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Alfabetização na Educação Infantil

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ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
Acadêmicos: 
 
Gildete Lima Melo RA 9133248166 
 
 
 
CURSO: PEDAGOGIA 
SEMESTRE: 7º. PERÍODO 
POLO: UNIDADE SOROCABA 
 
 
 
ORIENTADORA: Deise de Souza Lourenço Simões 
 
 
 
SOROCABA SP 
ABRIL/2017 
1.TEMA 
Na antiguidade a criança era vista como um ser inábil, um adulto em miniatura, que 
teria que aprender os conhecimentos básicos para levar a vida por meio da 
convivência com os adultos. Sendo assim, a família e o grupo social tinham 
responsabilidade sobre a formação e educação da criança. Porém, no caso das 
famílias que não tinham nenhum tipo de profissão especifica, esse aprendizado 
ocorria fora do núcleo familiar. Quebrava-se os elos familiares ainda na infância e as 
crianças ficavam sujeitas muitas vezes a abusos e escravidão. 
A partir do século XVIII, as famílias passam a ver as suas crianças com olhares mais 
amorosos, dando mais atenção as suas áreas afetivas. A família passa a assumir um 
papel onde a educação infantil começa a ter importância e a criança passa a ser vista 
como alguém inacabado, desprovido de qualquer conhecimento e a escola tem como 
função principal introduzir regras, costumes e valores para as crianças, a fim de 
prepara-las para o trabalho, nem que para isso precisassem ser extremamente 
rígidos. 
No Brasil, as creches, internatos e asilos foram criados no século XIX a fim de atender 
crianças pobres e filhos dos escravos que, em virtude da abolição da escravatura não 
tinham onde ficar. Tinha um caráter mais assistencialista do que educacional, tendo 
como exemplo as escolas da Europa. 
Neste período, a sociedade tomou consciência que é dever promover o 
desenvolvimento de várias facetas da criança, que essas facetas são indissolúveis e 
devem ser cuidados de maneira interligada, para melhor resultado. 
Em 1954, na cidade de Sorocaba, a primeira escola de educação infantil criado foi o 
Parque Infantil nº 1, no bairro Além Ponte A escola atendia crianças de 3 a 12 anos 
divididas em 3 turmas: de quatro a seis anos; de sete a nove anos e de 10 a 12 anos 
de idade. 
Logo em seguida foram criadas mais quatro instituições. Nesses locais eram 
realizadas atividades relacionadas à recreação, assistência ao ensino, prevenção 
para a vida prática, com noções de higiene, oferecendo, também, a merenda escolar. 
Em 1970, os Parques Infantis foram transformados em CERIs (Centro de Educação e 
Recreação Infantil), com a adoção de atividades planejadas para o desenvolvimento 
cognitivo da criança, não apenas recreação, com interesse no ingresso da criança na 
então, primeira série, ênfase nos pré-requisitos (habilidade motora fina, global, 
desenvolvimento da lateralidade, entre outros). No ano de 1974 os Centros de 
Educação e Recreação Infantil passaram a receber a denominação de EMEIs (Escola 
Municipal de Educação Infantil), mantendo o atendimento a crianças na faixa etária 
de 4 a 6 anos. 
No ano de 1978, na cidade de Sorocaba, foi desenvolvido um projeto de implantação 
de 10 novos espaços para a pré-escola. Eram denominados CECOPES. 
Em 1988 o direito à educação das crianças de zero a seis anos foi garantido pela 
Constituição Federal Brasileira que decretou a finalidade educativa das instituições de 
ensino de educação infantil. Depois surgiu a Lei Federal nº 8969/90 – Estatuto da 
Criança e do Adolescente, que já no seu artigo 3º, fala sobre a igualdade de direito 
das crianças e adolescentes em relação aos adultos, e que a criança e o adolescente 
possuem o direito a uma educação que auxilie o seu desenvolvimento integral. 
O Plano Nacional de Educação, documento aprovado pela Lei Nº 10.172, de 9 de 
janeiro de 2001, define Educação Infantil como a etapa que estabelece as bases da 
personalidade humana, da inteligência, da vida emocional, da socialização. 
Dessa maneira, institui a Educação Infantil como fase importante do desenvolvimento 
humano, que com bases em experiências positivas pode construir sua autoconfiança, 
por meio de atitudes de respeito, colaboração, cooperação e responsabilidade. A partir 
de 2006, a Educação Infantil passa a atender crianças com de zero a cinco anos de 
idade, mudança garantida Emenda Constitucional Nº 53, que diz o seguinte: “Art. 208. 
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: IV – 
educação infantil, em creche ou pré-escola, às crianças até 5(cinco) anos de idade”. 
A creche passaria a acolher as crianças de zero a três anos e a pré-escola crianças 
de quatro a cinco anos, sendo objetivo a promoção do desenvolvimento integral da 
criança. 
O Plano Nacional de Educação previu em 2006 metas para um período de dez anos, 
buscando garantir todos os direitos estabelecidos tanto pela Constituição Federal de 
1988 quanto pela LDB e outros documentos que garantem os direitos da criança. 
Infelizmente essas metas não foram atingidas. Na educação infantil a meta era ter 
todas as crianças de 4 e 5 anos matriculadas na pré-escola e 50% das crianças com 
até três anos matriculadas em creches. Relatórios apontam que o atendimento das crianças 
de 4 a 5 anos passou de 72,1%, em 2004, para 89,6%, em 2014. No caso das crianças de 
até 3 anos, em 2014 o atendimento era de 33,3% em 2014. 
Atualmente os principais objetivos para a Educação têm se focado não somente em 
relação ao acesso, mas também numa revisão das posturas e concepções sobre o 
que vem a ser educação infantil, não vendo essa como sendo uma fase preparatória 
para o Ensino Fundamental, mas o momento de oferecer condições de 
desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social permitindo a ampliação dos 
conhecimentos que lhes são próprios. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI 
(BRASIL, 1998, p. 23), educar significa não apenas cuidar, mas propiciar atividades 
que desenvolvam as capacidades de relação interpessoal e acesso aos 
conhecimentos sociais e culturais. 
Nos últimos anos, os educadores têm se preocupado ainda mais com a Educação 
infantil. Muito se tem refletido sobre a alfabetização das crianças, neste período que 
antecede ao Ensino Fundamental. 
Hoje em dia os profissionais da educação infantil estão mais voltados para um 
processo ensino-aprendizagem que valoriza as experiências extraescolar das 
crianças e sua bagagem cultural, fazendo surgir uma nova ideia do conceito de 
alfabetização. 
A criança passará a ter contanto com a leitura e a escrita como uma nova forma de 
expressar a sua realidade, sendo impossível dissociar a educação infantil do processo 
de alfabetização na educação infantil. 
Atualmente a cidade de Sorocaba possui aproximadamente 70 pré-escolas de 
educação infantil municipal, e mais cerca de 50 que são somente creches, além de 
associações filantrópicas e particulares. 
A fim de se aprofundar no tema, será feito uma pesquisa investigativa através de 
revisão bibliográfica sobre o tema “Alfabetização na Educação Infantil” e uma 
pesquisa de campo com professoras e orientadora educacional do terceiro período da 
Educação Infantil de uma escola da rede municipal da cidade de Sorocaba, no estado 
de São Paulo. 
 
