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Política da Primeira Infância: Direitos Específicos à Criança

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POLÍTICA DA PRIMEIRA INFÂNCIA: DIMENSÕES DE DIREITOS ESPECÍFICOS NO ÃMBITO DE PROTEÇÃO INTEGRAL Á CRIANÇA
 Adriana Patrícia Fermiano¹
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo pesquisar acerca da ausência, conquistas e evoluções, dos direitos destinados as crianças e adolescente no decorrer da historia no Brasil. Importante apresentar uma contextualização do Direito da Infância, nos seguintes objetivos: Conhecer aspectos históricos e conceituais da proteção Integral ;Demonstrar a importância conceitual de Direitos Fundamentais; Analisar as inserções da denominada Lei da Primeira Infância (Lei nº 13.257 de 8 de março de 2016) sob a perspectiva crítica de complementação ou inovações de direitos específicos à criança. A importância da referida pesquisa é justamente na ampliação e divulgação do conhecimento do tema dos direitos específicos à criança, bem como expandir o conhecimento da comunidade jurídica e da comunidade em geral, para efetivação pratica garantindo tais direitos.
PALAVRAS CHAVES: Adolescente. Criança. Direitos. Políticas Públicas.
INTRODUÇÃO 
A pesquisa proposta versa sobre o tema Política da Primeira Infância: dimensões de Direitos Específicos no Âmbito de Proteção Integral à Criança. 
 A delimitação do tema compreende no estudo da análise a respeito das ausências, negligências e com isso a evolução no decorrer dos anos de direitos referente à criança e ao adolescente no Brasil, buscando elementos bibliográficos, comparando com a realidade para compreendê-las em seu momento histórico e se a real ou ausência de sua efetivação prática desses direitos nos dias atuais. Com esse objetivo, analisa-se a história dos direitos das crianças no Brasil que segue desde Período Colonial, imperial, junto a Lei do Ventre Livre, a Roda dos Expostos, o Primeiro Código de Menores de 1927, a Doutrina do menor em situação irregular, sua conquista até chegarmos na Doutrina da proteção integral e juntamente o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e a Lei Marco da Primeira Infância.
Pretende-se desenvolver o artigo com origem numa escolha definição do seu objeto a partir dos seguintes questionamentos: A politica da primeira infância conceituada pela lei 13.257/2016 traz direitos específicos inovadores à criança, no âmbito de sua proteção integral, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente , ou apenas conteúdos normativos complementares ?
A natureza da pesquisa é teórica/jurídico-critica, através da abordagem qualitativo-descritiva, cujo método a ser utilizado é o compreensivo, apresentação do tema abordado, a partir das consultas bibliográficas, sob a perspectiva indutiva.
I- HISTÓRICO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL
Ao estudar a história das políticas de atenção à criança no Brasil, deparamos com a exclusão durante muito tempo, principalmente no “Brasil Colonial e Imperial” com a ausência dos direitos da criança e do adolescente. A criança era vista com adulto em miniatura, sem considerar as especificidades de um ser em desenvolvimento, não tinha qualquer direito ou proteção destinada à criança e ao adolescente. 
II- Brasil Colônia (1500-1821) 
A história das crianças e adolescentes no Brasil começa com a presença dos índios, antes mesmo ao processo de ocupação determinado pelos exploradores europeus que ocuparam em nossas terras. 
Nesse período as crianças acompanhavam as atividades domésticas dos pais, porém não eram obrigadas a desempenhar nenhuma tarefa, sendo que algumas apenas auxiliavam por vontade própria . Neste sentido, Ramos destaca:
Algumas mães levaram simultaneamente filhos em cestas que ficavam nas cestas e outros no colo, mastigando os alimentos mais duros antes de servi-los aos mais novos, a expressão máxima do amor de uma mãe pelos seus rebentos (RAMOS, 2010, p. 01-05).
Desta forma, durante o período que os pais trabalhavam as crianças juntamente deste tinham liberdade de brincar, conforme iam crescendo eram ensinados a realizar algumas tarefas domésticas, acreditando que seria fundamental para a sobrevivência deles.
Quando as embarcações portuguesas chegaram no Brasil no século XIV, momento que houve divergências de costumes e cultura. A realidade da cultura indígena é apontada, e de certa forma abolida, pois a vivencia realidade das crianças vindas da Europa era completamente diferente da afetividade demonstrada ate então pelo índio (RAMOS, 2010, p. 20).
Aponta-se um grande desrespeito e desvalorização da infância “a expectativa de vida das crianças portuguesas, entre os séculos XIV e XVIII era próximo aos 14 anos, enquanto a metade dos nascidos vivos morria antes de completar seta anos” (RAMOS, 2004, p. 26).
Deste modo conforme menciona Ramos (2004, p. 26), as crianças trazidas para o Brasil, não eram vistas como membro da família como eram tratadas pelos índios, ao contrario eram vistas como animais, que deveriam usar sua mão de obra enquanto suas vidas durassem.
As crianças eram embarcadas em navios portugueses em situações distintas: como grumetes¹ e pagens¹, como órfãos do Rei, para se casarem com os súditos da Coroa ou, em companhia dos pais, como passageiros.
[...] apesar de os grumetes� não passarem, quando muitos de adolescentes, realizavam a bordo todas as tarefas que normalmente seriam desempenhadas por um homem. Recebiam de soldo, contudo, menos da metade do que um marujo, pertencendo à posição mais baixa dentro da hierarquia da marinha portuguesa. Sofriam, ainda, inúmeros "maus-tratos" e, apesar de pelas regras da Coroa portuguesa estarem subordinados ao chamado guardião (cargo imediatamente abaixo do contramestre, ocupado em geral por um ex-marinheiro), tinham que prestar contas aos marinheiros e até mesmo aos pajens - outro tipo de função exercida por crianças, que costumavam explorar seus pares5 mais pobres, a fim de aliviar sua própria carga de trabalho (RAMOS, 2004, p. 23).
Neste contexto, percebe-se que os portugueses não compreendiam as crianças em suas essências de cuidado e proteção, pois viam as crianças como adultos em miniaturas, homens pequenos.
