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Resumo de D. do Consumidor

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Laíse Helena Galdino – 5MA – Resumo da 1ª AVA
LEI PRINCIPIOLÓGICA
O legislador ordinário promulgou a Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor, que regulamenta e dá plena eficácia ao direito fundamental à proteção das relações de consumo, concebida no art. 5º, XXXII da CF, onde afirma que o Estado promoverá a defesa do consumidor na forma da lei; no artigo 170, V da CF (princípio da defesa do consumidor com base na ordem econômica) e no artigo 48 do ADCT (elaboração do CDC pelo Congresso Nacional dentro de 120 dias da promulgação da Constituição). Ou seja, o CDC é o conjunto de normas que estabelece os direitos do consumidor, as responsabilidades de quem vende os produtos, regulamenta as práticas de comércio e a publicidade, proíbe práticas abusivas e estabelece punições para o desrespeito ao consumidor.
Assim sendo, como o CDC advém de mandamento constitucional com intuito de consagrar um direito fundamental. Com isto em mente, o legislador atentou-se aos preceitos constitucionais referentes aos direitos fundamentais e estabeleceu no primeiro artigo do referido código que este seria uma norma de ordem pública (de aplicação obrigatória) e interesse social (casos particulares geram repercussão perante a sociedade; acesso à justiça), o artigo 1º do CDC.
A qualificação desta lei como de ordem pública e de interesse social é proveniente diretamente das características de inalienabilidade, indisponibilidade e vinculação estatal dos direitos fundamentais.
Continuando, por ser norma de interesse social, garante o caráter intervencionista do Estado, com o intuito de equilibrar o mercado e as relações de consumo.
Em decorrência, fala-se que o CDC é lei principiológica (porque surge como princípio constitucional; se sobrepõe hierarquicamente às outras leis federais; é uma lei de ordem pública e possui interesse social; deve ser aplicado, de ofício, pelo magistrado), de forma que toda a legislação que venha a regular as relações de consumo devem se enquadrar aos preceitos ali estabelecidos.
Nelson Nery corrobora:
[...] o Código Civil, não regulará, de modo principal, as relações de consumo, mesmo sendo lei posterior, porque a lei especial (CDC) prevalece sobre a lei geral (Código Civil). Assim, o micro-sistema do Direito das Relações de Consumo será sempre regido, de forma principal e geral, pela lei especial que o criou, vale dizer, pelo Código de Defesa do Consumidor.
É preciso aliar-se ao fato de que o CDC que não pode ser modificados por leis posteriores setorizadas, isto é, por leis que tratem de algum tema específico de relações de consumo.
Assim, sobrevindo lei que regule, v.g. transportes aéreos, deve obedecer aos princípios gerais estabelecidos no CDC. Não pode, por exemplo, essa lei específica, setorizada, posterior, estabelecer responsabilidade subjetiva para acidentes aéreos de consumo, contrariando o sistema principiológico do CDC, que prevê o regime da responsabilidade objetiva para os acidentes de consumo (CDC, arts. 6º, VI, e 12).
De forma magistral, Delfino sintetiza o tema:
Tudo que disser respeito à proteção dos consumidores – sejam relações de origem administrativa, bancária, civil ou criminal -, será, inevitavelmente, regulado pela lei consumerista.
Quando nós podemos invocar o Código de Defesa do Consumidor?
-É preciso que a compra e venda seja considerada uma relação de consumo (tem que ter circulação de mercadoria). Antes de 1990, o consumidor não tinha um aparato legislativo tão forte como hoje. Antes do CDC, era o Código Civil ou o Código Adm. que protegia o consumidor.
Portanto, o CDC é lei principiológica, de tal modo que todas as leis que se propõem a reger especificamente uma relação de consumo devem se subordinar aos seus princípios e direitos, sendo certo que toda norma que verse sobre relação específica de consumo (p. ex. planos de saúde, seguros) não tem o condão de derrogar direitos e garantias previstos no CDC, cabendo a essas, tão somente, tratar o setor legislado conforme a norma principiológica.
ARTIGO 2º, CDC - CONCEITO DE CONSUMIDOR
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Quem é consumidor?
1) Pessoa física e jurídica, uma empresa pode ser consumidor.
