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CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 1 Olá! Eu sou o Prof. Edson Marques, vou ministrar o curso de Direito Administrativo, teoria e exercícios, destinado ao concurso de Defensor Público Federal, conforme edital publicado pela Defensoria Pública da União. Desde já lhe dou as boas-vindas e parabéns por se predispor a ingressar em uma das mais fantásticas instituições públicas deste nosso Brasil. Falo isso por conhecimento de causa, é que desde 2006, quando ingressei na DPU, tenho convivido diariamente com diversos problemas sociais e incessantemente lutado para que tais desigualdades e mazelas sejam amenizadas e sanadas. Neste curso, vamos conversar muito sobre isso, mas, antes de tudo, deixe-me fazer uma breve apresentação. Bem, sou Defensor Público Federal desde 2006, ingresso do 2º concurso (este será o 5º), daí se percebe que somos uma carreira relativamente nova. Fui promovido para a Categoria Especial, com atuação no STJ (sou titular do 7º Ofício Superior Cível), passei por Cuiabá e Distrito Federal na 2ª Categoria, e no DF, junto ao Tribunal Regional Federal, na 1ª categoria. Além da Defensoria venho ministrando aulas em cursos preparatórios para concursos, graduação e pós-graduação em Brasília nas cadeiras de Direito Administrativo e Direito Constitucional. Em relação a minha experiência sobre concursos públicos, que considero razoável, passa pelos cargos de Advogado da União, Analista Judiciário no STJ e STF, Técnico Judiciário no STJ, Técnico de Finanças e Controle no Min. Fazenda. Obtive, ainda, aprovação em diversos outros certames, tal como Procurador da Fazenda Nacional, Delegado de Polícia Federal, Advogado Junior da CEF, Técnico Judiciário TST, Analista Judiciário – Execução de CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 Mandados do TRF 1ª Região e do TJDFT, dentre outros. E o nosso curso? Bem, em relação ao nosso curso de Direito Administrativo, gostaria de enfatizar que trarei as questões mais recentes do CESPE, e que teremos 09 (NOVE) aulas, além dessa demonstrativa, assim compreendidas: AULA 01 11 Organização administrativa. AULA 02 1 Conceito e objeto do Direito Administrativo. 2 Bases constitucionais. 3 Princípios constitucionais e infraconstitucionais do Direito Administrativo. AULA 03 8 Poderes da Administração Pública. AULA 04 4 Ato administrativo. 4.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. 4.2 Legalidade e mérito do ato administrativo. 4.3 Existência, validade e eficácia do ato administrativo. 4.4 Invalidação, anulação e revogação. AULA 05 6 Improbidade administrativa. 6.1 A ação civil pública por improbidade administrativa. AULA 06 7 Bens públicos: conceito, características, classificação, administração e utilização. AULA 07 9 Limitações administrativas da propriedade. 10 Desapropriação. AULA 08 12 Responsabilidade civil do Estado AULA 09 CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 5 Função pública. 5.1 Investidura e exercício. 5.2 Direitos e deveres do servidor público. 5.3 Regimes jurídicos. 5.4 Responsabilidade civil e penal do servidor público. 5.5 Direito de greve. 5.6 O militar. 5.6.1 Estatuto dos Militares. 5.6.2. O dever de disciplina. 5.6.3 Hierarquia. 5.6.4 A punição disciplinar. Nesta aula vou abordar, a título de introdução e demonstração, dois institutos que são bastantes cobrados nas provas do CESPE, vamos falar da desconcentração e da descentralização administrativa, institutos que estão no âmbito da organização administrativa. Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa. SUMÁRIO 1. Organização Administrativa ......................................................... 4 1.1 Desconcentração e Descentralização política ............................. 4 1.2 Desconcentração e Descentralização Administrativa ............... 10 QUESTÕES COMENTADAS ............................................................... 14 QUESTÕES SELECIONADAS ............................................................ 30 GABARITO: .................................................................................... 35 CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 1. Organização Administrativa 1.1 Desconcentração e Descentralização política Antes de adentramos ao ponto central, devemos partir da noção de Estado, para então compreendermos os institutos que merecem nossa atenção. Pois bem. É sabido que o Estado, instituição política, foi criado para cuidar dos interesses coletivos. Por isso, devemos considerá-lo como sendo o 1º setor, visto ser uma das primeiras instituições criadas pelo homem. No Estado, 1º setor, como regra, tem-se a submissão ao regime de direito público (regime especial), a prevalência do interesse público (supremacia do interesse público sobre o privado), bem como a indisponibilidade desse interesse. Por tudo isso, dizemos que se trata de setor público, de modo que as pessoas que são criadas neste setor são pessoas jurídicas de direito público. Com efeito, o Estado (1º setor) é compreendido como um ente político. Isto é, trata-se de uma pessoa jurídica, politicamente organizada, de modo a contemplar três elementos essenciais, sendo povo, território e soberania ou governo. Há quem ainda inclua a finalidade. Essa definição parte dos estudos formulados por Montesquieu, para quem o Estado, organização política, é concebido para bem promover os interesses coletivos (finalidade) e, portanto, ser democrático. E, para isso, deve o Estado contemplar a existência da separação de poderes, ou seja, não pode haver a concentração de funções (Poder) ou atividades em um único órgão ou pessoa, sob pena desse Estado se tornar absolutista. