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Disciplina: Política e legislação agrária Profª Anna Karyne Costa Parauapebas/2018 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA Campus – Parauapebas Espaço Agrário Brasileiro Rural e Agrário Qual a diferença? É comum lermos ou ouvirmos por aí as expressões “rural” e “agrário”, muitas vezes tratadas como sinônimos. Mas, afinal, qual a diferença entre elas? A diferença entre o rural e o agrário encontra-se não somente nas paisagens, mas principalmente nas atividades desempenhadas. Rural e Agrário Qual a diferença? O rural, ou, mais precisamente, o meio rural, é um termo mais amplo que envolve todo o espaço não constituído por cidades. Ele envolve práticas agrárias e não agrárias. O meio agrário é aquele em que se realizam práticas econômicas e sociais eminentemente relacionadas sobretudo com o setor primário, sejam elas agrícolas, pecuárias ou extrativistas. Rural e Agrário Qual a diferença? O espaço rural é composto por paisagens que, nem sempre, são humanizadas, envolvendo áreas de reservas florestais não ocupadas ou não diretamente transformadas pelas atividades humanas. Assim sendo, podemos dizer que nem todo o meio rural é um espaço geográfico, ou seja, aquele espaço composto pelas sociedades e suas práticas. Rural e Agrário Qual a diferença? Podemos dizer então que o espaço agrário é apenas uma parte do meio rural? Nem sempre. Existem algumas práticas agrárias que se manifestam no espaço urbano, embora isso seja cada vez mais raro. Um exemplo é o cultivo de hortaliças em um bairro urbanizado ou a existência de uma chácara – ou até um conjunto delas – em uma zona urbana. Essas são práticas e constituições agrárias no espaço das cidades. Além disso, existem práticas urbanas no meio rural. No atual momento do capitalismo, a urbanização do meio rural é cada vez mais frequente. Isso é possível graças aos avanços dos transportes e das comunicações, que permitem o rápido contato entre o espaço das cidades e as localidades mais afastadas. Diante disso, conclui-se que o rural vem se tornando cada vez mais uma mera extensão das cidades, estando diretamente vinculado e subordinado a elas. As atividades agropecuárias. Existem três modos de classificar as atividades agropecuárias: 1. Quanto à finalidade: qual é o destino da produção; 1. Quanto à técnica: recursos empregados da produção; 2. Quanto à mão de obra: ligadas as relações trabalhistas durante a produção. 1. Produção quanto à finalidade. Tipo de produção Característica Agricultura de subsistência. Produção voltada para o consumo do agricultor. O excedente é comercializado. (Produção familiar). Agricultura comercial. (Agronegócio) Produção voltada para a comercialização de alimentos com a população local (mercado interno) e global (mercado externo). (Produção familiar e empresarial). 2. Produção quanto a técnica. Tipo de produção Característica Agricultura tradicional Poucos recursos técnicos; muita mão de obra e baixa produtividade. Agricultura moderna Alto emprego de recursos tecnológicos; grande integração com o mercado; e alta produtividade. Agricultura orgânica Produção sustentável; técnicas naturais de adubação, produção de sementes; baixa produtividade. 3. Produção quanto à mão de obra Tipo de produção Característica Agricultura patronal Empresas agrícolas que atuam em regime assalariado. Agricultura familiar Produção em família voltada para o mercado ou como forma de subsistência. Cooperativismo União de pequenos produtores para competir com o agronegócio. Parceria União entre empresas agrícolas e pequenos produtores locais. Propriedades agrícolas no Brasil. Estatuto da Terra: lei que define os tipos e os usos das propriedades rurais; Módulo Rural: imóvel rural que garante a possibilidade de progresso social e subsistência ao agricultor; Minifúndio: propriedade com tamanho inferior ao módulo rural; Latifúndio: área com tamanho de 600 módulos rurais; A concentração fundiária. Período colonial: Sistema de capitanias hereditárias; Lei de Terras (1850): institui que a posse de terras só pode ser obtida mediante a compra; Estatuto da Terra (1964): institui a função social da terra; Função social da terra: a terra gera benefícios sociais por meio de relações trabalhistas, ecológicas e produtivas adequadas. Capitanias hereditárias. ESTATUTO DA TERRA INTRODUÇÃO ESTATUTO: Significa o conjunto de normas jurídicas que disciplinam um Instituto de direito ou os