Buscar

ORIGENS DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO BRASIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ORIGENS DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO BRASIL : MEIO TROPICAL, ESPAÇOS VAZIOS E A IDÉIA DE ORDEM (1870-1930)
Lia Osorio Machado
Dentro do contexto histórico, onde as demais nações já tinham abolido a escravatura, o Brasil sendo um dos últimos. Buscando nos demais países a modernidade e com elas vários caminhos se constituíram para o expansionismo territorial. Com adventos da nova ordem de governo, passando da monarquia para republica, trouxe a mudança do comercio outrora proveniente da Europa, agora dos Estados Unidos da América. De acordo com o acontecimento do desenvolvimento industrial e a sociedade vigente estabelecida de imigrante europeu, tendo a população de brancos, índios, negros e mestiços.
Houve a necessidade de um novo olhar para essa mudança de onde erguia-se intelectual da época, cartedros, professores, pesquisadores, engenheiros, geógrafos e cientistas, tendo uma visão de um novo Brasil moderno. Com ideologia cientificas oriunda dos pensamentos positivismo, darwinismo, neomarckismo sendo influenciado conforme os pensamentos geográficos e das escolas que seus promulgadores começam a olhar para o Brasil em seu imenso território. 
Traçando métodos de estudos dos habitantes, clima e relevo (homem e o meio), trouxe grande desenvolvimento no campo de estrutura sócio econômico para o Brasil. Criando o meio de expansão tais como: ferrovias, portos, comunicação e outros. Com a modernização traz em questão a necessidade de construí novos saberes e métodos pedagógicos voltados a pratica de estudo. Eram poucos que tinham acesso a esses conhecimentos e sensíveis a ideias de projeto da época. Pouco se sabia do enorme território e seu espaço geográfico. E com isso houve interesse de saber, mas e construir a historia da geografia no Brasil e criar um pensamento geográfico sobre o território e a população. 
Aplicando o processo determinista com influencia do ambiente natural e suas riquezas e da natureza dos habitantes. A natureza e a sociedade brasileira enfrentavam dificuldade de enraizar a doutrina do progresso. A sociedade porem subordinada a um projeto de redefinir a identidade nacional é também entender no período os processos iniciais do desenvolvimento da disciplina da geografia sua dualidade entre a teoria e a pratica, dentro de uma perspectiva sociológica –histórica –ideológica da relação sociedade-natureza no Brasil.
Influencia dos escritores do pensamento geográfico no Brasil suas trajetórias e contribuições .
José Veríssimo: as ciências no Brasil (1955-1994)
Nilo Bernardes: o pensamento geográfico tradicional (1982)
Pasquale Petrone: geografia humana (1979)
Antonio Christofoletti e Ab`Saber: geociências, historias das ciências no Brasil (1979)
Caio Prado Junior e Nelson Werneck Sodré, historiadores ambos com conhecimento do pensamento geográfico, reconhecidos e influentes intelectuais, por apresentarem uma visão crítica, onde ambos acusam a geografia de abandonar a historia, e de toda a geografia construída no Brasil. Obras de Sodré, introdução a geografia, geografia e ideologia. Caio Prado Junior, considera que os geógrafos estrangeiros são os que há de melhor do pensamento geográfico do país, e que os geógrafos brasileiros estiveram submetidos as suas influencias do determinismo-alemão no período do colonialismo.
As versões de geógrafos e historiadores sobre a evolução do pensamento geográfico brasileiro. Em 1904 fala de um pequeno artigo sobre a geografia no Brasil e é publicado num almanaque popular da época, destaca-se em duas linhas: Como científica e a outra pela enumeração de lugares, abre uma nova visão de estudos naturais, etnográficos, geológicos e geomorfológicos durante o século XIX no Brasil.
Escritos por estrangeiros entre eles temos: o geólogo alemão William Von Eschweg, estudo sobre a mineralogia do Sudeste brasileiro; Guts-muths geografo alemão fala sobre relatos de viajantes alemães e ingleses; Louis Agassiz, suíço, norte-americano participou da expedição cientifica norte- americana no Brasil em 1865, escreveu sobre a Paleontologia, Ictiologia e Geologia (1868); Charles Hartt autor da geografia física no Brasil 1870, dirigiu outra expedição naturalista no Brasil 1877, criador da Comissão Geográfica do Império (1875-1877); Orville Derby, geólogo e geografo(1851-1815), escreveu inúmeros trabalhos sobre a geologia e geomorfologia sobre as diversas regiões do Brasil e fundador da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo(1886); João Capistrano de Abreu(1853-1927), fundador da historia Moderna no Brasil, professor de História, Corografia e Pesquisador da Biblioteca Nacional.