2) Essa pessoa física ou jurídica tem que ser a destinatária final.
Consumidor é aquele que consome, compra o produto, contrata o serviço como destinatário final. Portanto, o padrão do artigo 2º, CDC, é ser destinatário final.
A expressão “destinação final” gera uma grande polêmica da caracterização do consumidor. Por esta razão surgem três correntes interpretativas sobre o conceito de consumidor propostas pela doutrina e pela jurisprudência. Lembrando que predomina a decisão do STJ que acompanha a teoria Finalista Aprofundada, ou seja, a pessoa jurídica e o profissional podem ser consideradas consumidor, desde que comprovem sua vulnerabilidade.
QUEM É O DESTINATÁRIO FINAL?????
Primeira teoria>> Finalista (conceito mais restrito): O consumidor é necessariamente no fim da cadeia de consumo. “Consumidor é aquele que retira o produto ou serviço do mercado de consumo exaurindo a sua destinação econômica.” Ou seja, é o que retira o produto do mercado, para seu uso pessoal, para satisfazer sua necessidade pessoal e não para acoplá-lo a outro e mantê-lo na cadeia econômica. Ex. Um advogado compra um ar condicionado para instalar no quarto de sua casa, seria o destinatário final deste produto. Mas se ele, no mesmo momento compra um outro ar condicionado para instalar no seu escritório para dar mais conforto aos seus clientes ele já não seria considerado destinatário final, porque ele mantendo o produto na cadeia econômica. Portanto, quando alguém compra um produto como intermediário, não é destinatário final, ex: restaurante, revendedor.
Finalidade da relação de consumo e para uso próprio; Exclui o profissional.
Segunda teoria >> Maximalista (mais amplo): Consumidor é aquele que retira o produto ou serviço do mercado de consumo sem necessariamente exaurir a sua destinação econômica, ou seja, retira o produto ou serviço do mercado de consumo, seja qual for a necessidade. Então o advogado que instala o ar condicionado no seu escritório, não sendo o produto vendido será considerado consumidor destinatário final.
	Finalista
	Maximalista
	 Conceito econômico de consumidor.
	 Conceito jurídico de consumidor.
	 Conceito subjetivo.
	 Conceito objetivo.
	 Destinatário fático e econômico.
	 Destinatário fático.
 
A terceira teoria>> Teoria Finalista Aprofundada: Consumidor é aquele que retira um produto ou serviço do mercado de consumo, sem necessariamente exaurir a sua destinação econômica, mas desde que seja vulnerável.
Requisitos: Retirar o produto e serviço do mercado e Vulnerabilidade.
OBS: A regra do CDC era a adoção da Teoria Finalista Pura, ocorre que o STJ mudou seu entendimento e passou a adotar a teoria Finalista Aprofundada.
Claudia Lima Marques afirma que, para a Teoria Finalista Aprofundada, a pessoa jurídica deve provar ser vulnerável. O princípio da vulnerabilidade se encontra no artigo 4, inciso I do CDC.
- Vulnerabilidade fática ou real: é a vulnerabilidade real do parceiro contratual.
- Vulnerabilidade técnica: falta de conhecimentos técnicos e específicos sobre o produto ou serviço, podendo ser facilmente iludido.
- Vulnerabilidade jurídica: falta de conhecimentos jurídicos (contabilidade, financeira...).
- Vulnerabilidade informacional: o consumidor não tem as devidas informações sobre o produto ou serviço que está sendo adquirido.
Consumidor equiparado: são todas as vítimas dos fatos do serviço.
Ex: os passantes na rua quando avião cai por defeito do serviço, ou todos que estão em um shopping Center que explode, sejam comerciantes ou visitantes futuros consumidores, todos são vítimas deste trágico acidente de consumo.
ARTIGO 3º, CDC – CONCEITO DE FORNECEDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados (que não tem personalidade jurídica), que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Fornecedor: é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como entes despersonalizados que, em suma, colocam produto ou serviço no mercado de consumo com habitualidade. Ou seja, é aquele que fabrica, vende e revende. Quando eu ofereço meu trabalho sou fornecedor, mas se eu vender meu carro, não sou fornecedor, pois não existe habitualidade e nem profissionalidade. Se eu alugo apartamento não sou fornecedor, mas se a imobiliária aluga é fornecedora, sites como mercado livre são fornecedores também.