deveres de uma classe profissional, de uma entidade pública ou privada, nacional, estrangeira ou internacional. ESTATUTO DA TERRA: É a Lei 4.504, sancionada em 30 de novembro de 1964, por Humberto de Alencar Castello Branco, então 1º Presidente da República. INTRODUÇÃO COMO SURGIU ESTATUTO DA TERRA? Após as sucessivas tentativas frustradas de aprovação de um “Código Rural” . Sua criação estará intimamente ligada ao clima de insatisfação predominante no meio rural brasileiro e ao temor do governo e da elite conservadora pela eclosão de uma revolução camponesa. INTRODUÇÃO OBJETIVO DO ESTATUTO DA TERRA: Adequar a estrutura agrária brasileira às necessidades do desenvolvimento econômico e social, girando em torno de duas grandes propostas: desenvolver a economia agrícola e promover a reforma agrária. Determina medidas de assistência e proteção à economia rural, assistência técnica, produção e distribuição de sementes e mudas, criação, venda e distribuição de reprodutores e uso de inseminação artificial, mecanização agrícola, o cooperativismo, além de introduzir um plano de reforma agrária pautada na consagração de propriedades familiares. INTRODUÇÃO ESTRUTURA DO ESTATUTO DA TERRA: I. Disposições Preliminares: é composto de três Capítulos (Princípios e Definições, Acordos e Convênios e Das Terras Públicas e Particulares). II. Reforma Agrária: engloba toda a temática relativa ao assunto em apreço, cuja essência permanece em vigor. INTRODUÇÃO ESTRUTURA DO ESTATUTO DA TERRA: III. Política de Desenvolvimento Rural: é formado por quatro grandes Capítulos: I Tributação da terra; II Colonização; III Assistência e Proteção à Economia Rural e IV Uso ou da Posse Temporária da Terra. IV. Disposições Gerais e Transitórias: tem como destaque o artigo 103 que ressalta o principal objetivo do Estatuto: A aplicação da presente Lei deverá objetivar, antes e acima de tudo, a perfeita ordenação do sistema agrário do País, de acordo com os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Política Agrícola é o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do país. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando: - Favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam; - Mantém níveis satisfatórios de produtividade; - Assegura a conservação dos recursos naturais; - Observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalhoentre os que a possuem e a cultivem. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Dever do Poder Público: Promover e criar as condições de acesso do trabalhador rural à propriedade da terra economicamente útil, de preferência nas regiões onde habita e zelar para que a propriedade da terra desempenhe sua função social, estimulando planos para a sua racional utilização, promovendo a justa remuneração e o acesso do trabalhador aos benefícios do aumento da produtividade e ao bem-estar coletivo. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Imóvel Rural: É o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada. Propriedade Familiar: É o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Módulo Rural: Área fixada nos termos do inciso anterior; Área rural fixada afim de atender às necessidades de uma propriedade familiar, um imóvel que possa ser diretamente explorado por uma família para lhes garantir a subsistência e viabilizar sua progressão socioeconômica. Em outras palavras, trata-se de uma unidade de medida agrária, expressa em hectares, que busca refletir a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel rural, a forma e as condições do seu aproveitamento econômico. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Minifúndio: O imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar; Latifúndio: O imóvel rural que: a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei: seiscentas vezes o módulo médio da propriedade rural; ou seiscentas vezes a área média dos imóveis rurais, na respectiva zona; b) não excedendo o limite referido, e tendo área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Não se considera latifúndio: a) o imóvel rural, qualquer que seja a sua dimensão, cujas características recomendem, sob o ponto de vista técnico e econômico, a exploração florestal racionalmente realizada, mediante planejamento adequado; b) o imóvel rural, ainda que de domínio particular, cujo objeto de preservação florestal ou de outros recursos naturais haja sido reconhecido para fins de tombamento, pelo órgão competente da administração pública. