina partes 
orgânicas e inorgânicas, talvez conectando diretamente cérebros e computadores. 
Os ricos - ao adquirir tais melhorias biológicas - poderiam se tornar literalmente melhores que os 
demais: mais inteligentes, saudáveis e com vidas mais longas. Nesse ponto, será fácil que essa 
classe "aprimorada" tenha poder. Pense desta forma: no passado, a nobreza tentou convencer as 
massas que eles eram superiores a todos os outros e que deveriam deter o poder. No futuro que 
estou descrevendo, eles realmente serão superiores às massas. E como eles serão melhores que 
nós, fará mais sentido ceder a eles o poder e a prerrogativa de tomada de decisões. 
 
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Poderiam aqueles que controlam dados e algoritmos tornar-se a superclasse do futuro? 
Podemos também constatar que a ascensão da inteligência artificial - e não apenas automação - 
pode significar que grandes contingentes de pessoas, em todos os tipos de emprego, 
simplesmente perderão sua utilidade econômica. Os dois processos casados - aprimoramento 
humano e ascensão de inteligência artificial - podem resultar na separação da humanidade em 
uma pequena classe de super-humanos e uma gigantesca subclasse de pessoas "inúteis". 
15 
 
Eis um exemplo concreto: pense no mercado de transporte. Há centenas de motoristas de 
caminhões, táxis e ônibus no Reino Unido. Cada um deles comanda uma pequena parte do 
mercado de transporte, e todos ganham poder político em função disso. Eles podem se 
sindicalizar e, se o governo faz algo que não gostam, eles podem fazer uma greve e travar todo o 
sistema. 
Agora, avance 30 anos no tempo. Todos os veículos conduzem a si próprios e uma corporação 
controla o algoritmo que comanda todo o mercado de transporte. Todo o poder econômico e 
político previamente compartilhado por milhares agora está nas mãos de uma única corporação. 
 
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Ricos, diz autor, poderiam adquirir melhorias biológicas e se tornar literalmente melhores que os demais: mais inteligentes, saudáveis e 
longevos 
Depois que você perde sua importância econômica, o Estado perde ao menos um pouco do 
incentivo de investir em saúde, educação e bem-estar. Seu futuro dependeria da boa vontade de 
uma pequena elite. Talvez haja boa vontade mas, em tempo de crise - como uma catástrofe 
climática -, seria muito fácil te descartar. 
Tecnologia não é determinista. Ainda podemos fazer algo para lidar com tudo 
isso. Mas acho que deveríamos estar cientes de que descrevo um futuro possível. Se não 
gostamos dessa possibilidade, precisamos agir antes que seja tarde. Existe mais um passo 
possível no caminho rumo à desigualdade previamente inimaginável. A curto prazo, a autoridade 
pode se centrar em uma pequena elite que detenha e controle os algoritmos e os dados que os 
alimentam. A longo prazo, porém, a autoridade poderá se transferir completamente dos humanos 
aos algoritmos. Quando uma inteligência artificial for mais inteligente que nós, toda a humanidade 
poderá se tornar inútil. 
O que aconteceria depois disso? Não temos nenhuma ideia - literalmente não podemos imaginar. 
Como poderíamos? Estamos falando de uma inteligência muito maior do que a que a humanidade 
possui." 
Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-39752430> Acesso em: 03 out 2017. 
 
 
16 
 
Como dissemos anteriormente, o desafio desta e das futuras gerações é mantermo-nos 
sóbrios em relação à utilização das ferramentas tecnológicas, fazendo delas um meio 
seguro de utilização. O texto a seguir versa justamentesobre a necessidade de se 
trabalhar contra os ciberataques por meio de uma cibersegurança rápida e eficaz. 
Panorama de Segurança: mais ataques, novas tecnologias de defesa 
Atualizar os mecanismos de segurança em tempo real e automatizar a detecção de ameaças já se tornaram atividades 
essenciais 
Jason Porter, vice-presidente de Soluções de Segurança da AT&T 
O panorama de cibersegurança muda a cada dia que passa. Cada novo dispositivo conectado à 
rede apresenta um novo alvo para ataques que 
precisa ser protegido. Cada post novo nas redes 
sociais cria novos riscos para ataques de phishing 
ou engenharia social. Como resultado, a indústria 
está evoluindo para enfrentar essas mudanças. 
Nos últimos anos, a área de cibersegurança 
ganhou grande destaque e recebeu muita atenção 
das lideranças empresariais e da mídia. Novos 
startups surgiram para lidar com soluções de 
segurança em diversos nichos e impulsionar a 
inovação. Ao mesmo tempo, as empresas 
começaram a incluir o tema da cibersegurança na 
agenda de todas as reuniões de diretoria. 
Neste momento, estamos observando uma 
mudança que será marcante em 2017. Os 
ciberataques são tão prevalentes e estão evoluindo de forma tão rápida que já ultrapassaram os 
mecanismos de defesa implementados recentemente por muitas empresas. 
Em 2017, inovações como funções virtuais de segurança baseadas em software e análises 
avançadas não serão parte apenas das últimas tendências de segurança, mas também 
ferramentas essenciais para ajudar a proteger uma organização. Contar com a capacidade de 
operar em escala, atualizar os mecanismos de segurança em tempo real e automatizar a detecção 
de ameaças se tornaram essenciais para lidar com o enorme volume de ciberataques. Como 
resultado, acredito que o mercado continuará a se transformar em 2017 nas seguintes maneiras: 
· Externalização da segurança: empresas de pequeno e médio porte não contam com os 
recursos necessários para gerenciar e atualizar constantemente seus centros de operações de 
segurança em tempo integral ou manter equipes dedicadas à cibersegurança. Com isso, elas 
continuarão recorrendo a serviços terceirizados e consultores para garantir a proteção de 
segurança e manter os mecanismos de defesa atualizados da forma mais econômica. 
· Mais conexões, mais dados: à medida que as empresas continuam adotando dispositivos 
conectados, a quantidade e os tipos de dados que necessitam proteção irão aumentar ainda mais. 
Isso significa que as empresas terão que ser estratégicas na forma como abordar a segurança 
para lidar com a escala e o alcance de informação em seus dispositivos da Internet das 
Coisas (IoT, na sigla em inglês). 
· Empregos em cibersegurança disparam: programas de educação em cibersegurança 
continuarão a crescer e os empregos em cibersegurança para defender empresas terão um forte 
crescimento. A área continuará a ter 0% de desemprego mesmo com o crescimento de 
profissionais no setor. 
17 
 