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 Por isso, formulou Montesquieu a chamada separação de poderes estatais, que fora adotada por nossa Constituição (tripartição de poderes), ao prevê a existência de funções distintas a ser conferida a órgãos distintos do Estado, ou seja, ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse processo, de separar poderes, criando órgãos distintos para realizar cada uma de suas funções políticas é denominado de desconcentração política. LEMBRE-SE: O Estado é uma organização política, dotada de personalidade jurídica de direito público, que, modernamente, congrega três funções ou poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo). Perceba que a função executiva também é denominada administrativa e, por isso, muitas vezes se confunde o Poder Executivo com a Administração Pública. Todavia essa simplificação não é correta na medida em que a Administração Pública se encontra inserida nos três poderes, conforme se constata do art. 37, caput, da Constituição Federal: Art. 37. A administração públicadireta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Explico Isso. É que, muito embora haja essa divisão de funções (legislativa, executiva e judiciária), sendo cada função exercida de forma primordial ou principal por um órgão independente (além de seus órgãos auxiliares), ou seja, como função típica, é possível verificar que há funções atípicas ou anômalas, que também serão CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 exercidas concomitantemente por tais órgãos de Poder. Observe que cada função é exercida por órgãos especiais definidos como Poder Executivo, Poder Judiciário e Poder Legislativo, significando dizer que um não está subordinado aos outros (independentes), tendo suas limitações e prerrogativas conferidas constitucionalmente, mas, por outro lado, um controle o outro (harmônicos = check and balance – sistema de freios e contrapesos). Então, vale ressaltar que cada Poder (órgão que exerce a função política do Estado) além de sua função típica (finalística), exerce outras funções, de forma atípica ou anômala. Por exemplo, ao Poder Executivo cabe o exercício da função típica administrativa, que é de gerir a máquina estatal, realizar os serviços públicos e concretizar as políticas públicas, dentre outras atividades. No entanto, também cabe, de forma atípica, o exercício das funções legislativas (tal como a edição de Medidas Provisórias, leis delegadas etc) e de julgar1 (condução de processos administrativos etc). Por outro lado, aos demais Poderes, isto é, ao Legislativo e ao Judiciário caberá o exercício de forma atípica ou anômala das funções que seriam funções típicas de outro poder. Assim, além de legislar e fiscalizar os gastos públicos, ao Legislativo cabe realizar a organização e funcionamento de suas atividades (função administrativa), bem como julgar os parlamentares por falta de decoro ou, no âmbito do Senado, por exemplo, julgar o Presidente por crime de responsabilidade (função judiciária). 1 Parte da doutrina não admite o exercício da função jurisdicional por parte do Executivo, sob o fundamento de que suas decisões, em processos administrativos, não teriam a força de coisa julgada, ou seja, não seria definitiva, ante a possibilidade de revisão pelo Judiciário. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 De igual forma, ao Poder Judiciário, além de dizer o direito no caso concreto, promovendo a pacificação social, resolvendo os conflitos de interesse (função judiciária), também terá que gerir seus serviços, seus servidores, realizar concursos, licitações etc (função administrativa) e elaborar seu regimento interno e expedir resoluções administrativas (função legislativa). Por isso, ante essa complexidade de atuações e as inúmeras atividades que devem desempenhar o Estado, além de suas funções primordiais (poderes), é necessária uma organizada estrutura administrativa a fim de promover seus objetivos. Nesse sentido, e como já ressaltamos, foi estabelecida essa divisão de funções entre os três órgãos ou poderes (desconcentração política). Porém, no nosso caso, é possível percebermos que esses órgãos estão na estrutura de um Ente Político que, conforme a Constituição Federal, chama-se República Federativa do Brasil. Observe então que nosso Estado (República Federativa do Brasil), antes constituído como um Império deixou de ser um Estado Central, ou seja, aquele que não tem divisão política interna de competências, para ser uma Federação. Significa dizer, portanto, que promoveu uma distribuição de competências entre outros Entes Políticos internos. (Forma de Estado: Federativa) Cuidado. Você deve perceber que temos dois momentos distintos. Um quando se repartiu o Poder, criando funções distintas e conferindo-as a órgãos distintos. Outro, quando o Estado, antes central, reparte-se em unidades políticas internas com competências CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 próprias. Podemos fazer o seguinte esquema: Sem divisão (absoluto) Concentrado Poder Dividido (separação) Desconcentrado Estado Sem divisão (Unitário) Centralizado Território Dividido (federação) Descentralizado Com efeito, essa distribuição de competências entre unidades políticas distintas do Ente Central (R. F. Brasil), ou seja, a criação da Federação decorre