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TEXTO 15

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TEXTO 15: O PAPEL DO ADULTO NA DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR
UNIDADE 6
Nesta unidade vai aprender uma dimensão de fundamental importância no desenvolvimento humano e, por extensão, no trabalho pedagógico do professor, isto é: a dimensão afetiva.
Vamos enfocar questões de ordem prática do dia-a-dia no tocante às interrelações entre o adulto (seja ele professor ou pai) e a criança, de modo a contribuir para o desenvolvimento de uma criança que venha a ser um adulto mais consciente, independente, responsável, amoroso capaz de estabelecer um bom relacionamento com o seu coletivo, com o seu ambiente e com a sua sexualidade bem resolvida.
TEXTO 13
A DIMENSÃO AFETIVA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
As dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico têm sido tratadas, ao longo da história da psicologia como ciência, de forma separada, correspondendo a diferentes tradições dentro dessa disciplina. Atualmente, no entanto, percebe-se uma tendência de reunião desses dois aspectos, numa tentativa de recomposição do ser psicológico completo. Essa tendência parece assentar-se em uma necessidade teórica de superação de uma divisão artificial, a qual acaba fundamentando uma compreensão fragmentada do funcionamento psicológico. As situações concretas da atividade humana, objeto de interesse de áreas aplicadas como a educação, por exemplo, também pedem uma abordagem mais orgânica do ser humano: as lacunas explicativas tornam-se óbvias quando nos colocamos diante de indivíduos e grupos em situações reais de desempenho no mundo.
A vida afetiva, ou os afetos, abarcam muitos estados pertencentes à gama prazer-desprazer, como, por exemplo, a angústia em seus diferentes aspectos – a dor, o luto, a gratidão, e despersonalização – os afetos que sustentam o temor do desaparecimento do desejo sexual.
Ao procurarmos compreender a vida afetiva, é importante adotarmos a terminologia adequada por tratar-se de uma área de estudo repleta de nuances. Portanto, se até o século XIX usavam-se, indiscriminadamente, termos como emoção e sentimento, hoje, no estudo da vida afetiva, já fazemos uma distinção mais precisa entre esses termos:
a emoção: estado agudo e transitório. Exemplo: a ira.
o sentimento: estado mais atenuado e durável. Exemplo: a gratidão, a lealdade.
OS AFETOS
Os afetos podem ser produzidos fora do individuo, isto é, a partir de um estímulo externo – do meio físico ou social – ao qual se atribui um significado com tonalidade afetiva: agradável ou desagradável, por exemplo. A origem dos afetos pode também nascer, surgir do interior do individuo.
O universo dos afetos é comunicável na medida em que as representações de coisa e palavra formam, com os afetos, um complexo psíquico inteligível. É importante lembrar aqui que, para a Psicanálise não há afeto sem representação, isto é, sem idéia. Se assim fosse, poderíamos ter a impressão que existe afeto solto dentro de nós – uma sensação de mal-estar, por exemplo – isso porque a idéia à qual o afeto de refere pode estar inconsciente.
O prazer e a dor são as matrizes psíquicas dos afetos, ou se constituem em afetos originários. Entre estes dois extremos encontram-se inúmeras tonalidades, intensidades de afetos, que podem ser vagos, difíceis de nomear ou discriminados.
OS SENTIMENTOS
Os afetos básicos (amor e ódio), além de manifestarem-se como emoções, podem expressar-se como sentimentos.
Os sentimentos diferem das emoções por serem mais duradouros, menos “explosivos” e por não virem acompanhados de reações orgânicas intensas.
Assim, consideramos a paixão uma emoção, e o enamoramento, a ternura, a amizade, consideramos sentimentos, isto é, manifestações do mesmo afeto básico – o amor.
O importante é compreender que a vida afetiva – emoções e sentimentos – compõe o homem e constitui um aspecto de fundamental importância na vida psíquica. As emoções e os sentimentos são como alimentos de nosso psiquismo e estão presentes em todas as manifestações de nossa vida. Necessitamos deles por que dão cor e sabor à nossa vida, orientam-nos e nos ajudam nas decisões. Enfim, são elementos importantes para nós, que não podemos nos compreender sem os sentimentos e as emoções.
TEXTO 17
O PAPEL DO ADULTO NA DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR
Educar exige coragem, assim como para viver. E qualquer criatura que está apta a viver, isto é, a enfrentar, com equilíbrio, as lutas, os conflitos e frustrações naturais da vida, está também apta a educar, ou, ainda, a vencer todos os obstáculos que a vida implica e a contribuir para a formação de criaturas sadias e felizes.