Em 1549, com a chegada dos jesuítas se iniciou o processo de catequização destacando-se então a questão religiosa, onde ganha espaço nesse cenário, com ações estabelecidas em sua grande maioria pela igreja católica .Deixando marca na historia da educação das crianças no Brasil , embora seu objetivo central era a catequização “formar soldados de Deus” através de um grupo formado por estes religiosos, denominado de Companhia de Jesus chegaram ao Brasil com objetivo de catequização dos seus habitantes (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 14).
Desta forma, a catequização e o ensino das crianças, foi umas das principais preocupações dos padres da Companhia de JESUS :
A educação escolar oferecida pela Companhia de Jesus tinha compromisso essencial do jesuíta com a Igreja, na defesa e propagação da fé, criara desde a sua chegada, aqui por toda a parte, essa situação, clara e definida, em que sua espantosa atividade missionaria, politica e educadora, se apresentava subordinada inteiramente às exigências ecumênicas da Igreja e aos supremos interesse da religião (LEITE, 2011, p. 9).
Este grupo tinha uma espécie de regulamentação orientando que o ensino era obrigatório (1854), porém não era aplicado de forma universal, permanecia a exclusão da maioria, o escravo era privado de ter ingresso na relação ao ensino e ao trabalho do denominado “Menor”. Como também era recusados o ingresso ao ensino àqueles tinham doenças contagiosas ou que não tinham sido vacinados, percebe-se que na historia do Brasil ate mesmo na esfera da educação, crianças de famílias pobres eram excluídas de seus direitos (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 14 e 15).
No sentido de suprir necessidades emergenciais ditas como sociais, no século XX, à Igreja Católica cabia a tarefa de atendimento as crianças órfãos e crianças carentes, pobres. Sem garantias de direitos e sem interesses imediatos, a perspectiva do atendimento era correçãorepressiva, ou assistencialista, voltada para caridade , movidas por valores de ordem religiosa (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 17).
Por volta de 1550, começaram a chegar no Brasil os primeiros escravos, trazidos com objetivos de substituir a mão de obra indígena. Nesse período observou-se altos índices de mortalidade infantil, pois a maioria não completava 1 ano de vida , sendo contagiada por inúmeras doenças da época (MARCILIO, 2011, p. 52).
Diante dessa situação, em 1726, iniciou-se a chamada roda dos expostos³ ,considerada uma das instituições brasileiras mais longa na historia, existindo nos três regimes da historia brasileira (MARCÍLIO, 2011, p. 53). Verificava desta forma, o alto índice de crianças filhos de escravos abandonadas, chamando atenção em especial da Igreja Católica que não admitia o fato de que algumas crianças morressem sem ao menos ser batizadas, fato contrário as normas estabelecidas pela Igreja. Sobre essa situação, nos explica Venâncio:
 [...] Na verdade os tempos ‘expor’ ou ‘ensejar’ encobriram realidades distintas. Toda mulher que, no meio da noite, deixasse o filho recém-nascido em um terreno baldio estava expondo-o à morte, ao passo que os familiares, ao procurarem hospitais, conventos e domicílios dispostos a aceitar o pequerrucho, estavam tentando protegê-lo. No primeiro caso, os bebês quase sempre eram encontrados mortos provocados por cães e porcos que perambulavam pelo passeio público. No segundo, a intenção era claramente salvar a criança. (VENÂNCIO, 2010, p. 198).
 A Casa dos Expostos que funcionava dentro da Santa Casa de Misericórdia, conhecida como a Roda dos Expostos, era uma roda de madeira com duas aberturas, uma abertura para a rua e outra para dentro da instituição e tinha como alvo servir de local destinado para o abandono de crianças recém-nascido (MARCÍLIO, 2011, p. 53).
A famosa Roda dos Expostos � foi estabelecida para garantir o anonimato do expositor, e evitando o aborto e abandono em qualquer local. Além disso, a esta roda de um lado poderia servir para proteger a honra das famílias cujas filhas teriam engravidado solteiras ou fora do casamento e por outro o consentimento do próprio Estado para abandono. Alguns autores atuais tem outro entendimento, compreendem que a roda serviu também de escapatória para se regular limitando o tamanho das famílias, considerando que na época não havia métodos eficazes do controle da natalidade (MARCILIO, 2011, p.72).
III- NO BRASIL IMPERIAL (1822-1889)
No decorrer deste período (século XIX), o Brasil foi marcado pela severa divisão de classes, foi quando a nobreza compreendeu a infância de suas crianças , porem os filhos de escravos tiveram que aguardar algumas décadas para esse reconhecimento (CUSTÓDIO, 2009, p.11).
Embora seja possível encontrar algumas decisões de Império, de mulheres reivindicando a liberdade de seus filhos que foram subtraídos pela Roda dos Expostos. Efetivamente ate o final desse período não havia indícios de direitos, proteção de garantia a criança (VERONESE; CUSTÓDIO 2011, p.16).
O período imperial no Brasil teve como principal objetivo a centralização administrativa, um modelo de governo centralizado, sendo que a primeira Constituição não declarou nenhuma atenção a criança, preocupou-se apenas com questões relativas à menoridade do príncipe (CUSTÓDIO, 2009, p.11).
Gradativamente, reconheceu-se a infância como sinônimo de cuidado e proteção, porem destaca-se tais reconhecimento dependendo da classe pertencente a criança, ou seja , as diferenças de classes , privilegiando as crianças da elite, enquanto as demais eram segmentos estigmatizante como órfãos, expostos , menores (MAUAD, 2004, p. 150).
No período Imperial, o Brasil se desenvolvia através de mão de obra de famílias negras inteiras, incluindo nestas crianças e adolescentes, ou seja, era o retrato da escravidão. 
A importante Revolução Industrial, trouxe alguns avanços pois ao progredir a produção em grande escala, por consequência á procura crescente necessidade de mão de obra, mercado amplo de consumidores para os seus produtos. Daí a dialética tinha que ter mais pessoas livres para assim pode comprar suas mercadorias e por consequência e venderem sua força de trabalho.
 Com essa evolução ocorrendo na sociedade, inicia o desenvolvimento de pequenos direitos a criança, em 1871 com a Lei do Ventre Livre, retrata novas direções aos filhos de escravos durante o Brasil Imperial (GÓES;FLORENTINO, 2004, p. 179).
