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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: ESPAÇO E CULTURA – PROFº OTÁVIO J. LEMOS COSTA.
ALUNO: HENRIQUE GOMES DE LIMA
Resumo do texto “As abordagens”.
da Geografia Cultural “de Paul Claval.
A geografia cultural associa as experiências humanas e seus reflexos na modelagem da paisagem e busca o entendimento de sua identidade com o lugar.
Em virtude de Geografia estar vinculada a caracterização natural das paisagens é que essa nova visão de análise custou a ser desenvolvida.
Foi Eric Dardel o primeiro a lutar por uma concepção verdadeiramente humana para a Geografia. Tal concepção não esteve sempre adormecida; mesmo quando a situação ainda não era favorável, no começo do século XX na França ocorre produção de trabalhos isolados onde aparece a noção de gênero de vida tem uma dimensão e ecológica, naturalista e também uma dimensão social e cultural na visão de Vidal de La blache. E ele faz do gênero de vida um dos eixos da geografia humana.
Geógrafos como Jean Brunhes e Pierre Deffontaines também desenvolveram atividades nesse sentido, só que estudando os traços culturais, sua distribuição e a marca que eles imprimem na paisagem. A cultura é vista é abordada pelo o exterior; identificação de valores e questionamentos não são levados em conta.
Já nos Estados Unidos Carl Sauer se interessa pelas as transformações que a cultura impõe aos ambientes naturais, mas a abordagem ainda coloca a cultura como algo exterior.
Quando o homem é colocado como o centro de sua análise a geografia cultural moderna teve que desenvolver novas abordagens, culminando então com três eixos igualmente necessários e complementares:
Sensações e percepções
Comunicação
Construção de identidades
Hoje em dia por se interessar primeiramente pelos os homens, pelo o que se passa no espírito das pessoas os estudos da geografia cultural podem ir muito mais longe do que no passado.
Ao partir das sensações e das representações a geografia cultural quando estuda grupos humanos se detém nos discursos e nas representações que os codificam e produzem maneiras de ver padronizadas. Detém-se também nas sensações, pois são uma apreensão do real. As representações fornecem malhas para apreender o real. Permitem superpor ao aqui e ao agora os lugares, que são sociais, geográficos ou metafísicos.
Aproximar-se da geografia cultural é, antes de mais nada, captar a idéia que temos do ambiente próximo, do país e do mundo. 
A comunicação quando vista do ponto de vista geográfico para analisar as manifestações da cultura no espaço são transmitidas pela a observação e imitação, pela a palavra e pela a escrita. As informações que constituem a cultura concernem o ambiente natural no qual vivem os homens, a maneira de produzir alimentos, energias e matérias-primas e instrumentos usados para criar ambientes artificiais. Com essas informações os indivíduos desenvolvem suas metodologias que passam a caracterizar o grupo.
O conteúdo traçado das mensagens não pode geralmente ser compreendido fora do contexto onde se encontram os parceiros.
Além da dimensão coletiva, a cultura também assume suas individualidades e forja identidades. Constitui-se de um processo de construção sem fim, levado a cabo pelos indivíduos. Além de ter o caráter de coletividade ela assume também a responsabilidade de dar um sentido à existência dos indivíduos e dos grupos sociais nos quais estão inseridos. A abordagem cultural torna-se indispensável para compreender a arquitetura das relações que dominam a vida dos grupos. Ela renova a geografia social.
Nesse contexto da abordagem cultural, percebe-se que a apreensão do mundo se dá através dos sentidos, a partir daquilo que eles revelam. O olhar, a audição, o gosto sempre levam os indivíduos a lembranças de lugares reais já vivenciados.
A partir desses referenciais de cultura o espaço se estrutura. Ele é ordenado em relação a um ponto de origem e às direções, o que permite situar os lugares uns em relação aos outros. E esses referenciais como um rio, uma montanha, os pontos cardeais são muitas vezes conotados de valores.
Mas além do espaço a cultura também se reflete na natureza, quando os homens tiram de seu ambiente aquilo que eles tem necessidade e a partir disso, ao realizarem a coleta, pesca ou caça, a pastoreio ou ainda a agricultura, cada uma dessas operações implica o uso de instrumentos variáveis que ao dominar o meio cria ambientes artificiais.
Todas esses intervenções são retidas na paisagem, uma vez que ela é o suporte das representações. Segundo Algustin Berque ela é simultaneamente matriz e marca da cultura, o que segundo James Duncan faz a paisagem ser lida como um texto. Entre as criações da cultura, a paisagem é a que retém maior atenção, pois lança-se sobre ela um novo olhar. Berque procura compreender os sentidos que os grupos dão ao ambiente, forja novos conceitos para melhor compreender esse domínio, como por exemplo, a mesologia. Sua idéia mestre é que a natureza é sempre compreendida em uma perspectiva cultural.
