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APLICAÇÕES DOS PRINCIPIOS DE MENDEL Bases da hereditariedade SE A BASE GENÉTICA DE UMA CARACTERÍSTICA FOR CONHECIDA, OS PRINCÍPIOS DE MENDEL PODEM SER USADOS PARA PREVER O RESULTADO DOS CRUZAMENTOS. EXISTEM TRÊS PROCEDIMENTOS GERAIS: 2 BASEADOS NA NUMERAÇÃO SISTEMÁTICA DE TODOS O GENÓTIPOS OU FENÓTIPOS. 1 BASEIA-SE EM MATEMÁTICA QUADRADO DE PUNNETT Criado pelo geneticista inglês Reginald Punnett (1875 – 1967), o quadro de Punnett é a maneira mais simples de resolver os problemas de genética que envolvem monoibridismo e diibridismo. Com ele você pode visualizar os gametas de cada genitor e os possíveis genótipos e fenótipos resultantes de um cruzamento Exemplo 1 – Monoibridismo: Paulo, de olhos azuis, casou-se com Ana que possui olhos castanhos e é filha de uma mulher com o mesmo fenótipo de seu marido. Quais as chances de Paulo e Ana terem filhos de olhos azuis? Passo 1 – Encontrar os genótipos dos genitores: Você provavelmente lembra que o alelo para olhos azuis é recessivo e, por isso, só se expressa em homozigose. Sendo assim, Paulo obrigatoriamente terá duas doses desse gene. Logo o genótipo de Paulo é “aa”. Ana tem olhos castanhos, fenótipo determinado pelo gene dominante “A”. Segundo a questão, sua mãe também tem olhos azuis. Por tal motivo, Ana obrigatoriamente herdou de sua mãe um alelo para cor de olhos azul. Sendo assim, Ana tem como genótipo “Aa”. Passo 2 – Encontrar os gametas de cada genitor: Paulo tem genótipo “aa”, dessa maneira, quando sua células sofrerem meiose para formar seus gametas, cada um deles receberá um alelo “a”. Sendo assim, 100% dos gametas de Paulo serão “a”. Já Ana, que é heterozigota (Aa) para a característica em questão, produzirá dois tipos de gametas: 50% dos gametas serão “A” e 50% dos gametas serão “a”. Passo 3 – Montar e analisar o cruzamento através do quadro de Punnett: Exemplo 2 – Diibridismo: Paulo tem sardas e olhos azuis, sendo homozigoto para ambas as características. Sua mulher, Ana, não possui sardas e seus olhos são castanhos, sendo heterozigota para a última característica. Sabendo que o gene que condiciona as sardas é dominante e que não se encontra no mesmo cromossomo que contém o gene para cor de olhos, calcule qual a possibilidade de o casal gerar um filho com sardas e olhos azuis. Passo 1 – Encontrar os genótipos dos genitores: Paulo tem olhos azuis e já sabemos que o genótipo para olhos azuis é “aa”. Além disso, ele possui sardas e é homozigoto para essa característica, assim seu genótipo em relação às sardas será “SS”. Logo o genótipo de Paulo, levando em consideração as duas características será “aaSS”. Ana tem olhos castanhos e é heterozigota para essa característica, logo ela terá genótipo “Aa” para cor de olhos. Como Ana não possui sardas, característica condicionada por um gene recessivo, ela será “ss”. Assim, o genótipo de Ana, levando em consideração as duas características, será “Aass”. Passo 2 – Encontrar os gametas de cada genitor: Aqui você precisa combinar cada alelo de uma característica com cada alelo da outra. - Paulo (aaSS)- Como ele é homozigoto para ambas as características, ele produzirá 100% de gametas “aS”. - Ana (Aass) – 50% gametas “As” e 50% gametas “as”. Passo 3 – Montar e analisar o cruzamento através do quadro de Punnett: EXERCÍCIOS Na espécie humana, a miopia e a habilidade para a mão esquerda são caracteres condicionados por genes recessivos que se segregam de forma independente. Um homem de visão normal e destro, cujo pai tinha miopia e era canhoto, casa-se com uma mulher míope e destra, cuja mãe era canhota. Qual a probabilidade de esse casal ter uma criança com fenótipo igual ao do pai? 1/2 b) 1/4 c) 1/8 d) 3/4 e) 3/8 Um indivíduo daltônico e não míope, filho de pai míope, casa-se com uma mulher normal para ambas as características. O casal já tem uma filha daltônica e míope. Sabendo que o daltonismo é condicionado por um gene recessivo ligado ao sexo e que a miopia é uma herança autossômica recessiva, a probabilidade de terem uma menina normal para ambas as