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203 Capítulo 6 Espectrometria de Absorção Atômica 204 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.1 – ESPECTROSCOPIA ATÔMICA ÄÄ Métodos baseados na absorção, emissão ou fluorescência por átomos ou íons elementares ÄÄ Regiões do espectro eletromagnético que fornecem informações úteis para a espectroscopia atômica ÞÞ UV/VIS e raios X ÄÄ Características gerais dos métodos: ·· Determinação qualitativa e quantitativa de cerca de 70 elementos ·· Alta sensibilidade (ppm/ppb) ·· Rapidez ·· Alta seletividade ·· Instrumentos de custo moderado (*) ÄÄ Os espectros de UV/VIS são obtidos após a conversão dos componentes da amostra em átomos ou íons elementares (fase vapor) por um tratamento adequado ÞÞ atomização ØØ Primeira etapa da análise Þ atomização (etapa crítica) Þ amostra é volatilizada e decomposta produzindo átomos no estado gasoso · Eficiência e reprodutibilidade da atomização ¾¾ ®® sensibilidade, precisão e exatidão do método de análise ÄÄ Atomizadores ØØ Contínuo ÞÞ a amostra é levada ao atomizador continuamente a uma velocidade constante. O sinal espectral é estacionário ØØ Discreto ÞÞ uma quantidade determinada da amostra é introduzida na forma de um líquido ou sólido no atomizador. O sinal espectral é transiente. 205 Tabela 6.1- Classificação dos métodos atômicos Atomização Ta (oC) Base do método Nome da técnica Chama 1700 - 3150 Absorção Espectroscopia de absorção atômica - AAS Chama 1700 - 3150 Emissão Espectroscopia de emissão atômica - AES Chama 1700 - 3150 Fluorescência Espectroscopia de fluorescência atômica - AFS Plasma de Ar indutivamente acoplado 4000 - 6000 Emissão Espectroscopia de emissão atômica por plasma - ICP Plasma de Ar indutivamente acoplado 4000 - 6000 Fluorescência Espectroscopia de fluorescência atômica por plasma - ICP Plasma de Ar com corrente contínua 4000 - 6000 Emissão Espectroscopia de emissão atômica por plasma com corrente contínua – DCP Eletrotérmica 1200 - 3000 Absorção Espectroscopia de absorção atômica com atomização eletrotérmica - ETAAS Eletrotérmica 1200 - 3000 Fluorescência Espectroscopia de fluorescência atômica com atomização eletrotérmica - ATAFS Arco elétrico 4000 - 5000 Emissão Espectroscopia de emissão atômica por arco elétrico Centelha elétrica 40000 (?) Emissão Espectroscopia de emissão atômica por centelha elétrica 206 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.2 - ESPECTROS ATÔMICOS ØØ Átomos gasosos isolados ¾¾ ®® ausência de ligações químicas ¾¾ ®® não existem estados de energia vibracional e rotacional ØØ Espectro atômico (emissão, absorção e fluorescência) ¾¾ ®® número limitado de linhas ou picos estreitos Figura 6.1 – Diagrama de níveis de energia: (a)átomo de Na e (b) íon Mg+ ·· Orbitais p ¾® separados em dois com energia ligeiramente diferente Þ dublet - menor energia ¾® spin eletrônico oposto ao movimento do orbital - maior energia ¾® spin eletrônico e movimento do orbital ¾® mesmo sentido ·· Orbitais d e f ¾® magnitude da diferença de energia é muito pequena ¾® desprezada ·· Dublet ÞÞ típico de átomos e íons com 1 elétron no nível mais externo Na Þ [Ne] 3s1 Mg+ Þ [Ne] 3s1 207 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.2.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ESPECTROS ATÔMICOS: Espectro do íon é diferente daquele do átomo de origem Figura 6.2 – Diagrama de níveis de energia: (a)átomo de Mg e (b) íon Mg+ (a) 208 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Aumento do número de elétrons no nível mais externo ÞÞ maior complexidade do diagrama de energia ÞÞ separação dos orbitais p, d e f ¾¾ ®® triplet, quadriplet Aumento do número de elétrons ÞÞ maior complexidade dos espectros Ex: Espectros de arco ou centelha * Li - 30 linhas x Cs - 645 linhas * Mg - 173 linhas x Ca - 662 linhas * Elementos de transição Cr – 2277 linhas Fe – 4757 linhas * Ce – 5755 linhas Atomização por chama ¾® número de linhas é menor 6.2.1.1 - Espectro de emissão do Na T ambiente ¾¾ ®® átomos no estado fundamental Chama – 2000 - 3000oC ¾® 3s1 3p* 4p* estados excitados 5p* emissão de energia estado fundamental Figura 6.3 - Linhas de emissão para o átomo de Na 209 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.2.1.2 - Espectro de absorção do Na Absorção Þ energia definida Þ estado fundamental ¾® estado excitado 3 s 3p* 4p* 5p* retorno ao estado fundamental ¯¯ transferência de energia para outros átomos ou moléculas ¯¯ emissão de radiação ¯¯ fluorescência ll 1 = ll 2 < ll 3 Figura 6.4 – Espectro de absorção parcial do Na e transições eletrônicas