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13/08/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2428121&classId=1007815&topicId=2189874&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/9
Teoria Geral da Investigação
e Perícia
Aula 1 - Aspectos Gerais e Introdutórios
INTRODUÇÃO
Para estudarmos a sistemática da investigação e suas rami�cações com aplicabilidades será importante aprofundar
algumas noções sobre con�ito e a �nalidade contemporânea com que os juristas compreendem a investigação na pós-
modernidade.
OBJETIVOS
13/08/2018 Disciplina Portal
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Examinar o conceito e o alcance da investigação forense;
Compreender o signi�cado do con�ito como fenômeno social e o direito como mecanismo de seu controle;
Esclarecer que a investigação não deixa de ser um mecanismo de busca para a solução de con�itos, por meio da
descoberta da verdade.
13/08/2018 Disciplina Portal
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CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONFLITO
O homem, por ser um animal gregário, somente pode viver em sociedade. Organizando-se em grupo, o homem busca a
obtenção de �ns comuns:
Ao se reunir em sociedade, busca alcançar o que alguns nomeiam de “felicidade”. (glossário)
Nesse contexto surge o Estado. Os homens renunciam parcela de sua liberdade com o �m de criar esse ente �ctício
chamado Estado, com seus três elementos: povo, território e governo. Este conceito foi extraído da obra o ilustre
�lósofo e teórico político Jean-Jacques Rousseau. (glossário)
É certo que a criação do Estado e a reunião do homem em sociedade não têm o condão de eliminar as intempéries
externas por completo, mas podem reduzi-las para níveis controláveis. Contudo, a própria evolução da sociedade,
acompanhada da evolução cientí�ca e do domínio do homem sobre a natureza, �zeram nascer novos fatores de risco à
sobrevivência do ser humano, enquanto raça humana. Foi o que o sociólogo Ulrich Beck chamou de “sociedade de
risco”. (glossário)
CONFLITO DE INTERESSES
No entanto, não foram apenas os riscos externos que atemorizaram os homens no viver em sociedade. A própria
convivência gera con�itos internos que ameaçam sua própria existência. Aqui sobressai a relevância ao que os
processualistas chamam de con�ito de interesses.
Frequentemente, surge no âmbito social con�itos entre seus integrantes. O sentido comum do vocábulo interesse nos
remete à ideia de desejo, anseio, aspiração, cobiça, ambição, ou seja, a coisa que o homem quer. Não raro duas
pessoas desejam o mesmo bem, ou seja, possuem interesse pelo mesmo objeto, inclusive acreditando terem direito a
tal bem.
Surge o con�ito de interesses quando a situação favorável à satisfação de uma necessidade excluir a situação
favorável à satisfação de uma necessidade distinta. Isso é vislumbrado quando uma pessoa possuir mais de um
interesse que se sobrepõe ao interesse do outro.
Quando uma das partes envolvidas nesse con�ito resiste à pretensão da outra, diz-se que existe o con�ito de
interesses ou litígio.
Pois bem, o con�ito está intimamente ligado à ideia de interesse, uma vez que deste decorre. Cada ser humano possui
a sua necessidade e procura a sua satisfação. Ocorre que muitas vezes a busca por essa satisfação se dá por meio de
um bem, confrontando ao interesse de outrem, pois os bens são limitados. Segundo orientação de Schnitman (1999):
13/08/2018 Disciplina Portal
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MODOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Fonte da Imagem: Supoj Pongpancharoen / Shutterstock
Para a solução de con�itos, os homens desenvolveram, ao longo da história, inúmeras formas de resolução de
con�itos, inicialmente relegadas ao próprio particular, conhecida como justiça privada.
A primeira delas e, talvez, a mais usual, era o uso da força, conhecida tecnicamente como autodefesa ou autotutela.
Dito de outra forma, quando a decisão do con�ito depende da força dos competidores, o mais forte sempre terá a
razão ao seu lado.
A autodefesa sempre apresentou graves inconvenientes, pois a solução do con�ito estaria ligada diretamente à
superioridade de forças de uma das partes.
