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MEDIDAS DE SAÚDE INDICADORES DE MORTALIDADE, MORBIDADE E DEMOGRÁFICOS Indicadores dos Níveis de Vida e de Saúde • Como medir padrão de vida de uma população? • Como comparar os diferentes países ou o mesmo país em diferentes momentos? • Década de 50 ONU Informe sobre métodos mais satisfatórios para essa mensuração • Não existe um índice que utilizado de forma isolada possa traduzir o nível de vida de uma população • Assim foram sugeridos 12 itens que refletiriam a qualidade de vida • Saúde (incluindo condições demográficas) • Alimentos e nutrição • Educação • Condições de trabalho • Situação em matéria de emprego • Consumo e economia gerais • Transporte • Moradia • Vestuário • Recreação • Segurança social • Liberdade humana São eles: Nível de saúde: • Como definir saúde? • Definições abstratas sem condições de operacionalização • Devido as dificuldades utilizados dados de ausência de saúde (morte e doença) • Indicadores medem o grau de saúde de uma população e são expressos em coeficientes, proporções, índices, etc. • Coleta dos dados Valores expressos em números absolutos Casos de dengue segundo as Unidades da Federação - 2005 Eu posso dizer que o Pará foi o estado com o maior número de casos? Daí utilizar os valores relativos Coeficientes e Índices Estados Casos de dengue População Pará 8331 6.970.586 Roraima 2361 391.317 Paraíba 6063 3.595.886 Pernambuco 6075 8.413.593 Coeficiente: • Razão entre o nº de vezes que um fato ocorreu e o nº de vezes que poderia ter ocorrido • Relação entre certos fatos e a população que deu origem a esses fatos Nº de eventos ocorridos COEF. X = ______________________________ x 10 n População exposta ao evento • Constante = 100; 1000; 100000; 1000000 Quanto menor o numerador em relação ao denominador tanto mais elevada deve ser a constante Principal objetivo dos coeficientes – possibilitar comparações no tempo e no espaço Casos de dengue: Cuidado: Excluir do denominador as pessoas não expostas ao risco Ex: Excluir homens do denominador na determinação do coeficiente por câncer de colo de útero Estados Casos de dengue População Casos por 100.000 hab. Pará 8331 6.970.586 119,52 Roraima 2361 391.317 603,35 Paraíba 6063 3.595.886 72,20 Pernambuco 6075 8.413.593 351,18 Índice: Apenas uma relação matemática Não existe o componente populacional São geralmente apresentados sob forma percentual Nº de eventos “x” especificado ÍNDICE “X” = x 100 Nº do evento “x” global Índice de Swaroop & Uemura ISU = óbitos de pessoas 50 anos x 100 total de óbitos • Quanto mais próximo de 100 melhor o nível de saúde de uma população 1° grupo – 75% 2° grupo – 50 a 74% 3° grupo – 25 a 49% 4° grupo < 25% • Países desenvolvidos – ISU = 80 a 90% ISU segundo regiões brasileiras - 2007 MORTALIDADE Coeficientes de Mortalidade: Frequência absoluta de óbitos e o número de expostos ao risco de morrer Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) CMG = Óbitos totais População • Se não for ajustado por idade não possui bom poder discriminatório • Países desenvolvidos podem ter valores similares aos de países pobres Países ricos – maior número de idosos – mortalidade alta Padrão – Valor < 8 (CMG muito baixo) 8 e < 10 (CMG baixo) Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) CMI = Óbitos de < 1 ano numa área e ano x 1000 N° de nascidos vivos na área e ano • Um dos mais sensíveis indicadores de saúde • < 1ano são muito sensíveis às condições ambientais Interpretação do coeficiente de MI: < 20= Baixa 20-49=Média 50 ou + = Elevada Pode ser avaliado pelos seus componentes neonatal e pós neonatal Entre os óbitos neonatais citam-se as causas perinatais, anomalias congênitas etc As doenças infecciosas são as causas mais comuns de óbitos pós neonatais Em uma área com elevado nível de saúde, sempre o % de óbitos neonatais é superior ao pós-neonatal • Início da vida extra-uterina = período neonatal ( < 28 dias) • Morbimortalidade repercussões das agressões sofridas durante a vida intra-uterina e também das condições do parto • Período neonatal precoce – primeira semana de vida (0 a 6 dias) • Período neonatal tardio – às 3 semanas seguintes • Período perinatal – 22 semanas completas de gestação + 1ª semana de vida Período pós neonatal: 28 dias a 11 meses 29 dias Predominam causas de natureza ambiental: gastrenterites, infecções respiratórias e má-nutrição Coeficiente de Mortalidade em menores de 5 anos: • Até os anos 80 Mortalidade < 1 ano Mortalidade de 1 a 4 anos • Denominadores diferentes – difícil