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Livro Introdução ao direito público e privado

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INTRODUÇÃO AO 
DIREITO PÚBLICO 
E PRIVADO
Professora Me. Mariane Helena Lopes Benedito
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; BENEDITO, Mariane Helena Lopes. 
 
 Introdução ao Direito Público e Privado. Mariane Helena Lopes 
Benedito. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2018.
 177 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Direito. 2. Público. 3. Privado. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0741-1
CDD - 22 ed. 342
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Patrícia Rodrigues da Silva
Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Nayara Valenciano
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Fernando Henrique Mendes
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Érica Fernanda Ortega
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou 
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista 
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e 
segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
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A
Professora Me. Mariane Helena Lopes Benedito
Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase em Direitos da Personalidade pelo 
Centro Universitário Cesumar (Unicesumar/2012). Tem pós-graduação em 
Direito Aplicado pela Escola da Magistratura do Paraná (2009). Tem graduação 
em Direito (Unicesumar/2008). Professora da Unicesumar desde 2010, 
atuando nos cursos de Administração, Direito, Gestão de Recursos Humanos, 
Jornalismo, Pilotagem de Aviões e Publicidade e Propaganda na modalidade 
presencial. No ensino a distância, atua nos cursos de Administração, Gestão de 
Recursos Humanos e Processos Gerenciais, Serviço Social, Gestão Hospitalar, 
Economia, Gestão de Cooperativas e trabalha também na Pós-graduação.
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir:
<http://lattes.cnpq.br/1815582404405502>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), esta disciplina tem o objetivo de fornecer as bases necessárias para 
que você possa entender as matérias que serão estudadas e que serão importantes no 
exercício de sua profissão.
O Direito está presente em todos os eventos do nosso cotidiano e para ilustrar tal afir-
mação, basta percebermos a simples ação ao apagarmos a luz. Apesar de passar des-
percebido, o que existe nessa relação é um contrato de prestação de serviços fornecido 
pela companhia de energia elétrica. Por isso, conhecer o Direito é essencial para a toma-
da de decisões, tanto na vida pessoal, quanto na vida profissional. 
Durante nosso estudo, analisaremos como funciona o nosso país ao discutirmos assun-
tos como o Direito e a Moral e o Direito Constitucional. Ainda compreenderemos o sis-
tema político adotado por nosso país e o que ele considera como fundamental para o 
seu funcionamento.
Visto isso, passaremos para o Direito Civil, em que estudaremos a relação entre pessoas, 
pessoas e bens e os próprios bens. Essa área do Direito estuda os contratos, os bens, o 
casamento, os alimentos referentes aos filhos e ex-cônjuges. Todavia, aqui nos limitare-
mos a estudar a parte contratual do Direito Civil. 
Após estudarmos o Direito Civil, passaremos para o Direito Administrativo,em que ana-
lisaremos como funciona a Administração Pública e os órgãos pertencentes a ela. Vere-
mos, ainda, as formas de se realizar uma licitação, os valores, como as empresas poderão 
participar e os serviços que a Administração pode realizar.
Na quarta unidade, analisaremos o Direito Internacional, que se divide em dois: Públi-
co e Privado. No primeiro, estudaremos o funcionamento da ONU, OIT, OEA, Santa Sé, 
União Europeia e MERCOSUL. No segundo, analisaremos alguns aspectos importantes e 
relevantes para se resolver os conflitos entre particulares.
Por fim, em nossa última unidade, estudaremos o Direito Penal Brasileiro, como ele fun-
ciona, o que é protegido por esse ramo do Direito, quem pode cometer um crime, as 
formas de punição existentes e as excludentes de punibilidade.
Espero que, ao final, você tenha satisfeito algumas dúvidas e despertado a curiosidade 
para os assuntos discutidos.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO AO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
SUMÁRIO
08
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
15 Introdução
16 Conceito De Direito 
18 Direito Objetivo e Direito Subje Tivo 
19 Distinção Entre Direito E Moral 
20 Ramos Do Direito 
21 Fontes DO Direito 
23 Aplicação das Normas de Direito 
25 Eficácia 
27 Princípios Gerais do Direito 
29 Direito Constitucional 
30 Princípios Constitucionais 
32 Divisão dos Poderes 
35 Direitos e Garantias Individuais 
43 Nacionalidade 
44 Direitos Políticos 
46 Considerações Finais 
54 Gabarito 
SUMÁRIO
09
UNIDADE II
DIREITO CIVIL
57 Introdução
58 Conceito de Pessoa Natural 
62 Pessoa Jurídica 
63 Domicílio 
64 Bens 
66 Fatos Jurídicos 
70 Responsabilidade Civil 
74 Considerações Finais 
82 Gabarito 
UNIDADE III
DIREITO ADMINISTRATIVO
85 Introdução
86 Conceito de Administração Pública 
88 Órgãos da Administração 
89 Atos Administrativos 
92 Contratos Administrativos 
94 Licitação 
97 Serviços Públicos e de Utilidade Pública 
98 Servidor Público 
SUMÁRIO
10
99 Considerações Finais 
108 Gabarito 
UNIDADE IV
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
111 Introdução
112 Conceito de Direito Internacional 
113 Organização das Nações Unidas (ONU) 
122 Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
124 Organização dos Estados Americanos (OEA) 
126 Santa Sé 
127 União Europeia 
128 Mercado Comum do Sul (Mercosul) 
130 Declarações Internacionais E Tratados 
131 Direito Internacional Privado 
132 Considerações Finais 
140 Referências 
141 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
DIREITO PENAL
145 Introdução
146 Conceito de Direito Penal 
146 Fontes do Direito Penal 
149 Princípios O Direito Penal 
150 Imunidade Parlamentar 
152 Sujeito Ativo E Passivo 
152 Objeto do Delito 
154 Conceito de Crime 
155 Crimes 
156 Excludentes de Ilicitude 
158 Inimputabilidade 
159 Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 
160 Penas 
161 Extinção de Punibilidade 
167 Considerações Finais 
176 Gabarito 
177 CONCLUSÃO 
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Professora Me. Mariane Helena Lopes Benedito
INTRODUÇÃO AO DIREITO E 
DIREITO CONSTITUCIONAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer o Direito.
 ■ Diferenciar Direito Objetivo e Direito Subjetivo.
 ■ Diferenciar Direito Público e Direito Privado.
 ■ Conhecer as fontes do Direito.
 ■ Compreender como ocorre a aplicação das normas.
 ■ Entender a eficácia da lei.
 ■ Elencar alguns princípios gerais do Direito.
 ■ Compreender a evolução do Direito Constitucional.
 ■ Elencar alguns princípios do Direito Constitucional.
 ■ Conhecer os poderes existentes em nosso país.
 ■ Conhecer os direitos previstos na Constituição Federal.
 ■ Entender a nacionalidade.
 ■ Demonstrar os direitos políticos previstos.
