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Fichamento - Geografia e Modernidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA 
GEO 201 – HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO II 
PROFESSOR WAGNER BARBOSA BATELLA 
JUNIMAR J. A OLIVEIRA – 66408 
 
Referência bibliográfica: GOMES, P. C. C. Geografia e Modernidade. Rio de 
Janeiro: Bertrand, 1996, pp. 249-273. 
O horizonte lógico-formal na geografia moderna 
 
Esta orientação, também conhecida como filosofia analítica, estabelece-se 
primeiro sobre os domínios da matemática e da física, e, em seguida, às outras ciências, 
à psicologia, sociologia, biologia e economia. Na geografia, este movimento é 
geralmente conhecido sob o nome de nova Geografia ou Geografia Quantitativa. 
Esta nova forma lógica recebeu a denominação de moderna, pois tem como 
pressupostos ser objetiva, geral e precisa do que a lógica tradicional. 
A consequência imediata desta corrente foi a valorização das ciências 
matemáticas como novo paradigma metodológico. As outras disciplinas deveriam 
buscar, no modelo da matemática, sua coerência, rigor e objetividade. A outra 
consequência importante é a universalização dos procedimentos para ciência e a 
unificação do método, que se referem sempre aos princípios lógicos, os quais são o 
fundamento da matemática. 
Outro aspecto importante da física analítica é a noção de sistemas substituindo a 
noção objeto. 
 
O discurso analítico funda uma geografia moderna 
 
A visão sistêmica, a utilização de modelos e a submissão à lógica matemática 
penetram fortemente nas ciências naturais e sociais a partir dos anos 50. 
Segundo Claval, o desenvolvimento de uma metodologia analítica na geografia 
deve muito à economia espacial e foi efetivamente por intermédio de Lösch, um 
economista, que a obra de Christaller se fez reconhecer. 
Pesquisadores pioneiros, como E. Ullman e W. Isard, começavam a formar 
grupos de geógrafos que se interessavam por estes novos parâmetros. A abordagem por 
“modelização” rapidamente estendeu seu campo de estudos aos problemas intraurbanos, 
aos transportes, aos sistemas regionais e à cartografia temática. 
 
A estrutura do movimento da Nova Geografia 
 
A posse deste novo método, a ruptura que ele ocasionou em relação à geografia 
clássica, e a convicção de ter encontrado a conduta verdadeiramente científica para a 
geografia são algumas consequências mais importantes da associação entre geografia e 
a teoria analítica. 
 
Uma refutação fundamental: as tradições 
 
A geografia, tal como é concebida classicamente, estaria portanto condenada a 
ser apenas uma tediosa descrição de acontecimentos, sem poder, jamais liga-los de uma 
relação geral e teórica. 
A realidade é efetivamente única e todas as coisas são diferentes, desde que 
olhemos em seus mínimos detalhes. A perspectiva científica, no entanto, compensa a 
perda do detalhe pela generalização. 
Esta renúncia é justificada em nome da geografia moderna, que necessita se 
alinhar metodologicamente às disciplinas científicas, para merecer ser considerada 
como parte deste conjunto. 
 
A geografia teórica, uma revolução? 
 
O uso da linguagem da matemática nos impõe, segundo Bunge, uma estrutura 
lógica que é a única capaz de produzir uma “transparência” e uma objetividade a todo 
trabalho científico. 
O moderno movimento na direção de uma universalização metodológica pode 
ser visto como uma tentativa de ser mais explícito no estabelecimento de leis 
frequentemente reprimidas nos “esboços explicativos” que os geógrafos costumam 
oferecer. 
 
A revolução reescreve a história da geografia 
 
Ratzel é frequentemente apresentado com elogios, como sendo aquela de um 
geógrafo que pretendia estabelecer um conhecimento objetivo, geral e científico. 
Esta reinterpretação da história da geografia tem a intenção fundamental de 
conferir um lugar de honra ao determinismo, visto como o verdadeiro predecessor da 
conduta científica moderna. Neste sentido, o determinismo é a única tradição verdadeira 
da ciência geográfica. 
 
Um novo modelo para a geografia 
 
David Harvey afirma que a geografia desenvolveu cinco principais temas: a 
diferenciação regional, a paisagem, a relação homem-meio, a distribuição espacial e o 
tema geográfico. 
Nesta versão, a análise espacial constitui o objeto da geografia. A teoria geral 
dos sistemas retoma os mesmos termos definidos pela racionalidade analítica. Ela faz 
parte, como a lógica matemática, dos novos instrumentos que definem uma abordagem 
moderna da ciência. 
A concepção sistêmica renovou, portanto, completamente a análise geográfica. 
A região não é mais vista como uma unidade territorial; ela é concebida como uma 
classe espacial que faz parte de um sistema hierarquizado. 
 
A Nova Geografia e a Modernidade 
 
Construir uma perspectiva geográfica moderna, sustentada por um método 
lógico-matemático, parecia ser o caminho incontornável dos novos tempos. 
As hesitações e contestações não podiam mais ser interpretadas como 
simplesmente a reação tradicionalista, e os limites de novo método começaram a se 
tornar objetos de debates. Alguns anos mais tarde, os geógrafos que tiveram papel de 
porta-vozes deste movimento no início, tornaram-se eles mesmos seus críticos.

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