comparação • Mais recentemente foi sugerido – CM < 5 anos Local MI < 5 anos por 1000 NV França 7,1 São Paulo 19,6 Paraná 17,3 CM < 5 anos – 2000 Mortalidade Infantil por mil nascidos vivos– Brasil e Regiões - 2007 Brasil N NE SE S CO MI 15,7 18,5 18,4 13,8 12,9 14,9 MI neonatal precoce 8,1 9,5 10,0 6,9 6,5 7,3 MI neonatal tardia 2,5 2,6 2,6 2,6 2,2 2,6 MI pós neonatal 5,0 6,1 5,7 4,4 4,2 4,8 Mortalidade Proporcional por grupo de causas • Distribuição % de óbitos por grupos de causas definidas na população residente no ano considerado • Os grupos foram selecionados de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID- 10) • Limitações devido a: Subregistro dos dados de mortalidade em algumas áreas Grande número de óbitos por causas mal definidas Sofre influência da estrutura da população (idade) MEDIDAS DE MORTALIDADE - PROPORÇÕES Capítulo da CID -10 % de Óbitos IX. Doenças do aparelho circulatório 29,5 II. Neoplasias (tumores) 15,6 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 12,6 X. Doenças do aparelho respiratório 9,7 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 6,0 XI. Doenças do aparelho digestivo 5,1 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4,4 Proporção de óbitos por capítulo da CID-10, Brasil, 2008. Fonte: MS/SVS/DASIS/SIM Capítulo da CID -10 % Óbitos Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste IX. Doenças do aparelho circulatório 22,4 29,9 30,0 30,2 28,7 II. Neoplasias (tumores) 12,0 12,7 16,4 19,4 14,7 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 17,3 14,2 10,8 12,1 17,0 X. Doenças do aparelho respiratório 8,1 7,9 10,7 10,3 10,0 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5,5 7,5 5,5 5,4 5,4 XI. Doenças do aparelho digestivo 4,3 5,0 5,3 5,0 5,4 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5,7 4,6 4,3 3,7 4,8 XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal 5,2 3,4 1,8 1,6 2,7 Fonte: MS/SVS/DASIS/SIM Proporção de óbitos (%) por capítulo da CID-10 e Região, 2008. Mortalidade Proporcional por causas mal definidas: • % de óbitos por causas mal definidas, na população residente no ano considerado Fonte: MS/SVS/DASIS/SIM Curva de Mortalidade Proporcional (Curva de Nelson Moraes) • Moraes partindo da idéia de Swaroop & Uemura elaborou as curvas de mortalidade proporcional por faixa etária • Nível de saúde muito baixo: Predominam os óbitos de adultos jovens • Nível de saúde baixo: Predominam os óbitos nas faixas infantil e pré escolar • Nível de saúde regular: fase de transição, MI em queda mas ainda alta, predominam os óbitos acima de 50 anos • Nível de saúde elevado: baixa proporção de óbitos dos grupos infantil, pré-escolar ou jovem e predominam os óbitos de idosos Curva de Mortalidade Proporcional – Brasil e Nordeste- 2007 Esperança de Vida: Saúde Pública Esperança de Vida Subdesenvolvida 50 anos Intermediária 50-64 anos Desenvolvida 65 e + Classificação da Esperança de Vida segundo Gabaldon Estágios de desenvolvimento segundo Gabaldon I – 50,2 – 54,9 IV - 62,5 – 64,9 II - 55,0 – 59,9 V - 65,0 – 67,4 III - 60,0 – 62,4 VI – 67,5 – 69,9 Esperança de vida ao nascer, segundo o sexo – 2006 Região Masculino Feminino Total Brasil 68,7 76,2 72,3 Norte 68,5 74,3 71,3 Nordeste 65,8 73,1 69,4 Sudeste 69,8 77,9 73,8 Sul 71,1 78,0 74,4 Centro-oeste 70,1 77,0 73,5 EXERCÍCIOS !!!!!! MORBIDADE A MEDIDA DAS DOENÇAS: Para o estudo epidemiológico de uma doença é necessário conhecer a frequência da mesma numa área e sua evolução no tempo É importante também distinguir certas características da população afetada, tais como, sexo, idade etc. A frequência das doenças na população é conhecida através de dados de MORBIDADE N° de casos em determinado período Outra fonte tradicional para o estudo das doenças é o referente a MORTALIDADE MEDIDAS DE MORBIDADE: • Quando se deseja medir a frequência de uma doença, dois aspectos precisam ficar estabelecidos: CASOS NOVOS e o outro CASOS EXISTENTES OU ANTIGOS • Chama-se INCIDÊNCIA o n° de casos novos de uma doença num determinado período • Coeficiente de incidência (CI) é o n° de casos novos num determinado período relacionado a população exposta ao risco CI = N° de casos novos num período x 100.000 População exposta ao risco • A incidência é medida essencialmente usada pelo epidemiologista Definição de “casos novos” • Na prática o CI pode ser calculado de 2 formas diferentes: 1. Em relação ao número de eventos (doenças) 2. Em relação ao número de doentes (pessoas) • Isso ocorre porque pode acontecer mais de um evento em uma mesma pessoa Ex: n° de resfriados