A cultura possibilita então a construção do eu e da sociedade. Enriquece o ser. Os indivíduos não permanecem passivos diante da cultura eles retiram disso também satisfações pessoais, ela lhes assegura prestígio.
Não se pode então compreender as geografias que se constroem sob nossos olhos se negligenciarmos a qualidade estética dos ambientes e as possibilidades de realização que eles oferecem àqueles que os habitam ou que os freqüentam.Como fundamento das identidades a cultura reúne os homens ou os separa. Ao se congregar em torno de preceitos comuns, os grupos abolem as distancias psicológicas que existem entre seus membros, o que lhes permite triunfar sobre a dispersão associada freqüentemente às necessidades de vida. Surge em Jean Gottmann a idéia de iconografia.
A cultura recorta categorias no real e lhes dá vida. Ao supor formas universais na maneira de conceber o real sobre o qual se debruça, o observador tem a tendência de naturalizar a realidade, o que torna a geografia cultural incompatível com uma tal maneira de ver. O problema não é aplicar ao real uma malha válida em todos os contextos e para todas as culturas, mas compreender como cada grupo reinventa permanentemente o mundo, introduzindo novos recortes. A escala das análises muda: para apreender os processos culturais verdadeiramente significativos, os geógrafos se debruçam sobre as experiências das pessoas, sobre seus contatos, sobre suas maneira de falar.
A orientação cultural visa compreender como os grupos constroem o mundo, a sociedade e a natureza. Ela se interessa pela a maneira como são estabelecidos os critérios que separam o grupo do qual fazemos parte daqueles que nos são estrangeiros.
Tais fatos fazem a ordem social ser culturalmente instituída. Atrás dos processos de institucionalização, podem ser lidos os jogos que dividem o mundo as esferas do sagrado e do profano. A geografia cultural privilegia assim as religiões e mostra como as ideologias laicas funcionam de fato como substitutas das crenças tradicionais.
As culturas são diversas. Elas não dispõem das mesmas técnicas e não asseguram o mesmo grau de domínio dos ambientes. Poder-se-ia imaginar uma comparação, mas a única perspectiva evolucionista que pode existir na geografia cultural seria aquela de classificar as sociedades em função dos modelos de comunicação que as caracteriza.
A perspectiva evolucionista só é capaz de se dar conta de uma parcela da diversidade das culturas. Para ir adiante na compreensão, é preciso prestar atenção e entrarem sua lógica. É isto que permite a perspectiva etnogeográfica.
A etnogeografia convida a refletir sobre a diversidade dos sistemas da representação e de técnicas pelas as quais os homens agem sobre o mundo, tiram partido da natureza para se alimentar, se proteger contra as intempéries, se vestir, habitar etc, e modelam o espaço á sua imagem em função de seus valores e de suas aspirações.Fortaleza, 07 de fevereiro de 2004 d.C. 
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: ESPAÇO E CULTURA – PROFº OTÁVIO J. LEMOS COSTA.
ALUNO: HENRIQUE GOMES DE LIMA
Resumo do texto “O olho que observa:
dez visões da mesma cena.
De Donald W. Meinig.
“A superfície terrestre (ou qualquer uma outra que a ser pela humanidade ocupada) constituí-se de um grande manuscrito onde os grupos humanos realizam seus feitos e depositam seus sonhos” (Henrique Gomes)
Os vários elementos constitutivos do espaço humano apresentam-se como um complexo de visões e idéias que variam de acordo com o tempo histórico, o interesse e a formação intelectual de quem observa esse espaço, resultando portando, em visões diferenciadas para uma mesma paisagem.
É nesse sentido que há aqueles que têm a paisagem como Natureza, grandiosa, absoluta, dominante e duradoura. O homem é minúsculo superficial, efêmero e subordinado. Nessa visão o homem é removido da cena há uma tendência em separar o mundo do homem do mundo da natureza. Essa visão é muito difundida no século XVIII, através do Romantismo que sempre faz alusão ao selvagem e coloca a paisagem como uma natureza pura, formosa, boa e bela. 
Mesmo sendo vista por esse ângulo é perfeitamente possível considerar a paisagem como Habitat, o lar do homem. Onde este trabalha continuamente criando uma relação viável com a natureza. Cada paisagem é uma mistura do homem com a natureza. É sobre tal ideologia que surge os estudos da ecologia humana e do ambientalismo. 