 ■ Elencar os direitos e deveres individuais e coletivos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Conceito de Direito
 ■ Direito Objetivo e Direito Subjetivo
 ■ Distinção entre Direito e Moral
 ■ Ramos do Direito
 ■ Fontes do Direito
 ■ Aplicação das normas no Direito
 ■ Eficácia
 ■ Princípios gerais do Direito
 ■ Direito Constitucional
 ■ Princípios constitucionais 
 ■ Divisão dos Poderes
 ■ Direitos e garantias individuais
 ■ Nacionalidade
 ■ Direitos políticos
INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, iremos estudar o conceito de Direito, qual a importância 
do Direito para a nossa sociedade e para regulamentar a vida humana em socie-
dade. Veremos também a divisão do Direito em ramos que facilitarão o nosso 
estudo e fazem que a compreensão da matéria seja mais fácil. 
Para facilitar nosso estudo, temos que considerar que o Direito se divide em 
ramos, permitindo assim que o estudo dessa ciência seja mais fácil. Precisamos 
também nos atentar que o Direito é de suma importância para a organização 
da sociedade.
Contudo, deve-se tomar cuidado para não confundir o Direito com a Moral. 
Ambos se confundem e em muitas situações não conseguimos separá-los. De 
acordo com o que estudaremos nesta unidade, ficará claro que as características os 
diferenciam, tornando, assim, o Direito uma ciência que devo obrigatoriamente 
cumprir, enquanto a Moral dependerá da minha criação, da minha formação 
enquanto indivíduo.
Analisaremos as fontes do Direito, sendo as principais as leis, jurisprudên-
cia, costume jurídico e doutrina jurídica, existindo outras fontes, mas de menor 
importância para esta disciplina. 
Após essa parte introdutória, passaremos a estudar o Direito Constitucional, 
a principal e mais importante área do Direito. É a partir da Constituição Federal 
que todas as demais fontes no nosso ordenamento jurídico devem ser criadas. Caso 
alguma fonte seja criada em contradição com a Constituição Federal, esta não 
pode ser aplicada em nossa sociedade, devendo ser considerada inconstitucional. 
Até porque é a Constituição que regulamenta toda a estrutura do nosso Estado.
Por fim, veremos alguns direitos e deveres individuais e coletivos previstos 
na Constituição Federal, que devem ser aplicados a toda a sociedade, sem qual-
quer distinção, visto que a Carta Magna é uma norma a ser aplicada para toda 
a sociedade.
Bons estudos!
Introdução
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15
Quando se fala em regulamentar a vida humana em sociedade, deve-se fa-
zer uma reflexão: o Direito está em todo lugar? Posso falar que ele existe 
apenas onde existe a sociedade?
(A autora)
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
CONCEITO DE DIREITO
“Conceituar é limitar o significado e o sentido de cada palavra” (MARTINS, 
2013, p. 26).
 Para Luis Alberto Warat (1977, p. 6), uma boa definição de Direito depende 
dos seguintes requisitos: a) não deve ser circular; b) não deve ser elaborada em 
linguagem ambígua, obscura ou figurada; c) não deve ser demasiado ampla 
nem restrita; d) não deve ser negativa quando puder ser positiva. Todavia, para 
conseguirmos definir o que vem a ser o Direito, é fundamental analisarmos o 
pensamento de Aristóteles sobre o assunto.
 Aristóteles mencionava que o homem é um animal político, destinado a viver 
em sociedade. Por essa razão, havia a necessidade de regras para que pudesse 
viver em harmonia, evitando a desordem em sociedade (MARTINS, 2013, p. 4).
 Ou seja, para Aristóteles as regras foram necessárias, a fim de fazer que a 
sociedade pudesse ser harmônicae ainda fosse possível em sua organização. 
Miguel Reale define o Direito como “a vinculação bilateral atributiva da conduta 
para a realização ordenada dos valores de convivência” (REALE, 1972, p. 617). 
Assim, pode-se dizer que o Direito é um conjunto de instituições, regras e prin-
cípios que buscam regulamentar a vida humana em sociedade.
Conceito De Direito
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Vamos desmembrar a definição acima para compreendermos melhor o Direito. 
Inicialmente, podemos defini-la como conjunto. De fato, o Direito representa 
um conjunto por ser composto de várias partes organizadas, formando, assim, 
um sistema. Como iremos estudar mais adiante, observaremos que o Direito é 
dividido em vários ramos, cada um sobre um determinado assunto. Nesta dis-
ciplina, estudaremos os seguintes ramos: Direito Constitucional, Direito Civil, 
Direito Administrativo, Direito Internacional e Direito Penal.
Possui também princípios próprios como qualquer ciência, mesmo que não 
exata. Dentre eles, pode-se citar o da dignidade humana, boa-fé, publicidade, 
razoabilidade, proporcionalidade, dentre outros que estudaremos adiante.
No Direito, encontramos as instituições, que são entidades que perduram 
no tempo, por exemplo: os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, do Poder 
Executivo, etc. Por fim, ele é um meio para a realização ou obtenção de um fim, 
que é a Justiça. Por mais que esta, muitas vezes, pareça utópica, é para essa fina-
lidade que o Direito existe na sociedade.
Para que o Direito seja cumprido em sociedade, o Estado (e aqui quando se 
fala em Estado deve-se compreender como país), com o uso do seu poder impe-
rativo, prevê a sanção (punição). A sanção no Direito existe para que a norma 
criada seja cumprida, quando a submissão a ela não ocorre espontaneamente.
O Direito, como coloca Sérgio Pinto Martins (2013), tem em uma das mãos 
a balança e na outra a espada. A balança serve para sopesar o Direito e a espada 
visa fazer cumprir as suas determinações. A espada sem a balança é a despro-
porção. A balança sem a espada é um direito ineficaz. As duas devem caminhar 
juntas. A proporção do emprego da espada e da balança tem que ser igual para 
não se criar desigualdades. 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJE TIVO
O Direito Objetivo, nas palavras de Sérgio Pinto Martins (2013, p. 5), “é o com-
plexo de normas que são impostas às pessoas, tendo caráter de universalidade, 
para regular suas relações”. O Direito Objetivo é, portanto, aquele criado pelo 
Estado e aplicado a toda a coletividade; independente da vontade do indivíduo, 
ele existe. Podemos citar como exemplo o Direito Constitucional, que é apli-
cado igualmente a todos.
O Direito Subjetivo, por outro lado, é a faculdade, a escolha de a pessoa pos-
tular seu direito, objetivando a realização de seus interesses, uma vez que não 
foram cumpridos.
Diferentemente do Direito Objetivo, no caso do Direito Subjetivo, ele depen-
derá da vontade do indivíduo para existir, ou seja, é necessária a manifestação 
de vontade para a aplicação de um direito. O exemplo deste seria o Direito do 
Consumidor. Quando se compra um produto e ele apresenta algum defeito, 
dependerá da manifestação da vontade daquele que o comprou para que o pro-
duto seja trocado ou o negócio seja desfeito.