características é de: a)3/16 b)1/4 c)1/16 d)1/2 e)9/16 MÉTODO DA LINHA BIFURCADA: Separa-se os genes alelos diferentes. Combina-se cada um deles com o par seguinte. Posteriormente ligam-se as linhas que relacionam os genes. EXEMPLOS: Quais os tipos de gametas formados por um indivíduo com o genótipo AaBb? Quais os tipos de gametas formados por um indivíduo AabbCc? Utilizando fórmulas podemos descobrir: no de tipos de gametas formados = 2n no de fenótipos diferentes = 2n no de genótipos diferentes = 3n n= é o no de pares de alelos em heterozigose. Exemplos: Quantos são os tipos de gametas formados por um indivíduo AaBb? 2n = 22 = 2 x 2 = 4 Quantos são os tipos de gametas formados por um indivíduo AaBbCc? Tipos de gametas 2n = 23 = 8 Qtos. tipos de fenótipo e genótipo se formarão em um cruzamento entre di-híbridos AaBb e AaBb? Fenótipo 2n = 22 = 2 x 2 = 4 Genótipo 3n = 32 = 2 x 2 x 2 = 8 Que tipos de gametas são produzi-dos pelos indivíduos: a) AALL: (3) b) Aall: (3) c) AaLl: (4) 2) Quantos tipos de gametas produz um híbrido para 3 pares de alelos? E para 4 pares? (3) 3) Quantos tipos de gametas diferentes pode formar cada um dos indivíduos, cujos genótipos aparecem a seguir? Aa Bb cc _______________ Aa bb CC DD____________ Aa cc Rr Ss Pp___________ BB TT RR SS pp_________ Probabilidades Para que Mendel pudesse chegar aos seus resultados, ele utilizou muitos métodos estatísticos para sua interpretação, calculando as probabilidades de ocorrer os eventos. A probabilidade serve para estimar matematicamente a possibilidade de ocorrer eventos que acontecem ao acaso, ou seja, por questão de sorte. Pode ser definida pela seguinte formula: P(A) = A S Onde P é a probabilidade de um evento ocorrer, A é o número de eventos desejados e S é o número total de eventos possíveis. Regra do “e” Quando a ocorrência de um evento não afeta a ocorrência do evento seguinte, dizemos que eles são independentes. Quando queremos calcular a probabilidade da ocorrência de eventos independentes de uma vez só, utilizamos a regra do “e”. Exemplo: Se jogarmos duas moedas para cima, qual a probabilidade de sair “cara” nas duas? Resolução: O fato de sair “cara” em uma moeda não afeta a chance de sair “cara” na outra. Quando acontece esse tipo de evento, multiplicamos as probabilidades dos eventos independentes: R = 1/4 ou 25% Em genética utilizamos a mesma linha de raciocínio. Por exemplo: Qual a probabilidade de um casal ter dois filhos do sexo feminino? Resolução: O nascimento da primeira filha não afeta a chance de o segundo filho ser do sexo feminino, pois a segregação dos alelos de um gene é tão ao acaso quanto jogar uma moeda para cima e obter “cara” ou “coroa”. Portanto: Regra do “ou” A regra do “ou” é utilizada quando queremos calcular a probabilidade de ocorrer um evento ou outro numa mesma oportunidade. Por exemplo: Qual a chance de sair “cara” ou “coroa” em uma jogada de moeda? Resolução: Esses dois eventos não ocorrem juntos, pois é um ou o outro, logo são mutuamente exclusivos. Quando temos esse tipo de situação, somamos as duas probabilidades: Exemplo 2: Qual a probabilidade de um casal ter dois filhos, sendo um menino e uma menina? Resolução: Para responder esta questão, utilizaremos as duas regras: EXERCÍCIOS A probabilidade de um casal ter um filho do sexo masculino é 0,25. Determine a probabilidade de o casal ter dois filhos de sexos diferentes. Tendo em vista que a miopia é considerada uma doença recessiva, determine a probabilidade de nascer uma criança míope de um casal normal, heterozigoto para miopia. Um casal, ambos polidáctilos e de visão normal, tem uma criança normal para polidactilia, mas míope. Considerando-se que ambas as anomalias são autossômicas e os respectivos genes estão em cromossomos diferentes, responda: a.Qual a probabilidadedo casal ter outra criança normal para polidactilia e míope? b.Qual a probabilidade do casal ter outra criança normal para polidactilia ou míope? c.Qual a probabilidade do casal ter outra criança normal para as duas características?
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