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AS TRÊS FACES DE EVA

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AS TRÊS FACES DE EVA: UM CASO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA?
Postado por jones de oliveira borges em 16 julho 2011 às 2:34
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AS TRÊS FACES DE EVA: UM CASO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA?
A desordem de personalidade múltipla (MPD) é definida como um transtorno dissociativo em que duas ou mais personalidades distintas coexistem no interior de um mesmo indivíduo. É um exemplo de uma perturbação neurótica.
Personalidade múltipla não é uma forma de esquizofrenia. A esquizofrenia é um tipo de psicose em que o contato, com a realidade e a percepção, fica prejudicado. Outros sintomas podem incluir alucinações e delírios.
No ano de 1954, uma mulher de 25 anos foi encaminhada para os profissionais Thigpen e Cleckley por causa de "perdas temporárias de visão, perdas de memória e dores de cabeça severas".
Os psiquiatras usaram, na época, um novo método no estudo do caso. Este consistiu de entrevistas com a paciente e sua família, a hipnose, a observação, testes de EEG e uma série de testes psicométricos e projetivos. Incluindo testes de memória, testes mancha de tinta e testes de inteligência.
A paciente (que ficou conhecida como Eve White (Eva Branca) foi encaminhada para a terapia por causa de problemas de visão, perdas de memória e dores de cabeça severas.
Na primeira entrevista, ela se queixou de "apagões'' e de dores de cabeça. Sua família não estava ciente de que na realidade os sintomas apresentavam, também, perdas de consciência e uma confusão mental grave.
Durante as entrevistas seguintes, várias dificuldades emocionais foram reveladas. Os psiquiatras perceberam que ela tinha uma série de complexos, relativamente comuns nos conflitos conjugais e nas frustrações pessoais.
No entanto, eles ficaram intrigados porque Eva Branca não lembrava de uma viagem recente. Os terapeutas utilizaram a hipnose e a amnésia desapareceu.
Dias depois de uma consulta, uma carta de Eva Branca chegou ao consultório dos terapeutas. A carta tinha sido escrita em uma caligrafia normal mas, na parte inferior da página, havia um parágrafo que parecia ter sido escrito por uma criança.
Em sua próxima visita, Eva Branca negou o envio, embora ela se lembrasse de haver começado uma carta, que não tinha terminado, e que afirmou ter rasgado.
Durante a entrevista, Eva Branca, que normalmente era muito controlada, ficou angustiada e perguntou se, ocasionalmente, ouvir uma voz imaginária poderia ser considerado como loucura.
Ela relatou que, em várias ocasiões, tinha ouvido uma voz que parecia não ser a dela.
Durante esta conversa Eva Branca, disse estar sentido uma forte dor e, inesperadamente, levou as duas mãos à cabeça.
Depois de um tenso momento de silêncio, suas mãos afrouxaram e o terapeuta observou um sorriso debochado no rosto da paciente que, com uma voz alegre, disse: "Olá, doutor!"
O terapeuta, presenciou então uma repentina e grande mudança: Eva Branca se transformou em uma mulher vulgar, sensual e provocativa.
Ela também demonstrou possuir uma presença física muito diferente em termos de forma, gestos e movimentos oculares.
Quando o terapeuta perguntou o seu nome, a paciente respondeu de imediato que ela era Eve Black (Eva Negra).
O terapeuta notou que esta nova pessoa tinha um debochado ar infantil, um olhar eroticamente travesso e um rosto rejuvenescido. Completamente livre dos habituais sinais de pudor, de seriedade ou de qualquer tipo de ansiedade.
A estrutura da voz e da linguagem também eram muito diferentes e, para o terapeuta, a pessoa que estava em seu consultório era uma mulher totalmente diferente da que ali entrara.
Nos posteriores 14 meses, durante uma série de entrevistas, totalizando aproximadamente 100 horas, vasto material foi obtido sobre os comportamentos e as experiências com Eva Branca e com Eva Negra.
Os terapeutas descobriram que, apesar de Eva Negra poder, às vezes, "aparecer" de forma inesperada, ela podia, também, ser "manifestada" quando Eva Branca estava sob hipnose.