da necessidade de aproximar a realização das atividades Estatais ao povo. Isso porque o Estado centralizado, na dimensão do nosso, torna-se mais lento, com dificuldades de atender aos reclamos populares e a necessidade de se promover determinados serviços públicos. Por isso, empreendeu-se uma repartição (territorial) de atribuições – competências políticas -, criando-se outros entes políticos, o que se denomina de descentralização política. Importante compreender que essa descentralização é realizada por força da Constituição, conforme a criação dos Entes Federados, nos moldes do art. 18 da CF/88, sendo: a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Vejamos: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 Então, vamos relembrar: O Estado (República Federativa do Brasil) exerce três funções primordiais por órgãos criados para isso (desconcentração política). Funções que integrarão as competências distribuídas aos entes políticos internos que foram criados para exercer tais competências que decorrem do Ente central (descentralização política). Logo se percebe que o exercício da função administrativa é concebido para ser realizado pelo Estado ou seus entes políticos internos. Desse modo, quando o Estado ou os entes políticos internos estão exercendo a função administração serão chamados de Administração Pública. Ocorre que o Estado Central (República Federativa do Brasil) passa a atuar no campo externo (internacional), deixando que no campo interno atuem seus entes políticos (Estado descentralizado). Assim, quando os entes políticos atuam internamente é o próprio Estado quem estará realizando diretamente a função administrativa. Nesse sentido é que o Decreto-Lei nº 200/67, em que pese não se atentar para o exercício de funções atípicas pelos demais poderes e tratando apenas do plano federal, estabeleceu o conceito de Administração Pública Direta, vejamos: Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. Portanto,a Administração Pública Direta compreende os próprios Entes Políticos, ou seja, União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios, todos com CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 personalidade jurídica de direito público à semelhança do Estado Central (República Federativa do Brasil) no exercício da função administrativa. Pois bem. Podemos concluir o seguinte: O Estado inicialmente concentrado e centralizado reparte internamente suas funções políticas entre órgãos de poder denominados Executivo, Legislativo e Judiciário (desconcentração política), depois se reparte em diversos entes políticos a fim de dividir, distribuir a titularidade de certas competências e o exercício de suas atribuições, criando a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios (descentralização política). 1.2 Desconcentração e Descentralização Administrativa É certo que, olhando isoladamente cada ente político, temos uma representação menor do próprio Estado. Assim, cada ente no exercício da função administrativa, ou seja, atuando como Administração Pública, o faz de igual modo ao Estado central. Por isso, na configuração inicial do modelo federativo, devemos entender também que cada ente político que compõe o Estado exerce de forma centralizada a função administrativa, de maneira que a Administração Pública Direta também se denomina de centralizada (administrativamente). Significa dizer que a cada ente político fora distribuída uma gama de competências administrativas pelo Ente Central (República Federativa do Brasil), a exemplo dos arts. 22 a 24 da CF/88, e que estes mesmos entes políticos, diretamente, deverão exercê-las. Então, vistos isoladamente são entes centralizados (só que aqui se trata de uma centralização administrativa). Ademais, também devemos nos ater que, nesse momento, tínhamos apenas a repartição de funções política CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 (poderes). Assim, o ente político, criado pelo Ente central, é criado para exercer parte da função administrativa como um todo, ou seja, sem qualquer organização ou distribuição interna (concentração administrativa). Ocorre que, como sabemos, são amplas as atividades administrativas a serem exercidas. Dessa forma, tais entes políticos a fim de agirem organizadamente e obterem uma atuação satisfatória, verificam a necessidade de separação, distribuição, dessas atividades. Observe que os ente políticos são pessoas jurídicas de direito público e, por isso, devem organizar-se como seres vivos, de modo a realizar suas funções por meio de estrutura organizacionais internas, a fim de que possam distribuir suas funções, competências, ou atividades administrativas no seu interior. Para tanto, criarão repartições, departamentos, setores, quer dizer órgãos, os quais receberão atribuições inerentes à própria pessoa, de modo que cada um tenha funções específicas e, assim, possa a engrenagem funcionar de forma coordenada a fim de realizar sua finalidade. Essa necessidade de organização interna da atividade administrativa, a fim de melhor desempenhá-la, distribuindo-a através da criação de órgãos em uma mesma estrutura interna denomina-se desconcentração administrativa. Portanto, a desconcentração administrativa é a distribuição interna de competências, com a criação de órgãos dentro da estrutura administrativa de um ente (ou entidade), para desempenhá-las. Assim, a Administração Pública Direta ou centralizada cria órgãos, ou seja, núcleos de atuação interna em que são distribuídas as diversas competências. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 Então, opera-se a desconcentração administrativa quando há a repartição interna da função administrativa num mesmo ente (pessoa jurídica) ou numa mesma entidade. Veja o que dispõe o art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 9.784/99: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; É importante lembrar que o órgão, departamento, setor, é uma parte do ente que o criou, de maneira que não tem vida própria, ou seja, não se trata de uma pessoa jurídica, não detém, portanto, personalidade jurídica. É sabido, no entanto, que somente tal repartição interna não consegue atingir todos os interesses e serviços que o Estado deve realizar de forma rápida e com a especialidade que às vezes o caso requer. Isso porque, mesmo organizado internamente, continuamos a ter uma única pessoa a realizar o complexo de atividades administrativas. Por isso, tendo como parâmetro aquilo que havia sido empreendido pela própria Constituição em dado momento (descentralização política) e considerando, pois, a necessidade de melhor realizar as funções administrativas, concebe-se nova descentralização, agora não mais sob a vertente política (constitucional), mas sob a ótica administrativa. Sabendo, pois, que a descentralização política deu surgimento aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), a descentralização administrativa dará surgimento a entidades administrativas. É preciso ficar atento, no entanto, pois há mais de uma CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 forma de descentralização administrativa, sendo uma delas a que dá ensejo à criação de entidades administrativas. Lembre-se: O (Oncentração) distribuição p/órgãos DESC E (Entralização) distribuição p/entidades Portanto, a descentralização administrativa é a distribuição de competências entre pessoas jurídicas distintas (entidades administrativas), dando ensejo à criação da Administração Pública Indireta. Contudo, há outras formas de descentralização administrativa, ou seja, de distribuição de competências materiais entre pessoas jurídicas distintas, de modo que podemos organizá-la sob três modalidades distintas, sendo: Descentralização territorial ou geográfica; Descentralização técnica, funcional ou por serviço; Descentralização por colaboração. A descentralização geográfica ou territorial é aquela em que há a criação de um ente dentro de certa localidade territorial, geograficamente delimitado, com personalidade jurídica de direito público para exercício, de forma geral, de todas ou de uma grande parcela de atividades administrativas (capacidade administrativa genérica). Essa forma de descentralização configura, basicamente, um Território Federal, com capacidade de autoadministração e às vezes até legislativa, conforme se depreende do art. 33, §3º, CF/88 ao estabelecer que “nos Territórios com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques14 Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa”. A descentralização por serviços, funcional ou técnica se dá por meio da criação de uma pessoa jurídica pelo ente político, para a qual este outorga, isto é, transfere, por lei, certa atividade administrativa específica. (exemplo: criação de entidades da administração indireta) A descentralização por colaboração ocorre com a delegação da execução de certa atividade administrativa (serviço público) para particular, que a executará por sua conta e risco, mediante remuneração, por meio de contrato ou ato administrativo. (Exemplo: concessionárias e permissionárias de serviço público) Assim, no âmbito da descentralização administrativa teremos dois institutos importantes, a outorga (descentralização legal) e a delegação (descentralização negocial ou contratual). Na outorga, cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere, por lei, o exercício de determinada atividade administrativa, de modo que se torne especialista nesse ramo. Na delegação, transfere-se, por ato ou contrato administrativo, a outra pessoa a execução de determinado serviço público para que o execute por sua conta e risco, mas visando atender ao interesse público. É isso, por ora! vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Ocorre o fenômeno da desconcentração quando o Estado desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 Comentário: O Estado é uma pessoa jurídica. Assim, quando essa pessoa distribui competências para outra pessoa, teremos a descentralização, que poderá ser política (distribui para outros entes políticos) ou administrativa (distribui para entidades administrativas). Gabarito: Errado. 2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional. Comentário: O fato de o Estado exercer suas funções por meio de diversos órgãos é o fenômeno da desconcentração, que ocorre no âmbito interno de uma mesma pessoa. No entanto, mesmo desconcentrado, o ente está centralizado, pois nada se menciona sobre a criação de outras entidades. Com efeito, a centralização é o movimento inverso da descentralização. Então, enquanto na descentralização temos duas ou mais pessoas. Na centralização temos uma só pessoa, que pode ou não estar desconcentrada. Gabarito: Certo. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A chamada centralização desconcentrada é a atribuição administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos. Comentário: Na centralização temos uma só pessoa que exerce suas funções. Pode, essa pessoa, estar desconcentrada (ter diversos órgãos) ou concentrada (não ter diversos órgãos, ou seja, não ter divisão interna de suas atribuições entre órgãos). Gabarito: Certo. 