Sendo, portanto, a terra o jardim da humanidade e o homem seu cultivador, uma visão toma forma e considera a paisagem como um artefato, a marca do homem está presente em tudo. O homem é um criador o conquistador da natureza. 
Mas a expressão da ciência é mais profunda que este utilitarismo na sua expressão manipulatória. Para o cientista engajado numa exploração sem fim do mundo em que vive a paisagem apresenta-se como um Sistema. Tudo que se apresenta constitui um conjunto de elementos variados ou classes de fenômenos. E o homem é sem dúvida, uma parte inexorável desses sistemas. Tal visão é um produto da ciência. A paisagem pode ser uma fachada na qual a visão penetra para revelar a anatomia das intrincadas redes, fluxos e interações. É vista, portanto, como um laboratório, uma estação experimental. 
E que de acordo com outras visões, mas ainda pelo o lado da investigação, vê-se a paisagem como Problema. Não como um problema científico, mas como uma condição que necessita de correção. Para esse modo de olhar, encarar a cena que está a sua frente somente como laboratório é ser indiferente às necessidades humanas, pois cada paisagem invoca indignação alarme, é um espelho dos malefícios de nossa sociedade e clama por mudanças drásticas. Insere-se também uma visão humanística aliada à política que objetiva gerar movimentos populares contra as instituições que são vistas como indiferentes, egoístas ou simplesmente inertes. 
Enquanto a ferramenta do ativista social é o folheto de propaganda retratando o pior que pode se visto na paisagem real, a do designer é de apresentar um plano, um esquema, que usa a arte e tecnologia para imaginar paisagens melhoradas e que os fazem ver a paisagem como riqueza. Onde o olhar de avaliador profissional atribui valor monetário a tudo que vê. Constitui-se de uma visão lógica e sistemática. Esta visão da paisagem como riqueza está, sem dúvida, profundamente enraizada na ideologia americana e reflete seus valores culturais. A marca de uma sociedade que é caracterizada por ser comercial, pragmática e quantitativa.
Senda a paisagem percebida dessa forma, quem observa de fora essa dinâmica, vê essa mesma paisagem como Ideologia. Onde os valores, símbolos de valores, idéias mestras, fundamentos filosóficos direcionam as ações. É uma visão que insiste que se nós queremos mudar a paisagem substancialmente, nós precisamos modificaras idéias que criaram e sustentam o que nós vemos. Tais mudanças requerem alterações profundas no sistema social.
Mas há também uma outra maneira até mesmo mais reflexiva e filosófica de analisar a mesma paisagem. Detalhada e concreta tal perspectiva tem a paisagem como História, onde tudo que se apresenta é um complexo registro cumulativo do trabalho da natureza e do homem em um dado lugar. Essa ótica procura os registros escritos, aprofunda-se na história natural e na geologia e até mesmo aos homens primitivos. O principal sistema organizador desse processo é a cronologia que funciona como um sustentáculo sobre o qual a história é construída. Assim à primeira vista, a paisagem não é um completo registro da história, faz-se necessário um trabalho de detetive para reconstruir com todos os fragmentos e peças os padrões do passado. Cada paisagem constitui uma acumulação de processos.
Complementando essa visão da paisagem como história há uma outra distinta em perspectiva e propósito e vê a paisagem como lugar, uma peça individual no mosaico heterogêneo da superfície terrestre. É uma paisagem como ambiente, que abrange tudo o que vivenciamos e que, como conseqüência, faz com que o observador cultive a sensibilidade para o detalhe, para a textura, a cor, toda as nuanças das relações visuais, e mais, porque o ambiente ocupa todos os sentidos, também os sons e odores de um inefável sentido de lugar como algo proveitoso. É uma visão antiga e fundamental para o geógrafo. Ele verá nas paisagens a variedade dos padrões dispostos em área e das relações: grupos, nós, dispersões, gradações, misturais.
Essa abertura dos sentidos para sentir o lugar, faz emergir a idéia de ver a paisagem como Estética. Onde apesar de existir muitas variantes para essa visão, todas tem em comum uma subordinação a algum interesse à identidade e à função das feições específicas com uma preocupação com suas qualidades artísticas. E essa qualidade artística é sem dúvida uma matéria muito controversa. A paisagem como estética é uma abstração, segundo a qual todas as formas específicas são dissolvidas na linguagem básica da arte. As versões e variações são infinitas nesta visão mais individualizada da paisagem. 
Fortaleza, março de 2004.

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