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1 Orientação sexsual

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1 Orientação sexsual 
Na maioria das vezes, o estudo da orientação sexual apresentado por muitas instituições de ensino resume-se aos aspectos biológicos, principalmente apresenta-se o estudo do sistema reprodutor e os métodos anticoncepcionais e considera a “missão cumprida”.
Entretanto, as principais dúvidas dos alunos envolvem questões psicológicas e sociais. Muitas adolescentes engravidam precocemente mesmo conhecendo todos os métodos anticoncepcionais. Sendo assim ensinar de uma forma informativa, não basta.
As principais dúvidas que eles apresentam envolvem questões sobre “padrões de normalidade”, auto-imagem, a relação com o outro e aceitação no grupo.
Muitas vezes a adolescente fica grávida, pois é uma nova chance numa vida com poucas perspectivas. Através do filho ela nasce de novo.
Por isso esse assunto deve envolver questões mais profundas e humanas do que simples informações biológicas.
A fase em que mais se fala em orientação sexual é na adolescência, pois é a fase de transformação do corpo e que desperta muitas dúvidas e angústias.
Todavia a temática sexual pode (e deve) ser discutida com alunos de todas as idades, considerando algumas variações temáticas e metodológicas.
Considerando as temáticas mais voltadas para adultos temos:
-          Sistema reprodutor Feminino e Masculino;
-          Ciclos hormonais;
-          Gravidez e Parto;
-          Funcionamento dos métodos anticoncepcionais;
-          Cirurgias de esterilização;
-          Exames Preventivos;
-          Doenças Sexualmente Transmissíveis;
-          Aborto;
-          Papéis sexuais: Homossexualidade/ Homossexualismo/ Bissexualidade/ Transexualidade / GLS e GLBT;
-          Desejo sexual;
-          Masturbação;
-          Violência Sexual;
-          Variações sexuais;
-          Desvios sexuais;
-          Sexo e a mídia;
-          Sexualidade Infantil;
-          Relações humanas: Ficar, Namorar, Casar. Contratos e contatos;
-          Virgindade;
-          Orgasmo e Prazer;
-          Impotência.
Não vamos aprofundar cada uma dessas temáticas, mas apresentaremos algumas informações relevantes, questionamentos e sugestões para discussões.
Os Aspectos Biológicos
Essa dimensão pode não ser a que desperta mais dúvidas, mas é a que relaciona a questão da sexualidade com o corpo e precisa ser bem trabalhada e compreendida.
Podemos dizer que as questões biológicas geralmente funcionam como “ponto de partida”. Entretanto é importante ir além dela e ultrapassar para questões psicológicas e sociais.
O conhecimento da anatomia e fisiologia humana é o primeiro passo para um auto-percepção e para uma consciência do corpo.
Para os estudos anatômicos e fisiológicos é importante fazer uso de esquemas, desenhos ou modelos do corpo humano, nos quais os alunos podem reconhecer os órgãos do corpo humano e imaginar a posição desses órgãos no seu próprio corpo.
Os modelos tridimensionais e com tamanhos parecidos aos originais que o aluno pode tocar e/ou montar são mais interessantes para esse tipo de trabalho, assim o aluno pode aprender “com as mãos” o que ajuda nas noções reais de proporções e no aprendizado espacial.
Também é interessante trabalhar com figuras e representações conhecidas de cortes tanto longitudinais com transversais.
No material de apoio 1 temos uma apresentação de Power Point com alguns exemplos de modelos e figuras que podem ser usados com a finalidade de um reconhecimento anatômico.
Entretanto um trabalho anatômico não se resume a localizar e nomear órgãos e sim entender suas funções e como a localização e o tamanho desses órgãos interferem nessas funções.
SOBRE O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO É IMPORTANTE DESTACAR A FORMA E AS FUNÇÕES DOS SEGUINTES ÓRGÃOS:
- OVÁRIOS: Mostrar que são dois associados às tubas uterinas, que não repensáveis pela produção do óvulo e de hormônios femininos. Mostrar figuras mais detalhadas da formação desse óvulo e da secreção dos hormônios. Sobre o formato do ovário é interessante destacar que ele é “fechado”, ou seja, não há canais e ductos e a ovulação é um rompimento que forma uma cicatriz. A partir dessa cicatriz que se forma o corpo lúteo responsável pela produção da progesterona.