 
 
 
 
 
 
Distinção Entre Direito E Moral
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DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL
Para continuarmos nosso estudo sobre o Direito, precisamos estabelecer a dis-
tinção entre o que é Direito e o que é Moral. A Moral possui um conceito que 
varia com o tempo, em razão de questões políticas, sociais, econômicas que vão 
sendo alteradas de acordo com a história e com a sociedade que é estudada. A 
Moral é unilateral, pois não há punição uma vez que a norma foi descumprida. 
No Direito, porém, há uma bilateralidade, uma vez que há uma imposição do 
comportamento do indivíduo na sociedade, e quando este é descumprido, há 
uma sanção (punição) por parte do Estado.
Para melhor compreender, veja a tabela abaixo com a distinção feita por 
Miguel Reale (1972, p. 626).
Quadro 1 - Diferenças entre Moral e Direito
ASPECTO MORAL DIREITO
Quanto à valoração 
do ato
a) unilateral;
b) visa à intenção, partindo da 
exteriorização do ato.
a) bilateral;
b) visa à exteriorização do 
ato, partindo da intenção.
Quanto à forma a) é autônoma, proveniente da 
vontade das partes;
b) não há coação.
a) pode vir de fora da vonta-
de das partes (heterônomo);
b) é coercível.
Quanto ao objeto a) visa ao bem individual ou aos 
valores da pessoa.
a) visa ao bem social ou aos 
valores de convivência.
Fonte: Martins (2013).
Assim, observamos que, entre o Direito e a Moral, apesar de parecerem a mesma 
coisa em muitos momentos, a diferença fi ca clara quando se fala na punição e 
na criação da norma de cada um deles.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
RAMOS DO DIREITO
Existe uma vasta classificação da ciência do Direito. A primeira que vamos tra-
balhar é a classificação em direito natural e direito positivo. 
 O Direito natural nasce a partir do momento em que surge o homem, apa-
recendo, portanto, naturalmente para regular a vida humana em sociedade, de 
acordo com as regras da natureza (MARTINS, 2013, p. 8).
 Pode-se dizer que seria uma norma criada pela natureza e não pelo homem, 
logo não pode ser criada pelo Estado. Seriam princípios gerais e universais para 
regular os direitos e deveres do homem. O Direito natural é aquele que fixa regras 
de validade universal, não consubstanciadas em regras impostas ao indivíduo 
pelo Estado. Em verdade, ele se impõe a todos os povos pela força dos princí-
pios supremos dos quais resulta, como, por exemplo, o direito de reproduzir, o 
direito de viver, etc. (FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 34). 
Por outro lado, o Direito positivo compreende o conjunto de regras esta-
belecidas por meio do poder político em vigor num determinado país e numa 
determinada época (FÜHRER; MILARÉ, 2009). “O Direito positivo é apenas a 
norma legal, emanada pelo Estado e não de outras fontes do Direito. Ele esta-
belece o que é útil, sendo conhecido por meio de uma declaração de vontade 
alheia, que é a promulgação” (FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 23).
O Direito público é aquele que regula as relações em que o Estado é parte; o 
segundo é o que disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina, 
de modo imediato, o interesse de ordem privada (REIS; REIS, 2006). 
Ainda, pode-se definir o Direito público como o ramo que: 
[...] regula as relações em que predominam os interesses gerais da so-
ciedade, considerada como um todo. Nas relações de Direito Público, o 
Estado participa como sujeito ativo (titular do poder jurídico) ou como 
sujeito passivo (destinatário do dever jurídico), mas sempre como ór-
gão da sociedade e, portanto, sem perder a posição de supremacia ou 
poder de império. (REIS; REIS, 2006, p. 8).
Fontes DO Direito
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O Direito privado é aquele que:
[...] regula as relações em que predominamos interesses particulares 
ou a esfera privada. Nas relações jurídicas de Direito Privado o Estado 
pode participar como sujeito ativo ou passivo, em regime de coorde-
nação com os particulares, isto é, dispensando sua supremacia ou po-
der de império (REIS; REIS, 2006, p. 8).
Assim, conclui-se que, o Direito público envolve a organização de um Estado, 
onde são estabelecidas as normas de ordem pública, enquanto o direito privado 
diz respeito ao interesse dos particulares, decorrentes da manifestação de von-
tade dos interessados.
FONTES DO DIREITO
Ao se falar em fontes, deve-se ter em mente as diversas formas pelas quais nasce 
o Direito. 
Como visto, o Direito é uma criação do Estado, de acordo com as necessi-
dades da sociedade. Por essa razão, a própria sociedade determinará de onde 
provém ou emanam as regras que a disciplinará.
As fontes primárias do Direito são: lei, costumes, doutrina e jurisprudência. 
Passaremos a estudar cada uma delas. 
LEI
Essa é a fonte do direito de maior importância em nosso país e em nosso orde-
namento jurídico. Assim, deve-se buscar na lei a forma correta de proceder em 
nossas relações sociais.
 O Art. 5º, II da Constituição Federal estabelece que “ninguém será obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
Reprodução proibida. A
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Tal fonte é uma regra de conduta 
editada pelo Poder Legislativo, no qual 
estão presentes os representantes do 
povo, ou seja, são os vereadores (nível 
municipal), os deputados estaduais 
(nível estadual) e os deputados fede-
rais (nível federal).
A característica da lei é a genera-
lidade, ela se aplica de uma maneira geral a todos, não fazendo qualquer tipo 
de distinção.
COSTUME
O costume é o comportamento praticado reiteradamente pela sociedade, que 
acaba se tornando uma lei, sendo então incorporada ao ordenamento jurídico 
brasileiro. Ou seja, antes mesmo de se tornar uma lei já é considerado uma fonte 
do direito.
 Como dito anteriormente, a principal fonte do direito é a lei. Todavia, em 
alguns casos ainda não há regulamentação, sendo necessário buscar a solução 
para estes casos nas regras que a sociedade vem praticando de forma reiterada. 
Deve-se salientar que o costume não poderá ser aplicado se for contrário a uma 
determinação expressa em lei.
 O costume acaba variando de acordo com o ramo do Direito. Contudo, no 
caso do Direito Penal, por exemplo, o costume é proibido, pois não há crime 
sem lei que o defina. 
DOUTRINA
A doutrina consiste na opinião dos juristas, que são os estudiosos do Direito 
sobre determinado assunto.
Seria o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito elaborado pelos 
Aplicação das Normas de Direito
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juristas. Pode-se dizer que é um produto da reflexão e do estudo que os grandes 
juristas desenvolvem sobre o Direito (COTRIM, 2009, p. 8).
JURISPRUDÊNCIA
Ao lado da doutrina, a jurisprudência realiza a interpretação do Direito. 
Enquanto a doutrina é a interpretação do Direito feita pelos juristas, a jurispru-
dência é a interpretação do Direito feita pelos Tribunais do nosso país.
A principal fonte é a lei, porém ela deve ser interpretada e isto é feito tanto 
pelos juristas, quanto pelos Tribunais, no momento em que eles julgam os casos 
concretos.