No que se refere à psicologia da educação, as pessoas têm o hábito infeliz de comentar que “nos livros é fácil”, “a teoria é uma beleza”, “a prática é diferente”. Contudo, elas se esquecem de que a teoria é o resultado de uma observação cuidadosa e controlada da realidade e de que as suas “desculpas” podem ser apenas uma defesa para o seu comodismo. Outro hábito pouco desejável é o de buscar “receitas milagrosas” em educação, quando elas não existem. O que é necessário, ao educar, além das qualidades a que nos referimos antes, é conhecer o desenvolvimento da criança e do adolescente, suas crises, suas angústias naturais e procurar dar-lhes apoio, desenvolvendo neles a confiança e a segurança; é lembrar que o equilíbrio psíquico, tanto de um como de outro, depende basicamente de um ambiente familiar harmonioso, calmo e feliz, onde todos se amem e se respeitem e onde a presença do filho seja acolhida com alegria; e, ainda, que esse ambiente imprescindível à boa evolução só pode ser criado por um casal que tenha maturidade, fé, alegria de viver, convicções firmes, liberdade interior.
Ao educar, é bom também que não nos esqueçamos que tanto a criança como os jovens têm necessidade de sentir uma mão forte que os guie. Por mais que eles mostrem traços de independência e rebeldia, a verdade é que desejam sentir que são “protegidos”. Assim, os pais, embora sempre agindo como amigos compreensivos, não podem abdicar de sua posição de “pais”, isto é, de educadores, protetores, guias, disciplinadores. Os filhos, para sua própria segurança, precisam de regras. Mas regras devem ser impostas, quando os pais acreditam nelas e nelas vêem um significado. Além disso, ao impô-las, os pais necessitam de uniformidade, serenidade e firmeza em sua ação. A educadora Ofélia Boisson fala que “a infância precisa de certas regras em que se apóie; mas não de um código rígido que a enquadre como tropa e exerça sobre ela pressões, inibindo-lhe completamente a espontaneidade (...). É preciso saber o que é certo e o que é errado, mesmo porque a expectativa e a incerteza geram angústia. Mas fiscalização, policiamento e código rígido são nocivos; reprimem e transtornam, emocionalmente”.
Já dissemos que é impossível educar sem frustrar, pois que a própria vida é cheia de frustrações e aqueles que não se acostumam a elas, no processo de sua evolução psíquica, desenvolvem um nível baixo de tolerância que pode, facilmente, levar o indivíduo à neurose. Mas as frustrações que somos obrigados a provocar nos educandos devem sempre ter significado e contribuir para uma continuidade mais suave e coerente no processo evolutivo. Deve também ser restritas ao inevitável. Além disso “as crianças devem ser levadas a compreender as intenções do educador, pois só assim se esforçarão por atendê-los e amá-lo”.
É necessário que o nosso “sim” seja “sim” e que o nosso “não” seja “não”. Isto não só é valido, como essencial em matéria de educação. Os valores não podem mudar ao sabor das circunstâncias. Isto desorienta as crianças e os jovens e os leva a atitudes de oposição, crítica, sarcasmos e desconfiança.
Ao tratar com os filhos, a atitude dos pais deve sempre ser de justiça, respeito e sinceridade. Uma criança não deve jamais ser iludida e suas peculiaridades devem ser aceitas e respeitadas. A ela deve ser dada a oportunidade de escolher os seus rumos, mesmo em coisas que pareçam sem importância. Pai não é carrasco, tirano ou ditador, mas amigo e conselheiro.
A união dospais, o seu exemplo, a sua vivência, a sua atitude diante dos valores básicos da vida, está e a maior escola da criança e do jovem. “O exemplo constrói mais depressa e mais fortemente do que conselhos e advertências”.
Conversas com os filhos
Desde bem cedo, os pais devem se acostumar a conversar com os filhos. Pai que só fala com o filho para dar ordens, reprovar, fazer acusações e pregar sermões, jamais terá nele um amigo, e poderá viver, um dia, a triste experiência de(querendo ajudar numa fase dramática) perceber que a comunicação com o filho é impossível, pois o contato se perdeu ou jamais existiu.
A conversa com a criança ou com o jovem deve ser, principalmente, uma demonstração da compreensão e da aceitação do fato de que eles têm dentro de si impulsos destrutivos (e outros socialmente inaceitáveis) e de que vivem problemas.
Não se deve nunca conversar com o filho em tom superior, de quem sabe tudo ou é infalível. Dialogar é trocar idéias, escutar, expor e comentar. Escutar é, sobretudo, importante. Pode-se orientar e ajudar o filho muito mais escutando do que falando. O tom da conversa deve ser sempre ameno, sem qualquer exaltação. Se o filho perde o controle em uma conversa, os pais não devem nunca fazê-lo. É bom que a criança ou o jovem sintam que os pais são seguros naquilo que pensam e que agem com a tranqüilidade de quem tem certeza do que faz.