-Requisito fundamental: habitualidade (exercício contínuo de determinado serviço ou fornecimento de produto).
Produto: Requisito fundamental: possuir valor econômico. Assim responde o fabricante também pelas amostras grátis postas no mercado e que causem dano a consumidores.
Serviço: Serviço é toda a atividade feita mediante remuneração, se o prestador não cobrar pelo serviço, o usuário não pode usar o código do consumidor, pois não houve uma relação de consumo.
Ex.: Se o shopping cobra pelo estacionamento, ele tem que pagar o roubo, mas mesmo gratuito o estacionamento é responsável, ou seja, existe até uma sumula, como a 130/STJ, obrigando a reparação de dano ao veículo.
Estariam excluídos da tutela consumerista aquelas atividades desempenhadas a título gratuito, como as feitas de favores de parentesco.
ARTIGO 4º, CDC, CAPÍTULO II - POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO (fornecedor, produto ou serviço e consumidor)
O código, a través da Política Nacional de Relações de Consumo (PNRC), estabelece obrigações e princípios que devem ser observados e exercitados pela sociedade, poder público e fornecedores nas relações de consumo.
Objetivos: o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.
Princípios:
- Vulnerabilidade: art 4º, I, CDC. Característica principal do consumidor (parte mais fraca da relação consumerista), pois ele não possui o controle sobre os bens de produção.
Como dizia Henry Ford: “O consumidor é o elo mais fraco da economia; e nenhuma corrente pode ser mais forte do que seu elo mais fraco”.
Ou seja, a vulnerabilidade é o reconhecimento da fragilidade do consumidor no mercado de consumo. É um conceito distinto da hipossuficiência (instituto que somente possui efeitos processuais garantindo principalmente a inversão do ônus da prova em favor do consumidor).
- Do dever governamental: art. 4º, II, CDC. Em virtude do reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor, surge a necessidade de se promover a proteção do elo mais fraco pelos meios legislativos e administrativos, visando garantir o equilíbrio e a harmonia nas relações de consumo. Portanto, compete ao Estado proteger efetivamente o consumidor, intervindo no mercado de consumo para evitar distorções e desequilíbrios, zelando pela garantia dos produtos ou serviços com padrões adequados de qualidade e segurança, bem como durabilidade e desempenho.
- A harmonização dos interesses participantes ou boa-fé objetiva: art. 4º, III, CDC. Concordância prática com base na boa-fé. Ou seja, é o dever de conduta, padrões éticos entre consumidores e fornecedores no sentido de sempre agirem com lealdade e confiança.
- Educação e Informação: art. 4, IV, CDC. Dever dos fornecedores informar os consumidores a respeito dos seus direitos e deveres. A informação tem que ser ampla.
-Controle de qualidade e segurança: art. 4º, V, CDC. É o princípio que manda incentivar o desenvolvimento de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços. O produtor deve garantir que as mercadorias, além de uma “performance” adequada aos fins a que se destinam, tenham duração e confiabilidade. A qualidade não deve se restringir apenas ao produto e serviço prestado mas, também, no atendimento ao consumidor pela colocação de mecanismos alternativos (viáveis e rápidos) na solução de conflitos que porventura surjam na relação de consumo.
- Coibição e repressão dos abusos praticados no mercado de consumo: art. 4º, VI, CDC. Concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores.
- Racionalização e melhoria dos serviços públicos: art. 4º, VII, CDC. Qualquer pessoa do povo pode exigir a prestação correta do serviço público porque é uma obrigação da Administração Pública e um direito de qualquer pessoa.
- Estudo constante das modificações do mercado de consumo: art. 4º, VIII, CDC. Ligado à questão do estudo da economia da sociedade, sua lei de demanda, levando-se em consideração a real necessidade da população por determinado produto ou serviço.