Dessa forma, a jurisprudência acaba sendo utilizada como uma referência 
para a pessoa ingressar com uma ação, ajudando assim a fundamentar seu pedido.
APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO
Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins sociais a que ela se dirige e às 
exigências do bem comum.
Passaremos a estudar a interpretação e a integração das normas, compreen-
dendo assim como se aplica uma lei ao caso concreto.
INTERPRETAÇÃO
Para se aplicar a norma, precisamos interpretá-la, compreendendo assim o que 
levou o legislador a criá-la. Quanto às fontes que interpretam a norma, elas podem 
ser: autêntica, doutrinária, jurisprudencial. Com relação aos meios: gramatical, 
lógica, histórica e sistemática. E, por fim, quanto aos resultados: declarativa, 
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extensiva, restritiva, finalística.
 Vamos analisar as várias formas de interpretação da norma jurídica 
(MARTINS, 2013, p. 21-22):
A) Gramatical, literal ou filológica: é a verificação do sentido gramatical da 
norma criada. Analisa-se o alcance das palavras no texto da lei. 
B) Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem inter-
pretados e aplicados ao caso concreto.
C) Teleológica ou finalística: a interpretação da norma é dada de acordo com 
o fim esperado pelo legislador.
D) Sistemática: é feita a interpretação de acordo com o sistema que a norma 
está inserida, não interpretando isoladamente a lei.
E) Extensiva ou ampliativa: dá-se um sentido mais amplo à norma do que 
ela normalmente teria.
F) Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitando-se à 
interpretação da norma jurídica.
G) Histórica: deve-se analisar a evolução histórica dos fatos, o pensamento 
do legislador não só à época da edição da lei, mas também de acordo com 
sua exposição de motivos.
H) Autêntica: é realizada pelo próprio órgão que criou a lei, no momento em 
que ela declara o sentido, alcance e conteúdo por meio de norma.
I) Sociológica: constata-se a realidade e a necessidade social na elaboração 
da lei e em sua aplicação.
No Direito, não há uma única interpretação fora do que foi mencionado ante-
rior, por isso devem ser seguidos os métodos de interpretação supracitados.
INTEGRAÇÃO
A integração é quando o intérprete da lei fica autorizado a suprir as lacunas exis-
tentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas, que são: 
Eficácia
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analogia, equidade e princípios gerais do direito. 
A analogia é um meio de preenchimento das lacunas deixadas pelo legis-
lador no momento de criação de uma lei. É quando o juiz, ao analisar o caso 
concreto, aplica uma lei semelhante ao caso.
A equidade é a justiça, o bom senso. Nesse caso, o juiz irá aplicar ao caso 
concreto a solução que considerar como adequada de acordo com o seu enten-
dimento, com o que ele considerar como correto. Ela tem como significado 
completar a lacuna da lei, porém é vedado julgar contra a lei. 
Tanto a analogia, quanto a equidade serão utilizadas exclusivamente pelo 
juiz para fundamentar sua decisão quando a lei apresentar alguma lacuna. Os 
princípios gerais do direito, porém, serão analisados separadamente no decor-
rer desta unidade devido à sua complexidade.
EFICÁCIA
A eficácia pode ser conceituada como “a produção de efeitos jurídicos concretos 
ao regular as relações” (MARTINS, 2013, p. 25). Compreende a aplicabilidade 
da norma e se ela é obedecida ou não pelas pessoas.
A eficácia jurídica é a possibilidade de a norma ser aplicada ao caso con-
creto, gerando efeitos jurídicos. Essa eficácia pode ser dividida: no tempo e no 
espaço, que iremos estudar a seguir (MARTINS, 2013, p. 25).
EFICÁCIA NO TEMPO
Significa a entrada da lei em vigor, ou seja, quando a lei passará a existir na socie-
dade. Geralmente, a lei entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial 
da União (DOU). Caso a lei não apresentenenhum prazo, esta começará a vigo-
rar 45 dias depois de oficialmente publicada. (MARTINS, 2013, p. 26).
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Com a publicação da lei no Diário Oficial da União, objetiva-se torná-la 
pública para toda a sociedade, não podendo ser alegado o desconhecimento da 
mesma.
Se a lei não trouxer um prazo específico de duração da norma, ela só dei-
xará de existir até que outra lei a modifique ou a revogue.
A lei posterior pode revogar a anterior nas seguintes situações (MARTINS, 
2013, p. 26):
A) Expressamente o declare: revogam-se as disposições em contrário, ou 
quando revoga especificamente outra lei ou Artigo de lei;
B) For incompatível como, por exemplo, quando prescrever conduta total-
mente contrária à especificada na lei anterior;
C) Regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
Caso a lei nova estabeleça disposições gerais ou especiais iguais às já existentes, 
ela não revoga nem modifica a lei anterior. Uma vez que a lei passou a ter vigor, 
terá efeito imediato e geral, respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada.
O ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que ela se efetuou. O direito adquirido é o que integra o patrimônio 
jurídico da pessoa, por já ter implementado todas as condições para adquirir o 
direito, podendo exercê-lo a qualquer momento. E, por fim, a coisa julgada que 
é a decisão judicial que já não cabe mais recurso, não podendo ser modificada. 
(MARTINS, 2013, p. 27).
EFICÁCIA NO ESPAÇO
A eficácia no espaço diz respeito ao território em que será aplicada a norma. Ela 
se aplica ao Brasil, tanto para os natos como para os estrangeiros que aqui resi-
dam (MARTINS, 2013, p. 27).
 A eficácia no espaço também resolverá os casos em que acontecer alguma 
atitude contrária à lei, analisando se naquele território será aplicada a lei brasi-
leira ou uma lei estrangeira.
Princípios Gerais do Direito
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Para ilustrar, imagine a seguinte situação: o indivíduo A entrou na embai-
xada brasileira na Holanda e acabou matando o sujeito B. Nesse caso, ainda que 
a embaixada esteja localizada na Holanda, será aplicada a lei brasileira, pois o 
órgão oficial é brasileiro, sendo considerada uma extensão do nosso território.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
O princípio é a base de tudo. Por essa razão, podemos dizer que ele é o alicerce 
do Direito, que servirá para informar e orientar as normas jurídicas. 
FUNÇÕES GERAIS DO PRINCÍPIO
As funções dos princípios são: informadora, normativa e interpretativa. A pri-
meira função tem como finalidade a inspiração e orientação ao legislador, servindo 
para basear a criação de uma norma e como sustentáculo para o ordenamento 
jurídico (MARTINS, 2013).
A segunda função – normativa – atuará nos casos concretos quando não 
houver uma disposição específica para disciplinar determinada situação. E, por 
fim, a terceira e última função servirá de critério orientador para os intérpre-
tes e aplicadores da lei. Auxiliará na interpretação da norma e também tem sua 
exata compreensão.
Em nosso ordenamento jurídico, os princípios só serão utilizados quando 
não houver uma norma legal, convencional ou contratual. Será o último elo a 
que o intérprete irá recorrer para solucionar o caso concreto.
