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Adolescência e Juventude

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Adolescência e Juventude
Esses dois termos muitas vezes utilizados como sinônimos, são alvo de inúmeras confusões que podem nos impedir de fazer uma discriminação teórica adequada.
Em termos sociológicos, a juventude é considerada um processo e não um estado. Nesta qualidade ela se expande entre as diferentes imagens dos grupos subsumidos por sua classificação. Desta forma se pode substituir a imagem esquemática do jovem por outras, por exemplo, a dos grupos: o grupo dos jovens
Burgueses, o grupo dos jovens estudantes, entre outros. Portanto o momento e o movimento os qualificam. Em suas atividades culturais de lazer e sociabilidade, os jovens parecem criar suas próprias identidades e diversificam segundo os modos de ser jovens de determinadas classes sociais, grupos e etnias.
Segundo Philippe Áries (1986) a importância pessoal da idade se constitui à medida que a precisão cronológica dota a vida de história e os registros e documentos se impõem à sociedade. A partir disso o aparecimento das categorias infância e adolescência correspondem à nova necessidade classificatória do homem que confere às pessoas uma idade que se liga às diferentes fases de seu crescimento e não mais a funções sociais.
Como podemos perceber, adolescência e juventude não são sinônimos e muitas vezes retratam perspectivas teóricas diferenciadas. De uma forma ou de outra os teóricos da adolescência parecem caracterizá-la como uma classificação por idade cronológica. De acordo com Osório (1989), há alguns indícios que assinalam o término da adolescência como por exemplo:
estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade de estabelecer
relações afetivas estáveis;
capacidade de assumir compromissos profissionais e se manter (independência econômica);
aquisição de um sistema de valores pessoais (moral própria);
relação de reciprocidade com a geração precedente.
Corroborando com essa perspectiva desenvolvimentista, verifica-se o pensamento de Cantejero (1997) ao afirmar que, a partir dos 16 anos, o indivíduo consegue
ajuizar as regras e as convenções sociais, acatando-as ou desobedecendo-as, de acordo com os seus próprios valores. Pesquisas publicadas por Weithorn e Campbell (1982) reforçam a capacidade decisória do adolescente. Estudando pessoas de 9, 14, 18 e 21 anos de idade, obtiveram resultados que mostram que os maiores de 14 anos não diferem dos adultos em suas decisões sobre saúde, na capacidade de prover consentimento para situações que envolviam a assistência à sua saúde. Quanto às crianças de 9 anos, estas aparentemente eram menos competentes com respeito à habilidade de decidir e entender as informações sobre tratamento. Esta breve introdução pretendeu demonstrar que a adolescência pode ser analisada sob variados recortes teóricos que muitas vezes não encontram pontos de
convergência. Toma-se aconselhável que esta seja entendida como um fenômeno tipicamente humano; nesta qualidade, surge uma veia central como proposição de análise: sua dimensão social.
Indivíduo e Construção de Identidade
Para a Psicologia Social, a construção da identidade se coloca na interface da personalidade individual, das relações sociais, da consciência subjetiva e do contexto externo, sendo, portanto, uma construção social. Pensar o indivíduo significa considerar suas idiossincrasias, reconhecer a cultura na qual está imersa, a formação de desejos e, fundamentalmente, a construção de sua identidade. O ser humano é simultaneamente um organismo, um "eu" e um membro de uma sociedade. A adolescência parece constituir uma guerra interna e externa, cuja batalha central é a formação da identidade. Por isso, reconhecemos, como tema central deste módulo, a apresentação de perspectivas teóricas que enfoquem a construção da identidade dos indivíduos.
O psicólogo desenvolvimentista Gotevant afirmou que o conceito de identidade é usado para indicar:
. a combinação de características de personalidade e estilo social pela qual o
indivíduo "autodefine-se" e é reconhecido;
. o sentimento subjetivo de coerência e continuidade da personalidade.
A Psicologia Social defende o ponto de vista de que a identidade é constituída pelos diversos grupos dos quais fazemos parte. É também um fenômeno social e não natural. Entretanto, deve-se fazer uma distinção entre a identidade como produto preexistente a ser reconhecido e a representação da identidade.
É importante que não se pode isolar de um lado todo um conjunto de elementos - biológicos, psicológicos e sociais - que podem caracterizar um indivíduo, identificando-o, e, de outro lado, a representação desse indivíduo como uma duplicação mental ou simbólica, que expressaria a sua identidade. Existe uma interpenetração fundamental desses dois aspectos, de tal forma que a individualidade dada já pressupõe um processo anterior de representação que faz parte da constituição do indivíduo representado.
Neste sentido, o bebê, antes de nascer, já é representado como filho de alguém e essa representação prévia o constitui efetivamente, como "filho", membro de uma determinada família; posteriormente, essa representação é assimilada pelo indivíduo de tal forma que seu processo interno de representação é incorporado na sua objetividade social como filho daquela família.