Enquanto todos esses ajustes acontecem no mundo dos negócios, podemos esperar também 
algumas mudanças em cibersegurança que irão afetar TODOS os indivíduos, consumidores e 
organizações: 
· A segurança em IoT continuará a ser a principal preocupação este ano. Continuaremos a 
ver hackers em busca de vulnerabilidades em dispositivos em diferentes setores. Itens como 
objetos vestíveis ligados à rede ou máquinas inteligentes de café irão atrair cada vez mais o 
interesse dos hackers em função da atenção limitada dada à segurança durante os ciclos de 
desenvolvimento. 
· Novas tecnologias de autenticação – como escaneamento biométrico, reconhecimento facial 
via ‘selfie’ ou autenticação através do próprio dispositivo – começarão a substituir senhas de 
acesso a conteúdos digitais ou edifícios. 
· Ataques em infraestruturas críticas podem ficar ainda mais comuns. Os hackers tentarão 
afetar o fornecimento de energia, água, entre outros, como forma de protesto ou para obter 
ganhos financeiros. 
· Novos apelos serão feitos por mais apoio governamental para a cibersegurança. Em 
particular, os formuladores de políticas públicas estarão focados na proteção dos sistemas 
federais de TI, no avanço da implantação de tecnologias cibernéticas mais resistentes e no papel 
de uma política preventiva e de defesa ativa nos Estados Unidos. Surgirão também pedidos para 
o desenvolvimento contínuo de padrões e diretrizes da indústria e, possivelmente, programas de 
certificação para dispositivos IoT que estão se transformando rapidamente em um novo campo de 
batalha. 
Disponível em: <http://cio.com.br/opiniao/2017/01/18/panorama-de-seguranca-em-2017-mais-ataques-novas-tecnologias-de-defesa/> 
Acesso em 12 abril 2017. Adaptado. 
Em plena era tecnológica a palavra de ordem é segurança. Como navegar na internet 
sem se expor aos riscos? Como impedir ameaças? Uma dica, bastante simples, seria 
fazer uma leitura atenta e crítica das informações. Veja a seguir! 
Circuitos Digitais: as fraudes e golpes na internet e como se proteger 
 