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ALGUNS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
A seguir, vemos os princípios gerais do Direito:
1°) Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana: é um dos objetivos 
do nosso país. O Art. 5º, X da Constituição Federal assegura a inviola-
bilidade à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, 
assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação.
2°) Princípio da função social: regula a vida humana em sociedade, estabe-
lecendo as regras de conduta que devem ser respeitadas por todos. 
3°) Princípio da razoabilidade: as pessoas devem agir com razoabilidade, o 
que também acontece com as normas jurídicas.
4°) Princípio da proporcionalidade: não se pode impor condutas a não ser 
que seja em estrito cumprimento do interesse público. Não se pode agir 
com excessos, nem de forma insuficiente.
 
 
 
 
 
 
Direito Constitucional
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Antes de se começar a estudar o Direito Constitucional, é preciso fazer a aná-
lise do Art. 1º da Constituição Federal que dispõe que a República Federativa 
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento: 
a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
A Constituição é a lei máxima e fundamental do Estado. Ela ocupa o ponto 
mais alto da hierarquia das normas, recebendo, por esse motivo, nomes como: Lei 
Suprema, Lei Maior, Carta Magna, Lei das Leis ou Lei Fundamental (COTRIM, 
2009, p. 19).
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público responsável por estu-
dar as regras estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades 
individuais (JACQUES, 1954 apud MARTINS, 2013).
 A Constituição pode ser conceituada como um conjunto de princípios e 
regras relativos à estrutura e ao funcionamento do Estado. Ela é uma norma 
escrita ou costumeira, que regula a forma de Estado e governo, a sua organização 
(MARTINS, 2013, p. 60). Por isso, na Constituição Federal brasileira são encon-
tradas várias regras de Direito Civil, Tributário, Administrativo, Internacional, 
Penal, do Trabalho, da Seguridade Social, entre outras, ou seja, ela traz um pouco 
de cada ramo do direito.
 Possui, ainda, um conteúdo específico, previamente identificável, do que 
seja ou não próprio de uma Constituição. Seu conteúdo é elástico, variando de 
acordo com a vontade política do povo.
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Gilberto Cotrim (2009, p. 19) define a Constituição como:
É a declaração da vontade política de um povo, manifestada por meio 
de seus representantes cujos mandatos resultam de eleição popular. É 
uma declaração solene expressa mediante um conjunto de normas ju-
rídicas superiores a todas as outras que estabelece os direitos e deveres 
fundamentais das pessoas, das entidades e dos poderes públicos.
Conclui-se que a Constituição é um documento político, dirigida a todas as pes-
soas, tendo, geralmente, uma linguagem comum e não técnica para que todos 
possam compreender.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Passaremos a estudar alguns dos princípios constitucionais previstos na 
Constituição Federal.
1°) Princípio da supremacia da Constituição: a norma constitucional é supe-
rior, devendo ser obedecida por todas as demais normas.
2°) Princípio da unidade da Constituição: ela deve ser interpretada na sua 
unidade, ou seja, no seu conjunto. A interpretação deve ser feita de forma 
a evitar contradições.
3°) Princípio da máxima efetividade da Constituição: as normas constitu-
cionais devem ter o máximo de eficácia na sua aplicação.
4°) Princípioda interpretação conforme a Constituição: caso a norma tenha 
mais de uma interpretação, deve-se dar preferência àquela que estiver de 
acordo com a Constituição.
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O preâmbulo da Constituição Federal (BRASIL, 1988, on-line) dispõe que:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Na-
cional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado 
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, 
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, pro-
mulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil.
Quando se fala em preâmbulo, deve-se entender como uma indicação das inten-
ções da Constituição brasileira.
 Os fundamentos da República Federativa do Brasil são: a) soberania; b) cida-
dania; c) dignidade da pessoa humana; d) valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; e) pluralismo político, sendo vedada a existência de um partido único.
 Por sua vez, os objetivos fundamentais são: a) construir uma sociedade livre, 
justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza 
e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover 
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação.
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DIVISÃO DOS PODERES
A base da organização do governo está no Art. 2º da Constituição Federal, que 
prevê: “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988, on-line).
 “Os Poderes são os órgãos que realizam as diversas funções atribuídas ao 
Estado, quais sejam, as funções: legislativas, administrativas e jurisdicionais” 
(FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 73). A fórmula ideal para o funcionamento do 
Estado é de que suas operações fundamentais sejam repartidas entre vários órgãos 
autônomos, cada um atuando na sua esfera de atribuição.
PODER EXECUTIVO
Figura 1 - Palácio do planalto
Fonte: Wikipédia (on-line)1.
É o órgão incumbido de executar as leis e administrar o país. Ele é exercido pelo 
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. O mandato do 
Presidente da República é de quatro anos com início no dia 1º de janeiro do ano 
Divisão dos Poderes
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seguinte de sua eleição. A reeleição é permitida em um único período.
 O presidente pode cometer crimes como: a) de responsabilidade definidos 
em lei especial; b) comuns, previstos na legislação ordinária. A acusação contra 
o Presidente da República, para ser admitida, precisa de dois terços de aprova-
ção na Câmara dos Deputados e, após isso, será submetido a julgamento perante 
o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado 
Federal, nos crimes de responsabilidade (Art. 86 da Constituição Federal).
 Para ser eleito, o candidato a presidente e vice-presidente da República deve-
rão ter a idade mínima de 35 anos. O governador e o vice-governador de Estado 
e Distrito Federal deverão ter, no mínimo, 30 anos. O prefeito e o vice-prefeito 
deverão ter no mínimo 21 anos.
PODER JUDICIÁRIO
O Poder Judiciário tem a função de 
legislar e administrar, bem como 
a função de dizer o direito, apli-
cando ao caso concreto, mediante 
um processo regularmente instau-
rado, por iniciativa do interessado. 
É o Poder Judiciário que dirá como 
as normas serão aplicadas e assim 
ele demonstrará a forma correta de 
interpretação das leis existentes em 
nosso ordenamento jurídico.
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PODER LEGISLATIVO
Em nível federal, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se 
compõe de duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados, ambos eleitos pelos 
habitantes dos respectivos estados. Cada estado e o Distrito Federal, de acordo 
com os Arts. 44 e 45 da Constituição Federal, elegerá três senadores, com dois 
suplentes cada, com mandato de oito anos, sendo renovada a representação a 
cada quatro anos de forma alternada.
O número total de deputados, bem como a representação por estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente 
à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, 
para que nenhuma unidade da federação tenha menos de oito e mais de setenta 
deputados (PALAIA, 2011, p. 40).
O mandato dos deputados tem duração de quatro anos e para se elegerem 
devem ter idade mínima de 21 anos. No caso dos senadores, estes são eleitos pelo 
sistema majoritário, sendo três para cada estado e para o Distrito Federal. Os 
mandatos têm duração de oito anos e para se elegerem devem ter idade mínima 
de 35 anos (MARTINS, 2013).