Percebe-se que a escravidão teve um marco na historia das crianças e adolescentes negros brasileiros, conforme menciona: Góes; Florentino
“A escravidão também deixou sua marca na historia da infância brasileira mesmo no século XIX, com os escravos no campo das ciências e a lenta da incorporação dos ideias liberais europeus , a maior parte das crianças afro descentes foi subjugada à condição de absoluta exploração”(GÓES; FLORENTINO, 2004, p. 180).
Conforme citado acima, pelos autores em referência, por muito tempo as crianças negras filhos de escravos era submetidas a trabalhos domésticos e castigos, tratadas como se escravos fossem, para mudar essa triste realidade em 1871 teve o advento da Lei do Ventre Livre.
 A Lei do Ventre Livre, considerada a primeira lei de proteção a criança no Brasil, originou avanços, porém contradições e ate mesmo exclusão. Ao mesmo tempo em que a lei colocava as crianças filhos de escravos em liberdade, não lhe dava nenhuma garantia, nenhuma alternativa de sobrevivência, estavam livres, porém se restringiam a permanecer juntos com suas mães nas senzalas, como antes da referida Lei citada acima ou então ficavam a serviço do Estado com suas instituições assistencialistas (LIBERATI; DIAS, 2006, p. 21).
IV- No Brasil Republica (1889-1930)
No período da Proclamação da República foi incorporado concepções, novos entendimento em relação à infância e com isso, surgiu novos e importantes direitos de crianças e adolescentes, trazendo entre seus princípios a democracia participativa e a reformulação de políticas públicas como instrumentos para a garantia de direitos .
V-O Código de Menores
Vencido o período Imperial, apresentado o período Republicano, surge o primeiro Código de Menores em 1927, no qual submetia o maior de 14 anos e menor de 18 anos, desamparado ou delinquente, ao seu regime. 
“O Código de Menores veio alterar e substituir concepções obsoletas como as de discernimento, culpabilidade, penalidade, responsabilidade, pátrio poder, passando a assumir a assistência ao menor de idade, sob a perspectiva educacional. Abandonou-se a postura anterior de reprimir e punir e passou-se a priorizar, como questão básica, o regenerar e educar. Desse modo, chegou-se à conclusão de que questões relativas à infância e à adolescência devem ser abordadas fora da perspectiva criminal, ou seja, fora do Código Penal”. (VERONESE 1999, p. 27-28).
Conforme, citado acima o referido código por sua vez deveria trazer uma concepção de direitos e cuidados as criança, porem mais adiante verificamos o distanciamento da escrita da lei e a efetividade pratica de tais direitos. Pois com conteúdo apenas assistencialista a ideia central das instituições que aparavam as crianças era então voltada apenas ao controle social. Com objetivo de retirá-las da sociedade, “guardando- as” desta forma elas não incomodariam ou perturbariam a mesma. O Estado por sua vez, desde desses períodos, deixa registrados na historias, a lamentável justificativa por esse apontada referindo-se que devido aos altos custos por eles custeado como fator principal para não proteger e amparar as crianças (VERONESE; CUSTÓDIO 2011, p. 19). Desta forma, segundo esses autores anteriormente citados, cabia as instituições que realizar trabalho punitivo e coercitivo, com estas crianças que em nenhum momento não frisava a integração destas na sociedade.
Porém foi a partir deste Código de Menores criado em 12/10/27 que também é conhecido como Mello Matos que a infância tomou proporçõessignificativas como ação social do Juízo de Menores, que foram consolidadas as leis de assistência e proteção aos menores, destinando-se a legislar sobre as crianças de 0 a 18 anos, o enfoque da justiça era voltada ao assistencialismo (CUSTÓDIO, 2009, pg.10).
Sendo assim o Código de 1927 consolidou-se como a primeira legislação brasileira para as crianças e os adolescentes. Neste período, a proposta era resolver os problemas dos menores, não apenas no âmbito jurídico, mas englobando também as questões assistenciais (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 18).
Na prática jurídica, a construção do menor tem os seguintes sentidos: Menor é aquele que proveniente de família desorganizada, desestruturada, onde imperam os maus costumes, prostituição, bebidas alcoólicas, exemplos negativos de moral, tem a sua conduta marcada pela pobreza sua linguagem é de baixo calão, sua aparência é descuidada, tem muitas doenças e pouca instrução, trabalha nas ruas para sobreviver e para ajudar no sustento em casa (RIZZINI, 1993, p. 96)
Conforme citado acima o sistema de proteção retratado era assistencialista , sendo que previa no Código de Menores, sendo que qualquer criança por sua condição de pobreza estava à submissão ,à ação da Justiça e da Assistência social. A questão dos menores na esfera jurídica era peça principal, era por meio da ação jurídico-social dos Juízes de Menores. Desta forma , infelizmente o conceito “menor” tomou dimensões condenadas dentro da própria política de atendimento. Assim afirma Rizzini: 
Na prática jurídica, a construção do menor tem os seguintes sentidos: Menor não é apenas aquele indivíduo que tem idade inferior a 18 ou 21 anos conforme mandava a legislação em diferentes épocas. Menor é aquele que proveniente de família desorganizada, onde imperam os maus costumes, prostituição, a vadiagem, a frouxidão moral, e mais uma infinidade de características negativas, tem a sua conduta marcada pela amoralidade e pela falta de decoro, sua linguagem é de baixo calão, sua aparência é descuidada, tem muitas doenças e pouca instrução, trabalha nas ruas para sobreviver e anda em bandos com companhias suspeitas.
(RIZZINI, 1993, p. 96).
Seguindo o entendimento da autora acima referenciado, o referido código direcionava o menor sob a doutrina da situação irregular, considerando o binômio abandonado/infrator e trazendo consigo um anseio difamatório e por vez discriminatória. Nesse período o Juiz de menores que detinha autoridade máxima e poder discricionário para tomar decisões e aplicar medidas ao denominado “Menor”.