- TUBAS UTERINAS: (antigas Trompas de Falópio): Mostrar que há ligamentos que unem o ovário às tubas e que esses se movimentam no momento da ovulação para que o gameta (óvulo) caia exatamente na tuba uterina. É interessante mostrar imagens dos cílios que empurram o óvulo, pois ele não tem movimento próprio. Além de dizer que é na tuba que ocorre a fecundação.
- ÚTERO: Mostrar a posição do útero em relação à bexiga (pois é comum os alunos confundirem os dois órgãos). É fundamental destacar a posição do útero e sua inclinação para frente em relação à gestação. Outro ponto importante que deve ser destacado é o tamanho do útero e como ele aumenta durante a gestação.
O útero é o órgão onde o embrião se fixa (nidação) e da união entre tecido do embrião e do útero forma-se a placenta.
É muito importante mostrar as principais camadas do útero: a suas parte muscular (miométrio) e a parte que cresce com estímulo hormonal da progesterona e ajuda na fixação do embrião (endométrio). Deve-se relacionar essas camadas com a menstruação (descamação do endométrio) e com problemas como miomas e endometriose
- COLO DE ÚTERO OU CÉRVIX: Essa região fica no limite entre o útero e a vagina e se deve discutir porque é uma área muito sujeita às infecções, algumas delas que podem levar a tumores como a Infecção por HPV. É uma região que acumula secreções e que também apresenta proteções contra infecções como o muco que cria uma barreira dificultando a passagem de microorganismos.
- VAGINA: É um canal por onde sai o fluxo menstrual e onde o pênis é introduzido na relação sexual. Ela tem glândulas que lubrificam suas paredes para diminuir o atrito durante a relação sexual. É importante e mostrar que vagina é o canal, é um órgão interno. A genitália externa é conhecida como vulva.
Outro ponto de desperta polêmica e curiosidade é o hímen que fica na entrada da vagina e que se rompe, geralmente, na primeira relação sexual.
- GRANDES E PEQUENOS LÁBIOS: São dobras da pele que ajudam a proteger a entrada da vagina e da uretra.
 
- CLITÓRIS: É uma estrutura geralmente pequena (embora possa variar de tamanho) localiza na extremidade dos pequenos lábios e que é formado pelo mesmo tecido embrionário que forma o pênis nos homens. Ele também enche de sangue e aumenta um pouco de tamanho quando a mulher está excitada. Por isso esse órgão é constantemente associado à idéia de prazer.
AINDA FALANDO SOBRE ANATOMIA E FISIOLOGIA, AGORA FOCANDO NA MASCULINA PODEMOS DESCREVER OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS E SUAS FUNÇÕES:
- BOLSA ESCROTAL: É uma estrutura muscular que protege os testículos. Um detalhe interessante de ser explorado é que essa estrutura se distende com o calor afastando os testículos do corpo. Isso é importante porque esses órgãos só funcionam bem com uma temperatura menor que a temperatura corporal (aproximadamente 35°C). Por isso deve-se evitar o uso de calças apertadas.
- TESTÍCULOS: São as gônadas masculinas, ou seja, os órgãos que produzem os gametas masculinos conhecidos como espermatozóides.
Além disso, os testículos produzem o hormônio masculino: a testosterona.
- EPIDÍDIMO: É a região superior do testículo, local onde os espermatozóides, que foram produzidos pelos testículos amadurecem.
- CANAIS DEFERENTES: São dois canais, que saem um de cada testículo e transportam os espermatozóides. Esses canais sobem até a região lateral da bexiga até que atrás dela encontram as vesículas seminais e esses dois canais se unem à uretra dentro da próstata.
Até chegar à vesícula seminal os espermatozóides são transportados pela contração muscular dos canais. Assim o processo é lento podendo durar meses.
As vesículas seminais e a próstata produzem a parte líquida do sêmen, que é composta por substâncias que facilitam a mobilidade dos espermatozóides, além de ajudar com substâncias nutrientese protetoras contra as secreções vaginais.
A partir do momento que os espermatozóides saem da vesícula seminal e são expelidos pela ejaculação eles começam a nadar eles sobrevivem, no máximo, 48 horas.
A Vasectomia é a operação de esterilização masculina que consiste na interrupção dos canais deferentes. Isso impede que os espermatozóides cheguem ao sêmen, mas não interfere na ejaculação, na produção de líquido seminal e nem de hormônio.
-VESÍCULA SEMINAL: Como dissemos anteriormente são duas glândulas responsáveis pela produção de parte do líquido seminal, além de armazenar espermatozóides. É importante esclarecer os termos e conceitos: normalmente se usa o temo esperma como sinônimo para sêmen. O esperma contém os espermatozóides que são os gametas.