Direitos e Garantias Individuais
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DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS
Eles foram estabelecidos para coibir os abusos praticados pelas autoridades. Os 
direitos não se confundem com as garantias. Os direitos são aspectos, manifesta-
ções da personalidade humana em sua existência subjetiva ou em suas situações 
de relação com a sociedade ou ainda os indivíduos que a compõem. As garan-
tias, porém, são os instrumentos para o exercício do direito consagrados na 
Constituição (MARTINS, 2013).
Os direitos e deveres são individuais e coletivos. São garantias expressas na 
Constituição, pois não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados ou dos tratados internacionais em que o Brasil é parte (Art. 5º, 
§2º da Constituição Federal).
A Constituição Federal, em seu Art. 5º, assegura que:
1. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da 
Constituição. Poderá haver tratamento diferenciado se assim a Consti-
tuição estabelecer;
2. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em vir-
tude de lei. É o princípio da legalidade;
3. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degra-
dante;
4. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
5. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da inde-
nização por dano material, moral ou à imagem;
6. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote-
ção aos locais de culto e suas liturgias;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
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7. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva;
8. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legala todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nativa, fixada em lei;
9. É livre a expressão da atividade intelectual, Artística, científica e de comu-
nicação, independentemente de censura ou licença;
10. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pes-
soas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;
11. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
12. É inviolável o sigilo da correspondência as comunicações telegráficas, de 
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de inves-
tigação criminal ou instrução processual penal. A norma que trata do 
assunto é a Lei nº 9.296/96;
13. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
14. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional;
15. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens;
16. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem 
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo ape-
nas exigido prévio aviso à autoridade competente;
17. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar;
Direitos e Garantias Individuais
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18. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem 
de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funciona-
mento. As sociedades cooperativas são reguladas na Lei nº 5.764/71;
19. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, 
o trânsito em julgado;
20. Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
21. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legi-
timidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
22. É garantido o direito de propriedade;
23. A propriedade atenderá a sua função social;
24. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade 
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia inde-
nização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição;
25. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano;
26. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que traba-
lhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos 
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento;
27. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou repro-
dução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
28. São assegurados, nos termos da lei: (a) a proteção às participações indi-
viduais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, 
inclusive nas atividades desportivas; (b) o direito de fiscalização do apro-
veitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem 
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e 
associativas;
29. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tempo-
rário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
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propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distin-
tivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico 
e econômico do país;
30. É garantido o direito de herança;
31. A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela 
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre 
que não lhes seja favorável a lei pessoal do de cujus;
32. O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. O Código 
de Defesa do Consumidor é a Lei nº 8.078/90;
33. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu inte-
resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo de lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
34. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) 
o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em reparti-
ções públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal;
35. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito;
36. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada. Direito adquirido é o que faz parte do patrimônio jurídico da 
pessoa, que implementou todas as condições para esse fim, podendo exer-
cê-lo a qualquer momento. Na expectativa de direito, a pessoa não reuniu 
todas as condições para adquirir o direito no curso do tempo. Ato jurí-
dico perfeito é o que se formou sob o império da lei velha e não pode ser 
modificado. A lei não pode ser retroativa. Devem ser respeitadas as situ-
ações estabelecidas na vigência de lei anterior, em razão da estabilidade 
e segurança jurídicas. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão 
judicial de que já não caiba mais recurso. Há coisa julgada “quando se 
repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso”. 
Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indis-
cutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
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37. Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
38. É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: (a) a plenitude de defesa; (b) o sigilo das votações; (c) a 
soberania dos veredictos; (d) a competência para o julgamento dos cri-
mes dolosos contra a vida;
39. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comi-
nação legal;
40. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
41. A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberda-
des fundamentais;
42. A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito 
à pena de reclusão, nos termos da lei;
43. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anis-
tia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo 
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
44. Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, 
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
45. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos 
da lei,estendidas aos sucessores e contra eles asseguradas, até o limite do 
valor do patrimônio transferido;
46. A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguin-
tes: (a) privação ou restrição da liberdade; (b) perda de bens; (c) multa; 
(d) prestação social alternativa; (e) suspensão ou interdição de direitos;
47. Não haverá penas: (a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; (b) de 
caráter perpétuo; (c) de trabalhos forçados; (d) de banimento; (e) cruéis;
48. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a 
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
49. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
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IU N I D A D E40
50. Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permane-
cer com seus filhos durante o período de amamentação;
51. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
52. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião;
53. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade com-
petente;
54. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro-
cesso legal;
55. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios 
e recursos a ela inerentes;
56. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
57. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória;
58. O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei;
59. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal;
60. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
61. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
62. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunica-
dos imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa 
por ele indicada;
63. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permane-
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cer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
64. O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
por seu interrogatório policial;
65. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
66. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança;
67. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo ina-
dimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel;
68. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ame-
açado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder;
69. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o res-
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
70. O mandado de segurança coletivo deve ser impetrado por: (a) partido 
político com representação no Congresso Nacional; (b) organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados.
71. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
nia e à cidadania;
72. Conceder-se-á habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de infor-
mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos 
de dados de entidades governamentais ou de caráter público; (b) para a 
retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo;
73. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
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IU N I D A D E42
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô-
nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento 
de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
74. O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que compro-
varem insuficiência de recursos.
75. O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que 
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
76. São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (a) o 
registro civil de nascimento; (b) a certidão de óbito;
77. São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, 
os atos necessários ao exercício da cidadania;
78. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tra-
mitação.
São direitos sociais previstos na Constituição Federal: a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
Estes irão garantir aos indivíduos condições materiais tidas como imprescin-
díveis para o pleno gozo dos seus direitos. Contudo, eles exigem uma intervenção 
na ordem social para assegurar uma justiça distributiva, ou seja, dessa forma o 
Estado teria que atuar diretamente com a finalidade de diminuir as desigualda-
des sociais.
Nacionalidade
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NACIONALIDADE
A nacionalidade pode ser definida por dois critérios: ius sanguini e ius soli. O pri-
meiro é aquele em que a pessoa tem a mesma nacionalidade de seus pais, como 
o nome diz, decorre do sangue; enquanto a segunda é aquela em que a pessoa 
tem que nascer no território para adquirir a nacionalidade do Estado. 
De acordo com o Art. 12 da Constituição Federal, são considerados brasi-
leiros natos:
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (ius soli); 
b) os nascidos no estrangeiro, depois de atingida a maioridade, de pai 
brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou qualquer deles esteja a serviço do Brasil (ius 
sanguini); c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasi-
leira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente 
ou venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de 
atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira.
Já os brasileiros naturalizados, serão considerados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de paísesde língua portuguesa apenas residência por 
um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qual-
quer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos ininter-
ruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira.
A lei brasileira não poderá fazer qualquer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo as previstas na Constituição Federal (MARTINS, 2013).