4. (ANALISTA DE PLANEJAMENTO – INPI – CESPE/2013) O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Assim, concentração refere-se à administração direta; já desconcentração, à indireta. Comentário: De fato, a desconcentração permite que as atribuições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Contudo, concentração/desconcentração tanto podem ser referir à administração direta ou à indireta, pois se trata de organização interna no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Gabarito: Errado. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 5. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) Para que ocorra a descentralização administrativa, é necessária, pelo menos, a existência de duas pessoas. Comentário: A descentralização administrativa pressupõe sempre a existência de duas ou mais pessoas, enquanto a desconcentração pressupõe uma só pessoa. Gabarito: Certo. 6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Quando o Estado cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina desconcentração. Comentário: A criação de pessoa jurídica pelo Estado distribuindo- lhe função administrativa é o fenômeno da descentralização. Gabarito: Errado. 7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A descentralização administrativa ocorre quando se distribuem competências materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades jurídicas distintas. Comentário: Na descentralização administrativa ocorre a distribuição de competências de uma pessoa jurídica para outra. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 Gabarito: Certo. 8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para tratar especificamente de determinado assunto é um exemplo de administração descentralizada. Comentário: Observe que os ministérios são órgãos integrantes da estrutura da União, pessoa jurídica de direito público. Portanto, quando se cria órgãos na estrutura de uma pessoa, estamos desconcentrando, e com isso diante da administração desconcentrada. Gabarito: Errado. 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/BA – CESPE/2013) A criação de nova secretaria por governador de estado caracteriza exemplo de descentralização. Comentário: Então, a criação de uma secretaria de estado, isto é, criação de um órgão no âmbito da Administração direta, é um exemplo de desconcentração. Gabarito: Errado. 10. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências se dá para outra entidade, a desconcentração CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. Comentário: Na descentralização a transferência de competências se dá para outra entidade, enquanto na desconcentração, por ser um processo eminentemente interno, um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. Gabarito: Certo.11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A delegação é forma de efetivação da desconcentração. Comentário: No âmbito da descentralização administrativa teremos dois institutos importantes, a outorga (descentralização legal) e a delegação (descentralização contratual ou negocial). Na outorga, cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere, por lei, o exercício de determinada atividade administrativa, de modo que se torne especialista nesse ramo. Ressalva-se, no entanto, o entendimento do Prof. Carvalho Filho, para quem na outorga não há transferência da titularidade, mas da prestação do serviço que é feita por lei. Na delegação, transfere-se, por ato ou contrato administrativo, a outra pessoa a execução de determinado serviço público para que o execute por sua conta e risco, mas visando atender ao interesse público. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 Portanto, a outorga e a delegação são formas de descentralização. Gabarito: Errado. 12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) A desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralização os transfere para outro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando o número de sujeitos titulares de poderes públicos. Comentário: De fato, a desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito, pois se trata de distribuição de atribuições no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Contudo, na descentralização administrativa poderá (outorga) ou não (delegação) haver a transferência da titularidade para outro sujeito de direito, distinto e autônomo. Assim, embora haja divergência doutrinária quanto à transferência da titularidade no caso de outorga, essa não ocorrerá no caso de delegação, pois somente se transfere a execução da atividade, motivo pelo qual a questão deveria ser considerada errada, já que a descentralização administrativa não se resume à descentralização funcional, por serviço ou técnica. Nisso, chamo a atenção para que se tome muito cuidado, pois o CESPE, a depender do examinador, tem assumido posições contraditórias, ou seja, uma parte da Banca assume a posição de que transfere a titularidade (linha da Di Pietro) e outra parte assume a posição de que não se transfere a titularidade (linha CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 do Carvalho Filho). Portanto, entendo que a questão deveria ter sido anulada, mas o CESPE a considerou correta. Gabarito: Certo. (*) 13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do serviço público por delegação contratual, ocorre apenas a transferência da execução do