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PotenciaisPotenciais de de NernstNernst e e DonnanDonnan:: Potencial de Nernst para o íon P+: )1( )2( ln P P P BN P C C q Tk V Esse é o potencial em que os íons P+ estão em equilíbrio eletroquímico, ou seja, o equilíbrio entre as concentrações intra e extracelular do íon P+ é alcançado. mV C C q Tk V mV C C q Tk V Cl Cl Cl BN Cl K K K BN K 99 5,77 5,1 ln 106,1 2931038,1 )1( )2( ln 101 25,2 0,124 ln 106,1 2931038,1 )1( )2( ln 19 23 19 23 Em qualquer fluido biológico, observamos que, para um volume finito desse fluido, a concentração de ânions é igual à de cátions. Essa condição é denominada eletroneutralidade. Essa eletroneutralidade implica que teremos um número maior de íons positivos no meio intracelular (2) do que no meio extracelular (1). O movimento dos íons cessa quando o sistema alcança um equilíbrio estático, ou seja, quando as forças devido à difusão dos íons através da membrana e devido ao campo elétrico na membrana se equilibram. Como o potencial de membrana é o mesmo para todos os íons P+ e I-, os potenciais de Nernst deverão ter o mesmo valor do potencial da membrana. Logo, )1( )2( )2( )1( )1( )2( ln )2( )1( ln I I P P I I P P C C C C ou C C C C Essa relação de equilíbrio entre as concentrações dos íons permeantes é conhecida como equilíbrio de Donnan. Se a membrana for permeável a mais de duas espécies iônicas, o equilíbrio de Donnan exige que esses íons estejam distribuídos conforme o potencial da membrana. Assim, os íons se redistribuirão até alcançar esta situação de equilíbrio. Por exemplo, quando os meios intra e extracelular contêm íons P+, Q+, R- e a membrana celular é permeável a esses íons, alcançaremos o mesmo potencial de Nernst se: k C C C C C C R R Q Q P P )2( )1( )1( )2( )1( )2( e o potencial da membrana nesta situação de equilíbrio de Donnan será dado por: k q Tk V BM ln Podemos concluir que, se a membrana celular for permeável a mais de duas espécies de íons, assim, como para esses íons Cn(2) Cn(1), o equilíbrio de cargas elétricas somente será possível com a presença de um potencial VD através da membrana, denominado potencial de Donnan. Na situação de equilíbrio, ou seja, quando o fluxo eletrodifusivo através da membrana for nulo: 0 dx dV Cq dx dC Tk nn n B ou 0ln V Tk q C dx d B n n Assim, a quantidade entre colchetes não dependerá de x. Então, para cada espécie iônica permeante: )2()2(ln)1()1(ln V Tk q CV Tk q C B n n B n n A diferença de potencial V(2) – V(1) = VD será o potencial de Donnan para a membrana ( o valor real de VD dependerá da concentração (2) dos ânions A -). )1( )2( ln n n n B D C C q Tk V No equilíbrio de Donnan com o meio intracelular contendo íons que não podem atravessar a membrana, a razão Cn(2)/Cn(1), para os íons permeantes, deverá ser a mesma para qualquer desses íons. Isto equivale a: N nD VV Sempre que uma membrana celular for permeável a cátions, então Vn N para cada espécie iônica será negativo, sendo Vn N positivo para ânions. TransporteTransporte ativoativo de de ííonsons: : BombaBomba de de SSóódiodio--PotPotáássiossio:: O transporte ativo de íons inorgânicos, através da membrana celular, é realizado por proteínas transmembranais, especializadas no transporte de um tipo de íon, molécula ou grupo de íons ou moléculas análogas. Quando a bicamada lipídica está isenta de proteínas, a membrana é altamente impermeável a íons, não importando quão pequenos eles sejam. As proteínas transportadoras encontradas na membrana podem ser denominadas proteínas transportadoras (carregadoras) ou canais. As transportadoras se ligam ao íon a ser transportado, apresentando mudanças conformacionais durante esse transporte. Os canais não precisam se ligar ao íon a ser transportado, porque este se difundirá através dos poros hidrofílicos formados por essas proteínas na bicamada lipídica. O transporte ativo de íons através de uma membrana é sempre mediado por proteínas carregadoras. Nesse tipo de transporte a atividade da proteína transportadora está acoplada a uma fonte de energia metabólica. O transporte pode ser de: * íons Na+ e K+ através da proteína sódio-potássio-trifosfatase (Na+-K+ ATPase) denominada bomba de Na+-K+; Tipicamente em uma célula CK(2) > CK(1) e CNa(2) < CNa(1) essas diferenças de concentrações são responsáveis pelos respectivos gradientes eletroquímicos de K e Na. Se a célula está em equilíbrio devido ao transporte passivo de íons, então o deslocamento do íon Na+ através da membrana será do meio extra para o intracelular (VNa N V0) e do K + no sentido contrário (VK N V0). Portanto, as respectivas concentrações iônicas nos meios intra e extracelular tenderiam a ser alteradas. Entretanto, as diferenças entre as concentrações iniciais são mantidas por uma