O Dr. Haim Ginott comenta que a conversa com as crianças é uma arte única, que possui suas próprias regras e significações, pois as mensagens infantis estão, muitas vezes, em código e precisam ser decifradas. Suas perguntas costumam ter sentidos ocultos, em vista de elas não saberem expressar o que sentem e nem percebem a sua real preocupação.
Um ponto muito importante em nossas conversas com os filhos, sejam crianças ou adolescentes, é aquela que se refere aos elogios e às críticas. Não devemos nunca expressar opiniões positivas ou negativas sobre a personalidade,mas sobre a ação. Jamais dizer que o filho é “formidável”, “extraordinário”, “gênio”, etc., ou “mentiroso”, “burro”, “sem consciência”. As expressões altamente positivas sobre seu caráter podem criar nele ansiedade, pois sentirá não corresponder ao conceito formulado ou fará esforços, além do que lhe é possível, para corresponder (podem também estimular a vaidade, o que é perigoso). Já os conceitos depreciativos criam nele um eu fraco, uma auto-imagem baixa, sentimentos de insegurança, inferioridade e revolta.
Resumindo, no relacionamento pais-filhos, a conversa amistosa é indispensável: uma conversa em que os pais, sobretudo, escutam atentamente e respondem solicitamente.
Problemas de autoridade
A autoridade é imprescindível para quem precisa impor regras. É, entretanto, um direito do qual os pais não podem jamais abusar. A autoridade deve basear-se sempre no respeito e ser um processo de colaboração e incentivo da responsabilidade.
Há vários tipos de autoridade: a permissiva, a corruptora, a afetuosa, a raciocinadora, a pedante, a distante, a opressiva. Todos estes são inconvenientes. A permissiva é aquela que permite que todas as vontades do filho se realizem (Os filhos de pais que exercem esse tipo de autoridade costumam se tornar déspotas, grosseiros, exigentes, caprichosos e pueris). A autoridade corruptora é a forma mais imoral de autoridade: é aquela que compra a criança. É a manobra da criança através de trocas (Se ficar bonzinho, te dou um presente). É claro que a recompensa é boa e pode e deve vir, sempre que houver uma chance, mas nunca dessa forma (crianças educadas desta forma se tornam instáveis, irresponsáveis e inconscientes). A autoridade afetuosa é aquela que lança mão de chantagens emocionais (Você ainda me mata). Ela torna a criança fingida, egoísta e cínica. A raciocinadora é aquela que enche os filhos com palavras, raciocínios e sermões que eles não podem compreender. Ela é bastante prejudicial numa época em que a criança vê as coisas emocionalmente, de maneira simples. A autoridade pedante é aquela em que os pais se colocam longe dos filhos, incapazes de dialogar com eles, não respeitando a sua idade ou a sua individualidade. Ela torna os filhos artificiais, angustiados, apáticos e vontade fraca. A autoridade distante é aquela que intervém apenas de quando em quando, inclusive através de intermediários. Os pais que exercem esse tipo de autoridade tornam os filhos efetivamente frios e inseguros. Já a autoridade opressiva, a mais terrível, é aquela que anula a personalidade dos filhos, que os sufoca através de gritos, ordens inquestionáveis, ameaças, maltratos e grosserias. Este tipo de autoridade torna os filhos mentirosos, covardes, imaturos, inseguros, angustiados.
O principal fundamento da autoridade dos pais deve ser sua vida e seu trabalho, sua personalidade e sua conduta. A autoridade “afetiva e efetiva”, que inspire, oriente e dirija os filhos para seu próprio desenvolvimento, esta é a autoridade ideal. Uma criança não pode ser educada sem receber ordens. Deve-se ser tolerante nas coisas sem importância, masexigente e mesmo intransigente nas coisas fundamentais. Nem a licença nem a constrição concorrem para o equilíbrio mental. A tirania e a superindulgência são os perigos da autoridade.
No exercício da autoridade há, pois, dois fatores básicos: o exemplo e o tom. Quem prega o que não vive é desacreditado e perde o direito de exigir. Já o tom deve ser aquele de que nos fala o Pe. C. Vasconcelos: “o tom manso, o olhar sereno, a pausa que antecede, a quieta insistência”. A raiva produz a raiva, a calma produz a calma. Gritar é mostrar falta de controle ou de argumentos.