serviço. Quando, entretanto, a descentralização se faz por meio de lei, ocorre a transferência não somente da execução, mas também da titularidade do serviço, que passa a pertencer à pessoa jurídica incumbida de seu desempenho. Comentário: Aqui o CESPE adotou o posicionamento do Carvalho Filho, que entende que na descentralização administrativa (descentralização legal ou outorga) também não há a transferência da titularidade, pois foi conferida ao ente político pela Constituição. Portanto, para o prof. Carvalho Filho, a outorga também só ocorrerá a transferência da prestação do serviço público, distinguindo-se da delegação no que diz respeito ao ato que determina a transferência, que no caso da outorga ocorre por lei. Lembre-se, no entanto, como disse, que a posicionamento majoritário na doutrina é no sentido de que na outorga há a transferência da titularidade e da prestação do serviço. Gabarito: Errado. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 14. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização pode ser feita por meio de outorga ou delegação, meios de que dispõe o poder público para transferir, por tempo determinado, a prestação de determinado serviço público a ente público ou a particular. Comentário: Com efeito, não restam dúvidas de que a descentralização pode ocorrer mediante outorga (por lei) ou por delegação (por contrato ou ato administrativo), de modo a transferir a prestação de determinado serviço público a ente administrativo ou a particular, contudo, poderá ser por prazo determinado (contrato) ou não (outorga). Gabarito: Errado. 15. (TODOS OS CARGOS – MS – CESPE/2010) A descentralização administrativa efetiva-se por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. Comentário: A descentralização administrativa efetiva-se por meio de outorga, ou seja, quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. Gabarito: Certo. 16. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A descentralização administrativa ocorre quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta distribui competências no âmbito da própria estrutura, a fim de tornar CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 mais ágil e eficiente a sua organização administrativa e a prestação de serviços. Comentário: Na descentralização administrativa temos duas ou mais pessoas. Portanto, quando ente (pessoa política) ou uma entidade (pessoa administrativa) distribui competência na sua própria estrutura, trata-se de desconcentração. Gabarito: Errado. 17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A descentralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas indiretamente, por meio da delegação de atividades a outros órgãos despersonalizados dentro da estrutura interna da pessoa jurídica descentralizadora. Comentário: Quando ocorre a delegação de atividades no âmbito da própria pessoa jurídica descentralizadora a outros órgãos despersonalizados temos a desconcentração administrativa. Gabarito: Errado. 18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas. Comentário: CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 De fato, a Administração indireta abrange o conjunto de pessoas (entidades) administrativas, vinculadas à Administração direta, que têm por objetivo desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas. Gabarito: Certo. 19. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A administração direta compreende os órgãos que integram as pessoas políticas do Estado, aos quais se atribui competência para exercício, de forma descentralizada, dasatividades administrativas. Comentário: De fato, a Administração direta compreende os órgãos que integram as pessoas políticas do Estado, aos quais se atribui competência para exercício das atividades administrativas. No entanto, de forma desconcentrada já que se trata de órgãos que compõem a mesma estrutura ou pessoa jurídica. Gabarito: Errado. 20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação de uma autarquia para executar determinado serviço público representa uma descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se promove por meio da edição de lei específica para esse fim. Comentário: Então, a criação de qualquer entidade administrativa, ou seja, da própria Administração Pública indireta, é uma forma de descentralização. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 Gabarito: Certo. 21. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2013) A transferência pelo poder público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização por serviços, também denominada descentralização técnica. Comentário: A descentralização pode ser: a) por serviço, técnica ou funcional; b) geográfica ou territorial; c) por colaboração. Com efeito, quando a descentralização ocorrer por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, para pessoa jurídica de direito privado, para que execute determinado serviço público, teremos a descentralização por colaboração, mediante o instituto da delegação. Gabarito: Errado. 22. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização administrativa não admite a desconcentração territorial, material e hierárquica. Comentário: A descentralização, ou seja, a criação de outras entidades, não impede que ocorra nelas a desconcentração. Com efeito, a desconcentração pode ocorrer no âmbito da Administração direta, quanto na indireta, isto é, nas entidades administrativas. Outrossim, vale destacar que a criação de órgãos (ou CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 seja, a desconcentração) pode assumir o critério territorial (cria-se órgão em razão da localização, por exemplo: criação de Varas no interior do Brasil, na região Norte), o material (define-se o órgão pela atividade a ser realizada – Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda etc) ou pelo critério hierárquico (o órgão é criado dentro de uma estrutura de subordinação, então temos órgão autônomo, independente, superior e de execução ou subalterno). Gabarito: Errado. 23. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) A organização das competências da União em ministérios é exemplo de desconcentração material. Comentário: De fato, a organização da União, distribuindo funções em pastas ou Ministérios, é uma forma de desconcentração material. Gabarito: Certo. 24. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A criação de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização administrativa. Comentário: A criação de uma diretoria no âmbito interno de um TRE é uma forma de desconcentração, pois se trata da criação de um órgão interno. Gabarito: Errado. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 25. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, resultantes da desconcentração do exercício das atividades públicas. Comentário: Uma autarquia é exemplo de descentralização administrativa, uma vez que se trata de uma pessoa jurídica distinta do ente político. Gabarito: Errado. 26. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Na desconcentração, o Estado executa suas atividades indiretamente, mediante delegação a outras entidades dotadas de personalidade jurídica. Comentário: A delegação das atribuições estatais a outras entidades dotadas de personalidade jurídica ocorre por descentralização administrativa. Gabarito: Errado. 27. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Uma das diferenças entre a desconcentração e a descentralização administrativa é que nesta existe um vínculo hierárquico e naquela há o mero controle entre a administração central e o órgão desconcentrado, sem vínculo hierárquico. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 Comentário: É o contrário. Na descentralização por se tratar de pessoas jurídicas distintas não há hierarquia, existindo vinculação e, portanto, mero controle da administração central (controle finalístico ou de resultado). Na desconcentração, por outro lado, trata-se de criação de estrutura hierarquizada. Gabarito: Errado. 28. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A desconcentração administrativa consiste na distribuição interna de competências, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica; a descentralização administrativa pressupõe a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. Comentário: Na desconcentração temos distribuição interna de competências no âmbito de uma mesma pessoa e na descentralização essa distribuição ocorre entre pessoas distintas. Gabarito: Certo. 29. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/TO – CESPE/2013) A desconcentração e a descentralização administrativas constituem institutos jurídicos idênticos. Comentário: Os dois institutos têm finalidades parecidas, isto é, CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 servem para organizar a Administração Pública. No entanto, a desconcentração é instrumento de organização interna, no âmbito da mesma pessoa, enquanto a descentralização é externa, de uma pessoa para outra. Portanto, são institutos jurídicos distintos. Gabarito: Errado. 30. (ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – TJDFT – CESPE/2013) Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distribuição de atribuições do centro para a periferia, ao passo que desconcentração e descentralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro. Comentário: A ideia de distribuição de atribuições do centro para a periferia dá a noção, sensação, de desagregação, de distribuição, de expansão, de separação. Portanto, trata-se de fenômeno que parte do centro para as extremidades, ou seja, descentralizada ou desconcentra. Já a noção inversa, ou seja, da periferia para o centro tende a denotar uma agregação, uma junção, portanto, temos a noção de concentrar e centralizar. Gabarito: Errado.É isso aí! Aguardo você para iniciarmos uma caminhada vitoriosa rumo à Defensoria Pública. Vamos que vamos. Até a próxima aula. Grande abraço, CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 Prof. Edson Marques QUESTÕES SELECIONADAS 1. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Ocorre o fenômeno da desconcentração quando o Estado desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. 2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional. 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A chamada centralização desconcentrada é a atribuição administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos. 4. (ANALISTA DE PLANEJAMENTO – INPI – CESPE/2013) O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Assim, concentração refere-se à administração direta; já desconcentração, à indireta. 5. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) Para que ocorra a descentralização administrativa, é necessária, pelo menos, a existência de duas pessoas. 6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Quando o Estado cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina desconcentração. 