De acordo com a Constituição Federal, os cargos exclusivos de brasileiros 
nato são: 
presidente e Vice-presidente da República; b) Presidente da Câmara 
dos Deputados; c) Presidente do Senado Federal; d) Ministro do Su-
premo Tribunal Federal; e) carreira diplomática; f) oficial das Forças 
Armadas; g) Ministro de Estado da Defesa (BRASIL, 1988, on-line).
Por fim, existem hipóteses em que será declarada a perda da nacionalidade do 
brasileiro que:
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a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional; b) adquirir outra nacionali-
dade, salvo nos casos de: 1) reconhecimento de nacionalidade origi-
nária pela lei estrangeira; 2) imposição de naturalização, pela forma 
estrangeira, ao brasileiro residente em país estrangeiro, como condição 
para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis 
(MARTINS, 2013, p. 57).
Dessa forma, podemos observar que tanto a aquisição quanto a perda da naciona-
lidade são previstas em lei com o objetivo de proporcionar a todos direitos iguais.
DIREITOS POLÍTICOS
De acordo com o Art. 14 da Constituição Federal, a soberania popular é exer-
cida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para 
todos e, nos termos da lei, pelo: a) plebiscito; b) referendo; c) iniciativa popular.
O sufrágio é o direito subjetivo de uma pessoa eleger alguém ou de ser 
eleito para algum cargo político. Por ser um direito subjetivo, como visto ante-
riormente, significa que ele é uma faculdade do indivíduo. O voto é apenas o 
direito de eleger uma pessoa, cada indivíduo tem o seu, não podendo vendê-lo 
nem transmitir a terceiros.
O plebiscito é a consulta anterior formulada ao povo para aprovar ou rejei-
tar o que lhe houver sido submetido, sendo feito por meio do voto. O referendo, 
porém, é a consulta posterior formulada ao povo para ratificar ou rejeitar ato 
legislativo ou administrativo já determinado.
Direitos Políticos
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 Pela Carta Magna, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os 
maiores de 18 anos e facultativo (opcional) para os analfabetos, os maiores de 
70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos. Ainda, não poderão fazer o 
alistamento eleitoral os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri-
gatório, os conscritos.
 Para ser eleito, é preciso ter idade mínima de: a) 35 anos para presidente, 
vice-presidente da República e senador; b) 30 anos para governador e vice-go-
vernador de Estado e do Distrito Federal; c) 21 anos para deputado federal, 
deputado estadual ou distrital, prefeito e vice-prefeito; d) 18 anos para verea-
dor. Contudo, não há uma idade limite para se candidatar.
Em recente caso de plebiscito que tivemos em nosso país, foi feita uma 
proposta de divisão do Estado do Pará e, para tanto, houve uma consulta à 
população paraense. Com a realização do plebiscito, a população rejeitou a 
proposta que acabou não seguindo adiante.
Leia a reportagem “Em plebiscito, eleitores do Pará rejeitam divisão do es-
tado”, disponível em: <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,em-ple-
biscito-eleitores-do-para-rejeitam-divisao-do-estado,809700>. 
Fonte: a autora.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira unidade, estudamos quais as funções e como se divide o Direito. 
Diferenciamos ainda o Direito da Moral. Neste estudo, pudemos constatar que 
o Direito surge por uma imposição do Estado, que o cria a partir da necessidade 
da própria sociedade, devendo evoluir conforme a evolução da mesma. A moral, 
porém, surge a partir da cultura, da religião, da criação de cada pessoa, não exis-
tindo uma punição e nem mesmo sendo imposta pelo Estado.
Além disso, verificamos também que o Direito possui uma classificação em 
ramos, com o objetivo de facilitar nosso estudo e ficar mais claro também como 
o Direito se estruturou.
No que diz respeito às fontes, como o Direito traz regras que regulamentam 
a vida humana em sociedade, não poderíamos deixar de mencionar que a prin-
cipal delas é a Constituição Federal de 1988. Ela que regulamenta todo o nosso 
Estado Democrático de Direito. Além disso, toda lei que é criada em nosso país 
deve, obrigatoriamente, seguir o que é previsto na Constituição. Caso contrário, 
a lei criada será declarada como inconstitucional, ou seja, não produzirá efei-
tos perante a sociedade.
Para inspirar a criação de uma norma, não podemos deixar de falar dos prin-
cípios de Direito, os quais têm como função a inspiração, o direcionamento, o que 
permitirá que a norma seja criada. Todavia, deve-se ressaltar que estes não sao 
considerados fontes do Direito, mas sim apenas uma referência para o mesmo.
Vimos, ainda, que a Constituição brasileira traz uma série de Artigos, pre-
vendo um pouco de cada ramo do Direito. Ela aborda quais são os fundamentos 
e os objetivos do nosso Estado e, por fim, os direitos e garantias fundamentais 
previstos no Art. 5º da Carta Magna.
Aqui objetivamos não esgotar os assuntos, mas apenas ilustrar a importân-
cia deles, buscando despertar a curiosidade e o estudo pelos temas apresentados.
47 
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais são entendidos como os direitos mais básicos de todos os cida-
dãos. Embora haja confusão terminológica quanto ao termo, sendo muito usado como 
sinônimo de “direitos humanos” ou “direitos do Homem”, é importante isolá-lo como 
uma categoria própria. Na doutrina jurídica brasileira, os direitos fundamentais são des-
critos pela Constituição de 1988 e se aplicam somente aos indivíduos e casos por ela re-
gidos, diferindo de “direitos humanos” por estes se aplicarem a todo o mundo, indepen-
dente de soberania nacional. No seu Título segundo, a Constituição classifica os direitos 
e garantias fundamentais dos brasileiros entre direitos e deveres individuais e coletivos 
(igualdade perante a lei, inviolabilidade do direito à vida, etc...), direitos sociais (saúde, 
educação, trabalho, lazer...) e direitos políticos.
Não existe uma origem concreta nem uma definição objetiva para direitos fundamen-
tais, embora as três principais correntes jusfilosóficas tenham dado suas interpretações. 
A dos jusnaturalistas é a mais conhecida, classificando tais direitos como anteriores a 
qualquer legislação; para eles, tais direitos nascem de características inatas da huma-
nidade, sendo comuns a todos os homens, independente do espaço ou tempo. Mais 
sucintos, os juspositivistas defendem tais direitos como frutos da legislação humana, 
enquanto os realistas jurídicos, mais influentes na América do Norte, acreditam que os 
direitos fundamentais são aqueles conquistados pelas sociedades ao longo do história, 
não tendo uma origem fixa nem dependendo somente da vontade jurídica.