-PRÓSTATA: Também é uma glândula que produz parte do sêmen. A uretra, canal que sai da bexiga atravessa a próstata e nela encontra os canais deferentes.
É um órgão muito discutido por causa do “câncer de próstata”, um dos principais tipos de tumores que matam os homens.
Também é importante discutir através das figuras anatômicas que devido à posição da próstata (atrás do osso púbis) torna-se difícil vê-la por exames de imagem por isso é que faz o exame de toque retal para ver se a próstata tem algum aumento de tamanho.
Mas é um exame que provoca discussões e preconceitos. Por isso é um assunto interessante para ser trabalhado.
- URETRA: É o canal que sai da bexiga e transporta urina, mas também é o canal que transposta só sêmen dentro do pênis.
- CORPO CAVERNOSO: O pênis possui estruturas chamadas de cavernosas e esponjosas. Essas estruturas contém espaços vazios que são preenchidos de sangue quando o homem fica excitado assim o pênis aumenta de tamanho e fica rígido. Em  outras palavras são as estruturas responsáveis pela ereção.
- PÊNIS: É o órgão copulador que é introduzido na vagina durante e relação sexual. A ponta do pênis é chamada de glande e é sua parte mais sensível.
A glande é protegida por uma pele denominada prepúcio. Essa estrutura também merece ser discutida, pois se o menino não for bem orientado a puxá-la nos momentos de higienização ela acaba perdendo a elasticidade e tornando-se um local de acúmulo de secreções propício a infecções.
Um garoto que não tem elasticidade no prepúcio tem um problema chamado de fimose geralmente faz uma cirurgia para a retirada desse prepúcio.
Os judeus retiram o prepúcio do menino nos primeiros dias de vida, é a chamada operação de circuncisão.
Esses aspectos de higiene e diferenças culturais devem ser explorados quando se discute esse assunto.
O estudo da Anatomia e a fisiologia nos ajuda a conhecer e entender as estruturas e os processos do nosso corpo. Entretanto nosso corpo não é isolado. Ele se relaciona com outros corpos, se relaciona com um ambiente, uma cultura e isso deve ser considerado e discutido.
Mesmo quando fala de estruturas e funções o professor não precisa mostrar e dizer tudo agindo de uma forma demonstrativa, pois isso favorece uma postura passiva do aluno.
Considerando que é um assunto que todos tem curiosidade, medos, crenças, e até informações erradas ou preconceituosas, é importante que os alunos expressem seus conhecimentos prévios e suas dúvidas, para que esses possam ser questionados e ampliados.
Pensando no estudo anatômico e fisiológico é possível, a partir das figuras ou modelos, pedir para que os alunos observem ou manipulem, descrevendo aquilo que conhecem e pesquisando o que têm dúvidas.
 
É importante dar espaço para perguntas (que podem ser anônimas, utilizando uma caixinha de dúvida). O estudo não deve ser limitado à nomenclaturas o aluno deve pesquisar e descrever suas observações, para que ele consiga estabelecer relações e aprofundar o seu conhecimento. Nesse caso adota-se uma postura mais investigativa.
PARTINDO-SE DOS ÓRGÃOS E SUAS FUNÇÕES É POSSÍVEL DISCUTIR, QUESTÕES COMO:
-          Os ciclos hormonais e suas relações com:a menstruação, com o uso de pílulas anticoncepcionais e a tensão pré-menstrual (TPM).
-          Como esses ciclos variam na puberdade, durante a gravidez e na menopausa apresentando as principais transformações corporais e a administração de hormônios, principalmente na menopausa.
-          O funcionamento dos anticoncepcionais: destaca-se as vantagens e desvantagens de cada método (e os valores e preconceitos associados a cada um deles). Por exemplo, deve-se falar:
·         Dos métodos naturais (os únicos aceitos pela igreja católica) que consistem em prever ou tentar identificar a data da ovulação e não ter relações sexuais nesse período. O método natural mais conhecido é a tabelinha, mas há também o método do muco e da temperatura.
·         Dos métodos hormonais: como a pílula, injeções ou implantes que introduzem hormônios no corpo que modificam os ciclos impedindo a ovulação. Há também mesmo a pílula do dia seguinte que tem uma carga hormonal tão alta que dificulta a mobilidade do óvulo.
·         Dos métodos de barreira: que impedem a passagem dos espermatozóides e, portanto, seu encontro com o óvulo. Exemplo: camisinha e diafragma. O DIU (Dispositivo intra-uterino) tem tanto uma função de atrapalhar o movimento dos espermatozóides (efeito do cobre) como dificultar a nidação.