ARTIGO 5º, CDC – EXECUÇÃO DA PNRC
Há uma previsão, não taxativa, mas meramente exemplificativa, dos instrumentos estatais que irão efetivar e consolidar a política consumerista: 1) assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente; 2) promotorias, delegacias, juizado especial e varas especializadas em direito do consumidor; 3) estímulo à criação e desenvolvimento de associações de defesa do consumidor.
ARTIGO 6º, CDC, CAPÍTULO III - DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
	Os direitos básicos do consumidor são aqueles interesses mínimos, materiais ou instrumentais, relacionados a direitos fundamentais universalmente consagrados que, diante de sua relevância social e econômica, pretendeu o legislador expressamente tutelar.
- Proteção da vida, saude e segurança: inciso I. Os consumidores têm direito a não ser expostos a perigos que ponham em risco sua incolumidade física. Há, para os fornecedores, o dever de certificar que seus produtos e serviços não atentem contra a saúde ou a segurança dos consumidores, salvo aqueles riscos considerados normais e previsíveis.
- Educação, divulgação sobre o consumo adequado e liberdade de escolha dos produtos e serviços: inciso I. Diz respeito ao direito de o consumidor receber orientação acerca do consumo adequado e correto dos produtos e serviços colocados à disposição no mercado de consumo e, assim, ter sua liberdade de escolha. Pois assim, pode optar, decidir e escolher o produto ou serviço existente no mercado, que atenda sua necessidade.
- Informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços: inciso II. A informação deve ser adequada e clara, não deixando dúvidas acerca do produto. Referida informação engloba a especificação correta da quantidade, características, composição, qualidade e preço do produto, assim como dos riscos que o produto possa oferecer. Está relacionada ao princípio da transparência.
- Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva: inciso IV. O Código garante proteção ao consumidor contra métodos comerciais, desleais, práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
- Proteção contratual: inciso V. O Código tomou possível fazer mudanças em cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou revisão em razão de fatos posteriores que possam causar dificuldade no cumprimento do mesmo por ter se tomado excessivamente oneroso. Rege o princípio do equilíbrio. Ou seja, o consumidor tem direito à revisão do contrato, sempre que este contiver cláusulas que o tornem excessivamente oneroso.
- Prevenção e reparação de danos: inciso VI. Caso hajaalgum descumprimento ou falha nos serviços prestados o consumidor tem o direito de ter a reparação de danos patrimoniais, morais, individuais, coletivos e difusos.
- Acesso à justiça: com vistas a auxiliar o consumidor, parte frágil na relação de consumo, a ter acesso ao Judiciário em busca da defesa de seus direitos devidamente assegurados no CDC, através dos órgãos judiciários, administrativos e técnicos e assegura a proteção jurídica aos necessitados.
- Facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão no ônus da prova: É direito do consumidor, quando for verossímil sua alegação ou quando for hipossuficiente, ver determinada a inversão do ônus da prova a seu favor. Contudo, deve o juiz verificar, no caso concreto, a necessidade de ser concedida a inversão, não se constituindo essa direito para todo e qualquer consumidor, em toda e qualquer situação. A inversão ficará a critério do magistrado.
Inversão ope legis: quando a lei expressamente assim definir, por exemplo,nos arts. 12, § 3º, 14, § 3º e 38 todos do CDC.
Inversão ope judice: conforme mencionado, é aquela que ocorre a critério do juiz. Tem essa inversão um caráter residual, isso significa afirmar, que só será aplicada quando não estivermos diante das regras dos arts. 12, § 3º, 14, § 3º e 38 do CDC. O consumidor tem obrigação de demonstrar o dano e o nexo de causalidade, mesmo que estejamos diante de hipótese de responsabilidade objetiva.
Ônus da prova: é conduta processual exigida da parte para que a verdade dos fatos por ela narrados seja admitida pelo Juiz. 
Inversão do ônus da prova: cabe ao detentor do poder econômico ou do conhecimento técnico a obrigação de provar contrariamente às alegações do autor. Ou seja, numa ação judicial no âmbito das relações de consumo, sendo o autor hipossuficiente e sendo suas alegações verossímeis, caberá ao fornecedor provar que a alegação do autor não encontra fundamento fático. A inversão do ônus da prova deverá ocorrer na fase de saneamento do processo.
- Adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral: os serviços públicos, como por exemplo, o transporte coletivo, o fornecimento de água e energia, são fornecidos por particulares, mas com a concessão do poder público estatal, por isso devem ser prestados de forma adequada e eficaz.
TEORIA DA BASE OBJETIVA X TEORIA DA IMPREVISÃO
	Base objetiva
	Teoria da imprevisão
	 Onerosidade excessiva.
	 Onerosidade excessiva.
	 Desequilíbrio contratual.
	 Desequilíbrio contratual.
	 Fato superveniente
	Fato imprevisível
	--------------------------------------------
	Vantagem manifestamente excessiva para uma das partes
	1ª Opção: modificação da cláusula
	1ª Opção: resolução contratual
	2ª Opção: resolução da cláusula
	2ª Opção: modificação contratual
ARTIGO 8º AO 10, CDC - QUALIDADE E SEGURANÇA DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS
“Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.”
Direito à informação: é o principal direito do consumidor. Em decorrência disso, o fornecedor está obrigado a dar todas as informações necessárias e adequadas a respeito do produto ou serviço.
Exceções à obrigação de informar: riscos normais e previsíveis.
Omitir informação relevante sobre o risco que o produto ou serviço oferecem é crime punido pelo CDC. 
Ex.: geralmente são produtos cotidianos como facas, tesouras, álcool, fósforo.
A parte final do caput do art. 12 do CDC deixa claro o dever de informar do fornecedor responsabilizando-o em caso de acidente de consumo.
“Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.”
A informação “ostensiva” a que se refere o supracitado dispositivo é a informação inteligível ao homem médio. Deve ser clara e explícita. A informação “adequada”, por sua vez, é a que trás a maneira correta de uso do produto ou do serviço. Do descumprimento do dever de prestar tais informações cabe a responsabilidade civil objetiva do fornecedor.
“Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.”
O artigo 10 do CDC trata dos casos de periculosidade exagerada sendo proibida a colocação dos produtos com essas características no mercado de consumo. O potencial ofensivo destes produtos, ainda que contenham as informações ostensivas e adequadas, não pode ser diminuído.
O § 1º do artigo acima fala de um procedimento chamado recall, termo inglês que significa “chamar de volta”. Tal procedimento aplica-se ao caso do fornecedor tomar conhecimento da periculosidade ou nocividade do produto num momento posterior a sua colocação no mercado. Caberá ao fornecedor, então, comunicar imediatamente o fato as autoridades competentes e aos consumidores fazendo para tanto, o uso de anúncios publicitários seja por imprensa, rádio ou televisão, disponibilizando-se a concertar ou trocar o produto defeituoso. Procedendo ao recall permanecerá a responsabilidade civil objetiva do fornecedor.
Exemplo do “recall”: a Fiat quando encontra algum vício na fabricação de alguma linha de carro. Então, eles anunciam de forma publicitária o vício e chama de volta o produto vicioso.
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC – ARTIGO 12 A 27
DEFEITO ou FATO: É quando o vício extrapola os limites do produto ou serviço, atingindo a pessoa do consumidor. É o vício acrescido de um problema extra, que cause um dano maior do que simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada, etc. São falhas do produto ou serviço que ofendem a segurança legitimamente esperada do consumidor, desencadeando danos morais e materiais (indenização) e ensejando responsabilidade por acidentes de consumo (artigo 12 e 14 do CDC). Ou seja, são acidentes de consumo; quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar. 
Artigo: 12 a 17.
Ofende a integridade física ou psíquica; consumidor real é a vítima; prazo prescricional: 5 anos (art. 27) iniciando-se a contagem a partir do conhecimento do dano e de sua autoria; responsabilidade é do fornecedor real (fornecedor, o fabricante, produtor, construtor e importador). E o fornecedor aparente (o comerciante) apenas nos casos do artigo 13; DIREITO: indenização pelos danos morais e materiais.
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pelaadoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.”
 
VÍCIO: Artigo 18 a 25, CDC. São produtos ou serviços inadequados ao consumo. É também considerado vício as disparidades existentes em relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rótulo, oferta e mensagem publicitária (que não estejam de acordo com informações).
Exemplos: produto que não funciona; produto que funcione mal; produto que tem o seu valor diminuído; produto em desacordo com a informação.