Desta forma, durante este período, percebe-se o reconhecimento da incapacidade do próprio estado em oferecer politicas de proteção e não apenas repreensão dos ditos “menor”. Desta forma por traz destas concepções menorista apresentada, o próprio Estado tinha ideais frisado no autoritarismo (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, pg. 19).
O advento do Código Penal em 1942 determinou a inimputabilidade aos menores de 18 anos, conferindo à legislação especial a exame dos atos por estes cometidos, ou seja, por menores abandonados ou delinquentes, sob uma medida corretiva e de caráter tutelar.
 Com o crescimento do movimento de industrialização no Brasil, surgia a grande procura por mão de obra barata, ofertada a todos, homens, mulheres e crianças para trabalharem nas fábricas. Estes eram submetidos desta forma a baixos salários, jornadas de trabalho extensas e por vez desumana, situações precárias. Se	ndo assim eram todos tratados iguais, homens, mulheres e crianças, submetidos a longa escala de produção por vez com castigos, sem remuneração adequada, sem descanso semanal, com ausência de qualquer meios de garantias regulado por lei.
 Diante dessas situações preocupantes do período, cobrava-se ações e atitudes do Estado para dar o básico ou seja, mínimo de dignidade para as crianças e mulheres. Essas reivindicações procurava implementar a regulamentação do trabalho em fábricas, dando garantia de proteção as crianças e adolescentes.
Perante tais reivindicações o Estado por meio de leis procurou minimizar as explorações sofridas aos menores, porem persistiu tratando-os como incomodo, problema de ordem social, por vez o próprio Estado se contradizia, pois encontrava-se dividido “ em dar garantia de direitos as crianças e por vez a cobranças e as exigências do surgimento da nova classe social, denominada a então conhecida burguesia”(VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 19). 
Em 1981, surge a primeira lei de proteção ao trabalho infantil, que constituiu direito, no entanto protegeu de forma ilusória, pois não proibiu de forma integral o trabalho infantil noturno. Conseguimos avanços, porém estes eram desrespeitados, visto que as leis de proteção ao trabalho infantil não tinha sua efetividade prática (GRUNSPUN, 2000, p. 52).
VI- A POLÍTICA NACIONAL DO BEM-ESTAR DO MENOR
O modelo adotado até então pelo citado Código Penal de 1940, persistiu até o ano de 1941, quando foi criado o Serviço de Assistência à Menores (SAM), com o intuito de propiciar a proteção integral aos menores (CUSTÓDIO; VERONESE, 2011, p. 21).
Desta forma cita Meneses:
Seguiu-se, em lei especial, a criação do SAM (Serviço de Assistência a Menores) na ‘Era Vargas’, no ano de 1942, em pleno Estado Novo. Então se apresentava a diferenciação legal do menor e da infância. A criança pobre e o menor, termo reservado ao autor de ato contra a lei, passaram a ter tratamentos diferenciados. Para desencadeamento do atendimento dos menores ‘delinquentes’, várias instituições (internatos, patronatos agrícolas) foram criadas, desde o início com evidente conotação de presídio de menores. Caracterizavam-se pelos castigos físicos, maus-tratos, para correção dos rebeldes suspeitos. Nas casas de meninas, as denúncias de abuso sexuais cresciam. O SAM, órgão centralizador das ações, perdeu controle das instituições que dele nasceram. (MENESES, 2008, p. 55).
O SAM não teve sua efetividade concretizada, devido a este fato e, em 1º de dezembro de 1964 através da Lei 4.513, institui –se a Fundação Nacional do Bem- Estar do Menor ( FUNABEM) .De acordo com Veronese; Custódio:
Com a finalidade de executar uma Política Nacional do Bem-Estar do Menor,a Lei nº 4.513, em 1º de dezembro de 1964, criou a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), com a atribuição de orientar, coordenar e fiscalizar as entidades executoras da política nacional.
(VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 21)
A Fundação tinha uma concepção, sob visão determinantes das família ditas bem sucedidas, estruturas, elite da sociedade, pregava que era através do assistencialismo que iria resolver os problemas dos ditos ate então “menor”. A principal competência amparada pelas diretrizes desta fundação limitava a integração do “menor” na comunidade, oferecida mediante a assistência as famílias Nesta perspectiva, apresenta dois lados, de um lado a ideia de família estruturada era o entendimento da população do bem-estar do menor neste período, na outra face da a institucionalização da política estigmatizava como reprodutora do ideal de família estigmatizada pela elite da sociedade. Sendo assim o art. 8º, III, do Estatuto da FUNABEM previa em suas diretrizes que deveria:
[...] incrementar a criação de instituições para menores que possuam características aproximadas das que informam a vida familiar e a adaptação, a esse objetivo, das entidades existentes, de modo que somente se venha a admitir internamento de menor à falta de instituições desse tipo ou por determinação judicial.
Embora a prática proposta fosse a do controle centralizado pelo Estado, o regime evidenciava que a política deveria ter certa articulação com as instituições locais, por isso, considerada a necessidade de atender as necessidades de cada região de acordo com suas peculiaridades, incentivando as iniciativas locais, públicas e privadas, visando dinamizar a “autopromoção” das comunidades, conforme art. 8º, IV do referido Estatuto.
A referida Politica Nacional do Bemestar do Menor tinha como principal objetivo o atendimento das necessidade básicas ou seja o atendimento ao menor que se encontrava em situações já citadas acima, famílias desestruturas , mal exemplo, prostituições. Percebe-se que já se apresenta nesta teoria a ideia de irregularidades, o estado por sua vez tinha o compromisso e atendia o mínimo, o básico, sem qualquer garantia de compromisso com necessidades amplas, integrais do desenvolvimento integral de nossas crianças. (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011 p.21). 
VII- A DOUTRINA DO MENOR EM SITUAÇÃO IRREGULAR 
A Politica Nacional do Bem-Estar do Menor, no final da década de 1970, foi alvejada por críticas incisivas, referente ao modelo adotado. Em resposta a estas críticas, o Estado institui em 11 de dezembro de 1978, a Comissão Nacional do Ano Internacional da criança, utilizada como base para a declaração formal da doutrina do menor em situação irregular no Brasil (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, p. 24).
	A doutrina do menor em situação irregular� foi instituída pela lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979, também denominada de Código de Menores³.