Painel tratou sobre vulnerabilidade on-line - André Uzal 
18 
 
A tecnologia viabiliza avanços em diversas áreas de conhecimento, mas também acaba sendo o 
motor para a aplicação de golpes on-line, ataques cibernéticos e para a proliferação de links 
maliciosos, que levam as pessoas a serem enganadas na web. As fraudes e os golpes aplicados 
na internet foram tema do painel que encerrou a segunda edição do Rio Circuitos Digital. A 
discussão sobre as fraudes na internet e as formas de se proteger desse risco contou com a 
participação de Emilio Simoni, gerente de segurança da PSafe, e de Fidel Beraldi, gerente de 
riscos e fraudes da Moip, e foi mediada pela editora do GLOBO Luciana Casemiro. O evento Rio 
Circuitos Digitais é uma realização do jornal O GLOBO, apresentado pelo Sistema Fecomércio RJ, 
por meio do Sesc RJ e do Senac RJ. 
Um tipo de ataque que vem crescendo muito no Brasil, de acordo com Simoni, são as falsas 
promessas de vantagens em jogos e serviços em troca do compartilhamento de um link. Ele citou 
exemplos como o golpe do FGTS, em que a vítima teria que compartilhar um link com outras dez 
pessoas para consultar o saldo e um link falso de personalização do WhatsApp que precisa ser 
compartilhado com dez contatos para funcionar. — Estamos sofrendo um boom de golpes que 
envolvem falsas promessas. O compartilhamento desses links leva a milhões de acessos e, 
depois de acessar esse link, a pessoa pode baixar um vírus ou se cadastrar para receber SMS 
pago. O Brasil tem a maior quantidade rackers do mundo e eles são os mais criativos, criam 
coisas que ninguém imagina — disse Simoni. 
Outro tipo de fraude citada por Simoni é praticada por pessoas que criam um perfil falso nas redes 
sociais com o objetivo de atrair homens e mulheres para conseguir dados pessoais e fotos íntimas 
para fazer chantagem com essas informações. — É um tipo de ataque que as pessoas ficam 
constrangidas de denunciar porque elas mesmas deram as informações sigilosas. Então o número 
de ataques é muito maior do que o contabilizado — alertou. 
Para se precaver dessas ameaças on-line, a dica de Simoni é instalar um software de proteção. 
Porém, segundo ele, mais importante do que o programa de segurança é a conscientização do 
usuário na web, não compartilhando dados pessoais e não clicando em links suspeitos. — Os 
bancos não enviam nada por SMS no Brasil, então se vier algum link, pode ignorar. Mesmo vindo 
de pessoas conhecidas, as pessoas têm que desconfiar de links recebidos via WhatsApp e pelas 
redes sociais. Promoções muito boas devem ser alvo de desconfiança e os dados de cartão de 
crédito só podem ser colocados em sites de confiança ou de grandes empresas. As pessoas 
também postam tudo para os ladrões e rackers nas redes. É preciso ter consciência de que os 
seus dados são sigilosos e não podemser colocados em qualquer site ou em redes sociais — 
alertou. 
As transações feitas via e-commerce também são palco de golpes e fraudes na internet, tanto 
para consumidores quanto para as empresas. Segundo Beraldi, gerente de riscos e fraudes da 
Moip, o índice de perdas por fraude via e-commerce no Brasil só é menor do que o do México. — 
Os rackers costumam agir em áreas de risco, sistemas fracos, com brechas. Para combater a 
fraude, a empresa precisa ter uma plataforma de risco, se está operando na internet, para analisar 
pedidos em tempo real e o comportamento dos consumidores. Alguns produtos são mais 
atraentes para os fraudadores, como os celulares — explicou. De acordo com Beraldi, o cartão de 
crédito é a forma mais segura de se evitar golpes em compras on-line. Segundo ele, a taxa de 
aprovação dessa forma de pagamento on-line é de 84%. — A pessoa é apenas portadora do 
cartão, ele é do banco. Então a qualquer momento o banco pode tirar o cartão da pessoa, então 
dá segurança para isso. Para aproveitar as oportunidades da venda de produtos on-line sem ter 
prejuízo com compras fraudulentas, Beraldi explicou que é preciso buscar sempre o equilíbrio na 
gestão de riscos da empresa. — É preciso evitar a perda de receita, proteger os clientes e ao 
mesmo tempo focar na experiência que eles vão ter e na conversão de vendas. Não se pode 
penalizar os bons clientes porque a fraude é a menor parte do mercado on-line —avaliou. 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/circuitos-digitais-as-fraudes-golpes-na-internet-como-se-proteger-
21818701> Acesso em: 27 set 2017. 
19 
 
O anonimato e o fato de estar atrás de um computador faz com que usuários, ao 
navegarem pela internet, tenham a impressão de estarem entrando em uma terra onde 
tudo é permitido. Todavia, especialistas advertem que as condutas praticadas pela 
internet têm, sim, enquadramento penal e podem levar à cadeia. Fique por dentro! 
 
Conduta criminal na internet 
 
Internautas têm a falsa impressão de que a web não possui legislação para coibir abusos. Crimes on-line são previstos 
em leis já existentes 
 
Themys Cabral 
 
 “Existe uma visão equivocada de que não existe uma legislação que atende à internet”, critica o 
delegado-titular do Núcleo de Combate aos Ciber Crimes (Nuciber), Demétrius Gonzaga. “Essa 
falsa sensação de anonimato, por estar atrás de um computador e não ter contato direto com a 
vítima, faz com que pessoas, que não teriam coragem de praticar um crime na vida real, façam 
pela internet”, afirma Rony Vainzof, advogado-sócio da Ópice Blum e professor de Direito 
Eletrônico da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Universidade Mackenzie e 
Escola Paulista de Direito. “Há pessoas que têm uma conduta ética e transparente na vida 
pessoal, mas na internet não”, diz Vainzof. De acordo com os especialistas, o que importa é a 
conduta prevista na legislação penal e não o meio usado para cometer o crime. Com isso, as 
penas a crimes previstos no Código Penal e outras legislações penais também são aplicadas 
àquelas condutas cometidas na internet. Por isso, advertem os especialistas, é preciso pensar 
bem antes de colocar qualquer coisa na internet. “Fica um rastro eterno do pensamento ali, com 
uma exposição mundial e de fácil propagação”, lembra Vainzof. 
 
Comunidades 
 
As comunidades do tipo “eu odeio”, em redes sociais, exemplifica Gonzaga, podem se tornar um 
risco. Um passo em direção ao abuso e ao crime. “O usuário entra nessas comunidades e depois 
passa a assumir condutas de dimensões maiores, estimular a violência e, com o tempo, pode 
chegar até a matar.” Até comunidades de fofocas podem virar caso de polícia. O episódio que 
envolveu a morte do estudante de Educação Física, Thiago Arruda, 19 anos, de Ponta Grossa, é 
um exemplo. Ele foi alvo de ataques em uma comunidade do Orkut, cujo único propósito era fazer 
fofocas e intrigas sobre os moradores da cidade. O rapaz foi chamado de homossexual e pedófilo 
e recebeu mensagens que diziam que pessoas como ele deveriam morrer e não poderiam 
conviver com a humanidade. Os boatos atravessaram as paredes virtuais e Arruda acabou 
agredido e hostilizado pelas ruas da cidade. Em março de 2008, o rapaz, não suportando mais as 
humilhações, deixou recados na internet dizendo que se mataria caso as acusações 
continuassem. Como resposta dos membros da própria comunidade, ele recebeu incentivos e 
orientações sobre a melhor forma de cometer suicídio. No dia seguinte, Arruda foi encontrado 
morto, dentro de um carro na garagem de sua casa. “Isso é claramente o crime de instigação ao 
suicídio”, diz Gonzaga. 
 