Vícios aparentes: são aqueles de fácil constatação. 
Ex.:Você compra uma TV, tira da embalagem em casa, e vê que a tela está quebrada. 
Vícios ocultos: são aqueles que só aparecem algum tempo depois do uso ou que, por estarem inacessíveis ao consumidor, não podem ser detectados à primeira vista.
Prazo decadencial: 30 dias para não duráveis e 90 dias para os duráveis. Não sendo o vicio sanado no prazo de 30 dias, o consumidor pode a sua escolha exigir a substituição do produto, a restituição da quantia paga devido mais perdas e danos ou abatimento do preço.
Responsabilidade solidária de todos os fornecedores da cadeia de produção.
Direito: opções do § 1º art. 18 e incisos do art. 19.
Conclusão: há vício sem defeito, mas não há defeito sem vício.
Produtos duráveis: são os que não desaparecem com seu uso, como, por exemplo, carro, roupa, geladeira, relógio, etc.
Produtos não-duráveis: são os que se consomem, acabam, logo após o uso, como os alimentos e bebidas.
A responsabilidade civil do fornecedor definida no Código de Defesa do Consumidor, nos artigos 12 e 18, é objetiva, ou seja, independente de culpa o fornecedor, o fabricante, produtor, construtor e importador responderão pela reparação dos danos causados independentemente da existência de culpa. No artigo 13, o comerciante irá responder objetivamente e solidariamente pelos prejuízos causados aos consumidores. No artigo 14, os fornecedores de serviços respondem objetivamente, com exceção dos profissionais liberais que respondem subjetivamente.
No artigo 18, no que tange o vício, o fornecedor tem o prazo de 30 dias para sanar o vício, exceto quando o produto for essencial e quando a satisfação das partes viciadas puder comprometer a qualidade do produto. Nesses casos pode exigir imediatamente que seja sanado o vício, não precisa esperar 30 dias. Ultrapassando esse prazo, o consumidor poderá, alternativamente e a sua livre escolha exigir o abatimento proporcional no preço, a substituição do produto por outro da mesma espécie e o dinheiro de volta (reembolso). PRAZO: 30 DIAS PARA OS PRODUTOS OU SERVIÇOS NÃO DURÁVEIS (início do prazo decadencial: entrega do produto) e 90 DIAS PARA OS DURÁVEIS (prazo decadencial: término do serviço).
No artigo 20, vemos o vício do serviço onde não há prazo para sanar o vício. O consumidor poderá alternativamente e a sua livre escolha exigir reexecução do serviço (reexecução poderá ser confiada a terceiro, mas não desonerar o fornecedor de uma R.C. Solidária), abatimento no preço e o dinheiro de volta. PRAZO: 30 DIAS PARA OS PRODUTOS OU SERVIÇOS NÃO DURÁVEIS (início do prazo decadencial: entrega do produto) e 90 DIAS PARA OS DURÁVEIS (prazo decadencial: término do serviço).
ARTIGO 26 E 27, CDC – DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
No Artigo 26, obsta a decadência a reclamação do consumidor junto ao fornecedor até a resposta inequívoca e a instauração de inquérito civil até o seu requerimento.
No artigo 27, prescreve em 5 anos apenas para a R.C. no CDC (arts. 12 e 14). A contagem da prescrição inicia-se a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
CASOS PRÁTICOS
-O que são vícios ocultos?
Imagine a situação: Um consumidor vai comprar um liquidificador em uma loja de eletrodomésticos e o vendedor abre a embalagem do produto, faz o teste antes de lhe entregar, e verifica que o mesmo está funcionando perfeitamente. Em seguida, o vendedor embala novamente o liquidificador na sua caixa e entrega ao consumidor, que já efetuou o pagamento. Ao chegar em casa, o consumidor deixa o liquidificador guardado e sai em uma viagem de lazer com sua esposa. A viagem dura 40 dias. Chegam em casa e o consumidor volta ao trabalho normalmente com sua esposa e passam a se alimentar fora de casa, por conta da falta de tempo diária para comer em sua própria residência. Por conta disso, o liquidificador continua guardado na embalagem. Passados 5 meses, o consumidor recebe a família de sua esposa em casa e então a sua sogra utiliza o liquidificador para preparar algumas receitas. Ao utilizar o produto, ela percebe que o mesmo está vazando em sua parte inferior, próximo ao motor, devido a uma rachadura pequena na base do copo do liquidificador. E a rachadura surgiu exatamente na divisão de plástico do copo do liquidificador. O consumidor procura a assistência técnica do liquidificador e lá é informado que a garantia do produto já expirou, pois a mesma era de 90 dias, conforme o Código de Defesa do Consumidor. E agora?