Desde sua elaboração a visão de situação irregular, foi alvo de inúmeras criticas, assim cita Nogueira (1998, p.4)
“Quando foi discutido o Código de Menores, o Senador José Londoso, em parecer sobre o Projeto, de autoria do Senador Nelson Carneiro, salientava que: ‘dentro desse contexto, o menor deve ser considerado como vítima de uma sociedade de consumo, desumana e muitas vezes cruel, e como tal deve ser tratado e não punido, preparado profissionalmente e não marcado pelo rótulo fácil de infrator, pois foi a própria sociedade que infringiu as regras mínimas que deveriam ser oferecidas ai ser humano quando nasce, não podendo, depois, agir com verdadeiro rigor penal contra um menor, na maioria das vezes subproduto de uma situação social anômala. Se o menor é vítima, deverá sempre receber medidas inspiradas na pedagogia corretiva [...]”
Desta forma, o “novo” Código de Menores de 1979 foi uma espécie de revisão do Código de 1927 e também previa a intervenção estatal sobre os menores que estivessem em situação irregular, para alguns autores demonstrou um sutil evolução em relação às legislações. Porém o Código de Menores foi aprovado para constituir o disciplinamento jurídico sobre a vigilância e proteção dos �menores Deste modo o Código não representou na pratica uma ruptura significativa em relação ao anterior modelo adotado . 
Nesse momento histórico, vale ressaltar que houve trocas de denominação como por exemplo abandonado, delinquente, transviado , infrator para a denominação e rotulação de menores, para os casos que for competente o Juiz de �Menores aplicando tais direitos destes. Desta forma a condição de situação irregular foi positivada expressamente no art.2º da referida lei. (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, pg. 25)
Em síntese, o novo código de menores, o Código de 1979, substituiu a Doutrina do Direito do Menor, que era voltado ao encaminhamento necessário ao menor infrator, distinguindo-o do órfão e do abandonado, pela Doutrina da Situação Irregular. O novo código por sua vez passou a mencionar, atender, crianças e adolescentes que se encontrassem privadas das condições mínimas de sobrevivência, entre outras situações vítimas de maus tratos e castigos, em situação de risco eminente, ou autores de atos infratores. 
VIII- A DOUTRINA DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Na década de 80, período que o Brasil conviveu com o fortalecimento dos movimentos sociais, etapa marcava o fim da Ditadura Militar e após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Fato que provocou resistências dos modelos ate então vigentes no tratamento a criança no Brasil. Desta forma diversos setores da população, começaram exigir providencias de mudanças do Estado, não era mais admissível conviver com a teoria ate aqui adotada por este, referente aos cuidados e garantias destinados as crianças. Devido a estas inúmeras críticas, exclui-se a doutrina de situação irregular dando lugar à doutrina de proteção integral.
	Pode- se afirmar que foi através da elaboração da nova Constituição, o fator principal para que gradativamente ocorre-se a transição da doutrina da situação irregular do menor para a então almejada doutrina de proteção integral .
	Desta forma contribui Liberati (2006, p. 27):
Pela primeira vez na história das Constituições brasileiras, o problema da criança é tratado como uma questão pública e abordado de forma profunda, atingindo, radicalmente, o sistema jurídico. Essa mudança é significativa, pois considera, a partir de agora, que crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento e sujeitos de direitos, independentemente de sua condição social. A lei deverá respeitar essa condição peculiar, característica singular desses sujeitos, que, até então, tinham direitos, mas que não podiam exercê- los, em face de sua pouca inserção social e pela submissão incondicional ao poder familiar
	Este processo de transição da antiga teoria adotada e a nova concepção de proteção integral a criança, contou com a participação efetiva dos movimentos sociais em defesa aos direitos das crianças, transformando para a realidade concreta do mesmo.
	Instituída a “nova” constituição, vigente ate os dias atuais, a mesma consta e apresenta previsão concreta relacionada à proteção integral, direitos fundamentais às crianças e adolescentes, como podemos afirmas ao observar no seguinte artigo 227 da CF, que dispõe sobre os direitos fundamentais da infância no Brasil:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão
	Sendo assim, essa nova doutrina trouxe uma perspectiva e reconhecimentos dos direitos fundamentais à criança e ao adolescente. Baseados em novos paradigmas, garantidos e assegurados pela nova Constituição da República de 1988 que veio a quebrar o modelo de punição e repreensão que vigoravam por longo período no Brasil.
	Em 21 de novembro de 1990, o Brasil ratificou a convenção, e incorporou definitivamente a Doutrina da Proteção Integral no corpo normativo brasileiro. Para o educador Antônio Carlos Gomes da Costa:
Esta doutrina afirma o valor intrínseco da criança como ser humano; a necessidade especial de respeito à sua condição de pessoa em desenvolvimento; o valor prospectivo da infância e da juventude, como portadora de continuidade do seu povo e da espécie e o reconhecimento da sua vulnerabilidade o que torna as crianças e adolescentes merecedores de proteção integral por parte da família, da sociedade e do Estado, o qual deverá atuar através de políticas específicas para promoção e defesa de seus direitos (COSTA, 1992, p. 19).
Conforme citado acima a Doutrina da Proteção Integral foi o fundamento basilar para a consolidação de um novo ramo do direito no Brasil.
Percebe-se que a evolução dos direitos das crianças foi conquistada através do apelo da população e a implantação do estatuto da criança e do Adolescente não foi diferente. Após várias manifestações, apelo e reivindicações vindas de vários setores da sociedade brasileira, instituiu-se o Estatuto da criança e Adolescente através da lei n° 8069 de junho de 1990, substituindo o Código de Menores de 1979. 
IX- O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
Neste momento histórico no Brasil, já se discutia de forma ampla e já se tinha a concepção de defesa aos direitos da criança e adolescente. O Brasil se aliando-se à esta corrente de garantia e proteção de tais direitos com a instituição do artigo 227 da CR/88 já citado acima e na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990. Ambas se concretizaram atendendo as diretrizes da Convenção Internacionaldos Direitos das crianças da ONU em 1989. Nota-se que o Brasil apesar de tardio avanço, foi o primeiro país da América Latina a desenvolver a prática de proteção a criança e adolescente.