Vale ressaltar, também, a importância de considerar o aspecto operativo da questão: o nascituro, uma vez nascido, constituir-se-á como filho na medida em que as relações nas quais esteja envolvido concretamente confirmem essa representação através de comportamentos que reforcem sua conduta como filho e assim por diante.
Desta forma, a identidade do filho se, de um lado, é conseqüência das relações que se dão, de outro - com anterioridade - é uma condição dessas relações. Ou seja, é pressuposta uma identidade que é "resposta" a cada momento, sob pena que esses objetos sociais "filho", "pais", "família"... deixem de existir objetivamente (ainda que possam sobreviver seus organismos físicos, meros suportes que encamam a objetividade do social).
É preciso que se reconheça a existência de juventudes na realidade cotidiana e que não é possível falarmos de uma única juventude/adolescência e como os jovens se constituem como sujeitos sociais, eles são dotados de atividades culturais próprios. Assim, não se está falando do processo de socialização, tomado como um processo de padronização de atitudes e pensamentos, segundo os moldes adultos, uma vez que as relações sociais e as atividades entre os diferentes jovens não se constituem como meras assimilações do mundo adulto.
Considerações finais
O desenvolvimento de propostas baseadas na valorização juvenil exige do educador uma clara vontade política no sentido de contribuir, através de seu
trabalho, para a construção de uma sociedade que respeite os direitos de cidadania e aumente os níveis de participação democrática de sua população.
Através da participação ativa, construtiva e solidária, os educandos acabam envolvendo-se na solução de problemas reais na escola, na comunidade e em sua sociedade. Para tanto, faz-se urgente que os educadores mudem sua maneira de entender os adolescentes. Eles precisam ser reconhecidos como indivíduos capazes de exercitar sua autonomia, solidariedade e competência. Devemos deixar de lado o estigma do adolescente problema.
Extraído e adaptado de:
LEVISKY, David Léo. Adolescência Reflexões Psicanalíticas. SP: Casa do
Psicólogo, 1998.
BOCK, Ana M. , FURTADO, Odair e TEIXEIRA, Maria Del. T. . Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 12ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.
BRAGHIROLLI, Elaine et all. Psicologia Geral. Porto Alegre: Vozes, 1990.
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha e DAVIS, Claudia. Psicologia do Desenvolvimento: conceitos fundamentais. São Paulo: EPU, 1981.
SPELING, A. e MARTIN K. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pioneira, 1999.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Para aprofundar seus conhecimentos acerca da adolescência, faça um resumo do texto, destacando os pontos que você achou mais importante.
TESTE DE AUTO-AVALIAÇAOMARQUE (V) VERDADEIRO E (F) FALSO
1. A adolescência é um período do desenvolvimento humano alvo de intensos conflitos; tais conflitos se apresentam por uma necessidade de reorganização do indivíduo no campo biopsicossocial. ( )
2. A inteligência evolui do nível concreto para o real, caracterizado pelo pensamento da realidade através do concreto. ( )
3. Há alguns indícios que assinalam o término da adolescência como o
estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis. ( )
4. A construção da identidade se coloca na interface da personalidade individual, das relações sociais, da consciência subjetiva e do contexto externo, sendo, portanto, uma construção social. ( )
5. Aristóteles considerou os adolescentes como: “ Jovens adultos, sem responsabilidade na vida”. ( )
LISTA DE VERIFICAÇÃO
1. Osório apresenta alguns indícios do término da adolescência. É correto afirmar que:
a) Relação de reciprocidade com a geração anterior e aquisição de valores
pessoais.
b) Identidade sexual, relação de reciprocidade com a geração anterior, aquisição de valores pessoais, independência econômica e relações afetivas
estáveis;
c) Aquisição de sistema de valores pessoais centrados na moral própria;
d) Capacidade de assumir compromissos profissionais e se manter economicamente independente.
2. Segundo Gotevant, o conceito de identidade é usado para indicar:
a) O nome próprio
b) A combinação de características de personalidade e estilo social pelo qual o indivíduo autodefine-se e é reconhecido.
c) A sua filiação
d) O sentimento de ser alguém na vida.
3. A Psicologia Social define a identidade como:
a) Uma construção social.
b) Algo inato e imanente ao sujeito.
c) Um conjunto de características inatas do indivíduo.
d) Um conjunto de características próprias à personalidade.
4. De acordo com a perspectiva do texto, podemos afirmar que:
a) Os processos cognitivos atuam independentemente do meio sociocultural em que os indivíduos se encontram.
b) Os processos cognitivos se encontram num estágio primitivo no período da
adolescência.
c) Não existem alterações na vida cognitiva dos indivíduos no período da
adolescência.

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