l1 l3 l2 210 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.3 - LARGURA DA LINHA ATÔMICA ÄÄ Importante em espectrometria atômica Þ linhas estreitas ¾¾ ®® preferidas ¾¾ ®® redução da possibilidade de interferências Figura 6.5 – Perfil de uma linha atômica - distribuição simétrica em torno de l0 - l0 ® comprimento de onda da radiação emitida ou absorvida cuja energia é igual à diferença de energia entre os níveis nos quais ocorreu a transição 6.3.1 - FATORES QUE AFETAM A LARGURA DAS LINHAS ATÔMICAS ·Princípio da incerteza ·Efeito Doppler ·Efeito de pressão ·Efeito Zeeman 6.3.1.1 - Princípio da incerteza ÄÄ Limitação da natureza à determinação exata de dados pares de grandezas físicas · Linhas espectrais ¾¾ ®® largura finita ¾¾ ®® vida média em um ou ambos os estados envolvidos na transição é finito ¯¯ incerteza nos tempos de transição e alargamento das linhas 211 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Ex: A vida média do estado excitado produzido pela irradiação do vapor de mercúrio com um pulso de 253,7 nm é 2 x 10-8 s. Calcular o valor aproximado para a largura da linha de fluorescência produzida deste modo. De acordo com o principio da incerteza ÞÞ DD nn . DD t ³³ 1 (1) Dt = 2 x 10-8 s Dn = 1 / (2 x10-8) = 5 x 10 7 s-1 n = c.l-1 ¾¾ ®® dn = - c.l-2.dl Substituindo-se por incrementos finitos c .221 nnDDllllDD == (( )) s/m10x3 s10x5.m10x7,253 8 1729 21 ---- --==llDD A10 x 1,1)m/A(10 x m10 x 1,1 4101421 ---- ====llDD ê alargamento natural 6.3.1.2 - Efeito Doppler ÄÄ Resulta do fato dos átomos estarem se movimentando rapidamente enquanto emitem ou absorvem radiação 3 2 detector 1 fonte 212 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Situação 1 Þ átomos movem-se em direção à radiação e ao detector labs ligeiramente menor ( n maior) que na situação 2 ·· Situação 3 Þ átomos afastam-se da radiação e do detector labs ligeiramente maior (n menor) do que na situação 2 ·· Efeito global Þ alargamento das linhas de emissão/absorção ·· Tchama alargamento Doppler ÞÞ aumento na velocidade dos átomos ·· Alargamento Doppler » 100 x alargamento natural 6.3.1.3 - Efeito de pressão ÄÄ Resulta da colisão das espécies queemitem ou absorvem radiação com outros átomos ou íons presentes no meio. ·· Colisões ¾® alteram levemente a energia do estado fundamental - chama ¾® colisões com produtos de combustão - LCO ¾® colisões entre espécies excitadas e átomos ·· Alargamento efeito de pressão » 100 a 1000x maior que alargamento natural Ex: Lâmpada de Hg de alta pressão ou de Xe ÞÞ emitem espectro contínuo no UV/VIS 6.4 - EFEITO DA TEMPERATURA NO ESPECTRO ATÔMICO T ÞÞ efeito significativo no espectro atômico ÞÞ Eq. de Boltzmann ÷÷÷÷ øø öö çççç èè ææ -- ÷÷÷÷ øø öö çççç èè ææ == kT E exp P P N N j 0 j 0 j (2) 213 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica sendo: Nj = no de átomos no estado excitado N0 = no de átomos no estado fundamental Pj , P0 = fatores estatísticos determinados pelo no de estados com igual energia em cada subnível quântico Ej = diferença de energia entre o estados fundamental e excitado (J) K = constante de Boltzmann (1,28 x 10-23 J/K) T = temperatura absoluta (K) Ex: Calcular a relação entre o no de átomos de Na nos estados excitado (3p*) e fundamental (3s) a 2500 e a 2510 K Transição 3s ¾® 3p Þ l = 5893 Å J10x37,3 m10x5893 )s/m(3x10 . )s.J( 10 x 63,6 c . hE 19 10 8 34 j -- -- -- ====== ll 3 2 6 P P 0 j ==== T = 2500 K 423 19 0 j 10x72,1 2500 x10x38,1 10x37,3 exp3 N N -- -- -- ==÷÷ ÷÷ øø öö çç çç èè ææ -- == T = 2510 K 4 23 19 0 j 10x79,1 2510 x10x38,1 10x37,3 exp3 N N -- -- -- ==÷÷ ÷÷ øø öö çç çç èè ææ -- == Tem-se que: DD T = 10 K ÞÞ no átomos excitados + 4% ·· Métodos absorção e fluorescência são teoricamente menos afetados pela temperatura (medidas baseadas no sinal de átomos não excitados) 214 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Influências indiretas da temperatura ** T aumenta a eficiência da atomização aumenta o no de átomos no estado gasoso ** T aumenta a velocidade de movimentação dos átomos aumento em Dl devido ao efeito Doppler ** T influencia o grau de ionização do analito ¾¾ ®® conc. de analito não ionizado (qtde na qual é baseada a análise) ßß Controle de T da chama é requerido nas medidas de absorção e fluorescência 6.5 - ATOMIZAÇÃO POR CHAMA ÄÄ Técnicas ·· Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) ·· Espectrometria de Emissão Atômica (AES) ·· Espectrometria de Fluorescência Atômica (AFS) 6.5.1 - PROCESSOS ENVOLVIDOS NA ATOMIZAÇÃO POR CHAMA: 215 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.1.1 - Tipos de chama Tabela 6.1 – Características das chamas Combustível Oxidante T (oC) Velocidade de queima (cm/s) Gás natural Ar 1700 – 1900 39 – 43 Gás natural O2 2700 – 2800 370 – 390 H2 Ar 2000 – 2100 300 – 440 H2 O2 2550 – 2700 900 – 1400 Acetileno Ar 2100 – 2400 158 – 266 Acetileno O2 3050 – 3150 1100 – 2480 Acetileno N2O 2600 – 2800 285 ØØ Oxidante: ·· ar ÞÞ 1700 – 2400 oC - metais que são facilmente atomizados (ex: metais alcalinos) ·· N2O ou O2 ÞÞ T mais elevadas - usada para os elementos mais dificilmente atomizáveis ØØ Velocidade máxima de queima (v.m.q.) ·· v gás < v.m.q. Þ flashback da chama ·· v gás = v.m.q. Þ chama estável ·· v gás > v.m.q. Þ chama ¾® fora do queimador ØØ Vazões do oxidante e do combustível Þ parâmetros importantes ÞÞ dependem: ·· dos gases empregados ·· do elemento que está sendo analisado 216 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.1.2 - Estrutura da chama e perfis de temperatura Figura 6.6 – Esquema da chama ar/acetileno Figura 6.7 – Perfis de temperatura para chama gás natural/ar ØØ Zona primária de combustão Þ luminescência azul ¾® espectros de C2, CH e outros radicais Þ raramente usada em espectroscopia ØØ Região entre zonas (região interconal) ·· estreita ¾® chamas estequiométricas de HC ·· vários cm ¾® chamas ricas em combustível ·· zona rica em átomos livres Þ parte da chama usada em espectroscopia ØØ Cone externo ·· zona de reação secundária produtos da zona de reação convertidos em óxidos estáveis 217 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ØØ Aparência e tamanho ÞÞ depende do tipo e da relação entre o oxidante e o combustível ØØ T máxima ÞÞ acima da zona de combustão primária 6.5.1.3 - Perfis de absorbância na chama cada elemento ¯¯ parte da chama diferente Figura 6.8 – Perfis de absorção na chama para Mg, Ag e Cr ·· A max depende: - elemento analisado - altura da chama Ex: ** Mg ¾¾® meio da chama h A aumento do número de átomos A ¯¯ oxidação apreciável dos átomos ** Ag h A aumento do número de átomos não é facilmente oxidável ** Cr h ¯¯ A ¯¯ Cr forma óxidos estáveis 218 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.1.4 - Perfis de emissão Figura 6.9 – Perfil de emissão para a linha do Ca na chama cianogênio/O2 ·· Intensidade da emissão Þ depende: - velocidade de introdução da amostra na chama v rápido aumento em Imax ÞÞ aumento do no de átomos de Ca depois Imax ¯ ÞÞ aumento do fluxo de solução reduz a T da chama - região da chama Imax logo acima da zona de combustão primária 219 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.2 – ATOMIZAÇÃO POR CHAMA O atomizador por chama consiste em um nebulizador pneumático que converte a solução líquida em aerosol antes de introduzi-la na chama. Os nebulizadores pneumáticos podem ser de diferentes tipos, sendo mais utilizado o nebulizador de tubo concêntrico. Figura 6.10 – Diferentes tipos de nebulizadores pneumáticos 220 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.2.1 – Combustor de fluxo laminar Figura 6.11 – Combustor de fluxo laminar ØØ Características do combustor de fluxo laminar: ·· Aerosol (formado pelo escoamento do oxidante aspirando a amostra) + combustível ¾¾ ®® mistura ¾¾ ®® placas defletoras ¾¾ ®® remoção das gotas de solução ¾¾ ®® maior parte da amostra ¾¾ ®® fundo da câmara de mistura ¾¾ ®® drenada ·· Chama silenciosa ·· Percurso na chama é longo ¾¾ ®® aumento da sensibilidade e da reprodutibilidade ·· Câmara de mistura ¾¾ ®® mistura de gases potencialmente explosiva ¯¯ cuidado com o flashback da chama 221 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Variáveis importantes ¾¾ ®® controle rigoroso ** Vazão oxidante e de combustível - possibilidade de variar em faixa ampla ¾¾ ®® otimizar experimentalmente as condições - geralmente oxidante / combustível = estequiométrica - metais ¾¾ ®® óxidos estáveis ¾¾ ®® excesso de combustível ** Pressão ¾¾ ®® reguladores duplo estágio válvulas agulha ** Vazão ¾¾ ®® rotâmetros ØØ Preformance dos atomizadores por chama ·· Alta reprodutibilidade ·· Menor sensibilidade e eficiência de amostragem ·· Grande quantidade de amostra é drenada ·· Tempo de residência dos átomos individuais no percurso óticoda chama é curto (± 10-4 s) 6.5.3 – ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICA ÞÞ FORNO DE GRAFITE ØØ Características ·· O tempo de residência dos átomos no feixe ótico é > 1 s ·· Usados em AAS e AFS ·· Vantagens: -alta sensibilidade -amostra é completamente atomizada -pequeno volume de amostra (0,5 – 10 mL) -limite de detecção 10-10 a 10-13 g do analito 222 