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ACORDOS E CONVÊNIOS: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão unir seus esforços e recursos, mediante acordos, convênios ou contratos para a solução de problemas de interesse rural, principalmente os relacionados com a aplicação da presente Lei, visando a implantação da Reforma Agrária e à unidade de critérios na execução desta. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Das Terras Públicas e Particulares: Dentre as Terras públicas: I - De propriedade da União, que não tenham outra destinação específica; II - Reservadas pelo Poder Público para serviços ou obras de qualquer natureza; III – As devolutas da União, dos Estados e dos Municípios. Terras devolutas são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado. ? I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Terras Públicas e Particulares: Terras Privadas: - Seu uso é condicionado ao bem-estar coletivo previsto na Constituição Federal; - O Poder Público promoverá a gradativa extinção das formas de ocupação e de exploração da terra que contrariem sua função social; - O Poder Público facilitará e prestigiará a criação e a expansão de empresas rurais de pessoas físicas e jurídicas que tenham por finalidade o racional desenvolvimento extrativo agrícola, pecuário ou agroindustrial. I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Terras Públicas e Particulares: Terras Privadas: - A implantação da Reforma Agrária em terras particulares será feita em caráter prioritário, quando se tratar de zonas críticas ou de tensão social. II-REFORMA AGRÁRIA Dos Objetivos e dos Meios de Acesso à Propriedade Rural REFORMA AGRÁRIA: Estabelece um sistema de relações entre o homem, a propriedade rural e o uso da terra, capaz de promover a justiça social, o progresso e o bem-estar do trabalhador rural e o desenvolvimento econômico do país, com a gradual extinção do minifúndio e do latifúndio. II-REFORMA AGRÁRIA Dos Objetivos e dos Meios de Acesso à Propriedade Rural: O acesso à propriedade rural será promovido mediante a distribuição ou a redistribuição de terras, pela execução de qualquer das seguintes medidas: - Desapropriação por interesse social; - Doação, compra e venda; - Arrecadação dos bens vagos; - Herança ou legado. II-REFORMA AGRÁRIA Objetivos e dos Meios de Acesso à Propriedade Rural: Desapropriação por interesse social tem por fim: - Condicionar o uso da terra à sua função social; - Promover a justa e adequada distribuição da propriedade; - Obrigar a exploração racional da terra; - Permitir a recuperação social e econômica de regiões; - Estimular pesquisas pioneiras, experimentação, demonstração e assistência técnica; - Efetuar obras de renovação, melhoria e valorização dos recursos naturais; - Incrementar a eletrificação e a industrialização no meio rural; - Facultar a criação de áreas de proteção à fauna, à flora ou a outros recursos naturais, a fim de preservá-los de atividades predatórias. II-REFORMA AGRÁRIA Objetivos e dos Meios de Acesso à Propriedade Rural: Para efeito de desapropriação observar-se-ão os seguintes princípios: a) para a fixação da justa indenização, na forma do artigo 147, § 1°, da Constituição Federal, levar-se- ão em conta o valor declarado do imóvel para efeito do Imposto Territorial Rural, o valor constante do cadastro acrescido das benfeitorias com a correção monetária porventura cabível, apurada na forma da legislação específica, e o valor venal do mesmo; b) o poder expropriante não será obrigado a consignar, para fins de imissão de posse dos bens, quantia superior à que lhes tiver sido atribuída pelo proprietário na sua última declaração, exigida pela Lei do Imposto de Renda, a partir de 1965. II-REFORMA AGRÁRIA Distribuição de Terras: As terras desapropriadas para os fins da Reforma Agrária , só poderão ser distribuídas: - Sob a forma de propriedade familiar, nos termos das normas aprovadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária; - A agricultores cujos imóveis rurais sejam comprovadamente insuficientes para o sustento próprio e o de sua família; - Para a formação de glebas destinadas à exploração extrativa, agrícola, pecuária ou agroindustrial, por associações de agricultores organizadas sob regime cooperativo; - Para fins de realização, a cargo do Poder Público, de atividades de demonstração educativa, de pesquisa, experimentação, assistênciatécnica e de organização de