Leis só precisam de ajustes 
 
A legislação penal existente dá conta de atender a sociedade hoje, de forma geral, quando o 
assunto são crimes cibernéticos, dizem os especialistas. De acordo com eles, apenas alguns 
ajustes e atualizações pontuais seriam suficientes para adequar o que existe hoje. “Cerca de 95% 
20 
 
do que acontece hoje já tem previsão específica”, afirma Rony Vainzof, advogado e professor de 
Direito Eletrônico. Vainzof defende que falta hoje uma previsão específica contra a “disseminação 
de código malicioso”, ou seja, de vírus, e também contra a violação de domicílio eletrônico. Além 
disso, frisa o especialista, seria interessante a previsão de aumento de pena para alguns crimes 
quando cometidos pela internet, como dos crimes contra a honra e de concorrência desleal. 
 
O delegado-titular do Núcleo de Combate aos Ciber Crimes (Nuciber), Demétrius Gonzaga, 
defende a necessidade de previsão de um crime paralelo ao existente hoje de vilipêndio 
(desrespeito) a cadáver. “O vilipêndio a cadáver está ligado às cinzas e ao corpo. Precisaria de 
algo contra a fotografia exibida e propagada.” Gonzaga é um dos colaboradores da Comissão de 
Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, que tem por objetivo propor melhorias na 
legislação em relação a crimes na internet. Veja exemplos de crimes que podem ser cometidos 
também pela internet: 
 
Discriminação ou preconceito 
 
O crime previsto no 2º parágrafo do artigo 20 da Lei 7.716/89 pode ser cometido com a 
propagação de uma mensagem em uma rede social ou um e-mail com conteúdo discriminatório. 
Quando se usa um meio de comunicação social, como a internet, a pena é maior: de dois a cinco 
anos de prisão. 
 
Calúnia, injúria e difamação 
 
Os crimes previstos nos artigos 138, 139, 140 do Código Penal, têm a pena aumentada em um 
terço quando ocorre na presença de várias pessoas ou por meio que facilite o ilícito. A internet é 
exemplo de meio que facilita o crime. 
 
Ameaça 
 
O crime previsto no artigo 147 do Código Penal também pode ser cometido pela internet. A pena é 
de um a seis meses. 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
 
Uma inconsequente brincadeira de mal gosto na internet pode configurar crime. Instigar alguém a 
cometer suicídio é crime previsto no artigo 122 do Código Penal e pode ser cometido pela internet. 
Se o suicídio se consuma a pena é de dois a seis anos. Se a tentativa resultar lesão corporal 
grave, a pena é de um a três anos. 
 
Falsa identidade 
 
Usar uma falsa identidade para obter vantagem ou causar dano é crime previsto no artigo 307 do 
Código Penal. Portanto, ao usar uma falsa identidade para falar mal de alguém ou para ter acesso 
a algum tipo de informação, o internauta pode estar cometendo um crime. A pena é de três meses 
a um ano. 
 
 
 
 
21 
 
Violação de segredo profissional 
 
O crime previsto no artigo 154 do Código Penal pode ser cometido pela internet se ela for usada 
como meio para que um dado confidencial de uma empresa seja transmitido. A pena é de trêsmeses a um ano. 
 
Concorrência desleal 
 
O crime previsto no artigo 195 da Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96) é semelhante ao 
anterior, mas neste caso há a intenção de praticar uma concorrência desleal. A pena é de três 
meses a um ano. 
 
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conduta-criminal-na-internet-b12u1kzjnevh747tptbf4421a Acesso em: 
16 ago 2016. Adaptado. 
 
Por falar em tecnologia, queremos tratar das mudanças econômicas advindas da 
intersecção entre as tecnologias. Será mesmo que as marcas que se prepararem melhor 
para obter esse tipo de inteligência estarão à frente dessa nova era? Serão estas as 
empresas do futuro? 
Big Data e Internet das Coisas serão motores de uma nova economia 
 
Para Edouard Hieaux, Country Manager no Brasil da AT Internet, 
as tecnologias vão "impulsionar a personalização de produtos e serviços”. 
 
A combinação de Big Data e Internet das Coisas deverá gerar o surgimento de uma nova 
economia baseada na personalização de produtos e serviços, influenciando inclusive o 
desenvolvimento de produtos customizados que saem das lojas conectados o tempo todo. 
A previsão é de Edouard Hieaux, country manager para o Brasil da AT Internet, empresa global de 
Digital Analytics. Segundo Hieaux, a capacidade de analisar os dados gerados pelos 
consumidores será fator de diferencial competitivo entre concorrentes, ganhando aquele que tiver 
mais recursos de analytics. Confira abaixo os destaques da entrevista de Hieaux. 
Analytics e futuro corporativo 
"No mundo dos negócios neste início de século XXI, extrair inteligência dos números se tornou 
fator crítico de sucesso. Embora para alguns setores a análise de dados seja uma necessidade já 
há algum tempo, a novidade é que, com o avanço da tecnologia e o aumento da concorrência, 
22 
 