A questão da autoridade sugere o seu correlato: a obediência. E com relação a isso devemos lembrar que a obediência não é uma virtude ou uma qualidade que deva ser cultivada ao longo de toda a vida. É apenas uma contingência prática durante a infância: a criança tem de obedecer porque ainda não é capaz de tomar decisões autônomas, nem de compreender, por si só, o que é melhor para si mesma e para os demais. À medida que ela cresce e adquire maturidade e capacidade de julgamento, a obediência vai se tornando cada vez mais supérflua, até chegar à fase adulta, em que o critério moral próprio e uma autêntica disciplina interior substituem o acatamento puro e simples à vontade e às determinações alheias. É difícil, pois, senão impossível, fazer de seu filho um futuro adulto independente, criterioso, capaz de iniciativa e amante da liberdade, se você lhe apresenta a obediência em termos de valor moral.
Quanto maior for a indulgência paterna em questões em que é possível ceder sem prejuízo para ninguém, maior será a disposição infantil para aceitar as limitações necessárias. Quando a criança chega à idade de entendimento, o ideal é explicar-lhe a razões práticas de cada proibição ou imposição.
Repreensão e castigo
Com relação a esse assunto não podemos deixar de recorrer novamente à sabedoria do Pe. Vasconcelos. Ele diz:
“Tendo que intervir e castigar fujamos de exageros. Nada que humilhe, que quebre ou mesmo vergue um cepo viril, aproveitável, digno de todo o nosso respeito (...). Tenhamos primeiro o coração em paz, para depois ditar leis e impor castigos (...). Se a vida nos fere, não temos o direito de passar as feridas para diante (...). Ensinemos, em vez de proibir (...). Vigiar demais é duvidar, é querer suprir, é ajudar atrapalhando (...). Criança ameaçada é criança nervosa (...). Sondemos nosso mundo interior, na hora de aplicar castigos. Nunca o façamos em estado alterado, com raivas ainda quentes, nervos em ebulição, paixões desordenadas, por ocasião de ter sofrido alguma coisa que nos machucou”.
Ao repreender é preciso que saibamos escolher o tom, a hora e o modo. É importante falar com firmeza e convicção, mas com suavidade e amor.
Não se deve também castigar a criança sem antes ter a certeza da falta ou saber se ela não foi intencional, pois a criança é sumamente sensível à injustiça.
Os pais devem, pois, agir com muito tato, não castigando a criança por atos queela não sabia previamente se eram bons ou maus. Se os pais reagem de acordo com seu estado de ânimo, irritando-se com faltas leves, quando estão de mau humor, e não dando atenção a faltas graves, quando estão distraídos ou contentes, a criança dificilmente adquirirá uma noção estável do bem ou do mal.
A educação pelo medo
A criança e o adolescente, pelos conflitos naturais destas fases de desenvolvimento, encontram-se expostos, com muita freqüência, à insegurança. Aumentar esta insegurança pelo desenvolvimento do medo é bloquear-lhes o ajustamento, impedindo-os de amadurecer e desenvolver uma personalidade equilibrada, harmoniosa e saudável. Por isso, a educação pelo medo, tão comum no passado, é, hoje, extremamente condenada. Muitos são os “fantasmas” que povoam a mente infantil e aumentá-los é tornar o desenvolvimento um processo mais penoso.
Educação sexual
A criança que está tendo um desenvolvimento normal e que confia em seus pais inevitavelmente começará a fazer perguntas de ordem sexual, desde que descubra a existência dos dois sexos diferentes. É quando, então, começamos a fornecer-lhe informações, sempre em acordo com o sentido de suas perguntas e o alcance de sua compreensão. A neutralidade, a simplicidade e a fraqueza serão sempre as nossas melhores armas.
Nunca será demais repetir que a educação sexual de nossos filhos começa com a nossa atitude diante do sexo. O sexo existe como uma manifestação fisiológica, mas a sensualidade é formada, principalmente, através das atitudes que os pais têm entre si e em relação aos filhos. Serão os exemplos, portanto, que deixarão a criança à vontade para manifestar e desenvolver a sua sexualidade. Assim, cabe aos adultos transmitir às crianças os valores que atribuem à sua própria sexualidade. Se não nos livramos das ansiedades e dos sentimentos de culpa, e não vivenciamos o sexo com alegria, é certo e líquido que forjaremos nas almas infantis um conceito distorcido com relação a um dos aspectos mais importantes da vida humana e estaremos fazendo com que se repita o erro do passado, dando margem a um grande número de frustrações e desajustamentos.
A omissão dos pais, em educação sexual, leva a criança a concluir que tudo o que se relacione com o sexo é sórdido e vergonhoso. Mais tarde, mesmo que o indivíduo se liberte intelectualmente (ao concluir que não é assim), não conseguirá suprimir a atitude emocional, provavelmente inconsciente, incutida desde a infância e já integrada na personalidade.

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