bomba de Na+-K+ que é encontrada na membrana plasmática. A bomba opera transportando ativamente tanto o Na+ para fora da célula como o K+ para dentro. No funcionamento da bomba de bomba de Na+-K+ observa-se que: * o transporte dos íons Na e K está acoplada à hidrólise de ATP; * o transporte de íons e a hidrólise de ATP podem ocorrer quando há Na+ e ATP no interior da célula e K+ no lado de fora; * para cada molécula de ATP hidrolisada três íons de Na são bombeados para fora e dois íons de K para dentro. Sem o transporte ativo de íons através da membrana, a CK(2) diminuiria constantemente, aumentando V0 e consequentemente, CCl(2). Logo, as CNa(2), CK(2) e CCl(2) se aproximarão respectivamente das CNa(1), CK(1) e CCl(1), levando a V0 0. Isso se manifestaria como um desaparecimento da capacidade funcional das células, o que provocaria lesões irreversíveis a elas. Dado ao transporte ativo de íons através de uma membrana, a equação de eletrodifusão para as diversas espécies de íons será a soma dos fluxos eletrodifusivos ativo e passivo ou: p n a nn JJJ A densidade de corrente total devido a uma espécie iônica será: VC Tk q CqDJJ n B n nnn a nn CCéélulalula Nervosa Nervosa ouou NeurônioNeurônio:: Os neurônios são células especializadas em receber informações elétricas do próprio organismo ou do ambiente externo. Entre o interior e o exterior do neurônio existe uma diferença de potencial VM denominada potencial de membrana. Os dendritos têm como função receber impulsos nervosos e conduzi-los ao corpo celular. Ali são gerados novos impulsos que o axônio repassa a outro neurônio com o qual mantém contato por meio de um de seus dentritos. Esse ponto de contato entre a terminação axonal de um neurônio e o dendrito de outro é chamado de sinapse. A condutância elétrica é um parâmetro que caracteriza a passagem de uma corrente elétrica IM através da membrana celular. ExcitabilidadeExcitabilidade: propriedade de algumas membranas (neurônios, células musculares) que consiste em apresentar transitoriamente o aumento de sua condutância elétrica quando a célula é despolarizada. No estado estacionário a densidade de corrente JM e a diferença de potencial VM através da membrana apresentam uma relação linear. No gráfico ao lado, JM = JS é o valor de curto- circuito e V0M ( < 0) é o potencial de repouso da membrana.Para potenciais de membrana VM > V0M teremos uma corrente de membrana positiva. Observe que a densidade de corrente total JM é dado pelo somatório de Jn, onde Jn leva em conta os fluxos eletrodifusivos ativos e passivos. nM JJ n nn B B nnna nn C Cq Tk V Tk CqD JJ 2 Considerando-se que as concentrações iônicas Cn e o potencial V variam somente na direção perpendicular à membrana e denominando essa direção de x, então: )1( )2( 1 21 2 2 2 1 2 n n n B B nnn x x a nn n n B B nnna nn n nn B B nnna nn C C Ln q Tk xVxV Tk CqD dxJJ xLnC q Tk xVd Tk CqD dxJJ x C Cq Tk x V Tk CqD JJ Como, 12 )1( )2( xVxVV C C Ln q Tk V M n n n BN n Então: NnMnNnM B nnn x x a nn VVVV Tk CqD dxJJ 21 2 onde n é a condutividade elétrica dos íons tipo n. Considerando-se que para o deslocamento iônico de x2 até x1, o fluxo eletrodifusivo através da membrana dos íons tipo n origina uma densidade de corrente aproximadamente constante, então a densidade de corrente devido aos fluxos ativos e passivos dos íons tipo n será: NnMnanNnMnann VVgJVV xx JJ 21 sendo gn um parâmetro denominado condutância elétrica iônica da membrana para o íon tipo n, que expressa a permeabilidade da membrana para o íon tipo n. Unidade S.I.: [gn] = -1m-2. Se JM a = Jn a for a densidade de corrente total devido ao fluxo eletrodifusivo ativo dos íons, a densidade de corrente total da membrana será: NnMnaMM VVgJJ O potencial VNa N para o sódio é positivo, pois a concentração de Na+ na célula é menor que no meio externo. Assim, 0 NNaMNa VVg corresponde a uma densidade de corrente negativa, ou seja, um fluxo de Na+ para o interior célula (uma densidade de corrente J negativa corresponde a ânions saindo ou cátions entrando na célula). Para compensar esse afluxo de íons para o interior da célula, a densidade de corrente ativa é positiva, JNa a > 0. Para os íons K+, gK(VM – VK N) > 0 corresponde a um fluxo de K+ saindo da célula, enquanto que JK a < 0, expressa um fluxo de K+ transportado ativamente para o interior da célula. A diferença VM – Vn N dá origem à densidade de corrente elétrica passiva gn(VM – Vn N). O potencial de membrana VM se mantém constante pois a densidade de corrente elétrica ativa Jn a possui a mesma intensidade que a densidade de corrente passiva, mas com sentido contrário. Dessa forma, em equilíbrio, o fluxo total de íons n, através da membrana, é nulo e portanto, Jn = 0. Em diversas membranas a soma das densidades de