·         Outros: Além desses há métodos populares de baixa eficiência como o coito interrompido e a lavagem vaginal.
-           A gravidez, parto e aborto: as fases de desenvolvimento do feto, as modificações do corpo e os problemas naturais ou provocados que interrompem a gestação.
-          Cirurgias de Esterilização: Vasectomia e laqueadura. Deve-se discutir como elas são realizadas, os riscos e vantagens e as possibilidades de reversão.
-          Exames de rotina: Principalmente os exames preventivos de câncer de mama (mamografia), colo do útero (papanicolau), câncer de Próstata (exame de toque). É importante conhecer como esses exames são realizados e a discutir a sua importância da prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.
 
-          Doenças sexualmente transmissíveis. Pode-se fazer um histórico da evolução das doenças sexualmente transmissíveis, assim como tratar das principais epidemias como HPV, AIDS, etc.
ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
São os aspectos que os alunos apresentam as maiores dúvidas, mas é importante perceber que os aspectos não são isolados. Mesmo os aspectos biológicos têm outras dimensões.
Por exemplo: Os métodos anticoncepcionais e os métodos de esterilização têm um papel importante em questões sociais que envolvem o planejamento familiar.
Assim como o aborto precisa ser trabalhado considerando as questões psicológicas, sociais e, até, legais.
Também é importante destacar que a Metodologia de trabalho com questões psicossociais é diferente do que com questões mais biológicas que descrevem estruturas e processos. Pois, em geral, as questões são mais abertas, variam conforme a diversidade individual e cultural. Por exemplo: ao falarmos de uma doença, temos as informações básicas em relação aos agentes causadores, aos sintomas, ao tratamento. É possível discutir o efeito que essa doença causa num grupo, mas não muda as suas características básicas.
Já questões como fidelidade e casamento, por exemplo, podem ser vistas de pontos de vista históricos culturais, que também podem ser apresentados, mas são questões mais abertas a diversidade de opinião das pessoas.
Para trabalhar temas assim se recomenda debates, dinâmicas de grupos e até psicodrama.
Para que as pessoas não caiam no senso comum nem se transforme numa terapia, é preciso cobrar a apresentação de fatos de terceiros e/ou notícias publicadas na imprensa, tentando-se evitar contar histórias da sua intimidade.
Esse cuidado é importante, pois a função da educação é adquirir uma postura crítica diante de um conhecimento, inclusive o conhecimento de si, mas ao compatilhar informações íntimas pode-se esbarrar os níveis terapêuticos e isso pode ser perigoso sem a presença de um profissional preparado.
Por exemplo: quando se fala deimpotência deve-se estimular a pesquisa de casos e situações em publicações e até trazer uma história de um terceiro desconhecido do grupo, mas não se recomenda alguém apresentar sua própria história. Por envolveria uma exposição que pode tornar-se problemática.
Sobre os temas citados anteriormente é preciso destacar:
-          Quando se trata de desejo há várias controvérsias entre o desejo feminino e masculino, entre algo instintivo e aprendido. É importante trazer opiniões diferentes para que o aluno possa construir suas próprias conclusões.
-          Sobre masturbação é importante discutir sobre o conhecimento do seu próprio corpo e do seu próprio prazer.
-          Sobre os papéis sexuais, além de questões como as atribuições da mulher e do homem é preciso discutir outros papéis sexuais como a homossexualidade tanto masculina como feminina (diferenciar do termo homossexualismo, pois não é mais considerada uma doença). Discutir as diferenças entre casos de opção sexual para casos que a pessoa realmente pensa e age como se fosse do outro sexo, ou seja, ela não aceita seu corpo original e acaba mudando de sexo (através de cirurgias), que são os casos dos transexuais. É uma questão complexa que envolve discussões sobre entender o diferente, sobre preconceito, etc.
-          A questão da violência sexual é algo muito delicado, mas é um assunto necessário de se assumir um posicionamento crítico, pois muitas crianças sofrem abusos dentro da suas próprias famílias. Por isso é preciso discutir casos reais com muito cuidado.