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Desvantagens - precisão relativa 5 a 10% (chama ou plasma = 1%) - determinação lenta (alguns minutos por elemento) - faixa de análise baixa ( 100x menor ) - atomização eletrotérmica Þ só se chama ou plasma não apresentarem limites de detecção adequados - fluxo de gás externo ¾¾ ®® prevenir a entrada de ar ¾¾ ®® evitar a incineração do tubo - fluxo interno de gás ¾¾ ®® exclusão do ar + carrear os vapores gerados nos estágios iniciais do aquecimento (vaporização do solvente ou da matriz) Figura 6.12 – Vista da seção transversal de um forno de grafite (a) e plataforma de L'Vov e seu posicionamento no forno de grafite (b) 223 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.5.3.1 - Etapas da atomização eletrotérmica 1. pequeno volume (10-20 mL) de amostra é vaporizado a 100oC por 20-40 segundos 2. a amostra é pirolisada para eliminar os componentes voláteis indesejáveis (substâncias orgânicas e inorgânicas). Esta temperatura de pirólise é 500oC 3. a amostra é atomizada (2000 – 3000oC) por um curto período de tempo (2 – 3 segundos) 4. absorção ou fluorescência das partículas atomizadas é medida na região imediatamente acima da superfície aquecida 6.5.2.2 - Plataforma de L’Vov ·· Plataforma de grafite colocada abaixo da abertura no tubo de grafite ·· Amostra ¾¾ ®® vaporizada ¾¾ ®® pirolisada - etapa de atomização ¾¾ ®® T do tubo aumenta rapidamente ¾¾ ®® T da plataforma aumenta mais lentamente ¾¾ ®® retarda a atomização ¾¾ ®® maior reprodutibilidade nos picos de absorção OBS: Recobrimento da superfície do grafite com carbono pirolítico ¾¾ ®® selar os poros do grafite ¾¾ ®® parte da matriz e da amostra difundiam-se nos poros do grafite retardando a atomização e reduzindo os sinais de absorção do analito 6.5.2.3 - Sinal de saída ·· Sistema de aquisição de dados com alta velocidade (sinal atinge um máximo alguns segundos após a ignição e rapidamente decai a zero produtos da atomização deixam o tubo 224 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Figura 6.13 – Sinal obtido em espectrômero equipado com atomização eletrotérmica (Amostra 2 mmL de suco de laranja) 6.5.4 - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ATOMIZAÇÃO 6.5.4.1 - Geração de hidretos ·· Aplicada a As, Pb, Sb, Sn, Se e Bi ·· Introdução dos mesmos no atomizador como gases Þ aumenta a sensibilidade da análise de 10 a 100x ·· Princípio da técnica - adição de solução acidificada da amostra a pequeno volume de solução aquosa de borohidreto de sódio (1%) 3 BH4- + 3H+ + 4 H3AsO3 3 H3BO3 + 4 AsH3 + 3 H2O - o hidreto formado sofre decomposição térmica na própria célula de medição - radiação passa através da célula e daí atinge o monocromador e o detetor Þ sinal similar ao da atomização eletrotérmica 225 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Figura 6.14 – Sistema de geração de hidretos e atomização para AAS. 6.5.4.2 - Atomização por vapor frio ·· Aplicável apenas para determinação de Hg HNO3 + H2SO4 composto de mercúrio ¾¾¾¾¾¾¾® Hg2+ SnCl2 Hg2+ ¾¾¾® Hg ·· Hg (vapor) arrastado para tubo de absorção por meio de corrente de gás inerte ·· Comprimento de onda de trabalho = 253,7 nm ·· Limite de detecção Þ ppb 226 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6 – ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA ÄÄ Baseada na absorção de radiação por átomos ou íons isolados ·· Emprego analítico Þ início dos anos 50 ·· Simplicidade ·· Eficiência ·· Baixo custo 6.6.1 - INSTRUMENTAÇÃO 1 2 3 4 5 Diagrama esquemático de um AAS 1. fonte de radiação 2. atomizador 3. monocromador 4. detetor 5. processador de sinal 6.6.1.1 - Fontes de radiação ·· AAS ÞÞ alta especificidade - linhas de AA estreitas (0,002 – 0,005 nm) - transições eletrônicas únicas para cada elemento ¯¯ problema ¯¯ monocromadores comuns não conseguem isolar bandas de radiação tão estreitas ¯¯ radiação isolada de fonte contínua ¯¯ desvios da Lei de Beer 227 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica - além disso ¾¾ ®® fração de energia absorvida de um feixe contínuo muito pequena ¯¯ sensibilidade muito baixa ·· eliminar o problema ¾® uso de fonte que emita radiação com o comprimento de onda selecionado para absorção e com largura menor Ex: Lâmpada de vapor de Hg ÞÞ determinação de Hg átomos Hg eletricamente excitados ¾® emissão de radiação com l a ser absorvido pelos átomos de Hg da amostra na chama ¯¯ T lâmpada < T chama alargamento Doppler e pela pressão das linhas de emissão são menores que os da absorção na chama Figura 6.15 – Absorção por átomos de uma linha de ressonância largura banda de