corrente transportadas pelas diferentes bombas é pequena ou nula. Nesse caso, a soma das densidades de correntes passivas deve ser também pequena ou nula, ou seja, 00 NnM n n VVg A contribuição dos íons Cl- à equação acima é, em geral, desprezível, pelo fato da condutância gCl ser muito pequena ou então VCl N V0M. Assim sendo, a equação acima pode ser escrita aproximadamente, na forma: gK(V0M –VK N) + gNa(V0M – VNa N) = 0 (I) Isso significa que as densidades de corrente passiva do potássio e do sódio se compensam. PotencialPotencial de de AAççãoão de de MembranasMembranas ExcitExcitááveisveis:: Em geral, o potencial de repouso V0M dessas células nervosas apresenta valores entre -50 mV a -100 mV. Quando o potencial intracelular se torna positivo, então dizemos que a célula está despolarizada. Quando a mudança ocorre no sentido de aumentar o valor do potencial de repouso (que já é negativo), então fala-se de hiperpolarização. Na ausência de perturbações externas, os potenciais de membrana VM das células permanecem constantes e são denominados potenciais de repouso V0M. Entretanto, um estímulo externo às células nervosas e musculares produz uma variação v em seus potenciais de membrana VM = V0M + v Essa variação rápida, que se propaga ao longo de uma dessas células, é denominada potencial de ação. Quando v é positivo, teremos uma despolarização da célula e se v for negativo ocorrerá uma hiperpolarização. O concomitante elétrico de um impulso nervoso é o potencial de ação. Para que esse potencial aconteça, a despolarização inicial v deve ter um certo valor mínimo VL denominado potencial limiar. O potencial de ação v, poderá ser um evento totalmente nulo ou inteiro. Se o potencial em um ponto no axônio muda somente alguns mV (v < VL) de seu valor de repouso (V0M), o potencial em outros pontos do axônio decairá exponencialmente até seu valor V0M. Mas, se o potencial se eleva algumas dezenas de mV acima de V0M (v > VL), o potencial da membrana se elevevará a um valor positivo, decaindo até um valor abaixo de V0M e finalmente retornando ao valor V0M. PropagaPropagaççãoão do do potencialpotencial de de aaççãoão atravatravééss do do axônioaxônio:: A densidade de corrente elétrica total JM na membrana é a soma das densidades de corrente Jn devidas aos íons n que a atravessam. nM JJ Considere inicialmente que o potencial da membrana VM é negativo, assim, há uma densidade superficial de cargas + na superfície externa e - na superfície interna. A densidade de cargas em cada uma das superfícies é alterada devido à diferença entre as densidades de corrente na membrana JM e nos fluidos condutores Jr. Considere por exemplo, uma área A na superfície interna da membrana do axônio. A carga elétrica nessa área é: AQ t A t Q e sua variação num intervalo de tempo t é: A corrente elétrica total I através dessa área A depende da diferença entre as densidades JM e Jr: AJJI rM Como as cargas elétricas são conservadas, a corrente elétrica I, através da área A, deve ser igual à variação da carga elétrica por unidade de tempo nessa área: t V CJJt t V CJJ VCV A C t JJ AJJ t A t Q I M MMr M MMr MMM Mr rM 0 A seguir, será considerada a conservação das cargas elétricas relacionadas ao fluxo de íons ao longo do axônio (direção y na Figura abaixo) de forma cilíndrica e raio a. A área A’ de uma secção transversal é A’ = a2. Entre duas secções A’ e A” transversais do axônio, separadas por y, existe uma diferença de potencial VM: VM = VM(y) – VM(y + y) Usando-se essa definição de VM, a corrente elétrica I’ ao longo do axônio pode ser relacionada a essa diferença de potencial pela relação: VM = RI’ onde: 2' a y A y R 2 2 1 ' a r y V ry Va I M M M M onde rM é a resistência do axoplasma por unidade de comprimento. y V r Iy M M 1 '0 Considere um segmento do axônio, compreendido entre A’ e A”. Como o axoplasma é condutor, a soma das correntes elétricas através desse segmento deve ser nula. Em outras palavras, a variação de corrente elétrica na direção longitudinal: I’ = I’(y + y) – I’(y) deve ser igual à corrente elétrica JrA que sai radialmente pela superfície lateral do segmento considerado, cuja área A é 2ay. y I aJy y I aJ yaJAJI r r rr ' 20 ' 2 2' 2 2 2 1 1' 2 y V ar J y Vyry I aJ M M r M M r Portanto: t V C y V ar J MM M M M 2 2 2 1 A equação acima descreve a propagação de um potencial de ação, ou seja, o potencial de membrana VM em função do tempo t, para qualquer ponto y ao longo do axônio. Ela também mostra que uma densidade de corrente JM, através da membrana, produz uma variação do potencial VM que se propaga ao longo do axônio. Para se resolver essa equação é necessário conhecer a relação entre JM e VM, os valores rM e CM e as condições iniciais.
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