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96123251 Direito Constitucional I Resumo

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FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
1 
 
Direito Constitucional I 
 
Poder Constituinte e Poder Reformador 
Partes da Constituição 
Sentidos da Constituição 
Aplicabilidade e Eficácia das normas constitucionais 
História das Constituições Brasileiras 
 
 
Poder Constituinte e Poder Reformador 
 
Curso de Direito Constitucional Positivo, José Afonso da Silva – págs. 61 a 68. 
- Mutação Constitucional  Revisão Constitucional 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL – processo não formal de mudança das 
constituições rígidas, por via da tradição, dos costumes de 
alterações empíricas e sociológicas, pela interpretação judicial e 
pelo ordenamento de estatutos que afetem a estrutura orgânica do 
Estado. 
REFORMA CONSTITUCIONAL – processo formal de mudança das 
constituições rígidas, por meio de atuação de certos órgãos, 
mediante determinadas formalidades, estabelecidas nas próprias 
constituições para o exercício do poder reformador. 
 
- Pinto Ferreira/Meireles Teixeira – reforma: termo genérico que abrange 
emenda e revisão. 
REFORMA – qualquer alteração do texto constitucional, é o caso 
genérico, de que são subtipos a emenda e a revisão. 
EMENDA – é a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o 
legislador constituinte não considerou tão grande como outros 
mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades 
mais difíceis que os exigidos para a alteração de leis ordinárias. 
REVISÃO – uma alteração anexável, exigindo formalidades e 
processos mais lentos e dificultados que a emenda, a fim de 
garantir uma suprema estabilidade do texto constitucional. 
- As emendas são, hoje, o único sistema de mudança formal da 
constituição, já que a revisão constitucional, prevista no art. 3º do 
ADCT, já se realizou, não sendo mais possível outra revisão nos 
termos ali previstos. Qualquer mudança formal na Constituição só 
deve ser feita legitimamente com base no art. 60 da CF, ou seja, 
pelo procedimento das emendas com os limites dali decorrentes. 
 
Poder Constituinte e Poder Reformador 
- A Constituição conferiu ao Congresso Nacional a competência 
para elaborar as emendas constitucionais. Poder constituído 
instituído ou constituído. É um poder que deriva do originário, por 
isso também é chamado de competência constituinte derivada ou 
constituinte de segundo grau. O poder constituinte originário 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
2 
 
instituiu um poder constituinte reformador, ou poder de reforma 
constitucional, ou poder de emenda constitucional. 
- O agente (sujeito) da reforma é o poder constituinte originário, 
que atua em segundo grau, de forma indireta, pela outorga de 
competência a um órgão constituído para, em seu lugar, proceder 
às modificações na Constituição. 
PODER DE REFORMA CONSTITUCIONAL – (MANUEL GONÇALVES FERREIRA 
FILHO) é aquele poder, inerente à Constituição rígida que se destina 
a modificar essa Constituição segundo o que a mesma estabelece. 
Na verdade, o poder constituinte de revisão visa, em última 
análise, permitir mudança da Constituição, adaptação da 
Constituição a novas necessidades, a novos impulsos, a novas 
forças, sem que para tanto seja preciso recorrer à revolução, sem 
que seja preciso recorrer ao Poder Constituinte originário. 
 
Limites ao poder de reforma constitucional 
LIMITAÇÕES FORMAIS – o órgão do poder de reforma (CN) há de 
proceder nos estritos termos expressamente estatuídos na 
Constituição. 
LIMITAÇÕES TEMPORAIS – só a C1824 estabeleceu esse tipo de 
limitação. 
LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAL – não se procederá à reforma da 
Constituição na vigência do estado de sítio, na vigência de 
intervenção federal ou de estado de defesa. 
LIMITAÇÕES MATERIAIS – há certos dispositivos que não podem ser 
objeto de emenda ou revisão. 
- limitações materiais explícitas – expressas pelo poder 
constituinte originário, que exclui determinadas matérias ou 
conteúdos da incidência do poder de emenda. – Art. 60, §4º - 
não será objeto de deliberação a proposta de emenda tenente a 
abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, 
universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e 
garantias individuais. (Basta que a proposta de emenda se 
encaminhe, ainda que remotamente, “tentada” – tendentes, diz 
o texto constitucional.) 
- limitações implícitas (ou inerentes). 
 
Direito Constitucional, Alexandre de Moraes – págs. 22 a 24. 
Poder constituinte: 
- originário (1º grau) 
- derivado/constituído (2º grau) 
 
- PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: estabelece a Constituição de um 
novo Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os 
interesses de uma comunidade. / Pela análise histórica da constituição 
dos diversos países há a possibilidade de apontar duas básicas formas 
de expressão do poder constituinte originário: Assembleia Nacional 
Constituinte (convenção) ou Movimento Revolucionário (outorga). / 
Inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
3 
 
- PODER CONSTITUINTE DERIVADO: está inserido na própria constituição, 
pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, 
portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é 
passível de controle de constitucionalidade. / Derivado, subordinado e 
condicionado. / Dividi-se em: PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
REFORMADOR (possibilidade de alteração da constituinção; 
emendas/revisão) e PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE 
(constituições estaduais). 
 
