Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Primeiros Anos da Ditadura: 1964-1967 Objetivos Avaliar o contexto político, econômico e social do golpe militar Avaliar o contexto político, econômico e social a implantação do PAEG Mônica Yukie Kuwahara Contexto político econômico Marcado pela instabilidade política Marcado pela instabilidade econômica Marcado pelo acirramento do conflito leste-oeste, após revolução cubana Início do bloqueio a Cuba em 22/10/62 Mônica Yukie Kuwahara Antecedentes políticos do golpe... De janeiro a junho de 1963 o conflito político tendeu à polarização Nomeação de Carvalho Pinto como ministro da fazenda e fim do Ministério do Planejamento não apenas marcam fim do Plano Trienal, mas a guinada para o conservadorismo monetário e político Mônica Yukie Kuwahara Crises políticas: De setembro a outubro de 1963 12 de setembro, fuzileiros, sargentos e soldados da Aeronáutica e da Marinha se revoltaram em Brasília, tentando assumir o controle do governo Em outubro, Jango pede “estado de sítio”, com receio de golpes, retirando-a em seguida Tentativa de prisão de Lacerda Mônica Yukie Kuwahara A organização dos militares Em outubro de 1963, começa a se organizar uma conspiração que se auto denominava defensiva. Defensores da constituição e contrários ao fechamento do congresso (Castelo Branco) Estes Moderados se aproximam dos golpistas a partir de outubro, pois a maioria moderada começa a acreditar que Jango se aproximara da esquerda radical e que levaria o Brasil para uma convulsão social Mônica Yukie Kuwahara Rumo ao golpe Crise financeira sem qualquer política coerente Carvalho Pinto não encontrara meios não inflacionários para cobrir os aumentos salariais e os déficits federais As mudanças na política de compras do governo não resultaram nos esperados efeitos de incentivar o setor privado Fracasso na negociação da dívida externa Mônica Yukie Kuwahara O 13 de março - os decretos Um decreto que nacionalizava refinarias particulares (de K privado nacional) e outro, que declarava sujeitas a desapropriação todas as propriedades que ultrapassassem cem hectares localizadas numa faixa de 10 Km à margem de ferrovias e de rodovias federais e as terras de mais de 30 ha situadas em zonas de bacias de irrigação dos açudes públicos federais. Mônica Yukie Kuwahara O 13 de março – o comício O comício, quando foram anunciados os decretos, foi entendido como um claro sinal de que João Goulart voltara- se para a esquerda radical, ao atacar o princípio da propriedade privada tanto no setor industrial quanto na zona rural. Mônica Yukie Kuwahara 19 de março – a classe média se manifesta A “Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade” – 500 mil em São Paulo Frente Patriótica Civil e Militar (1962 – Lacerda e Gal. Odílio Denis, Almirante Sílvio Heck e Júlio de Mesquita Filho) O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) articulam empresários, intelectuais e jornalistas, produzindo análises, artigos e recolhendo fundos para ações contra a esquerda (Cel Golbery do Couto e Silva) Mônica Yukie Kuwahara 20 de março A conspiração militar toma vulto Mensagem do Chefe do Estado Maior do Exército (Castelo Branco): “O povo brasileiro está pedindo ditadura militar ou civil e Constituinte? Parece que ainda não?” 26 de março, revolta dos marinheiros a favor do Cabo Anselmo – anistia aos marinheiros e revolta do Clube Militar. 31/03/1964: GOLPE MILITAR Governo Castelo Branco (1964/1967) Ministério da Fazenda: Otávio de Gouveia Bulhões Ministério do Planejamento: Roberto Campos AI - 1 Ato Institucional nº 1 – 9 de abril de 1964 confere novos poderes ao executivo, embora afirmasse a validade da Constituição de 1946 Poderes: submeter emendas constitucionais ao congresso, decretar estado de sítio e prorrogá-lo até 30 dias sem aprovação do congresso, suprimir direitos políticos até por 10 anos, enviar projetos cujos gastos não podiam ser cortados pelo congresso O autoritarismo crescente..... Três fatores contribuíram Militares que participaram da queda de Goulart se transformam em censores ativos da vida política, convictos em evitar a linha populista A desorganização e o oportunismo da elite política A relativa apatia da sociedade civil PAEG PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO – lançado em nov/1964 Objetivo Geral: Correção do quadro de desequilíbrios que prevalecia na economia para restabelecer o crescimento PAEG Quais desequilíbrios? Da produção industrial Da distribuição regional, funcional e setorial da renda Do elevado déficit público Do balanço de pagamentos Da necessidade de ampliar o mercado consumidor Da inflação PAEG Inflação diagnosticada como “resultado da inconsistência da política distributiva”, concentrada em Gasto do governo > que impostos ou empréstimos públicos (redução na renda disponível) Incompatibilidade na propensão a consumir, devido aos salários, e da propensão a investir, decorrente das políticas de expansão de crédito. PAEG No diagnostico de Campos e Bulhões: “as três causas tradicionais da inflação brasileira: os déficits públicos, a expansão do crédito às empresas e as majorações institucionais de salários em proporção superior à do aumento de produtividade. Estas causas conduzem inevitavelmente à expansão dos meios de pagamento, gerando o mecanismo monetário de propagação da inflação” (REZENDE, 1999) PAEG Medidas para correção da inflação: Política Fiscal: Redução do déficit público, reduzindo gastos e aumentando receitas com auxílio de uma reforma tributária e aumento das tarifas públicas. Ao buscar o controle da inflação aumentando tarifas, o instrumento passou a ser denominado “inflação corretiva” PAEG Medidas para correção da inflação: Política monetária e creditícia restritiva, com aumento na taxa de juros reais, promovendo falências e insolvências que proporcionam capacidade ociosa para período seguinte Política salarial, baseada em uma análise do mercado de trabalho para manter a participação dos salários no PIB, impedir ajustamentos desordenados. Criam regras para a correção: Salários médio 24 meses x tx de produtividade x ½ da inflação projetada pelo governo para o ano seguinte PAEG Segundo Gremaud, o programa parece ter encarado a inflação como um mal inevitável quando da aceleração do crescimento, permitindo compreender a “aceitação” de mecanismos de CORREÇÃO MONETÁRIA (GREMAUD, 2002, p. 390) Gradualismo Reformas Institucionais Alguns problemas que levaram à crença na eficiência da correção monetária: - Inflação mais Lei de Usura (limite à taxa de juros) desestimulava a poupança (no sistema financeiro) - A lei do inquilinato, inflexível, desestimulava a aquisição de imóveis e, portanto, a construção - “desordem tributária” – tributação de lucros corroídos pela inflação ou estímulo ao atraso nos pagamentos Reforma Tributária Medidas: Correção monetária no sistema tributário Impostos que incidem sobre produto a cada transação (imposto em cascata) passam a ser baseados no valor adicionado , acreditando estar assim usando o impostocomo uma forma de incentivo ao desenvolvimento, desincentivando a integração vertical Mudança no espaço tributário (responsabilidades na arrecadação) e criação dos fundos de participação dos Estados e Municípios para a redistribuição regional da renda. Reforma Tributária Medidas: Mudança no espaço tributário (responsabilidades na arrecadação) e criação dos fundos de participação dos Estados e Municípios para a redistribuição regional da renda. Criação de fundos parafiscais: FGTS – substitui a estabilidade do emprego e serve de “lastro” para políticas de habitação PIS – poupança compulsória que, em tese, implicaria em “participação” dos trabalhadores nos resultados Resultados da reforma tributária Aumento da arrecadação – pela base e não pela alíquota Aumento da carga tributária Centralização: Subordinam-se estados e municípios às decisões federais em termos políticos, embora o gasto fosse descentralizado Do ponto de vista distributivo o sistema ficou regressivo Reforma Financeira OBJETIVO: permitir condições para condução independente da política monetária Reforma em quatro grandes frentes: introduzir a correção monetária, a criação de um órgão de regulação da política monetária (Conselho Monetário Nacional e Banco Central) a criação de um sistema de financiamento de longo prazo (BNH e SFN) e a reforma do mercado de capitais Reforma Financeira Correção monetária: Buscava estimular a poupança Permitira taxa de juros reais positivas A ORTN permitia estabelecer credibilidade e tornava viável um mercado mais ativo de títulos públicos, assim como operações de mercado aberto Reforma Financeira Estrutura do Sistema: O CMN substitui a SUMOC e passa a ser o órgão normativo da política monetária, definindo regras e metas para sistema Bacen assume antiga carteira de câmbio e redesconto do Banco do Brasil e torna-se agente executor da política monetária, controlando e fiscalizando o sistema Banco do Brasil faz compensações, depositário das reservas voluntárias e caixa do Bacen e do Tesouro Nacional – agente bancário do governo Reforma da Política Externa Incentivos fiscais – permitidos pela reforma tributária Buscar eliminar controles quantitativos Simplificação do sistema cambial Para atrair K estrangeiro: permitia a captação de recursos externos por empresas privadas e pelos bancos comerciais e de investimento Mudança na legislação para remessa de lucros Resultados do PAEG Redução da inflação Modesto crescimento do PIB Redução no crescimento industrial Aumento da capacidade ociosa Setores mais afetados: Têxtil, vestuário e calçados Construção civil Aumento da capacidade de arrecadação do Estado, permitindo a redução do déficit público Política salarial representou uma piora da distribuição de renda Aumento capitais externos Balanço de Pagamentos Brasil 1961-1969 -600 -400 -200 0 200 400 600 800 1000 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 va lor es e m U S$ b ilh õe s balança comercial conta corrente conta capital superávit ou déficit Enfim... PAEG foi pré condição, do ponto de vista da política econômica, do período posterior: “O milagre econômico brasileiro” que se dará de 1968 a 1973, com Delfim Netto no comando do Ministério da Fazenda. Bibliografia GREMAUD, A. & VASCONCELLOS, M. A. S & TONETO JR., R. Economia Brasileira e Contemporânea. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002 HERMAN, J. Reformas, Endividamento Externo e “Milagre” Econômico (1964-1973) In GIAMBIAGI, F. ; VILLELA, A. (orgs) Economia Brasileira Contemporânea (1945-2004). Rio de Janeiro: Campus, 2005, pp. 69-92. (Texto obrigatório e alvo da Resenha 7) RESENDE, A. L. “Estabilização e Reforma: 1964-1967” in ABREU (org) A ordem do Progresso. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
Compartilhar