por ano CI (p/doenças) = n° de casos novos de determinada doença x 10n população exposta ao risco CI (p/doentes) = n° de pessoas que adoeceram em um período x 10n população exposta ao risco • Chama-se PREVALÊNCIA ao n° de casos que existam não importando se novos ou antigos • Coeficiente de prevalência (CP) o n° de casos existentes num determinado período relacionado a população exposta ao risco • A prevalência é mais de uso administrativo MEDIDA DE GRAVIDADE DAS DOENÇAS • A mais usada em epidemiologia é a LETALIDADE • CL = n° de óbitos pela doença x 100 n° de casos • Não confundir letalidade com mortalidade – Mortalidade é a relação entre óbitos e a população • Ex: A raiva é uma doença de alta letalidade e baixa mortalidade Indicadores Demográficos TAXA BRUTA DE NATALIDADE: N° de Nascidos Vivos, no período x 1000 População total no período Brasil: 1950 – 45 por mil 2005 – 18 por mil * Importância •Acompanhar o que ocorre com a população • Calcular o crescimento natural da população Brasil (2005): Taxa bruta de mortalidade – 6 por mil Taxa bruta de natalidade – 18 por mil Crescimento natural de 12 por mil TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL: •N° médio de filhos nascidos vivos tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo • Taxas < 2,0 = fecundidade insuficiente para assegurar a reposição populacional • Brasil 2005 = 2,01 filhos por mulher associada a: •Urbanização crescente •Queda na MI •Melhoria no nível educacional •Ampliação do uso de contraceptivos •Maior n° de mulheres trabalhando fora * Usos •Avaliar tendências das dinâmicas demográficas • Realizar estudos comparativos entre áreas geográficas e grupos sociais •Realizar projeções populacionais • Orientar a oferta de serviços DETERMINANTES DA FECUNDIDADE DE UMA POPULAÇÃO Fecundidade: Depende da própria mulher e do meio ambiente em que ela vive. Em algumas áreas rurais do Brasil: FECUNDIDADE AINDA ALTA •Importante a participação das crianças na economia familiar • Crianças = mão de obra • Crianças = seguro para a velhice • MI ainda elevada Em áreas urbanas do Brasil: FECUNDIDADE BAIXA • da MI e modernização da sociedade • Crianças = Maior peso no orçamento familiar RAZÃO DOS SEXOS • N° de homens para cada grupo de 100 mulheres, na população residente em determinado espaço geográfico,no ano considerado RS = N° indivíduos do sexo masculino x 100 N° indivíduos do sexo feminino Interpretação: Acima de 100, predominância do sexo masculino Sofre influencia da migração e mortalidade diferenciadas por sexo e idade Regiões Razão de sexos Brasil 96,69 Norte 102,09 Nordeste 96,15 Sudeste 95,55 Sul 97,51 Centro - oeste 98,12 RAZÃO DE SEXOS BRASIL E REGIÕES - 2005 PE- 94,06 RO- 104,11 DF – 91,54 Número de crianças residentes < de cinco anos de idade x 100 População total residente, excluída a de idade ignorada •USOS: Contribuir para o planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas a saúde, educação e assistência social de crianças em idade pré-escolar. Proporção de menores de 5 anos de idade na população Percentual de pessoas com menos de cinco anos de idade, na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Percentual de pessoas com 60 e mais anos de idade, na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Indica a participação relativa de idosos na população geral. Reflete o ritmo de envelhecimento da população Proporção de idosos na população Número de pessoas residentes de 60 e mais anos de idade x 100 População total residente, excluída a de idade ignorada* crianças idosos Regiões 1991 2005 1991 2005 Brasil 11,3 8,9 7,3 9,2 Norte 14,3 12,1 4,6 5,9 Nordeste 12,8 9,5 7,3 9,0 Sudeste 10,0 8,1 7,9 10,0 Sul 10,5 8,0 7,7 9,9 Centro - Oeste 11,5 9,1 5,2 7,3 Proporção de menores de cinco anos e idosos na população Pirâmide populacional – Censo 1970 Pirâmide populacional – Censo 2010 Índice de envelhecimento (IE) • Relaciona os idosos ao segmento jovem da população • IE = % da pop> 65 anos x 100 % da pop 0-14 anos • Brasil: 1960=6,4 1970= 7,5 2006= 32,4 por 100 jovens • Quanto mais elevado mais avançado está o processo de transição demográfica Razão de dependência: • Relaciona os 2 segmentos economicamente dependentes à população economicamente ativa RD = pop. idosos + pop. jovens (0-14a) x 100 Pop. Economicamente ativa (15-64a) • Indica o nº de pessoas dependentes por 100 adultos em idade economicamente ativa Brasil:1991 – 65,4 2006- 58,9 dependentes para cada 100 potencialmente ativas FIM EXERCÍCIOS!!!!!!
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