emissão < largura banda de absorção ¯¯ Lei de Beer é obedecida 228 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.1.1.1 - Lâmpada de catodo ôco (LCO) Consiste de um anodo de tungstênio e um catodo cilíndrico selado em um tubo de vidro com janela de quartzo e com um gás de enchimento (Ar ou Ne) mantido a uma pressão de 1 – 5 torr. O catodo é constituído com o metal cujo espectro é o desejado ou serve de suporte para pequena camada deste metal. Figura 6.16 – Diagrama esquemático de uma lâmpada de catodo oco. ·· LCO - potencial aplicado ÞÞ 300V, corrente 5 – 15 mA ÞÞ Ionização do gás inerte ÞÞ Íons gasosos com elevada energia cinética ÞÞ Sputtering ÞÞ remoção dos átomos de metal da superfície do catodo (nuvem de átomos) átomos de metal excitados emitem radiação com l característico quando retornam ao estado normal - catodo cilíndrico ÞÞ cone de radiação em região limitada + aumento da possibilidade de redeposição dos átomos no catodo e não na parede do vidro - eficiência ÞÞ geometria potencial aplicado - corrente elevada ÞÞ maior intensidade, porém provoca alargamento da banda pelo efeito Doppler ÞÞ excesso de átomos não excitados na nuvem absorver a radiação emitida ÞÞ redução da intensidade 229 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.1.1.2 - Lâmpada de descarga sem eletrodos (EDL) Consiste de um tubo selado de quartzo contendo um gás nobre (Ar) e uma pequena quantidade do metal cujo espectro é o desejado. A lâmpada é energizada por um campo intenso de ondas de rádio (27 MHz) ou radiação de microondas ·· Ionização do Ar ¾¾ ®® íons acelerados ¾¾ ®® excitar os átomos do metal ¯¯ emitir l desejado ao retornar ao estado fundamental ·· 15 ou mais elementos ·· performance não é tão confiável quanto LCO Figura 6.17 – Lâmpada de descarga sem eletrodos 6.6.1.1.3 - Modulação da fonte P0 P + E ·· Modulação - Eliminar interferências causadas pela emissão de radiação pela chama - Grande parte ¾¾ ®® removida pelo monocromador - Modular sinal emitido pela fonte ¾¾ ®® intensidade flutua em freqüência constante AMOSTRA CHAMA 230 Capítulo 6 – Espectrometriade absorção atômica Detetor ¾¾ ®® dois tipos de sinal ¾¾ ®® alternado da fonte contínuo da chama convertidos em resposta (sinal elétrico) sinal não modulado removido (dispositivos eletrônicos) sinal modulado ¾¾ ®® amplificado - modulação do sinal ¾® interpor entre fonte e a chama disco circular ou chopper (2 dos quadrantes são vazados) ¾® rotação do disco com velocidade constante ¾® modulação à freqüência constante 6.6.1.2 - Monocromadores ·· Rede de difração -Dispersar radiação UV/VIS - Largura de banda - 1Å 6.6.1.3 - Detectores ·· Tubos fotomultiplicadores (similares UV/VIS) ·· Dispositivo eletrônico para discriminar entre sinal modulado da fonte e sinal contínuo da chama 6.6.1.4 - Microprocessadores ·· Controle dos parâmetros do equipamento e manipulação dos dados 6.6.1.5 - Instrumentos para absorção atômica ·· espectrofotômetros feixe simples feixe duplo 231 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.1.5.1 - Feixe simples ·· Corrente escura zero ajustado com anteparo na frente do detetor 100% T (A = 0) ¾¾ ®® “branco” aspirado na chama Figura 6.18 – Espectrofotômetro de feixe simples típico 6.6.1.5.2 - Feixe duplo Figura 6.20 – Espectrofotômetro de feixe duplo típico - Feixe de referência não passa através da chama ¾® não é possível corrigir perdas de energia radiante por espalhamento ou absorção de radiação 232 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.2 - INTERFERÊNCIAS EM ABSORÇÃO ATÔMICA 6.6.2.1 - Interferências espectrais Ocorrem quando a absorção ou emissão da espécie interferente se sobrepõe ou está muito próxima da linha analítica e torna-se impossível a resolução pelo monocromador. ·· linhas de emissão das LCO são estreitas ÞÞ interferência espectral é muito rara. Ex 1: A linha do V a 3082,11 Å interfere na linha de absorção do Al a 3082,15 Å ÞÞ eliminação do problema ÞÞ uso da linha do Al a 3092,7 Å Ex 2: Presença de produtos de combustão que exibem banda larga ou de particulados que espalham a radiação ÞÞ diminuição da potência do feixe transmitido resultados acima dos reais ÞÞ se estes produtos forem oriundos da própria chama, aspira-se uma solução “branco” para correção da interferência nos instrumentos de feixe único ou de feixe duplo 6.6.2.3 - Interferências da matriz Afetam o feixe transmitido (P), mas não o feixe incidente (P0) ÞÞ ocasionam resultados de absorbância acima dos reais Interferências físicas Ocorrem quando determinadas propriedades físicas das amostras são diferentes