Da mesma forma, depois de algumas sessões de hipnotismo, os terapeutas puderam solicitar à Eva Negra para deixá-los falar com a Eva Branca.
Após várias outras entrevistas, eles descobriram que a hipnose não era mais necessária para a obtenção da mudança de personalidade.
No entanto, os terapeutas notaram que este fato complicou, consideravelmente, a vida de Eva Branca. Porque Eva Negra tornou-se ainda mais capaz de "conquistar" o seu espaço sobre a personalidade de Eva Branca.
Os terapeutas perceberam que Eva Negra gozava de uma vida independente, desde a primeira infância da paciente. E que quando ela assumia o controle, Eva Branca não percebia o que estava acontecendo.
Da mesma forma, quando Eva Branca tomava conta da personalidade da paciente, Eva Negra não ficava ciente do que acontecia.
Eva Negra relatou aos terapeutas uma série de incidentes na infância. Onde sempre esteve envolvida com atos de maldade, perversão e desobediência. Acontecimentos que Eva Branca ignorava e era, injustamente, punida.
Alguns destes incidentes foram, posteriormente, confirmados nas entrevistas com os pais e com o marido da paciente.
Segundo os terapeutas, o comportamento "Negro" de Eva era "caracterizado pela irresponsabilidade, por um incontrolável desejo de prazeres sexuais e de vulgares meios de excitação".
Ela conseguiu esconder sua identidade, não só de Eva Branca, mas também de seus pais e marido.
Eva Negra negou o casamento com o marido e, igualmente, negou qualquer relação ou afetividade com a filha do casal.
Afirmou se envolver, seguidamente, com homens diferentes.
Para o marido, a filha e os pais o seu comportamento desagradável, rude e com ocasionais atos de violência, foram sempre entendidos como "descontroles inexplicáveis, de uma mulher que era habitualmente gentil e atenciosa ".
Durante as suas permanências, por períodos mais longos, Eva Negra evitava a sua família e os seus amigos próximos e procurava a companhia de estranhos.
Ela também era capaz de permanecer despercebida, quando lhe convinha, imitando Eva Branca.
Ambas as personalidades foram submetidas a uma série de testes psicométricos: (avaliações do QI e testes de memória). A paciente, também, realizou testes projetivos: (Rorschach e desenhos de figuras humanas) feitos por um perito independente, com os seguintes resultados:
Resultados de testes de QI: Eva Branca obteve um QI de 110 e Eva Negra de 104.
Resultados do teste de memória: Eva Branca tinha uma função de memória superior a de Eva Negra.
Teste de Rorschach (tinta blot) e desenhos de figuras humanas, resultados:
O perfil de Eva Negra era muito mais saudável do que o de Eva Branca.
Eva Negra apresentou um resultado regressivo, enquanto Eva Branca mostrou ser repressiva com traços obsessivos-compulsivos, rigidez e incapacidade de lidar com a sua hostilidade.
Durante as sessões de terapia, ficou claro que Eva Negra tinha muito pouco de compaixão por Eva Branca, e que nunca poderia ser persuadida a ajudar com a terapia.
Por exemplo, os terapeutas observaram que Eva Negra tinha "enganado" muitas vezes, quando eles acreditaram que ela estava cooperando.
Na realidade o seu comportamento foi, sempre, particularmente prejudicial para o progresso Eva Branca.
Como Eva Branca tomou conhecimento da existência de Eva Negra por meio da terapia, ela se tornou capaz de impedi-la de "aparecer" em certas ocasiões, e por isso a negociação foi necessária para que Eva Negra pudesse "permanecer" por períodos mais longos, com a finalidade de, também, poder ser "beneficiada" pelo tratamento terapêutico.
Após oito meses de tratamento, Eva Branca parecia estar fazendo progressos.
Seus "apagões" tinham desaparecido e ela estava funcionando bem em seu trabalho (como operadora de telefone), ao mesmo tempo em que estava, igualmente, encontrando soluções aceitáveis para os seus problemas conjugais.