-          Variações sexuais: formas de relação sexual como sexo oral e sexo anal. A idéia não é discutir gostos pessoais, mas ampliar a percepção de que há diferenças entre as pessoas e suas práticas sexuais e que cada um tem direito às suas escolhas desde que haja respeito entre as pessoas que se relacionam. Deve-se entender os riscos e prevenções que devem assumidos em cada uma dessas escolhas
-          Desvios sexuais: Discutir a idéia de normalidade, apresentando a importância de respeito às diferenças, mas também na percepção de certos comportamentos que podem prejudicar os outros. Por exemplo, um determinado fetiche pode fazer apenas parte da fantasia de um casal, mas às vezes o fetiche é mais importante que a própria relação em si então é preciso ser repensada. Ou mesmo questões mais sérias que agridem e humilham o outro como pedofilia, exibicionismo, voyeurismo, sado-masoquismos, etc.
-          Sexo e a mídia; Como os apelos sexuais da mídias interferem no comportamento das pessoas. Como isso pode ser discutido e trabalhado para que a censura (escolha) parta do próprio espectador
-          A Sexualidade Infantil é outra questão importante, pois os adultos não conseguem lidar muito bem com questões normais como a masturbação infantil e acabam reprimindo e, muitas vezes, gerando traumas nas crianças. Sobre esse assunto é importante realizar debates, trazer situações reais nos quais devem ser discutidas formas de lidar com o problema.
-          Cada vez mais os “contratos” e contatos entre as pessoas se diversificam. Então questões como namoro casamento não são tão bem delimitadas. Os adolescentes “ficam”, ou mesmo, têm “um rolo”. Há também as “relações abertas”. Como ficam as questões da formação de famílias, criação de filhos, idéias de fidelidades com essas variações de relações? São questões para serem debatidas. O mesmo vale para a idéia de virgindade e seu sentido hoje em dia na nossa cultura ou em outras culturas.
-          Questões como orgasmo e prazer povoam as revistas femininas trazendo fórmulas, modelos de conduta e expectativas. Por isso é uma assunto importante do qual se precisa construir um espírito crítico para enfrentar essa “indústria do prazer”. È importante discutir que o prazer tem diversas dimensões, inclusive, mas não somente físicas.
-          Outro assunto muito presente na mídia é a impotência masculina, suas causas físicas e psicológicas e os remédios e tratamentos que podem amenizar o problema. É preciso discutir o risco e a necessidade desses tratamentos. Também é fundamental abordar a impotência feminina, conhecida como vaginismo que atinge um número grande de mulheres e que não tem muita informação nem conhecimento sobre a questão. O vaginismo é uma contração involuntária da vagina que pode dificultar e até impedir a relação sexual que pode ter origem física e psicológica. Muitas mulheres sentem dor e até não conseguem ter relações por conta desse problema e muitas vezes nunca ouviram falar dele e por isso não buscam ajuda.
 
As questões envolvidas na orientação sexual geralmente são associadas ao conteúdo de ciências por conta da parte biológica. Entretanto esse conteúdo pode ser trabalhado de um forma transversal por diversos profissionais ou mesmo por professores de outras disciplinas. Pois é um assunto que faz parte da nossa vida e que podemos orientam o aluno a pesquisar e debater sobre ele.
Bibliografia
ARATANGY, Lídia R. Sexualidade: a difícil arte do encontro. São Paulo: Ática, 1997.
GTPOS, ABIA, ECOS. Guia de Orientação Sexual - Diretrizes e Metodologia. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1994.
MAYLE, Peter; ROBINS, Arthur; WALTER, Paul. De onde viemos: explicando às crianças os fatos da vida, sem absurdos.  São Paulo: Nobel, 1985.
MAYLE, Peter; ROBINS, Arthur; WALTER, Paul. O que está acontecendo comigo: guia para a puberdade, com respostas às perguntas mais embaraçosas.  São Paulo: Nobel, 1984.
MEC/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Tema Transversal: Orientação Sexual (1a. a 4a. séries/5a. a 8a. séries). Brasília: MEC/SEF, 1997/1998.
 PAULA CAROLEI
Atividade
Pense na turma que você trabalha, e selecione os temas que você acha fundamental trabalhar com eles. Justifique a sua escolha.
Escolha um desses temas e faça um plano de uma aula sobre o tema descrevendo detalhadamente: as características da turma e do espaço escolar, a ação do professor e do aluno durante a atividade, os materiais envolvidos, os registros e as formas de avaliar ou dar feedback sobre a aprendizagem dos alunos.
 
Fórum
 
Como é possível falar de um assunto tão delicado sobre sexualidade na sala de aula evitando preconceitos e senso comum? Que estratégias podemos utilizar para que os alunos elaborem conceitos sobre o assunto que o ajudem a refletir sobre sua auto-imagem e sua relação com os outros?

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