das dos padrões. A tensão superficial, a viscosidade, a densidade são parâmetros importantes que alteram o sinal de absorção ou emissão. correção ÞÞ adição de concentração elevada de um sal (LiCl, por exemplo) à amostra e aos padrões 233 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Presença de espécies moleculares ou particulados Ex 1: Determinação de Ba em presença de Ca ·· chama ar/acetileno ¾® sobreposição da banda de absorção do CaOH à linha de absorção do Ba correção ÞÞ uso de chama C2H2/N2O ÞÞ T ÞÞ decomposição do CaOH Figura 6.21 – Espectros do CaOH e linha de ressonância do Ba Ex 2: Formação de óxidos refratários (Ti, Zr, W, por exemplo) ·· espalhamento da radiação pelas partículas de óxidos correção ÞÞ chama N2O/acetileno (T mais elevada) ¾® decomposição dos óxidos Ex 3: Presença de partículas derivadas dos compostos orgânicos ·· combustão incompleta dos compostos orgânicos ¾® partículas de carbono ¾® espalhamento da radiação correção ÞÞ chama oxidante (T mais elevada) OBS: A correção das interferências da matriz é mais problemática no caso da atomização eletrotérmica 234 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.2.4 - Métodos para correção da interferência da matriz 6.6.2.4.1 - Método das duas linhas Este método requer a presença de uma linha de referência da fonte que deverá ser a mais próxima possível da linha analítica e não ser absorvida pela amostra ·· decréscimo na intensidade da linha de referência ¾® interferência da matriz ¾® usar para corrigir o efeito observado na linha usada para análise ·· a linha de referência pode ser de uma impureza no catodo, ou uma linha do Ne ou do Ar contido na lâmpada ou ainda uma linha de emissão (não ressonante) do próprio elemento analisado. ·· freqüentemente não se tem uma linha de referência disponível 6.6.2.4.2 - Método da fonte contínua Lâmpada de D2 ¾¾® fonte de radiação contínua na região UV Figura 6.22 – Diagrama esquemático de sistema de correção pelo método da fonte contínua (lâmpada de D2) 235 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Configuração do instrumento ¾® alternância dos feixes da LCO e da lâmpada de D2 que passam através da amostra (chama ou forno de grafite). ·· Absorção obtida com a lâmpada de D2 é subtraída da absorção encontrada com a LCO. ·· Instrumentos comerciais ¾® sistemas de correção de background ¯¯ método da fonte contínua ·· Problemas: - performance imperfeita ÞÞ em alguns casos valores acima dos reais e em outros abaixo - não pode ser usada em l > 350 nm - não homogeneidade do meio gasoso aquecido ¾® necessidade das lâmpadas estarem perfeitamente alinhadas 6.6.2.4.3 - Método de correção pelo efeito Zeeman Quando um vapor atômico é exposto a um campo magnético forte (0,1 – 1 Tesla), observa-se um desdobramento dos níveis eletrônicos levando à formação de várias linhas de absorção para cada transição eletrônica. Estas linhas diferem em cerca de 0,01 nm e a soma de suas absorbâncias é exatamente igual à da linha original. ¯¯ Efeito Zeeman ¾® geral para espectros atômicos ·· Caso mais simples do Efeito Zeeman (transições singlet) Linha satélite ®® s 1 linha 3 linhas Linha central ®® p Linha satélite ®® s 236 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Correção baseada no efeito Zeeman ÞÞ baseada na diferença de resposta dos dois tipos de picos de absorção à radiação polarizada - Pico s ¾® absorve radiação polarizada a 90o em relação ao campo - Pico p ¾® absorve radiação polarizada paralelamente ao campo magnético externo Figura 6.23 – Representação esquemática de equipamento de AAS com atomização eletrotérmica e correção de background pelo Efeito Zeeman ·· Radiação da LCO ¾® polarizador rotatório ¾® separar o feixe em dois componentes - Polarizado paralelamente ao campo externo - Polarizado perpendicularmente ao campo ·· Amostra (forno de grafite) sob ação de campo magnético externo ** Três picos de absorção: - central ÞÞ absorve radiação polarizada paralelamente ao campo magnético (p) - satélites (2) ÞÞ absorvem radiação polarizada perpendicularmente ao campo magnético (s) - ½ ciclo ¾® radiação polarizada paralelamente ao campo (p) ÞÞ ocorre absorção pelo analito 237 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica - ½ ciclo ¾® radiação polarizada perpendicularmente ao plano (s) ÞÞ não ocorre absorção pelo analito - bandas de absorção e espalhamento devido à matriz ÞÞ ocorrem nos dois semi-ciclos ·· Sinal que chega ao detetor ÞÞ cíclico matriz + analito matriz sistema de aquisição de dados automaticamente subtrai um sinal do outro ¾®correção de background ·· Características: - método de correção superior aos demais - particularmente importante – atomizador eletrotérmico - corrige background A > 1 OBS: Existem instrumentos baseados no efeito Zeeman nos quais o campo magnético atua sobre a LCO ¾® linhas de emissão da fonte são separadas 6.6.2.4.4 - Método de correção baseado na auto absorção (Smith-Heiftje) Baseia-se na auto absorção das LCO quando estas são submetidas a corrente alta. A absorção obtida com corrente baixa é subtraída daquela obtida com corrente alta ·· corrente alta ¾® elevada concentração de átomos não excitados ¯¯ absorção da radiação produzida pelos átomos excitados + alargamento da banda de emissão das espécies excitadas ·· Lâmpada alterna corrente alta e baixa - Corrente baixa ¾® absorção do analito + absorção da matriz - Corrente alta ¾® sinal de absorção devido à matriz 238 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Figura 6.24 – Perfis de emissão de uma LCO operando a correntes alta e baixa 6.6.2.5 - Interferências químicas ·· Mais comuns que as espectrais ·· Correções ¾® ajuste das condições experimentais 6.6.2.5.1 - Formação de substâncias com baixa volatilidade ·· Por ânions (caso mais comum) ÞÞ formação de compostos com baixa volatilidade envolvendo o analito e um ânion Ex: Interferência de SO4-2 ou PO4-3 na determinação do Ca [Ca] = cte [SO4-2] ou [PO4-3] A ¯¯ até [[ ]] [[ ]] 5,0Ca ânion == A (» 0,3 – 0,5 Aoriginal) independe de [ânion] ·· Por cátions ÞÞ formação de compostos com baixa volatilidade envolvendo o analito e um cátion 239 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica Ex: Interferência do Al na determinação do Mg ¯¯ formação de composto Mg/Al (óxido ??) com elevada estabilidade térmica ²² Métodos de correção - chama com temperatura elevada - uso de agentes libertadores ÞÞ cátions que reagem preferencialmente com o ânion interferente Ex: Adição de La+3 ou Sr+2 para eliminar a interferência do PO4-3 na determinação do Ca ou a interferência do Al na determinação do Mg - uso de agentes complexantes ÞÞ previnem as interferências por formarem complexos estáveis, porém voláteis, com a espécie em estudo Ex: Adição de EDTA para eliminar a interferência de Al, Si, PO4-3 e SO4-2 na determinação do Ca Adição de 8-hidroxi-quinolina para eliminar a interferência do Al na determinação do Ca e do Mg 6.6.2.5.2 - Equilíbrio de dissociação No forno de grafite ou na chama, inúmeras reações de dissociação ou associação podem ocorrer levando os constituintes metálicos ao seu estado elementar Ex 1: Óxidos de metais alcalino-terrosos são relativamente estáveis e apresentam energia de dissociação de 5 eV MO M + O M(OH)2 M + 2 OH 240 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica - característica dos espectros ¾® bandas devido a absorção das espécies moleculares MO e M(OH)2 (Figura 6.21) ¯¯ exceto a T elevadas, estas bandas são mais intensas que as linhas analíticas dos átomos ou íons - para metais alcalinos óxidos/hidróxidos facilmente dissociáveis linhas de absorção dos átomos predominam mesmo a baixas T Ex 2: Adição de HCl diminui a intensidade da linha do sódio HCl H + Cl NaCl Na + Cl Ex 3: Aumento da absorção do V em presença de Ti ou Al VOx V + Ox AlOx Al + Ox TiOx Ti + Ox ** Chama rica em combustível ÞÞ [Ox] pequena ¯¯ diminui ainda mais com a presença do Al e do Ti ¯¯ deslocamento do equilíbrio da primeira reação para a direita ** Chama rica em Ox Þ [Ox] alta ¯¯ presença do Al ou do Ti tem pouca influência ¯¯ equilíbrio de primeira reação não se altera 241 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.2.6 - Ionização na chama ·· oxidante ¾® ar ¾® ionização dos átomos e moléculas é baixa ·· oxidante ¾®O2 ou N2O ¾® ionização é significativa M M+ + e concentração elevada de elétrons na chama [[ ]] [[ ]] [[ ]] p)x1( x M e M K 2 -- ==== ++ sendo: x = fração de M que se ioniza p = pressão parcial do metal Tabela 6.2 – Grau de Ionização dos metais na temperatura da chama Fração ionizada P = 10-4 atm P = 10-6 atm elemento P.I. (eV) 2000 K 3500 K 2000 K 3500 K Cs 3,893 0,01 0,86 0,11 > 0,99 Rb 4,176 0,004 0,74 0,04 > 0,99 K 4,339 0,003 0,66 0,03 0,99 Na 5,138 0,0003 0,26 0,003 0,90 Li 5,390 0,0001 0,18 0,001 0,82 Ba 5,210 0,0006 0,41 0,006 0,95 Sr 5,692 0,0001 0,21 0,001 0,87 Ca 6,111 3 x 10-5 0,11 0,0003 0,67 Mg 7,644 4 x 10-7 0,01 4 x 10-6 0,09 ·· Presença de elétrons na chama ÞÞ afetar o equilíbrio de ionização dos diferentes átomos Ex: Metais alcalinos: K, Rb, Cs ÞÞ metais alcalinos ¾® chamas com T baixas [M*] = f (T) (eq. Boltzmann ÞÞ T [M*] ) T [M+] [M*] ¯¯ 242 