Com interesse da Geopolítica que Backheuser, sendo naturalista e defensor da variedade de gênero humano (Poligenísmo), valoriza o estudo geográfico na década de 1920, como professor da geografia e geopolítica escreveu um artigo, “a nova concepção da geografia”(1926), começa com mudanças que ocorreram na geografia física depois do trabalho de William Davies, a geografia deixa de ser descritiva e memorização , passa a ser elementos de raciocínio, a explicação, a previsão, criando uma ciência.
A TEORIA DOS CONSTRASTES
Na obra literária do escritor Euclides da Cunha(1866-1906), titulada “os Sertões” , retrata a historia de povos diferenciados pela estrutura e fenômenos de território ou lugar. O despadrando do solo pobre o contraste daqueles que vivem no litoral atlântico; de um lado do interior de país oi habitantes vivem isolados e estagnados e de outro modernizado e urbanizado, retrata a natureza exuberante e do contraste de outra natureza estéril, seca e desértica, mostra a assimilação do homem com o meio. 
Cunha recorre a constituição geológica do terreno, a paisagem, as influencias climáticas, ao regime alimentar, as condições da ciência e educação e os fatores étnicos. Se a descrição geográfica da diversidade cultural e física do território permitia mostrar a ausência dessa unidade à regionalização, representava um conjunto de regiões. Cunha foi considerado “mestre do nacionalismo brasileiro”. Na obra tem a descrição do sertão no nordeste. Teodoro Sampaio geografo conhecido por imigração, toponímica, historia territorial do nordeste e geografia urbana. 
Contrastes e confronto (Porto, 1907) – produto de viagem de reconhecimento para demarcação dos limites da Amazônia. Faz uma analogia entre a estabilidade física da natureza amazônica e a forma desordenada do povoamento regional. 
Também os rios tendem a destruir e não acumular, a ocupação humana e desordenada incompleta.
DA DIFERENCIAÇÃO GEOGRÁFICA A ORDEM POLÍTICA UNITÁRIA
Na obra de Francisco José de Oliveira Viana (1885-1951), a critica recorrente no período enfocado, dos intelectuais em que os brasileiros não conhecem o Brasil. 
Em conjunto sua obra apresenta três teses: primeira – atribui no interior do país – as dificuldades e potencialidades da Nação; segunda tese – tenta reconciliar as teorias racistas a realidade multirracial do país; terceira tese – o caminhão para unificação nacional era criar uma organização politica centralizada, a única capaz de mobilizar os meio materiais e espirituais de articulação do território. 
Oliveira Viana destaca-se entre os cientistas sociais, por suas teses, a respeito das instituições politico – jurídicas brasileiras. As criticas lhe foram feitas pela nata dos cientistas sócias: Gilberto Freire, Sergio Buarque de Holanda, Nelson Werneck Sodré e José Honório Rodrigues.
Por mais ultrapassadas as ideias de Viana, elas constituem um marco na história da ciência sociais do Brasil e geografia na década de 1920.
No Brasil, os estudos pioneiros de Everaldo Beckhauser (Geografia Política do Brasil), Delgado de Carvalho (Climatologia do Brasil) e Josué de Castro (Geografia da Fome), somados à progressista Missão Científica Francesa (P. Monbeig, P. Deffontaines, F. Ruellan, etc), contribuíram na formação de uma brilhante geração de geógrafos nos anos 1950 (A. Ab´Saber, C.A. Monteiro, A. Mamigonian, M. Santos p.ex) que, com o apoio de instituições de ensino e pesquisa (USP, Universidadedo Brasil – RJ, AGB, CNG/IBGE, etc), prestaram suporte ao projeto nacionalista responsável pela acelerada modernização da economia brasileira inaugurada com a Revolução de 1930.
Compete aos geógrafos brasileiros apreenderem as transformações históricas e contribuírem na construção de um projeto desenvolvimentista que incorpore os segmentos mais desfavorecidos de nossa população, retomando os ensinamentos dos grandes pensadores da Geografia.

Outros materiais