esta competência agora é determinante no mercado em geral. E com um nível de exigência cada 
dia mais elevado, com ferramentas e métodos de mensuração extremamente sofisticados." 
"Muitos se perguntam “para onde os dados vão nos levar ?” É uma questão pertinente porque as 
respostas indicam caminhos que vão definir a estratégia das empresas daqui para frente. Um dos 
reflexos diretos da importância estratégica dos dados nos negócios é que setores inteiros da 
economia estão sendo radicalmente transformados por eles. E esse movimento deve se acentuar 
com a convergência entre Big Data e Internet das Coisas." 
Intersecção das tecnologias 
"O impacto para as empresas é grande. A Internet das Coisas é assim chamada por conectar à 
rede objetos e máquinas diversos, como eletrodomésticos, vestuário, meios de transporte, 
sistemas de empresas, relógios e eletroeletrônicos, além de computadores e 
smartphones. Integrados a sistemas operacionais, eles funcionam como extensão dos 
smartphones e facilitam acesso a aplicativos e email." 
"Além disso, podem coletar informações sobre trânsito e localização, previsão do tempo, atender 
a chamadas telefônicas sem que se tire o celular do bolso e monitorar batimentos cardíacos. 
Assim, em breve não haverá mais barreiras entre os mundos físico e digital. Conectados por meio 
de dispositivos que se comunicam entre si, eles se tornarão um só. Os veículos modernos, aliás, 
hoje já são uma espécie de data centers móveis, tamanha a sofisticação dos softwares 
embarcados. " 
Como lidar com tantos dados 
"Se não houver inteligência no processo de análise, não servirão para nada. É aí que entra o Big 
Data. Decupar (recuperar mais) essa imensa quantidade de informações que circula entre 
equipamentos e pessoas e apenas entre as máquinas é o ouro do século XXI." 
"Nesse cenário, o principal desafio será a escolha e o gerenciamento dos diferentes métodos de 
análises de dados. O ponto de partida para lidar com esse universo infindável é definir os 
objetivos da estratégia digital da companhia. O gestor deve avaliar qual o diferencial de sua marca 
e o posicionamento buscado - e onde quer chegar." 
"Outro ponto importante é internalizar a inteligência e a estratégia. De nada adianta imaginar que 
um software de analytics resolverá todos os problemas. Ele é como um foguete: sobe, mas 
precisa de bons pilotos para levar ao destino correto." 
Personalização inimaginável 
"Embora o mercado ainda esteja no início desse processo, de uma coisa não há dúvidas: as 
marcas que se prepararem melhor para obter inteligência a partir das informações geradas pelos 
consumidores nesse novo ambiente, onde há internet em tudo, inclusive no corpo, estarão na 
dianteira dessa nova era. Estas serão as empresas do futuro." 
Disponível em: <http://computerworld.com.br/big-data-e-internet-das-coisas-serao-motores-de-uma-nova-economia> Acesso em: 02 
out 2017. 
 
23 
 
 
 
 
IDC 
 
Você sabia que a sua babá eletrônica poder ser usada para 
te espionar? E que a sua televisão pode monitorar seus 
hábitos de consumo? Estas perguntas podem parecer sem 
lógica em um primeiro momento, mas a era da Internet das 
Coisas – que conecta qualquer equipamento à Internet – 
aponta uma preocupação crescente relacionada à segurança 
online e privacidade das pessoas. 
 
Confira mais informações no link: 
http://www.focadoemti.com.br/tag/internet-das-coisas-entenda/ 
 
A tecnologia nem sempre precisa se apresentar como ameaça, perigo e medo. Ela pode 
ser instrumento de realização. O texto que segue é uma prova de que a tecnologia pode 
ser humanizadora além de promover maior qualidade de vida! 
Tecnologias que ajudam deficientes no ambiente de trabalho 
Marina Pita 
Os profissionais com deficiência contam com a ajuda de serviços e produtos para se adaptarem 
ao ambiente de trabalho. Listamos aqui algumas soluções utilizadas nos escritórios, 
principalmente para facilitar quem trabalha com computadores. 
Mouse de cabeça 
O mouse de cabeça foi desenvolvido pela Indra Tecnologias Accesibles, uma organização que 
desenvolve sistemas e dispositivos para pessoas com deficiência. Ele consiste em um sistema 
que ligado a uma webcam que identifica os movimentos faciais para movimentar o mouse na tela 
do computador. São necessários movimentos leves para mudar o cursor na tela e os cliques são 
realizados quando o usuário abre e fecha a boca. O software, que pode ser baixado grátis na 
página http://www.tecnologiasaccesibles.com/pt da instituição, ajuda pessoas com deficiência 
motora ou com restrição de movimentação. 
Telefone para deficientes auditivos 
O telefone para pessoas com deficiência auditiva, denominado pela Anatel como TTS - Terminal 
Telefônico para Surdos - é um sistema de comunicação telefônico onde pode-se digitar 
mensagens em um teclado e visualizar em uma tela as mensagens enviadas e recebidas. Através 
dele, o usuário poderá se comunicar em tempo real com outro Telefone para Surdos por meio de 
ligação direta ou qualquer telefone fixo ou celular, com auxílio da Central de Intermediação Surdo 
Ouvinte (142). 
Impressora de textos em braile 
A impressora braile permite que pessoas com deficiência visual possam, por exemplo, imprimir 
gráficos, diagramas e imagens para analisá-los. 
 