2. JUSTIFICATIVA 
Observa-se que a alfabetização tem seus níveis de evolução e métodos que facilitam 
a aprendizagem, sendo esse um dos motivos pelos quais se torna importante que os 
educadores compreendam e respeitem os níveis de desenvolvimento de cada um. 
Existe necessidade de compreender que não há exigência de a criança ser 
alfabetizada na pré-escola, mas que os métodos que envolvem a alfabetização devem 
sempre ser compreendidos como referências que permitem a análise do progresso ao 
longo de todo o progresso.Porém, a ideia de que a principal função da Educação Infantil é cuidar das crianças 
enquanto as mães trabalham, provendo alimento, higiene e espaço para brincar, ainda 
persiste em nossa sociedade. Desse modo, além da sobrevivência da característica 
assistencialista, as instituições de Educação Infantil trabalham com um modelo 
sistemático de ensino em que as práticas cotidianas se sintetizam a reprodução de 
modelos e a escolarização das crianças, para prepara-las para os anos iniciais do 
Ensino Fundamental. 
Dessa maneira, a educação infantil deve proporcionar ao aluno a compreensão de 
escrita enquanto linguagem humana. A aquisição da leitura e da escrita é um 
processo construtivista no qual a criança busca compreender os sistemas simbólicos 
socialmente elaborados, e que serão construídos conforme o meio. 
Sendo tema de muitas questões desafiadoras tanto para o aluno, como para o 
professor, justifica-se o presente estudo, a fim de identificar aspectos da alfabetização 
na Educação Infantil, no processo de ensino e aprendizagem, capazes de ajudar no 
aprendizado da língua escrita, assim como compreender como atividades tais como 
música, contação de histórias ou teatro, podem contribuir no processo. 
Sabe-se que a infância é uma fase de grande desenvolvimento e aquisição de 
conhecimento. Nessa idade é possível ajudar a criança a se conhecer melhor, 
estimulando comportamentos que ajudem no seu desenvolvimento cognitivo e 
relacional. 
Diante disso, a necessidade de conceber esse estudo sobre a “Alfabetização na 
Educação Infantil”, ocorreu após alguns estudos que ocorreram ao longo do curso de 
Licenciatura, assim como o estágio realizado numa escola municipal de educação 
infantil da cidade de Sorocaba. Ao observar as crianças na pré-escola, pode-se 
conhecer mais sobre o seu aprendizado, e suas relações no grupo e com os 
educadores. 
Com a abordagem desse tema, espera-se alcançar um melhor desempenho 
profissional em sala de aula e diante da própria sociedade, com o desenvolvimento 
de atividades pautados a partir da teoria e prática, a fim de contribuir para as 
instituições de Educação Infantil, professores e demais profissionais da área 
compreendendo que na educação estará sempre ocorrendo mudanças de 
paradigmas. 
 
