Buscar

Petição DH

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Doutrina Advogados Associados 	
À Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Organização dos Estados Americanos
1889 F Street, N.W.
Washington,
D.C.-2006-Estados Unidos da América
DENUNCIANTE:
César Tomás Miranda Gonçalves 
Data:10 de Novembro de 2014
Profissão: Universitário
Local: Macaé
Endereço: Rua das Águias, nº 175 – Rivieira Fluminense
Estado: Rio de Janeiro, Brasil
E-mail: cesartomasmg@hotmail.com
DENUNCIADO:
Estado Brasileiro (República Federativa do Brasil).
DOS FATOS
 Douglas Costa da Silva, nascido em 12/08/1991, solteiro, soldado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), residente à Rua Souza Franco, 179, Vila Izabel, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, foi torturado e carbonizado por integrantes da facção criminosa denominada Comando Vermelho (CV).
 Douglas estava em um posto de gasolina, num momento de lazer com dois amigos na cidade de Belford Roxo, região da Baixada Fluminense, na noite de domingo (17), quando foi reconhecido por quatro integrantes da supramencionada facção por estar portando sua arma de fogo de uso profissional. Neste momento, foi abordado por quatro homens em duas motos, que os renderam e levaram até a favela do Dique em São João de Meriti/RJ. Neste local, Douglas e seus amigos foram cruelmente torturados pelos criminosos e, após, seus amigos foram liberados da favela. Douglas, por sua vez, foi encontrado carbonizado dentro de um carro abandonado na localidade conhecida como “Jardim Gláucia”, também em Belford Roxo.
 A cidade de Belford Roxo é conhecida pela sua periculosidade e seus altos índices de criminalidade. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), os assaltos a pedestres subiram 54% entre janeiro e junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os roubos de celulares e assaltos a ônibus 67% e 146%, respectivamente.
Segundo o comentarista de segurança pública da TV Globo, Rodrigo Pimentel, o Censo de 2010 mostra que Belford Roxo tem cerca de 500 mil moradores e o batalhão de polícia da cidade apenas 148 homens. Este é o menor efetivo de um batalhão de polícia no estado do Rio de Janeiro.
Nesse sentido, é imprescindível reaver sua honra por ter combatido a criminalidade de forma incansável e inquebrantável, enquanto agente de segurança pública do Estado. Frise-se que a justiça brasileira, mais uma vez, se mostrou ineficiente, na medida em que não há sequer identificação dos criminosos, haja vista a notória ineficiência do sistema investigativo brasileiro, que mais uma vez quedou-se inerte diante de fatos do gênero, arquivando em definitivo o procedimento de inquérito.
Em face dos fatos mencionados, faz-se necessário este requerimento junto à Corte Interamericana para buscar o reconhecimento e as devidas reparações das violações de direitos humanos suportados pela vítima, com a consequente condenação do Estado brasileiro.
DO DIREITO
DA ADMISSIBILIDADE DESTA PETIÇÃO
A admissibilidade desta petição sujeita-se 
DAS VIOLAÇÕES À CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Dispõe o artigo 1º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos que: 
1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
É certo que o comprometimento do Estado em respeitar e garantir o livre e pleno exercício dos direitos e liberdades garantidos pela Convenção consiste num conjunto positivo de ações e políticas públicas. Todavia, não obstante a assunção de tais obrigações por parte do Estado brasileiro, é de conhecimento público que episódios como o relatado anteriormente, ocorrem constantemente, sem que o poder público diligencie no sentido de coibir e prevenir acontecimentos semelhantes.
A vida é um dos direitos universalmente mais valorizados e, como não poderia ser diferente, recebe proteção especial também na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, especificamente no artigo 4º, item 1. 
Ainda que não tenha sido o Estado brasileiro quem, diretamente, violou tal direito, o fato de, constantemente, não garanti-lo possibilita que a ele seja imputada tal violação.
Ademais, o disposto no artigo 5º, itens 1 e 2, atinente à integridade pessoal, também foi violado pela omissão do ente público que, conforme demonstrado alhures, quedou-se inerte.
Como consequência das violações acima expostas, consagrou a Convenção no seu artigo 7º, item 1, o direito à liberdade e à segurança pessoais. Todavia, assim como outros direitos inerentes à pessoa humana, o disposto neste artigo não tem efetividade, haja vista a sensação de insegurança gerada pelos constantes acontecimentos de violações a direitos humanos.
	Impende salientar que o Estado brasileiro, pela sua postura em coibir e responsabilizar os assassinos da vítima, gera todo uma estrutura facilitadora para que fatos como o relato nesta petição ocorrem frequentemente. 
	As crueldades às quais foi submetido Douglas impuseram-lhe, certamente, prejuízos de ordem moral, afetando, também, sua honra e sua dignidade, violando o disposto no artigo 11 do diploma em análise.
	Assim, resta evidente que, sob vários aspectos, pela postura omissiva neste e em outros casos, o Estado brasileiro deve ser responsabilizado pelas violações de direitos humanos sofridas pela vítima, sendo, ainda que em alguns momentos de forma indireta, responsável pelo ocorrido.
DOS INSTRUMENTOS PROBATÓRIOS 
A fim de provar todo o exposto, segue em anexo cópia integral do inquérito policial arquivado em definitivo pela autoridade competente, certidão de óbito da vítima, laudo da perícia médica comprovando, além da carbonização, as torturas cometidas, depoimentos dos homens que estavam com Douglas quando este foi capturado, fotos do local onde foi encontrada a vítima, depoimentos de seus familiares e colegas de trabalho e reportagens jornalísticas relatando o ocorrido.
3. DOS PEDIDOS

Outros materiais

Outros materiais