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GCA – Análise de Alimentos I FIBRAS Até os anos 70 as fibras eram entendidas como componentes inertes dos alimentos que atravessavam o sistema digestório e eram eliminadas sem produzir efeitos no organismo humano (Sheeman). Atualmente, esse nutriente é de grande importância para a indústria de alimentos e bom funcionamento do trato digestório e da saúde como um todo. Fibras a)Suscetibilidade à degradação enzimática e bacteriana; b)Capacidade de fixar e absorver água e outras substâncias Propriedades das fibras alimentares Ocorrência Parede celular das células de tecido vegetal; Cimento intercelular; Secreção produzida como resposta a uma agressão; Cobertura de sementes para evitar a desidratação; Ocorrência Definição American Association of Cereal Chemistis (AACC) 2000: “ A fibra alimentar é a parte comestível das plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso . A fibra alimentar inclui polissacarídeos, oligossacarídeos, lignina e substâncias associadas à planta. A fibra alimentar promove efeitos fisiológicos benéficos, incluindo laxação e/ou atenuação do colesterol do sangue e/ou atenuação da glicose do sangue. As fibras alimentares são a soma de todos os polissacarídeos de vegetais da dieta (celulose, hemicelulose, pectinas, β-glucanos, gomas e mucilagens) além da lignina, que não são hidrolisados pelas enzimas do trato digestivo humano (Towel). As evidências do papel fisiológico das fibras dietéticas mostram uma associação entre a baixa ingestão de fibras e várias doenças altamente predominantes na civilização ocidental moderna (Burkitt). Efeitos benéficos da Fibra Alimentar (FA): Controla a motilidade gastrintestinal Interfere no metabolismo da Glicose e dos lipídeos Modula a atividade das bactérias intestinais Influencia na conc. de componentes tóxicos no cólon Equilíbrio do ecossistema do intestino grosso Contribui para a integridade da mucosa intestinal As fibras alimentares podem ser classificadas baseadas nas suas propriedades físicas e no seu papel fisiológico como: Fibra solúvel; Fibra insolúvel - Celulose - Hemicelulose - Cutinas, Ceras - Lignina - Produtos de Maillard - Amido resistente As fontes de fibras insolúveis incluem: As fibras externas de vegetais (ervilha, as fibras do milho, soja, trigo e seus farelos, hortaliças folhosas. FIBRAS INSOLÚVEIS (ESTRUTURAL) FIBRAS INSOLÚVEIS (ESTRUTURAL) BENEFÍCIOS Têm efeitos mecânicos sobre o trânsito intestinal. Elas não são fermentadas pela flora intestinal e são excretadas. Retém água, aumentando a massa fecal e o peso das fezes. Têm efeito de dar consistência ao bolo fecal, estimulando o peristaltismo intestinal e diminuindo o tempo de trânsito. FIBRAS SOLÚVEIS (NÃO ESTRUTURAL) - Pectinas - Β- glicanos - Gomas - Mucilagens - Hemiceluloses solúveis As fibras solúveis incluem: Fontes: Frutas cítricas, maçãs, abacate, hortaliças, cevada, aveia, centeio, produtos ricos em pectinas solúveis, a goma guar, a inulina e o amido resistente FIBRAS SOLÚVEIS (NÃO ESTRUTURAL) BENEFÍCIOS No cólon, são fermentadas e alteram a composição da flora intestinal e o metabolismo através da produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) Modificam a saciedade, o metabolismo dos carboidratos (reduzindo a resposta glicêmica), e o metabolismo dos lipídeos. Podem reduzir os níveis pós-prandiais de glicose, triglicerídeos e colesterol do sangue, o que as tornam importantes na dieta de diabéticos FIBRAS SOLÚVEIS (NÃO ESTRUTURAL) BENEFÍCIOS TECNOLÓGICOS São agentes espessantes e essa propriedade tende a aumentar a viscosidade do produtos processados. Substitutos da gordura Agente estabilizante Uso em produtos como: - Bebidas - Molhos - Sopas - Sobremesas - Derivados de leite - Massas - Pães - Biscoitos Agente emulsificante - Deve ser bem concentrada; - Não ter componentes anti-nutricionais; - Não comprometer a vida de prateleira do produto a ser adicionado - Apresentar boa proporção de fibra solúvel e insolúvel - Apresentar características sensoriais suaves; - Apresentar positivos efeitos fisiológicos; - Ser aceita pelo consumidor como um produto saudável; - Ter custo razoável Fibra Ideal: Métodos de Determinação de Fibra Fibra Detergente Neutro (FDN) Fibra Detergente Ácido (FDA) Fibra Alimentar Total Fibra Detergente Neutro (FDN) Pesagem da Amostra Amostra + Detergente (lauril sulfato de sódio + tampão) Refluxo a 100 C / 30 min. Filtração/Lavagem com água Lavagem com água quente/acetona Secagem em estufa até peso constante Pesagem Fibras Determina: celulose + hemicelulose + lignina Fibra Detergente Ácido (FDA) Pesagem da Amostra Amostra + detergente (brometo de cetilmetilamônio + H2SO4) Refluxo a 100 C Filtração/Lavagem com água Secagem em estufa até peso constante Pesagem FDA: - Determina Celulose, lignina e pequenas quantidades de hemicelulose e pectinas. - pH ácido destrói a hemicelulose. - Amostras com amido devem ser tratadas previamente com α- amilase Observações Os métodos de FDN e FDA são bons para estimar lignina, celulose e hemicelulose em rações, estes compostos são minoritários, assim, os métodos são aceitos para análises dessas amostras Fibra Alimentar - Método AOAC 985.29 Pesagem da amostra desengordurada Tampão (pH 8,2) + α-amilase (95 a 100 C por 15 min.) Resfriar/ Protease (60 C por 30 min.) Ajustar pH 4,0 a 4,7 / amiloglucosidase (60 C por 30 min.) Filtrar/reter fibra insolúvel Precipitar Fibra Solúvel em etanol Filtra e lavar com etanol e acetona Cadinho poroso 40 – 60 µm Secagem em estufa até Peso constante (RESÍDUO) Determinação de Proteína Determinação de cinzas Método AOAC 985.29 Mede o teor de fibra total FT = (peso do resíduo) – (teor de proteína + teor de cinzas) - Procedimento enzimático (simula a digestão) - Determina todas as frações da fibra - Pode superestimar valores devido à presença de interferentes como amido e proteínas desnatura- das pelo calor
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