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Métodos de correção: - adição do supressor de ionização ÞÞ garante concentração elevada de elétrons na chama ÞÞ suprime a ionização do analito Figura 6.25 – Efeito da concentração do potássio na curva de calibração do estrôncio 6.6.3 - TÉCNICAS ANALÍTICAS PARA AAS 6.6.3.1 - Preparação da amostra ·· Espectroscopia de chama ¾® amostra líquida ¾® solução aquosa ·· Muitos materiais de interesse ¾® não são solúveis em solventes comuns digestão da amostra ¾® etapa lenta e sujeita a erros (perda de amostra, introdução de interferentes, etc) 243 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Métodos para decomposição/dissolução da amostra 1 - solubilização com ácidos minerais à quente 2 - oxidação com H2SO4 , HNO3 ou HClO4 (via úmida) 3 - queima com O2 (calcinação da amostra) 4 - fusão ácida ou alcalina com B2O3, Na2CO3, Na2O2 ou K2S2O8 5 - microondas ·· Forno de grafite ¾® amostra líquida ou sólida ** pré-tratamento mínimo da amostra - amostra líquida ÞÞ pipetada diretamente no forno para calcinação e atomização - amostras sólidas ÞÞ pesadas diretamente no atomizador ou em “barquinhas de Ta” e introduzidas no forno ** problema ÞÞ calibração padrões com composição similar à da amostra 6.6.3.2 - Uso de solventes orgânicos na espectroscopia de chama · Primórdios da AAS presença de solventes orgânicos (álcoois, éteres, cetonas com baixos PM) ¯¯ aumento da intensidade dos picos de absorção aumento da eficiência de nebulização (baixa tensão superficial ¾® gotas mais finas ÞÞ mais amostra na chama) ¯¯ uso de chama oxidante ¯¯ combustão completa do solvente efeito térmico ¯¯ menor abaixamento de temperatura da chama ¯¯ maior quantidade de energia disponível para atomização 244 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica ·· Atualmente ** Uso de solventes imiscíveis ¾® MIBK ¾® extração de quelatos de íons metálicos ¾® extratos ¾® nebulizados diretamente na chama - aumento da intensidade do pico de absorção ¾® efeito do solvente - pequeno volume de solvente para remoção do analito em comparação com volumes maiores de soluções aquosas - redução das interferências Þ parte da matrizpermanece na fase aquosa - ex de outros agentes quelantes: ACAC, 8-hidroxi-quinolina 6.6.3.3 – Método da curva de calibração · AAS ¾® absorção de radiação ¾® Lei de Beer A = ebc ·· Freqüentemente ¾® desvios da idealidade - Verificar experimentalmente a linearidade da curva - Curva de calibração ¾® faixa de concentração que inclui as amostras ¾® periodicamente preparada ·· Padrões de calibração - padrões de referência ou material certificado - conter não apenas concentração conhecida do analito, mas também as outras espécies presentes na amostra ¯¯ nem sempre é possível ¯¯ correção de interferências 245 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.3.4 - Método da adição de padrão ·· Eliminar total ou parcialmente as interferências químicas e espectrais devidas à matriz ·· Metodologia: - adição de volumes conhecidos de uma solução-padrão da espécie em estudo a diferentes alíquotas de mesmo volume da solução com o analito - cada solução é avolumada - medida das absorbâncias Ex: Se o sistema obedece à Lei de Beer, tem -se: A = A padrão + A amostra Vt Vx.Cx.k Vt Vs.Cs.kA ++== A representação gráfica de A em função de Vs origina uma linha reta (A = a.Vt + b) cujos coeficientes angular e linear são dados por: Vt Cs.k==aa e Vt Cx.Vx.k==bb - método dos mínimos quadrados ¾® ajuste dos pontos ¾® determinar a e b - cálculo de Cx Þ Cs Cx.Vx Vt/Cs.k Vt/Cx.Vx.k ==== aa bb Vx. Cs.Cx aa bb== 246 Capítulo 6 – Espectrometria de absorção atômica 6.6.4 - APLICACÕES DA AAS · Determinação de mais de 60 elementos (metais ou semi-metais) ÄÄ Limites de detecção · atomização por chama Þ 1 - 20 ng/L (0,001-0,020 ppm) · atomização eletrotérmica Þ 0,002 - 0,01 ng/L (2 x 10-6 a 1 x 10-5 ppm) ÄÄ Exatidão · Erro relativo atomização por chama ÞÞ 1 a 2% (*) forno de grafite ÞÞ 5 a 10 x maiores (*) cuidados especiais reduzidos a décimos de % Tabela 6.3 – Limites de detecção (ng/mL) para alguns elementos selecionados Elemento AAS chama ETAAS AES chama ICP AES AFS chama Al 30 0,005 5 2 5 As 100 0,02 0,0005 40 100 Ca 1 0,02 0,1 0,02 0,001 Cd 1 0,0001 800 2 0,01 Cr 3 0,01 4 0,3 4 Cu 2 0,002 10 0,1 1 Fe 5 0,005 30 0,3 8 Hg 500 0,1 0,0004 1 20 Mg 0,1 0,00002 5 0,05 1 Mn 2 0,0002 5 0,06 2 Mo 30 0,005 100 0,2 60 Na 2 0,0002 0,1 0,2 - Ni 5 0,02 20 0,4 3 Pb 10 0,002 100 2 10 Sn 20 0,1 300 30 50 V 20 0,1 10 0,2 70 Zn 2 0,00005 0,0005 2 0,02
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