	Essa nova política frisava o compromisso e participação dos entes fundamentais “família, sociedade e Estado” para garantir a efetivação pratica de tais dispositivos legais. O Estado por sua vez, tem a obrigação de garantir os direitos fundamentais da criança e do adolescente. Nesse sentido, a articulação dos princípios do direito da criança e do adolescente para sua aplicabilidade na pratica, desempenha um papel de semeador do conhecimento, promovendo cidadania, democracia e atendendo necessidade da sociedade no geral concretizando as transformações sociais e politicas.
Sobre o assunto Veronese também contribui: 
O Estatuto da Criança e do Adolescente veio pôr fim a estas situações e tantas outras que implicavam numa ameaça aos direitos da criança e dos adolescentes, suscitando, no seu conjunto de medidas, uma nova postura a ser tomada tanto pela família, pela escola, pelas entidades de atendimento, pela sociedade e pelo Estado, objetivando resguardar os direitos das crianças e adolescentes, zelando para que não sejam sequer ameaçados. (VERONESE, 1997, p. 12)
 	Conforme acima exposto, afirma-se que a nova doutrina, buscou distanciar do modelo anterior adotado, e reconhecer a criança e adolescente como sujeitos com direitos e obrigações. Apresentando de uma forma geral uma conquista para a sociedade do Brasil, sendo esta Lei tem um sistema mais garantista em relação a população infanto-juvenil, ou seja a criança e ao adolescente, resguardando a estes dispositivos legais e garantias processuais, está irá se aplicar analisando o caso concreto e as regras específicas contidas no referido estatuto e não, na Lei Penal. Referente ao Estatuto, Jesus (2006, p.13) deixa seu comentário:
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) institui a doutrina da proteção integral à criança e ao adolescente, considerando criança a pessoa com até doze anos incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos fixando-lhes os direitos e os deveres e prevendo as medidas aplicáveis àqueles que afrontem os seus preceitos legais. O Estatuto substituiu o antigo Código de Menores (Lei 6697/790 e a sua doutrina da situação irregular, mas fundamentalmente foi uma resposta aos movimentos da sociedade que pediam uma nova política de atendimento às crianças e aos adolescentes que não se baseasse no assistencialismo nem na repressão herdada da época da FUNABEM e ratificada pelo Código de Menores [...] 
 Afirmando o entendimento acima citado, no decorrer deste momento histórico, também houve trocas e exclusão de algumas denominação referidas as crianças , tais como : o termo “menor” foi abolido, determinando que as novas nomenclaturas de expressões a serem utilizadas seria : “criança” a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente” aqueles com idade entre 12 anos completos até os 18 anos incompletos. Também se aboliu a e denominação “infração penal” dando à denominação “ato infracional”. Desta forma, também foi instituída a figura do Conselho Tutelar, órgão que também tem grandes contribuições para a efetividades das normativas contidas no referido estatuto.
 	Consequentemente, o Estatuto da Criança e do Adolescente permitiu a prioridade no tratamento destinado a criança e ao adolescente no Brasil, ao garantir a prioridade no atendimento à saúde, lazer, cultura, moradia, educação, entre tantas outras garantia prevista. Tais conceitos foram previstos na Constituição da República de 1988 e incorporada pelas diretrizes do próprio Estatuto. 
	Portanto, as garantias e os direitos da criança e do adolescente encontram-se inseridos dentro dos dispositivos de direitos fundamentais. Em respeito a estes direitos fundamentais, o ECA traz incorporado no art. 4º, 7º e no caput do art. 19 o direito à vida, à saúde e à convivência familiar e comunitária.
Diante disso, O ECA constitui, ainda, em seu art. 5º, que “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, sendo punido na forma de lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
	Portanto, o sistema de proteção integral, está orientada pela proposta e por um modelo que se afasta das tradicionais intervenções, restritas a imposição das práticas do Estado, bem como, das tradições estatais das ações de transferências e responsabilidades de um órgão para outro, burocratizando o sistema, e desta forma historicamente não atingindo resultados propostos. Porém é preciso ressaltar que a conexão dos diversos órgãos do sistema, ou seja, o efetivo trabalho em rede em prol ao atendimento a criança, ainda é uma realidade distante de se alcançada no Brasil.
Um dos aspectos fundamentais desse novo sistema foi a criação de duas instituições fundamentais básicas: os Conselhos de Direitos e os Conselhos Tutelares. Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos responsáveis pelo planejamento, controle, deliberação e monitoramento das políticas públicas.
Ressaltando que a partir da entrada do ECA, em 1990, crianças e adolescentes passaram a ser considerados como pessoas em desenvolvimentos, cidadãos e com garantia de direitos pessoais e sociais, como moradia, educação, alimentação, base profissionalizante e familiar, acesso à saúde e, quando necessário, medidas socioeducativas. Sendo assim, os Municípios foram provocados a instituir políticas públicas dirigidas ao Estatuto. Considerada uma mudança significativa
 Nesse sentido, também foi instituída a figura do Conselho Tutelar, órgão que também tem grandes contribuições para que o estatuto tivesse efeito nas questões praticas, ou seja, para que fossem realmente efetivado.
Neste contexto, com objetivo de construção de um novo olhar, nova cultura de proteção à criança e ao adolescente. O Direito da Criança e do Adolescente requer a reorganização o reordenamento institucional e social, impondo desta forma responsabilidades à família, à sociedade, e ao próprio Estado. 
X- A Lei da Primeira Infância 
Devido a fragilidades da efetividade pratica de alguns dispositivos contido no ECA, em 3 de fevereiro de 2016 foi aprovado pelo senado o Marco Legal da Primeira Infância, em seguida em 08 de março de 2016 o mesmo foi sancionado pela presidenta Dilma Rousseff sob Lei nº 13.257/2016. 
Destacando-se que o Marco Legal da Primeira Infância é um dos mais importantes avanços para proteger e promover a proteção integral da infância brasileira, destinado então a atender e garantir cuidados a primeira infância .
O Marco Legal da Primeira Infância é uma lei que cria uma série de programas, serviços e iniciativas voltados à promoção do desenvolvimento integral das crianças desde o nascimento até os seis anos de idade. Ele coloca a criança nessa faixa etária como prioridade no desenvolvimento de programas, na formação dos profissionais e na formulação de políticas públicas.