24 
 
Ampliador de textos 
O ampliador Ruby aumenta textos em até 14 vezes para pessoas com visão reduzida. Sua 
pequena dimensão é pensada para que seja portátil. 
Navegador em braile 
O Focus 40 Braille permite a navegação em ambiente Windows e na internet de forma mais 
agradável ao deficiente visual. As suas configurações são facilmente controladas a partir do 
software JAWS®. A localização das teclas e o desenho das células Braille facilita a navegação. O 
modelo conta com Bluetooth. 
Disponível em: <https://www.terra.com.br/economia/terra-da-diversidade/veja-tecnologias-que-ajudam-deficientes-no-ambiente-de-
trabalho,a108b920548da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>Acesso em: 25 set 2017. 
O texto trata de um dos grandes desafios da era tecnológica: agregar valor ao processo 
educacional brasileiro. Gestores, professores e alunos são desafiados a aprimorarem 
suas ações e estratégias com vistas ao aprimoramento, inovação, integração e ao 
despertamento da curiosidade e das novas descobertas! 
Oito motivos para usar tecnologia em benefício da educação 
Aline Caron 
Usar ou não usar novas tecnologias no dia a dia escolar já não é mais a questão. Afinal, o uso da 
tecnologia faz parte da vida das novas gerações fora da sala de aula e, por isso, a sua 
aplicação em benefício da educação pode ser considerada um importante caminho para 
aumentar o dinamismo das aulas. Nesse contexto, o importante é saber como integrar as novas 
formas de ensinar e aprender ao planejamento e ao currículo escolar. 
Mas, para chegar lá, que tal conhecer alguns benefícios que estas ferramentas pedagógicas 
digitais oferecem, tanto para o seu plano de aula, como para melhorar o desempenho dos seus 
alunos? 
Selecionamos oito motivos, entre benefícios, vantagens e curiosidades sobre o uso da tecnologia 
na educação. Confira! 
1. Aprimorar a qualidade da educação: proporcionando novos caminhos para o ensino e 
aprendizagem, além de novas metodologias, formando educadores e os ajudando a descobrir 
estratégias inovadoras para o aperfeiçoamento do processo educacional. 
2. Ajudar a elevar os índices de desenvolvimento da educação básica: para que, em 2022, o 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), oferecida nas escolas públicas brasileiras, 
alcance a meta proposta pelo Ministério da Educação (MEC) de 6,0. 
3. Tornar as aulas mais atraentes e inovadoras: ampliando possibilidades para alunos e para 
professores e transformando a aprendizagem, tornando-a mais motivadora e significativa. 
4. Contribuir para a diminuição das reprovações e da evasão escolar: auxiliando os alunos 
com facilidades ou dificuldades de aprendizagem através da educação personalizada, e 
despertando o interesse deles para os estudos. 
5. Aumentar a integração e o diálogo entre alunos e professores: incentivando a 
autoconfiança, afetividade, autonomia e socialização entre docentes e discentes. 
25 
 
6. Auxiliar na melhoria do desempenho dos alunos: ampliando a sala de aula para fora do 
horário e do ambiente escolar, e melhorando, inclusive, a produtividade na lição de casa. 
7. Estimular alunos a aprenderem e a ensinarem: aumentando, também, o diálogo com a 
família, em casa, sobre os assuntos vistos em aula. 
8. Despertar a curiosidade e as novas descobertas: estimulando novas experiências através 
da cultura digital, construindo novas competências e contribuindo para o desenvolvimento de 
crianças e adolescentes. 
Fontes: TIC Educação 2013, Unesco, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). 
Disponível em: <https://www.positivoteceduc.com.br/blog-inovacao-e-tendencias/motivos-para-usar-a-tecnologia-na-educacao/>. 
Acesso em: 25 set 2017. 
Agora, imagine as crianças das próximas gerações sendo alfabetizadas por “robôsprofs”. 
Essa possibilidade é, no mínimo, instigante. Dependendo do ponto de vista, pode soar 
assustadora, sobretudo, levando-se em consideração a importância de se fazer da sala 
de aula um lugar em que o calor humano, o olhar do professor nos olhos do aluno e a 
afetividade são fatores que favorecem a aprendizagem e a formação humana em sua 
essência. Poderia um robô suprir essas necessidades? Até que ponto esse tipo de 
tecnologia será benéfica no processo ensino-aprendizagem? Os benefícios compensarão 
as perdas? Este e o próximo texto sugerem algumas respostas esclarecedoras... 
Sobretudo, com relação ao que nos propõe o texto “Como unir as novas gerações e a 
tecnologia com as necessidades humanas?”, há muitas outras questões que requerem a 
urgência da nossa atenção e, principalmente, da nossa ação... 
Robôs poderão substituir professores em breve 
Pesquisador da Universidade de Buckingham defende que máquinas de inteligência artificial estarão prontas para dar 
aulas em 10 anos 
Pâmela Carbonari 
 
Esqueça as ficções apocalípticas à la Steven Spielberg 
que precedem o futuro distópico em que robôs 
substituem humanos. Se as previsões de Anthony 
Seldon, vice-reitor da Universidade de Buckingham, na 
Inglaterra, se concretizarem, máquinas de inteligência 
artificial poderão fazer o trabalho dos professores em 
sala de aula dentro de dez anos – sem nenhum Big 
Bang contemporâneo. 
Mas isso não quer dizer que não haverá revolução. Para 
o pesquisador, os “robôsprofs” que adaptam diferentes 
métodos de comunicação e ensino para cada criança 
vão nos obrigar a rever os conceitos tradicionais de 
pedagogia e a repensar os sistemas de educação que 
temos hoje. O cenário das salas de aula com máquinas 
capazes de ensinar está descrito no livro The Fourth 
Revolution: How Artificial Intelligence is Changing the 
Face of Learning (“A quarta revolução: como a 
26 
 