3.PROBLEMA 
O que é alfabetização? Como se aprende a ler e escrever? O que é a escrita? A partir 
de que momento se inicia o processo de alfabetização? 
Apesar de parecer que a alfabetização é uma simplesmente uma série interpretações 
de símbolos e códigos, ela envolve aspectos cognitivos, psicológicos, físicos e 
socioeconômicos. A falta de alicerce pedagógico pode transformar a alfabetização 
numa fase extremamente traumatizante que resultará no fracasso escolar. Isso pode 
ser superado pela análise de cada caso, entendendo que cada criança tem suas 
próprias particularidades e ritmo. 
 
4.OBJETIVO 
4.1 OBJETIVO GERAL 
Alfabetização é simplesmente a aquisição do sistema alfabético de escrita ou a 
capacidade de se expressar por escrito? O objetivo geral desse projeto é definir o que 
é alfabetização e como ela ocorre na Educação Infantil. 
 
4.2 OBJETIVO ESPECIFICO 
 Identificar os processos cognitivos envolvidos no processo de aquisição da 
leitura e da escrita na alfabetização 
 Entender o papel do professor como mediador no processo de aquisição da 
leitura e escrita na alfabetização na educação infantil. 
 Como que as diversas linguagens (música, teatro, artes visuais, escrita e 
oralidade) contribuem no processo de alfabetização na Educação Infantil 
 Como avaliar a aquisição da leitura e escrita no processo de alfabetização na 
Educação Infantil, relacionando o discurso teórico e a prática 
 