No entanto, quando o tratamento estava realmente progredindo, Eva Branca voltou a ter novos "apagões".Eva Negra negou toda a responsabilidade e disse que ela também experimentava a falta de consciência durante esses "apagões".
Notando que o estado de espírito de Eva Branca estava se deteriorando, a possibilidade de confinamento foi considerada.
Com a continuidade das entrevistas, ficou mais fácil para os terapeutas chamarem qualquer personalidade que eles desejassem examinar.
As experiências da infância foram investigadas sob hipnose.
Durante um desses episódios, Eva Branca "apareceu" para relaxar em um estado sonolento.
Ficou cerca de dois minutos, com os olhos abertos, olhando fixamente os detalhes do ambiente, parecendo que estava tentando se orientar.
Quando seus olhos finalmente se encontraram com os do terapeuta, lentamente, com uma rouca voz desconhecida e de porte incomensurável, ela disse: "Quem é você?"
Os terapeutas logo perceberam que uma outra personalidade havia surgido.
Ao perguntarem o seu nome, ela disse que se chamava Jane. Imediatamente, eles notaram que esta outra personalidade era mais responsável do que Eva Negra e mais confiante e interessante do que Eva Branca.
Depois de Jane ter "aparecido", as três personalidades fizeram novos testes. Desta vez não foi possível fazer uma distinção clara entre as leituras de Eva Negra e as das outras duas personalidades.
Tendo sido capazes de trabalhar com as três personalidades por vários meses, os terapeutas concluíram que, se Jane conseguisse tomar posse das outras personalidades, era possível que a paciente recuperasse a sua saúde plena e encontrasse o seu caminho para uma vida feliz.
Jane tinha consciência das duas Evas "pensamentos e comportamentos", mas não tinha um pleno acesso às suas memórias antes de seu "aparecimento".
Jane tinha aprendido a assumir muitas das tarefas de Eva Branca em casa e mostrou compaixão para com a sua filha.
No entanto, embora os terapeutas pudessem trabalhar com Jane para ajudar Eva Branca, não encontraram uma maneira de afastar Eva Negra, ou para se comunicar com ela através de Jane.
Acreditando de que Jane era a pessoa mais suscetível para trazer possíveis soluções para uma mente perturbada, fortaleceram o seu crescente domínio sobre as outras personalidades, na esperança de ser esta a resolução mais adequada.
Um posfácio a esta notável história veio na revelação de Eva, em 1975, de que ela tinha experimentado muitas outras personalidades antes da terapia inicial e depois dela.
Lembrou-se de um total de 22 entidades. E, na época, mencionou que a fragmentação de sua personalidade foi para se proteger de coisas que ela não poderia suportar.
O estudo do caso de Eva foi transformado em um filme, "As Três Faces de Eva".
Em 1977 Chris Sizemore (nome real de Eve ) com seu primo, escreveu "Eu sou Eva" e ficou mundialmente conhecida através de famosas entrevistas na TV.
Explicação.
Thigpen e Cleckley estavam convencidos de que tinham testemunhado um exemplo de personalidade múltipla.
Embora Thigpen e Cleckley não tenham apresentado a causa deste caso de MPD, a explicação aceita é que o MPD é geralmente uma resposta ao abuso de crianças - uma defesa para o indivíduo proteger-se.
Avaliação da Explicação.
É possível que os terapeutas possam ter sido enganados por uma amadora mas talentosa atriz. Thigpen e Cleckley não reconhecem isso e afirmam que o desempenho não poderia ter continuado por tanto tempo e ser tão consistente.
No entanto, o diagnóstico de MPD ainda não é muito confiável. Por exemplo, existem muito mais casos relatados nos EUA que no Reino Unido.
Isso pode demonstrar que, talvez, alguns psiquiatras são mais propensos a diagnosticar MPD do que outros.
Curiosamente, as mulheres são mais suscetíveis de serem diagnosticadas com MPD do que os homens.
Um argumento que está ganhando popularidade é que psiquiatras como Thigpen e Cleckley estão criando casos de personalidade múltipla (MPD) ao levarem seus pacientes a acreditar nesta possibilidade.

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