Considerando os inconvenientes da justiça privada e da autotutela, nasceu a necessidade de que a solução dos
con�itos na sociedade fosse realizado de forma pací�ca e justa, e que o ato de decidir �casse a cargo de uma terceira
pessoa, não interessada diretamente no litígio, pois assim poderia solucioná-lo com equidade e justiça. Mas não
poderia ser qualquer terceira pessoa. Haveria a necessidade de termos um terceiro forte o su�ciente para que pudesse
ter sua decisão aceita espontaneamente ou imposta coercitivamente, principalmente aos integrantes do con�ito.
Dessa necessidade, surgiu o monopólio da administração da justiça (glossário) pelo Estado. A tutela pelo Estado.
Nesta feita, ele avoca para si a tarefa de compor os con�itos da sociedade, afastando a possibilidade da vingança
privada, que somente passa a ser possível de forma excepcional.
Nesta linha, a investigação criminal e a consequente instrução processual passam a ser instrumentos para a busca da
verdade, possibilitando ao julgador (juiz) decidir o con�ito.
Aqui utilizaremos a investigação criminal como norte já que foi desta espécie de investigação que se rami�cou as
demais investigações que estudaremos nesta disciplina.
A VERDADE COMO FORMA DE SOLUÇÃO DO CONFLITO
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A verdade nem sempre foi a forma encontrada pela sociedade para a composição do con�ito. Outras fórmulas foram
utilizadas ao longo da história da sociedade.
Por exemplo, na Alta Idade Média (século V a X) a composição do con�ito se dava por meio da denominada justiça
privada, pelo mecanismo da autodefesa; pelo duelo; ordálios ou juízos de Deus.
Já na Baixa Idade Média (séculos XI a XIV) o con�ito ocorria pela sujeição e submissão do suserano ao vassalo, com
fortes in�uências da Igreja, período denominado de Feudalismo. Na Idade Moderna, o Estado absolutista (séculos XV a
XVIII) substitui pela ideia dos contratualistas a dominação por uma pessoa na �gura de um ente �ctício, qual seja o
Estado, como acumulando todos os poderes de legislar, executar e julgar, até os dias de hoje com a idade
Contemporânea (século XIX até hoje), na qual esses poderes são divididos em três.
A ideia de verdade surge no Estado absolutista como mecanismo de substituição de forças. Substitui-se a força
privada e do mito pela força do Estado, e futuramente pelas ideias de fé, que até hoje norteiam alguns paradigmas
jurídicos, como o denominado senso comum teórico, que é objeto de desconstrução das ciências sociais aplicadas,
como é o caso do Direito e sua interdisciplinariedade.
A verdade que se quer comprovar, por muito tempo se a�rmou ser uma verdade real, capaz de reconstruir com
absoluta perfeição os fatos exatamente como aconteceram. Por isso, se a�rmava que adotávamos o princípio da
verdade real no processo penal.
Contudo, esse conceito, ao longo do tempo, foi sendo alterado, pois se percebeu que a busca por essa verdade tida
como real acabava por cegar o caminho da investigação, que se preocupava apenas em alcançá-la a qualquer custo.
Naquela época os �ns justi�cavam os meios, e tanto é verdade essa a�rmação que a tortura era aceita, pois era um
instrumento e�caz para se conseguir a con�ssão.
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A prova obtida por meioda con�ssão era a que possuía maior valor, com efeito, satisfatória para dar por reconstruído
os fatos exatamente com aconteceram. Acreditava ser possível reconstruir, em especial com a con�ssão, os fatos
exatamente como aconteceram em uma “verdade” absoluta, por isso tida como real.
Esse período em que se buscava a verdade real não mais vigora em tempos atuais, sendo necessário reconhecer que a
verdade que se alcança é uma versão verossímil dos fatos.
Por isso, podemos fazer a ilação de que a solução de um con�ito de interesse, muitas vezes será decidido por quem
melhor investigar e conseguir construir uma versão verossímil dos fatos como por exemplo:
  Comprovar a culpa no processo penal e com isso conseguir uma condenação.
  Construção de uma versão verossímil e com isso comprovar uma união estável para posterior solicitação de
divisão de bens.
  Comprovar uma fraude de um funcionário para justi�car a demissão com justa causa.