7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A descentralização administrativa ocorre quando se CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 distribuem competências materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades jurídicas distintas. 8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para tratar especificamente de determinado assunto é um exemplo de administração descentralizada. 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/BA – CESPE/2013) A criação de nova secretaria por governador de estado caracteriza exemplo de descentralização. 10. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências se dá para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. 11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A delegação é forma de efetivação da desconcentração. 12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) A desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralização os transfere para outro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando o número de sujeitos titulares de poderes públicos. 13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do serviço público por delegação contratual, ocorre apenas a transferência da execução do serviço. Quando, entretanto, a descentralização se faz por meio de lei, ocorre a transferência não somente da execução, mas também da titularidade do serviço, que passa a pertencer à pessoa jurídica incumbida de seu desempenho. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 14. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização pode ser feita por meio de outorga ou delegação, meios de que dispõe o poder público para transferir, por tempo determinado, a prestação de determinado serviço público a ente público ou a particular. 15. (TODOS OS CARGOS – MS – CESPE/2010) A descentralização administrativa efetiva-se por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. 16. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A descentralização administrativa ocorre quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta distribui competências no âmbito da própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a sua organização administrativa e a prestação de serviços. 17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A descentralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas indiretamente, por meio da delegação de atividades a outros órgãos despersonalizados dentro da estrutura interna da pessoa jurídica descentralizadora. 18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas. 19. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A administração direta compreende os órgãos que integram as pessoas políticas do Estado, aos quais se atribui competência para exercício, de forma descentralizada, das atividades administrativas. 20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação de uma autarquia para executar determinado serviço público representa uma descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se promove por meio da edição de lei específica para esse fim. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 21. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2013) A transferência pelo poder público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização por serviços, também denominada descentralização técnica. 22. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização administrativa não admite a desconcentração territorial, material e hierárquica. 23. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) A organização das competências da União em ministérios é exemplo de desconcentração material. 24. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A criação de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização administrativa. 25. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, resultantes da desconcentração do exercício das atividades públicas. 26. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Na desconcentração, o Estado executa suas atividades indiretamente, mediante delegação a outras entidades dotadas de personalidade jurídica. 27. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Uma das diferenças entre a desconcentração e a descentralização administrativa é que nesta existe um vínculo hierárquico e naquela há o mero controle entre a administração central e o órgão desconcentrado, sem vínculo hierárquico. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERALAULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 28. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A desconcentração administrativa consiste na distribuição interna de competências, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica; a descentralização administrativa pressupõe a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. 29. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/TO – CESPE/2013) A desconcentração e a descentralização administrativas constituem institutos jurídicos idênticos. 30. (ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – TJDFT – CESPE/2013) Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distribuição de atribuições do centro para a periferia, ao passo que desconcentração e descentralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS – DPU/2014 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL AULA 00 - Demonstrativa Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 GABARITO: 01 E 11 E 21 E 02 C 12 C* 22 E 03 C 13 E 23 C 04 E 14 E 24 E 05 C 15 C 25 E 06 E 16 E 26 E 07 C 17 E 27 E 08 E 18 C 28 C 09 E 19 E 29 E 10 C 20 C 30 E
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