inteligência artificial está mudando a cara do aprendizado”, em livre tradução), ainda sem título em 
português. 
O acadêmico defende que a primeira revolução foi quando o ser humano aprendeu como 
sobreviver, desenvolvendo habilidades de caça, cultivo de alimentos e construção de abrigos. Já a 
segunda se refere ao compartilhamento organizado dos conhecimentos até então dominados pelo 
homem. A terceira revolução foi marcada pela invenção da impressão e a quarta será quando 
crianças forem ensinadas, cada uma no ritmo, por máquinas de inteligência artificial. 
Seldon, autor do livro, afirma que programas capazes de ler o cérebro e as expressões faciais dos 
alunos estão sendo desenvolvidos no Vale do Silício, e essa pode ser uma oportunidade para 
democratizar a educação de qualidade para o maior número de estudantes possível. “Todo mundo 
vai poder ter o melhor professor e de maneira completamente personalizada. O software estará 
com você durante toda a sua jornada na escola”. 
Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/robos-poderao-substituir-professores-em-breve/> Acesso em: 03 out 2017. 
 
Como unir as novas gerações e a tecnologia com as necessidades 
humanas? 
Rejeitar o avanço digital seria não somente uma luta fadada à derrota, mas também um desserviço para nós mesmos. 
Fernanda Furia, mestre em psicologia de crianças e Adolescentes pela University College London, na Inglaterra, consultora de 
inovação em psicologia e educação e fundadora do Playground da Inovação – blog e consultoria para projetos que integram psicologia, 
inovação, educação, tecnologia e ciência do brincar. 
Neste mundo tão complexo no qual 
vivemos, dois cenários impactantes 
merecem a nossa atenção: de um lado, o 
crescente e desenfreado avanço 
tecnológico e, do outro, um aumento 
significativo dos transtornos emocionais e 
das taxas de suicídio em crianças, 
adolescentes e adultos ao redor do 
mundo. Inúmeras causas favorecem esse 
elevado índice do sofrimento humano. 
Crises políticas, condições climáticas 
hostis, terrorismo, violência em vários 
formatos e baixa qualidade de vida nos 
grandes centros são alguns fatores que 
tornam o mundo mais instável e 
ameaçador para a maioria das pessoas. 
Mas, existe uma característica específica dos dias de hoje que agrava ainda mais a situação: o 
excesso de tecnologia que está pouco a pouco nos desconectando das reais necessidades 
humanas. Muitas ferramentas digitais têm nos afastado de nós mesmos, da dor dos outros, da 
autorreflexão, do contato humano, do toque afetivo e da comunicação emocional que nos trazem 
tanto aconchego e tranquilidade. É essa interação humana que nos dá esperança e força para 
enfrentar os crescentes desafios da vida. 
E por que precisamos nos preocupar? Porque uma nova onda de tecnologias ainda mais 
complexasirá invadir o nosso cotidiano em um futuro muito breve. A cada vez mais falada “Quarta 
Revolução Industrial” foi um dos temas do encontro do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, em 
janeiro de 2016. Discussões como: “A vida em 2030: Humanidade e Máquina”, “Introduzindo 
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Inteligência Emocional na Inteligência Artificial” e “Permanecendo Humano” chamam a nossa 
atenção para o lado existencial das inovações tecnológicas. 
Esta nova revolução industrial é pautada por uma economia mediada pela mobilidade, pela alta 
conectividade e por tecnologias digitais muito complexas que dissolverão as diferenças entres os 
seres humanos e as máquinas. É uma revolução não somente tecnológica, mas social, econômica 
e, acima de tudo, humana, pois transformará profundamente a maneira com que nos 
relacionamos com tudo ao nosso redor: trabalho, natureza, coisas, pessoas e máquinas. 
Inteligência artificial, internet das coisas, big data, biotecnologia e computação quântica são 
palavras que soam ainda muito distantes para a maioria das pessoas e que parecem sair de um 
filme de ficção científica. Mas, na verdade, já estão inseridas em nossas vidas. 
A Quarta Revolução Industrial promete um desenvolvimento importantíssimo para a humanidade. 
Mas pode representar também perigos significativos para os seres humanos. Robôs super 
inteligentes que auxiliam idosos, ferramentas digitais que monitoram a saúde, aplicativos que 
ajudam crianças com inúmeras dificuldades e dispositivos digitais que minimizam problemas 
sociais graves são exemplos da boa tecnologia que traz benefícios emocionais e que alivia a dor 
humana. 
Ao mesmo tempo, essa nova onda de evolução tecnológica irá nos impor desafios bem 
complexos. Substituição dos homens por máquinas, falta de privacidade, violência cibernética e 
dilemas éticos difíceis de serem contornados são alguns exemplos. Trabalhos que hoje estão bem 
consolidados simplesmente não existirão mais e outras profissões ainda inimagináveis surgirão. 
Rejeitar o avanço digital seria não somente uma luta fadada à derrota, mas também um 
desserviço para nós mesmos. Precisamos abraçar o avanço, refletir a respeito e agir no sentido 
de integrar as novas tecnologias às reais necessidades humanas dentro deste universo em 
constante transformação. 
Áreas relativamente novas da ciência estão surgindo para inserir as emoções nas pesquisas em 
inteligência artificial. As chamadas Inteligência Emocional Artificial e Computação Afetiva 
desenvolvem máquinas capazes não só de entender e de sentir as emoções como também de se 