 
5. METODOLOGIA 
O conhecimento é fruto da curiosidade, excitação e atitude investigativa dos 
indivíduos. A pesquisa é a ferramenta para auxiliar o homem a adquirir conhecimento 
e saciar a curiosidade natural. A pesquisa ocorre nas atividades normais do 
pesquisador, devendo ser usada como instrumento para enriquecer o conhecimento. 
A partir das indagações e de toda a teoria aprendida que se constroem os 
conhecimentos sobre o fato pesquisado, sendo que trabalho do pesquisador revelará 
o conhecimento particular, trazendo junto as particularidades e opiniões do 
pesquisador. 
Para pesquisar é preciso ter uma pergunta a ser respondida, e na procura da pergunta 
certa, é necessário ter o conhecimento teórico do assunto. 
A partir daí, entende-se que pesquisar é coletar dados e analisa-los a luz de uma 
teoria, a fim de organizar princípios que orientarão no percurso da investigação 
cientifica. 
Esse estudo será desenvolvido como uma pesquisa de campo que conforme Marconi 
e Lakatos (2008, p.69), com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos 
a cerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese 
que se queira provar, ou ainda, revelar novos acontecimentos ou as afinidades entre 
eles. 
Nessa perspectiva, a pesquisa procura verificar os critérios que tornam possível a 
alfabetização na Educação Infantil, sendo o trabalho desenvolvido com base em 
enfoque quanti-qualitativa, método que associa análise estatística à investigação dos 
significados das relações humanas, privilegiando a melhor compreensão do tema a 
ser estudado, facilitando assim a interpretação dos dados obtidos, de acordo com 
Figueiredo (2007, p. 95): 
Pretende-se examinar os conceitos dos professores e profissionais de Educação 
Infantil a respeito do processo de alfabetização na Educação Infantil, assim como as 
atividades facilitadoras, utilizando a pesquisa quanti-qualitativo, em um trabalho 
descritivo, pois em conformidade com Gil (2009, p. 28) “As pesquisas desse tipo têm 
como objetivo primordial a descrição das características de determinada população 
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. 
Desse modo, a pesquisa pretende fazer um levantamento das principais 
particularidades que possam motivar a alfabetização, analisando situações, opiniões, 
comportamentos em relação ao fato pesquisado. 
Por fim, com base nas propostas acima mencionadas, pretende-se chegar a uma 
saber mais profundo sobre a alfabetização na Educação infantil, já que a pesquisa 
busca a constatação de ideias por meio da averiguação e do levantamento de dados 
e informações permitindo assim, aumentar o conhecimento a respeito do assunto. 
A pesquisa será desenvolvida numa escola municipal de educação infantil da cidade 
de Sorocaba, no estado de São Paulo, localizada em uma área de risco social e 
famílias de baixa renda, com muitos problemas socioeconômicos. A escola possui 8 
professoras de Educação Infantil e a pesquisa será realizada com as duas professoras 
das classes com crianças de 5 anos, sendo uma classe do período matutino e a outra 
do período vespertino. 
O método utilizado será o indutivo, que em conformidade com Gil (2009, p. 10), [...] 
parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho 
de coleta de dados particulares. 
A técnica utilizada na investigação será entrevista aplicada as duas professoras da 
instituição de Educação Infantil na cidade de Sorocaba, com dados de formação, 
tempo de magistérios e suas concepções a respeito da alfabetização na educação 
infantil. 
De acordo com Gil (2009, p. 109) “pode-se definir entrevista como a técnica em o 
investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o 
objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação.” 
Além disso, será realizada a observação da rotina e das metodologias de ensino 
usadas em sala de aula. 
A observação será realizada nas turmas do préII, no período de três a 24 de abril de 
2017 tanto no período matutino como no vespertino, por duas horas em cada turma, 
de segunda a sexta. 
 
6. CRONOGRAMA 
ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO JUNHO 
1.Observar orientações 
2.Pesquisa Bibliográfica 
3.Pesquisa de Campo 
4.Análise do Material Coletado 
5.Redação do Projeto 
6.Postagem do Projeto no AVA 
7. Redação do Artigo 
8. Revisão do Artigo 
9. Postagem do Artigo no AVA 
 
7. REFERÊNCIAS 
BRASIL – Ministério da Educação – Conhecendo as vinte metas do Plano Nacional 
de Educação – 2014 – disponível em 
http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf. Acesso em 02 de 
abril de 2007 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Política Nacional 
de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à educação. 
Brasília: MEC/SEB, 2006. 
 
Nogueira, Eliete Jussara; Martinez, Sandra Lembo Fernandes - A EDUCAÇÃO 
INFANTIL NA CIDADE DE SOROCABA: UM RESGATE DA HISTÓRIA NO 
PERÍODO DE 1950 A 1990 disponível em 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/TRABALHOS/
E/Eliete%20jussara%20nogueira%20.pdf, acesso em 28 de março de 2017 
 
PIMENTEL, Alessandra. Vygotsky: uma abordagem histórico-cultural da educação 
infantil. In: Pedagogia(s) da infância: dialogando o passando: construindo o futuro. 
Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 
SOROCABA, Plano Municipal de Educação de Sorocaba-01, disponível em 
http://www.sorocaba.sp.gov.br/pme/wp-content/uploads/sites/35/2015/06/IN07-
META-01.pdf. Acesso em 28 de março de 2017 
 
SOROCABA, Plano Municipal de Educação de Sorocaba-05, disponível em 
http://www.sorocaba.sp.gov.br/pme/wp-content/uploads/sites/35/2015/06/IN07-
META-05.pdf. Acesso em 28 de março de 2017

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