De acordo com a referida lei, compreende-se como primeira infância o período que abrange os primeiros 6 anos completos (72 meses) de vida da criança. (Art. 2º da Lei 13.257/16) A referida lei apresenta dispositivos referente as políticas públicas sobre a primeira infância, além de realizar várias alterações e complementações sobre o ECA, sobre a CLT, sobre a Lei nº 11.770/2008 e sobre o CPP.
	A lei refere a cuidados específicos destinados a essa faixa etária citadas acima, cuidado entre outras alimentação como a saúde, educação, convivência familiar e comunitária, assistência social, cultura, lazer, espaço e meio ambiente.
Estudos demostram que o período de zero a 3 anos é o mais importante para o desenvolvimento do cérebro. Com os estímulos de pais e professores, é nessa fase que se constroem as fundações que mais tarde darão sustentação a características como a desenvoltura na linguageme o raciocínio lógico, a base de um capital humano sólido. O Brasil é pioneiro na América Latina em ter regras legais para amparar, proteger e estimular as crianças pequenas, comprometendo famílias, governos e a sociedade. (OSMAR TERRA, 2013, autor da proposta e do projeto de Lei para Primeira Infância).
	Neste sentido, o Marco Legal da Primeira Infância, possibilita diversos programas, serviços e políticas públicas de atenção à criança sejam reformulados e novos sejam criados.
	Considera-se que os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para seu pleno desenvolvimento a estabelecer os alicerces das suas aquisições futuras. É nesse período que há a Lei da Infância se destaca, com objetivo de garantir o direito da Criança no seu período fundamental , onde há o desenvolvimento do seu caráter e habilidades. Desta forma é possível entender o quão importante deve ser considerada essa fase. O Art. 2º da Lei 13.257/16 estabelece o período que considera-se primeira infância: “Para os efeitos desta Lei, considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança”
Os primeiros anos de vida da criança, a Primeira Infância, são essenciais para seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural. A mesma neuroplasticidade que deixa a regulação emocional, a adaptação do comportamento e as habilidades vulneráveis ao rompimento precoce por causa de ambientes estressantes, também permite seu desenvolvimento bem sucedido com intervenções adequadas durante períodos sensíveis na sua maturação. Nessa fase da vida deve ser combinado o favorecimento do enriquecimento cognitivo com uma maior atenção na prevenção de adversidades significativas para o desenvolvimento do cérebro (Fundamentos do Desenvolvimento Infantil, APUD, SHONKOFF, 2011).
	 A lei da Primeira Infância demonstra a preocupação, com coordenação de políticas públicas, voltada à proteção e à promoção dos direitos da criança, garantidas a participação social por meio dos conselhos de direitos caberá a União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. Eles serão os órgãos que irão deliberar sobre esse assunto tão especial e de extrema importância. Eles poderão instituir, conforme seus respectivos âmbitos, comitês multi e intersetorial para atendimento dos direitos da criança na primeira infância e oferecer assistência técnica na elaboração de planos e politicas publicas.
Mais adiante temos os art. 9º e 10º da referida lei, que tratam sobre a formação de profissionais que irão trabalhar com a Primeira Infância, visando uma qualificação própria e precisa para lidar conforme as necessidades apresentadas. Neste sentido é de suma importância esse ponto, pois conforme já citamos, nesta fase de desenvolvimento é onde as crianças podem passar por traumas, situações de extremo cuidado, entre diversas outras situações que estiverem expostas e é preciso ter pessoas que tenham conhecimento para lidar com as situações em que se encontram. 
Art. 9o As políticas para a primeira infância serão articuladas com as instituições de formação profissional, visando à adequação dos cursos às características e necessidades das crianças e à formação de profissionais qualificados, para possibilitar a expansão com qualidade dos diversos serviços. Art. 10. Os profissionais que atuam nos diferentes ambientes de execução das políticas e programas destinados à criança na primeira infância terão acesso garantido e prioritário à qualificação, sob a forma de especialização e atualização, em programas que contemplem, entre outros temas, a especificidade da primeira infância, a estratégia da intersetorialidade na promoção do desenvolvimento integral e a prevenção e a proteção contra toda forma de violência contra a criança. 
Desta forma, constata-se que a doutrina da proteção integral constitui, portanto, uma nova forma de pensar e de atuar, com a finalidade de efetivação prática, dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. A CF, em seu art. 227, afastou a doutrina da situação irregular e passou a assegurar direitos fundamentais com este a doutrina de proteção integral à criança e ao adolescente, passando estas de simples objeto para sujeito de direitos.
CONCLUSÃO
Diante da análise do estudo, verifica-se que os direitos das crianças foram instituídos através do clamor da sociedade, e em virtude das fragilidades e não efetivação prática dos dispositivos existentes. Verifica-se alguns princípios e direitos fundamentais das crianças e adolescentes, congregados pela Doutrina da Proteção Integral, previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Conclui-se que a proteção integral das crianças está inserido nos direitos fundamentais na Constituição Federal e no ECA .
A Lei nº 13.257 de 8 de março de 2016 apresenta e traz significações específicas de Proteção a Criança de 0 a 6 anos .
 Acredita-se, porém, que não resolve os problemas criando novos dispositivos legais, precisa-se sim concretizar as leis existentes, juntamente com as politicas de proteção integral à criança. 
É um grande desafio não somente de responsabilidade do Estado mais sim toda a sociedade, transformar a abordagem do direitos fundamentais , do ECA e da lei da primeira infância colocando em prática no atual contexto histórico da infância no Brasil, e não somente representar uma conquista formal de mera criação de lei, com conteúdos acrescidos ao ECA.
No sentido de concretizar a proteção integral, torna-se indispensável a implantação de políticas públicas, trabalho articulado em rede, saúde educação assistência social, interligado com projetos, programas, atividades, que atendam crianças e adolescentes nas demandas próprias do seu desenvolvimento.
É imprescindível um comprometimento efetivo com a criança, para que seja concretizada e fortalecida a nova abordagem de Doutrina da Proteção Integral.