comportar de maneira emocionalmente inteligente em diferentes situações. Em outras palavras, 
robôs começam a ter coração e a sentir o ambiente com o objetivo de nos ajudar a interagir com o 
nosso meio de um jeito mais seguro e saudável. 
Por exemplo, alguns softwares já conseguem mapear uma gama enorme de emoções de milhares 
de pessoas em todo mundo para criar produtos e serviços em várias áreas. Robôs super 
inteligentes e muito parecidos com os seres humanos estão sendo desenvolvidos para auxiliar em 
tarefas cotidianas. E carros começam a ter sensores para mapear o nosso estado de humor e 
ativar dispositivos de segurança quando necessário. 
Muitos especialistas na área de robótica e de inteligência artificial acreditam que dentro de vinte 
anos esses super robôs conviverão conosco naturalmente, em várias esferas da sociedade. Isso 
significa que as crianças pequenas de hoje entrarão no mercado de trabalho dentro desse 
contexto e terão de lidar com esses tipos de desafios. 
Este assunto é bem polêmico e não pode ficar restrito aos meios acadêmicos. Temos de 
desenvolver tecnologias para entendermos melhor sobre nós mesmos e sobre os outros. 
Tecnologias que nos ajudem a ter mais consciência sobre a nossa mente, sobre quem somos e 
sobre quais caminhos queremos seguir para evoluirmos como humanidade. 
Resgatar uma boa conversa, observar mais o comportamento das pessoas, ter encontros 
presenciais com qualidade e ter mais contato com a natureza são atitudes diárias urgentes nesse 
cenário ultra tecnológico. Mas temos de ir além disso para abrir novos caminhos e ampliar as 
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perspectivas para o desenvolvimento humano daqui para a frente. Precisamos nos perguntar: 
como preparar as novas gerações para lidar com esse cenário? E como ajudá-las a criar pontes 
para diminuir o abismo entre o desenvolvimento tecnológico e o humano? 
O novo contexto tecnológico aciona um enorme alerta para as escolas e para todos os adultos 
envolvidos na criação das crianças e adolescentes de hoje. Por isso, proponho aqui algumas 
maneiras práticas de integrar as novas gerações e a tecnologia com as necessidades humanas. 
Construir uma vida digital emocionalmente saudável 
Usar as redes sociais com responsabilidade e ética (cidadania digital), pensar sobre as nossas 
emoções enquanto navegamos na internet para usá-la a nosso favor e estabelecer uma relação 
de confiança entre adultos e crianças com relação ao uso das diferentes tecnologias. 
Aliar o “faça você mesmo” ao “faça, observe, sinta, reflita e comunique você mesmo” 
Estamos na era “maker”. Invente, ponha a mão na massa, teste, faça uma ideia acontecer, refaça 
várias vezes! Empresas e escolas já estão criando espaços maker e fablabs para estimular a 
criatividade e o desenvolvimento de produtos inovadores. O movimento maker é muito importante, 
ainda mais com os recursos aos quais temos acesso hoje, como impressoras 3 D, máquinas de 
corte a laser, kits de robótica etc. Porém, fazer algo sem observar nem refletir sobre o impacto 
dessa experiência no seu aprendizado, na sua vida e nas vidas de outras pessoas pode não 
somente esvaziar a vivência em si como pode também gerar muita ansiedade. O ciclo deve ser: 
fazer, observar, sentir, refletir, comunicar, refazer. 
Desenvolver tecnologias que favoreçam o autoconhecimento e o contato humano mais 
aprofundado 
As novas ferramentas digitais devem ajudar as pessoas a conhecer com profundidade as 
emoções e o impacto que têm nas nossas decisões diárias. Devem ainda nos informar sobre o 
comportamento das pessoas e sobre como usar a tecnologia para resolver problemas que geram 
sofrimento humano. 
Criar programas educacionais que desenvolvam uma reflexão sobre os avanços 
tecnológicos e o desenvolvimento humano 
Unir atividades maker e de programação de computadores com educação socioemocional e com 
conhecimento de inteligência emocional artificial. 
Integrar tecnologias de ensino personalizado ao aprendizado emocional 
Desenvolver plataformas adaptativas de ensino que mapeiem não somente o progresso cognitivo 
do aluno, mas também os seus estados emocionais durante o aprendizado. 
Estimular as crianças e os jovens a pesquisar sobre computação afetiva e inteligência 
emocional artificial 
Projetos dentro e fora da escola precisam integrar essas áreas de conhecimento com as situações 
ligadas à realidade das pessoas de diferentes contextos sociais e econômicos. 
Promover nas universidades iniciativas que integrem estudantes de psicologia, medicina, 
artes, design, engenharia e tecnologia da informação. 
Criar currículos mais criativos e interdisciplinares, que estimulem não somente o olhar de 
integração entre tecnologia e humanidade, mas que também promovam iniciativas concretas de 
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aplicação da tecnologia em contextos humanos. Enfim, os nossos tesouros como seres humanos 
são as trocas de olhares, os arrepios na pele e os frios na barriga que sentimos quando 
vivenciamos encontros mágicos entre amigos e amores. A tecnologia deverá, portanto, facilitar 
cada vez mais estes encontros para que não corramos o risco de nos perder de nós mesmos. 
Disponível em: <http://www.arede.inf.br/3419-2/> Acesso em: 09 out 2017. 
Além de “robôsprofs”, segue a notícia de outro avanço tecnológico controverso: o 
reconhecimento

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