  Comprovar a in�delidade de um dos cônjuges para lhe imputar a culpa da separação e ulterior indenização
por danos morais se for o caso.
Essa atividade de investigar dependerá, para ter sucesso, da competência de quem realiza a tarefa. Logo, saber quais
competências pro�ssionais o investigador deve possuir é muito importante.
ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS DO CONFLITO
Além da abordagem sistêmica, podemos destacar abordagens sociológicas do con�ito.
A teoria do con�ito social se origina com o pensamento de Karl Marx, um conhecido �lósofo e teórico político. Marx
estudou a maneira como os con�itos dirigem os comportamentos humanos e de um grupo, indo do nível individual ao
governamental. Existem vários tipos de teoria de con�ito social. Cada um deles parte de um ângulo ou de uma
abordagem especí�cos para discutir o con�ito, a luta pelo poder e a alocação de recursos.
Existem muitos outros tipos de teoria do con�ito social, como: 
1. Teoria sobre gênero; 
2. Teoria pós-colonial; 
3. Teoria pós-estruturalista; 
4. Teoria dos sistemas mundiais.
Cada uma apresenta uma abordagem diferente para a ideia fundamental de con�ito-luta entre duas classes para
alcançar riqueza, poder ou um bem desejado.
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Esse aspecto de lutas traz re�exos em alguns teóricos ao abordar a educação, como por exemplo, a visão de Max
Weber que demonstra, atualmente, não mencionando a luta de classes, mas denominando como racionalização do
conhecimento pela educação, uma forma de burocratizar o acesso de controle do Estado.
Em outras palavras, será pela educação que o Estado realizará o controle da sociedade.
O fundamento da racionalidade, da submissão à lei, e da preparação de indivíduos para gerenciar as atividades
burocráticas do estado foi lentamente se difundindo. Na constituição do Estado e do capitalismo moderno esses
elementos são indissociáveis.
Por isso Weber enfatiza dois aspectos: 
• A constituição pautada no Direito Racional (um dos sustentáculos do processo de racionalização da vida). 
• A constituição da Administração Racional (embasada no modelo burocrático).
Um dos pressupostos básicos na formação do Estado moderno é a constituição de uma administração burocrática
racional. Esse processo só ocorreu na sua totalidade no Ocidente, com a substituição gradual de trabalhadores sem
quali�cação, por trabalhadores quali�cados, e com orientação política fundamentada em normas racionais.
Esses aspectos in�uenciarão a formação do sistema jurídico de controle social, quando a educação não é focada para
o evitamento do con�ito, mas para a preparação de pessoas para manipular o sistema e manter aqueles que não se
adequam a esta sistemática fora da comunidade, pela ideia autoritária do encarceramento em massa.
QUESTÃO 1
Para compreendermos a noção de con�ito nos dias atuais podemos realizar um pequeno exercício sobre o tema e sua
contextualização histórica e suas políticas do modelo de investigação criminal. Nesse sentido, qual período histórico
mais adequando para a charge a seguir?
Resposta Correta
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Glossário
FELICIDADE
Para um aprofundamento �losó�co sobre o tema ler: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Do Contrato Social. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv00014a.pdf
(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv00014a.pdf)
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O conceito de sociedade de risco foi originariamente desenvolvido pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, em 1986, quando publicou
seu livro Risikogesellschaft: Auf dem Weg in eine andere Moderne, traduzido para o português como Sociedade de Risco: rumo a
uma outra modernidade. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011. Beck, ao realizar uma análise entre o capitalismo e a evolução
tecnológica, conclui que vivemos em um momento de ruptura da sociedade moderna, que passa a assumir novos contornos de
uma sociedade de risco. O advento dessa nova modernidade opera, nos dizeres de Beck, mudanças radicais na política, na
economia e no comportamento, na medida em que a produção social de riquezas se faz acompanhar, cada vez mais, de uma
produção social de riscos da instabilidade dos mercados às catástrofes ambientais e ao terrorismo, por exemplo.
MONOPÓLIO DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
13/08/2018 Disciplina Portal
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Art. 5º, inciso XXXV, da CRFB. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

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