Bem, estamos diante de um vício oculto, ou seja, de uma falha do produto que não poderia ser percebida de pronto pelo consumidor ao adquirir o mesmo.
E neste caso, o prazo inicia-se a partir do conhecimento do vício pelo consumidor, conforme inteligência do § 3º do art. 26, CDC: “Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.”
Portanto, o prazo de 90 dias continua, todavia o início de sua contagem será no momento da constatação do vício. Assim, o consumidor tem assegurado o seu direito efetivamente.
-Planos de saúde e o dever de informação
Conforme veiculado pelo portal "Atualidades do Direito", a Terceira Turma do Superior Tribunal Justiça, por unanimidade, deu provimento a Recurso Especial, sob o entendimento de que as operadoras de planos de saúde têm a obrigação de informar individualmente a seus segurados o descredenciamento de médicos e hospitais.
O recurso foi interposto por uma família de paciente cardíaco que ao levá-lo no pronto socorro do Hospital Nove de Julho em São Paulo, onde já tinha sido atendido anteriormente, para atendimento médico de emergência, foi surpreendida pela informação de que o Hospital tinha sido descredenciado da operadora do plano de saúde.
Assim, diante do grave estado do paciente, que depois de alguns dias veio a óbito, a família teve que arcar com despesas no montante de R$14.342,87.
Analisando o referido acórdão, cumpre desde logo mencionar que o contrato mantido entre o associado e a empresa operadora de planos de saúde configura autêntica Relação de Consumo, devendo ser interpretado em conformidade com as regras protetivas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
Com efeito, o associado, usuário do plano de saúde, é o destinatário final da prestação de serviços da empresa e juridicamente insere-se no conceito legal de Consumidor, segundo definição constante do art. 3ª do Código de Defesa do Consumidor, qual seja: "É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final"...
Por sua vez, a operadora de planos de saúde, ao explorar atividade econômica concernente à prestação habitual de serviços remunerados, para os fins do Código de Defesa do Consumidor deve ser considerada fornecedora de serviços (art. 3º, caput e § 2º., do Código).
Com o escopo de proteger o consumidor de eventuais práticas nocivas no mercado de consumo, o Código, nos diversos incisos de seu art. 6º, instituiu uma minuciosa relação dos denominados direitos básicos do consumidor, que deverão ser observados e respeitados pelos fornecedores.
Dentre esses direitos básicos encontra-se o de receber: "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobreos riscos que apresentem;"(art. 6º, inciso III do CDC).
Neste contexto, evidencia-se que o decisório em comento conferiu adequada solução ao litígio, pois, como destacado pela própria relatora, ao deixar de cumprir seu dever de prestar informação adequada, completa, gratuita e útil, a empresa operadora de planos de saúde descumpriu com sua obrigação legal e deverá arcar com o pagamento de indenização decorrente de sua omissão.
-Estacionamento pago e responsabilidade solidária pelo ressarcimento de furtos em veículo
Conforme matéria veiculada pelo "site" da Associação dos Advogados de São Paulo, a 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve a sentença da comarca de Florianópolis que condenou Departamento Municipal e a empresa por ele contratada para explorar estacionamento, ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 3,4 mil à autora da ação, que havia deixado seu automóvel no estacionamento pago do Terminal Rita Maria, em Florianópolis.
Em votação unânime foi reconhecido que: "Há direito ao ressarcimento dos danos sofridos em razão de furto ocorrido em automóvel enquanto este encontrava-se em estacionamento pago, uma vez que houve falha no dever de vigilância e guarda dos veículos lá depositados".