Desde sua publicação, o Estatuto da Criança e do Adolescente já completou 27 anos, porém, precisa-se caminhar muito para a concretização de sua real efetividade. Conforme verificado no decorrer da pesquisa, apresentam-se avanços em termos legislativos. Temos o ECA, no conceito de primeira infância à luz da Lei 13.257, de 8 de março de 2016. Constata-se a carência de implementação desses dispositivos legais, estatuto, dessas politicas de proteção integral a criança, pelas estatísticas da realidade 
Precisa-se colocar em prática, a lei, e para isso faz-se necessário a conscientização de que criança é um sujeito de direitos, uma pessoa em desenvolvimento que deve ser amparada em seus direitos, garantindo desta forma a proteção integral, em respostas às tristes estatísticas que apontam alguns indicadores de ausência de direitos e garantidos, senão apenas sonegados. Importante observar nesse sentido, algumas estatísticas (anexo1).A pergunta prossegue : complementar ou inovar normas jurídicas é garantir direitos? 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS 1 
ESTATÍSTICA – 1,1 mil crianças de zero a 14 anos morreram em SC em 2016
O ano de 2016 fechou com uma estatística triste para as famílias catarinenses. Ainda que os índices de mortalidade infantil sejam baixos no Estado, 1.187 crianças de zero a 14 anos perderam a vida. A questão se agrava quando causas da morte decorrem de situações evitáveis, como as condições ambientais insalubres, falta de saneamento, higiene inadequada, água não potável e diferentes tipos de poluição. Fatores assim interferem nos órgãos e sistemas imunológicos em desenvolvimento das crianças, tornando fatais doenças controláveis, como as infecciosas, parasitárias, respiratórias.
O levantamento mostra que, anualmente, 1,7 milhão de meninas e meninos com menos de cinco anos morrem devido a problemas decorrentes da poluição ambiental. Em todo o mundo, de 11% a 14% das crianças com 5 anos ou mais relatam sintomas de asma e cerca de 44% delas estão relacionadas às exposições ambientais.
As mortes de crianças em SC no ano de 2016
821 tinham até 1 ano de idade
Antes do parto: 63
Depois do parto: 758
Doenças mais comuns: infecção e parasitárias (intestinais e bacterianas), respiratórias (pneumonias), decorrentes do período pré-natal, anomalias congênitas, mal definidas, causas externas (acidentes de transporte e quedas)
148 tinham entre 1 e 4 anos de idade
Doenças mais comuns: infectorrespiratórias e bacterianas, causas externas (acidente de transporte, quedas, afogamentos, agressões)
93 tinham entre 5 e 9 anos de idade
Doenças mais comuns: tumores, aparelho respiratório, sistema nervoso, causas externas ,agressões, quedas.
125 tinham entre 10 e 14 anos de idade
Doenças mais comuns: sistema nervoso, tumores, causas externas (acidentes de transporte, afogamentos, lesões autoprovocadas voluntariamente, como mutilações e suicídios, agressões).
Fonte. DIÁRIO CATARINENSE; Disponível em:http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2017/03/9742252.html.
ANEXOS 2
 ESTATÍSTICA: Uma em cada três denúncias de violação dos direitos de crianças e adolescentes tem mães envolvidas.
Em 2016, o Disque 100 – linha telefônica gratuita que recebe denúncias de violações de direitos humanos – foi acionado 4.250 vezes por catarinenses. Dessas ligações, 64,49% tiveram como motivação a violência sofrida por crianças e adolescentes a partir da ação, principalmente, da própria mãe dentro de casa. Idosos e pessoas e com deficiência aparecem na sequência entre as vítimas mais atingidas no Estado. O balanço foi divulgado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania. Negligência, violência física e violência psicológica são os tipos de violação mais denunciados ao Disque 100.
Balanço-geral do disque 100 em SC
Grupos que mais denunciam
Crianças e adolescentes - 2826
16/11/2017 Uma em cada três denúncias de violação dos direitos de crianças e adolescentes tem mães envolvidas - Diário Catarinense
http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2017/04/uma-em-cada-tres-denuncias-de-violacao-dos-direitos-de-criancas-e-adolescentes-tem-… 4/11
Principais violações
Negligência- 3500
Violência física- 3000
Violência psicológica 2500
Fonte: Balanço-geral do disque 100 em SC-https://infogram.com/disque_100_sc-483
� Os grumetes eram crianças portuguesas pobres e crianças judias arrancadas à força de seus pais, eram os que tinham o pior trabalho, mais penoso e também os que mais sofriam maus tratos, ficavam expostos ao sol e chuva, quase não se alimentavam e ainda sofriam abusos sexuais e humilhações. Os pajens, crianças da mesma faixa etária ou que ate um pouco mais novos do que os grumetes, tinham um cotidiano menos árduo, que os pajens gozavam junto aos oficiais que lhes garantiam proteção física e eventuais gratificações (RAMOS, 2004, p.26).
� O nome se origina-se do dispositivo onde se colocavam os bebês que se queriam abandonar Sua forma cilíndrica, dividida por uma divisória, era fixada no muro da instituição, onde no tabuleiro inferior e em sua abertura externa, o expositor depositava a criança. A seguir, ele girava a roda e a criança já estava no outro lado do muro. Puxava-se a corda com uma sineta, para avisar o vigilante que um bebê acaba de ser abandonado e o expositor retirava-se do local, sem ser identificado.(MARCÌLIO, 2011,p.57)
� Este doutrina do menor em situação irregular foi instituída pela Lei nº6.697,10 de outubro de 1979 , também denomina Código de Menores. A proposta foi elaborada pela Associação Brasileira de Juízes de Menores e aprovada por ocasião das comemorações relativas ao Ano Internacional da Criança da Organização das Nações Unidas (VERONESE; CUSTÓDIO, 2011, pg. 11).
¹ Estudante de Direito da UNISOCIESC, Coordenadora Pedagógica da Prefeitura Municipal de Blumenau. Graduação em Pedagogia UDESC. Especialização em Gestão Escolar pela AUPEX .Especialização em Educação Especial: Inclusão pela AUPEX. E-mail: adripfermiano@yahoo.com.br.
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