Hoje, tanto no Brasil quanto em boa parte do Ocidente, o consenso é de que estes direi-
tos resultaram de um gradual processo histórico e sociológico. Como explanou o jurista 
Norberto Bobbio, os “direitosdo homem” nasceram após árduas lutas entre os detento-
res de velhos privilégios e os defensores de novas liberdades. Assim, o “fundamental” 
para uma sociedade em determinado tempo não é igual para outros povos em épocas 
diferentes, caracterizando sua natureza histórica. Além disso, reconhece-se que os direi-
tos fundamentais são relativos (nenhum se sobrepõe ao outro), concorrentes (podem 
conflitar-se) imprescritíveis (não se perdem pela falta de uso), inalienáveis (não podem 
ser transferidos), irrenunciáveis (ninguém pode abdicar deles), eficazes (geram relações 
entre indivíduos ou entre estes e o Estado) e indivisíveis, ou seja, devem ser tomados em 
sua completude (ninguém pode “desrespeitar um pouco” certo direito; ele é ou respeita-
do ou quebrado inteiramente).
Por sua evolução histórica, classificam-se os direitos fundamentais em três gerações. Os 
de primeira geração são os direitos mais fundamentais conquistados pela humanidade, 
como a posse de propriedade e as liberdades de movimento, crença ou expressão. São 
chamados de direitos individuais ou negativos, pois concernem primariamente a cada 
cidadão e não podem ser negados por qualquer autoridade. Já os direitos de segunda 
geração focam no bem estar coletivo, a exemplo da saúde, educação, segurança pública 
e alimentação (liberdade da fome). São chamados de direitos positivos porque se pres-
supõe um dever do Estado, por assistência ou políticas públicas, em promovê-los.
48 
Mais recente, a terceira geração brotou com a revolução tecnocientífica (década de 70 
em diante), sendo também referida como direitos meta ou supraindividuais. Embora 
indivíduos estejam envolvidos, esses direitos focam no ecossistema de relações por eles 
construído. São os direitos à paz, ao desenvolvimento e a um meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, por exemplo. Adicionalmente, o Direito Processual Civil distingue-os 
entre direitos difusos (válidos para todos, sem pertencer a ninguém específico), direi-
tos coletivos stricto sensu (válidos para um grupo, sem pertencer a nenhum membro 
só) e direitos individuais homogêneos (pertencentes a cada indivíduo, mas cuja defesa 
pode ser feita coletivamente). Vale notar que, com a ascensão de novas tecnologias e 
movimentos sociais, os direitos fundamentais podem entrar em uma quarta geração, a 
exemplo dos direitos ao acesso à Internet e à saúde sexual e reprodutiva.
Fonte: Cysne, D. (2016, on-line)2.
49 
1. O Direito pode ser definido como o conjunto de princípios, regras e instituições 
destinados a regulamentar a vida humana em sociedade. Para que o Direito 
seja cumprido em sociedade, o Estado, com o uso do seu poder imperativo, 
prevê a sanção (punição). Com o intuito de facilitar a compreensão do Direito, 
este é dividido em algumas áreas. Vimos que uma dessas divisões é em Direito 
Objetivo e Direito Subjetivo. Com relação a essa divisão, analise as afirmati-
vas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. O Direito Objetivo é aquele criado pelo Estado e aplicado a toda a socie-
dade.
II. O Direito Subjetivo é a faculdade, a escolha de a pessoa postular seu direi-
to, objetivando a realização de seus interesses.
III. O Direito Objetivo dependerá da vontade do indivíduo para existir.
IV. O Direito Subjetivo é um complexo de normas que são impostas às pes-
soas.
a) Estão corretas somente as afirmativas I e II.
b) Estão corretas somente as afirmativas I e IV.
c) Estão corretas somente as afirmativas III e IV.
d) Estão corretas somente as afirmativas II e III.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
2. O Direito é uma ciência, sendo bilateral, pois precisa de duas pessoas para exis-
tir, além de impor um comportamento do indivíduo na sociedade e, quando for 
descumprido, haverá uma sanção por parte do Estado. Já que o Direito é uma 
ciência, existe uma vasta classificação dele. Com relação a essa classificação, 
analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 
I. O Direito Natural nasce a partir do momento em que surge o homem, 
aparecendo naturalmente para regular a vida humana em sociedade.
II. O Direito Positivo é um conjunto de regras estabelecidas por meio do po-
der político em vigor em um determinado país e em uma determinada 
época.
III. O Direito Público envolve a organização de um Estado, onde são estabe-
lecidas as normas de ordem pública.
IV. O Direito Privado diz respeito ao interesse dos particulares, decorrente da 
manifestação de vontade dos interessados.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
50 
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
3. Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. Para se aplicar uma norma, muitas vezes o juiz 
precisa analisar o caso e interpretar a norma com o intuito de compreender o 
que o legislador quis dizer com sua criação. Sobre as formas de interpretação, 
analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Histórica: constata-se a realidade e a necessidade social na elaboração da 
lei e em sua aplicação.
II. Restritiva: é aquela realizada pelo próprio órgão que criou a lei, no mo-
mento em que ela declara o sentido, alcance e conteúdo por meio de 
norma.
III. Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem in-
terpretados e aplicados ao caso concreto.
IV. Gramatical: é a verificação do sentido gramatical da norma criada.
a) Estão corretas somente as afirmativas I, II e IV.
b) Estão corretas somente as afirmativas I e II.
c) Estão corretas somente as afirmativas II, III e IV.
d) Estão corretas somente as afirmativas III e IV.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
4. Como o próprio nome diz, o princípio é a base de tudo. Pode-se dizer que ele 
é o alicerce do Direito. A atuação do princípio no Direito se inicia antes de a 
regra ser feita, ou em uma fase pré-jurídica. Ou seja, em verdade os princípios 
acabam influenciando a elaboração da regra. Em nossa disciplina, estudamos 
alguns princípios gerais de Direito. Sobre esses princípios, assinale a alter-
nativa incorreta:
a) O princípio do respeito à dignidade da pessoa humana é um dos objeti-
vos do nosso país.
b) O princípio da proporcionalidade é aquele em que não se pode impor 
condutas a não ser que seja em estrito cumprimento do interesse público.
c) O princípio da razoabilidade é aquele em que as pessoas devem agir com 
razoabilidade, o que também acontece com as normas jurídicas.
d) O princípio da função social é aquele que regula a vida humana em socie-
dade, estabelecendo regras de conduta que devem ser respeitadas por 
todos.
51 
e) O princípio normativo é aquele em que o Poder Legislativo atuará nos 
casos concretos quando não houver uma disposição específica para dis-
ciplinar determinada atuação.
5. A Constituição Federal, em seu art. 2º, prevê que “são poderes da União, inde-
pendentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. A 
fórmula ideal para o funcionamento do Estado é que suas operações funda-
mentais sejam repartidas entre vários órgãos autônomos, cada um atuando em 
sua esfera de atribuição. No Brasil, existem três poderes: Executivo, Legislativo e 
Judiciário. Sobre esses poderes, assinale a alternativa incorreta:
a) O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pe-
los Ministros de Estado.
b) O Poder Judiciário dirá como as normas serão aplicadas, e assim demons-
trará qual a forma correta de interpretação das leis.
c) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que é composto 
somente pelo Senado Federal, sendo eleito pelos habitantes dos respec-
tivos estados.
d) Os deputados são escolhidos pelo sistema proporcional e cada estado da 
federação, bem como o Distrito Federal, não poderá

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