colônias-escolas; - Para fins de reflorestamento ou de conservação de reservas florestais. II-REFORMA AGRÁRIA Financiamento da Reforma Agrária: É criado o Fundo Nacional de Reforma Agrária, destinado a fornecer os meios necessários para o financiamento da Reforma Agrária e dos órgãos incumbidos da sua execução. II-REFORMA AGRÁRIA O Fundo Nacional de Reforma Agrária será constituído: - Do produto da arrecadação da Contribuição de Melhoria cobrada pela União de acordo com a legislação vigente; - Da destinação específica de 3% (três por cento) da receita tributária da União; - Dos recursos oriundos das verbas de órgãos e de entidades vinculados por convênios ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária; - De doações recebidas; - Da receita do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária. II-REFORMA AGRÁRIA É o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária autorizado a: I - firmar convênios com os Estados, Municípios, entidades públicas e privadas, para financiamento, execução ou administração dos planos regionais de Reforma Agrária; II - colocar os títulos da Dívida Agrária Nacional para os fins desta Lei; III - realizar operações financeiras ou de compra e venda para os objetivos desta Lei; IV - praticar atos, tanto no contencioso como no administrativo, inclusive os relativos à desapropriação por interesse social ou por utilidade ou necessidade públicas. II-REFORMA AGRÁRIA Execução e da Administração da Reforma Agrária: O Plano Nacional de Reforma Agrária, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e aprovado pelo Presidente da República, registrará necessariamente: - Delimitação de áreas regionais prioritárias; - Especificação dos órgãos regionais, zonas e locais, que vierem a ser criados para a execução e a administração da Reforma Agrária; - Determinação dos objetivos que deverão condicionar a elaboração dos Planos Regionais; - Hierarquização das medidas a serem programadas pelos órgãos públicos, nas áreas prioritárias, nos setores de obras de saneamento, educação e assistência técnica; - Fixação dos limites das dotações destinadas à execução do Plano Nacional e de cada um dos planos regionais. II-REFORMA AGRÁRIA Execução e da Administração da Reforma Agrária: A Comissão Agrária, constituída de um representante do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, um representante categorizado de entidade pública vinculada à agricultura e um representante dos estabelecimentos de ensino agrícola, é o órgão competente para: - Instruir e encaminhar os pedidos de aquisição e de desapropriação de terras; - Manifestar-se sobre a lista de candidatos selecionados para a adjudicação de lotes; - Oferecer sugestões à Delegacia Regional na elaboração e execução dos programas regionais de Reforma Agrária; - Acompanhar, até sua implantação, os programas de reformas nas áreas escolhidas, mantendo a Delegacia Regional informada sobre o andamento dos trabalhos. II-REFORMA AGRÁRIA Execução e da Administração da Reforma Agrária: Nas áreas prioritárias de reforma agrária serão complementadas as fichas cadastrais elaboradas para atender às finalidades fiscais, com dados relativos ao relevo, às pendentes, à drenagem, aos solos e a outras características ecológicas que permitam avaliar a capacidade do uso atual e potencial. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL TRIBUTAÇÃO DA TERRA Critérios Básicos Art. 47. Para incentivar a política de desenvolvimento rural, o Poder Público se utilizará da tributação progressiva da terra, do Imposto de Renda, da colonização pública e particular, da assistência e proteção à economia rural e ao cooperativismo e, finalmente, da regulamentação do uso e posse temporários da terra, objetivando: I - desestimular os que exercem o direito de propriedade sem observância da função social e econômica da terra; III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL TRIBUTAÇÃO DA TERRA Critérios Básicos II. estimular a racionalização da atividade agropecuária dentro dos princípios de conservação dos recursos naturais renováveis; III. proporcionar recursos à União, aos Estados e Municípios para financiar os projetos de Reforma Agrária; IV. aperfeiçoar os sistemas de controle da arrecadação dos impostos. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL TRIBUTAÇÃO DA TERRA Imposto Territorial Rural Dispõe sobre as formas de arrecadação dos impostos rurais permitidos pela união aos municípios. Art. 49. As normas gerais para a fixação do imposto sobre a propriedade territorial rural obedecerão a critérios de progressividade e regressividade, levando-se em conta os seguintes fatores: I. O valor da terra nua; II. A área do imóvel rural; III.O grau de utilização da terra na exploração agrícola, pecuária e florestal; IV.Grau de eficiência obtido nas diferentes explorações; V. Área total, no Pais, do conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL TRIBUTAÇÃO DA TERRA Imposto Territorial Rural Art. 50. O valor a ser cobrado da alíquota é proporcional ao número de módulos fiscais. Ex. Até 02 módulos a alíquota é de 0,2%; de 02 até 03 módulos a alíquota é de 0,3%; a cima de 100 módulos a alíquota é de 3,5%. O imposto não incidirá sobre o imóvel rural, ou conjunto de imóveis rurais, de área igual ou inferior a um módulo fiscal, desde que seu proprietário, titular do domínio útil ou possuidor, a qualquer título, o cultive só ou com sua família, admitida a ajuda eventual de terceiros. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL TRIBUTAÇÃO DA TERRA Imposto Territorial Rural O módulo fiscal de cada Município, expresso em hectares, será determinado levando-se em conta os seguintes fatores: O tipo de exploração predominante no Município como : I - hortifrutigranjeira; II - cultura permanente; III - cultura temporária; IV - pecuária; V – florestal. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL COLONIZAÇÃO Art. 56. A colonização oficial deverá ser realizada em terras já incorporadas ao Patrimônio Público ou que venham a sê-lo. Ela será efetuada, preferencialmente, nas áreas: I - ociosas ou de aproveitamento inadequado; II - próximas a grandes centros urbanos e de mercados de fácil acesso, tendo em vista os problemas de abastecimento; III - de êxodo, em locais de fácil acesso e comunicação, de acordo com os planos nacionais e regionais de vias de transporte; IV - de colonização predominantemente estrangeira, tendo em mira facilitar o processo de interculturação; V - de desbravamento ao longo dos eixos viários, para ampliar a fronteira econômica do país. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL COLONIZAÇÃO Art. 57. Os programas de colonização têm em vista, além dos objetivos especificados no artigo 56: I - a integração e o progresso social e econômico do parceleiro; II - o levantamento do nível de vida do trabalhador rural; III - a conservação dos recursos naturais e a recuperação social e econômica de determinadas áreas; IV - o aumento da produção e da produtividade no setor primário. III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À ECONOMIA RURAL Dentro das diretrizes fixadas para a política de desenvolvimento rural, com o fim de prestar assistência social, técnica e fomentista e de estimular a produção agropecuária, de forma a que ela atenda não só ao consumo nacional, mas também à possibilidade de obtenção de excedentes exportáveis, serãomobilizados, entre outros, os seguintes meios: I.- assistência técnica; II.- produção e distribuição de sementes e mudas; III.- criação, venda e distribuição de reprodutores e uso da inseminação artificial; IV.- mecanização agrícola; V - cooperativismo; III- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À ECONOMIA RURAL VI - assistência financeira e creditícia; VII - assistência à comercialização; VIII - industrialização e beneficiamento dos produtos; IX - eletrificação rural e obras de infraestrutura; X.- seguro agrícola; XI.- educação, através de estabelecimentos agrícolas de orientação profissional; XII - garantia de preços mínimos à produção agrícola. Essa lei tem como objetivo ordenar o sistema agrário do brasil, de acordo com os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estatuto da terra é a lei agrária fundamental, que tem como finalidade garantir acesso à terra aos trabalhadores rurais, afim de proteger a mesma conservando seus recursos naturais e as relações de trabalho para os que a possuem e cultivam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SALIS,C. L. G. Estatuto da Terra: Debates Políticos e as Disputas pela Forma da Reforma Agrária no primeiro Governo Militar. Antíteses, v. 7, n. 13, p. 493-516, jan./jun. 2014. SODERO,F. P. Conceito de Estatuto, o Estatuto da Terra. Justitia, São Paulo,1982. LIBERATO, A. P. Coletânea de Legislação Ambiental: legislação socioambiental,1°edc, p.151- 179. Cutitiba,2011. OBRIGADA!
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