Os fundamentos da referida decisão encontram-se em perfeita consonância com as normas de proteção constantes do Código de Defesa do Consumidor, que inclusive determinam a responsabilidade solidária do fornecedor de produto ou serviço por ato dos seus prepostos ou representantes autônomos (art. 34, CDC). Obviamente, havendo responsabilidade solidária os envolvidos respondem em igualmente de condições em relação à reparação dos prejuízos e danos constatados.
É do fornecedor o risco pela eleição e pela qualidade da empresa contratada para lhe prestar serviços, até porque é seu o risco da atividade econômica e não do consumidor. Deve, pois, responder objetiva e solidariamente pelos danos causados ao consumidor pela inadequação e pelos vícios de qualidade dos serviços que foram prestados pelo outro fornecedor que contratou (artigos 14; 34 c/c 20, caput, e 25, § 1º., CDC).
Nem mesmo a eventual alegação de ignorância sobre os vícios de qualidade, ou sobre a inadequação dos serviços do representante contratado poderá eximir sua responsabilidade reparatória pelos danos causados (art. 23, CDC).
- O direito à Informação existe na prática?
João, pessoa simples e bem relacionada na pequena cidade de São João dos Cafundós era acostumado com o seu aparelho de VHS e sempre assistia a seus filmes naquelas fitas enormes, fazendo sempre o mesmo movimento, pegava a fita no armário da estante onde ficam a televisão, o aparelho de som e o aparelho de videocassete. Tirava a fita da caixa de papelão, onde a mesma ficava guardada e empurrava “goela abaixo” no aparelho de VHS. Automaticamente, depois de alguns instantes, o aparelho fazia a leitura da fita e iniciava o seu tão relaxante filme. Isso aconteceu durante anos, até que o aparelho começou a “engolir” as fitas que lhe eram inseridas. Ao levar no técnico especializado, este lhe deu um orçamento e uma sugestão: “com esse valor, você compra um aparelho de DVD, hoje ninguém mais usa videocassete!”. Foi o que João fez! Procurou a pequena loja de eletrônicos de sua cidade e comprou o aparelho de DVD. Na loja, a única preocupação do vendedor era em explicar as condições de pagamento facilitadas em “suaves” prestações, sem deixar transparecer o valor final do aparelho. Muito satisfeito com a compra, que será paga em “leves” prestações, João foi para casa e colocou o aparelho na tomada, instalou os cabos e no dia seguinte procurou a loja reclamando da compra realizada. “Meu aparelho não presta! Quero o meu dinheiro de volta!”, disse João em tom zangado. “O que aconteceu?”, perguntou o vendedor. Então João explicou que o aparelho não quer mais abrir para receber os discos de DVD em sua bandeja. Depois da aferição pela assistência técnica vem o resultado: “Aparelho inutilizado por mau uso do consumidor. Não há garantia no produto, em virtude da culpa exclusiva do consumidor.” E ele voltou para casa, sem videocassete e nem DVD player.
Agora, revelo o que realmente aconteceu: João, por diversas vezes, fez o que estava acostumado com o aparelho de videocassete: empurrou a bandeja do aparelho de DVD, bruscamente, lógico! E isso danificou  aparelho. Todavia, dizer que isso foi CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR?!
Aí percebemos a falta de atenção ao art. 6º, inciso III, do CDC. Pois, se houvesse a informação clara e adequada ao consumidor sobre como utilizar aquele aparelho, talvez o mesmo não estaria sem o aparelho agora. O vendedor estava preocupado em fornecer informações sobre as condições de pagamento, para que a venda fosse concretizada, pouco importando se o produto vendido seria utilizado adequadamente pelo consumidor.
São pequenos desrespeitos como esse, do cotidiano, que se amontoam e fazem com que pensemos melhor sobre a falta da informação nas relações de consumo. E quão importante é esse direito à informação, considerado como básico, pela Lei nº 8.078/90.
Uma sociedade de consumo bem informada e consciente de seus direitos é capaz de reivindicar mais e o resultado disso é a melhoria nos serviços prestados e nos produtos postos à venda.
Por isso, este espaço de disseminação da informação é de extrema relevância para propagarmos o conhecimento e pensarmos em um dia alcançar o welfare state (estado de bem-estar social).

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