Direito Constitucional, Alexandre de Moraes – págs. 597 a 603. 
Emendas Constitucionais 
O legislador constituinte de 1988, ao prever a possibilidade de alteração 
das normas constitucionais através de um processo legislativo especial 
e mais dificultoso que o ordinário, definiu a CF/88 como rígida, fixando 
a ideia de supremacia da ordem constitucional. (...) A revisão serve para 
alterar a constituição, mas não para mudá-la, uma vez que não será 
uma reforma constitucional o meio propício para fazer revoluções 
constitucionais. 
Materiais: “cláusulas pétreas” – CF art. 60, §4º. 
Circunstanciais: CF, art. 60, §1º. 
Formais: referentes ao processo legislativo – CF, art. 60, I, II e III, 
§2º, 3º e 5º. 
* Limitações materiais implícitas – suspensão das expressas e alteração 
do titular do poder constituinte derivado reformador. 
 
Subseção II 
Da Emenda à Constituição 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
 I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
 II - do Presidente da República; 
 III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado de sítio. 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
 I - a forma federativa de Estado; 
 II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 III - a separação dos Poderes; 
 IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
 
 
Partes da Constituição 
 
Direito Constitucional, Alexandre de Moraes – pág. 15. 
Limitaçõesformais 
Limitações 
circunstanciais 
Limitações 
formais 
Limitações 
materiais 
explícitas 
Limitações 
formais 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
4 
 
- PREÂMBULO: documento de intenções do diploma, e consiste em uma 
certidão de origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de 
princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento constitucional 
anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado. 
- Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e, 
consequentemente, não conter normas constitucionais de valor jurídico 
autônomo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que 
deve ser observado como elemento de interpretação e integração dos 
diversos artigos que lhe seguem. O preâmbulo não é norma 
constitucional e não pode ser paradigma comparativo para a declaração 
de inconstitucionalidade, mas será uma de suas linhas mestras 
interpretativas. 
 
Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza – págs. 75 a 77. 
Estrutura da Constituição: 
Preâmbulo --- (Art 1º) Corpo (Art. 250º) --- (Art. 1º) ADCT (Art. 95º) 
 
- CORPO: 9 títulos. 
 
- ADCT: tem natureza de norma constitucional e poderá, portanto, trazer 
exceções às regras colocando no corpo da Constituição. Tem a mesma 
natureza jurídica das normas do corpo. 
 
 
Sentidos da Constituição 
 
Curso de Direito Constitucional, Manoel Jorge e Silva Neto – págs. 29 a 34. 
Concepções sobre as Constituições 
A ACEPÇÃO SOCIOLÓGICA DE CONSTITUIÇÃO (FERDINAND LASSALLE) 
- Constituição como fato; sociologismo jurídico 
- “[...] concepção científica e uma atitude mental que de maneira mais 
ou menos intensa e externa relativiza a política, o Direito e a cultura a 
situações sociais” 
- para esta corrente, a gênese do ordenamento jurídico-constitucional 
positivo deve ser buscada na realidade social, nos fatos que se 
desenvolvem e se enformam no meio social. 
- Lassalle acentua que os fatores reais de poder que imperam no seio de 
cada sociedade são a força ativa e eficaz que informa todas as 
instituições jurídicas da sociedade em questão, fazendo com que não 
possam ser, em substância, mais que tal e como são. Será legítimo o 
texto constitucional quando guardar correspondência ou consonância 
com “os fatores reais de poder”, sendo tais fatores a constituição real e 
efetiva, não passando a constituição escrita de uma “uma folha de 
papel” quando deles dissociada. O exercício do poder é o instrumento 
real e a constituição o instrumento formal. 
 
O SENTIDO POLÍTICO DE CARL SCHMITT 
- o decisionismo político promove distinção entre constituição e lei 
constitucional. “Constituição como decisão de conjunto sobre modo e 
forma da unidade política” (conceito positivo). 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
5 
 
- Constituição: o produto da decisão política fundamental, a estabelecer 
a forma de Estado, de governo, os órgãos do poder e os direitos e 
garantias constitucionais. Lei Constitucional: diz respeito a matérias 
que apenas formalmente são constitucionais, porquanto poderiam ser 
tratadas pelo legislador ordinário. Princípio da exclusão: toda matéria 
que não resulte da “decisão política fundamental” promanada de um 
poder constituinte é considerada lei constitucional. 
 
A CONCEPÇÃO JURÍDICA DE HANS KELSEN 
- conceituação restrita à esfera puramente jurídica. 
- Dois planos: lógico-jurídico – norma suposta, hipotética, a servir de 
fundamento lógico transcendental de validade da constituição jurídico-
positiva. 
- A constituição é o ponto de partida do processo de criação do Direito 
positivo. 
- A norma posta (constituição jurídico-positiva), de existência visível, 
material, encontra o seu fundamento de validade na norma hipotética 
fundamental (constituição lógico-jurídica), invisível, compreendida no 
comando genérico e, naturalmente, aceito consistente na obediência a 
tudo quanto está na constituição. 
- A constituição está, no plano hierárquico das normas jurídicas, no 
mais elevado patamar do ordenamento positivo estatal. 
 
A CONCEPÇÃO DE CONSTITUIÇÃO TOTAL 
- Gomes Canotilho: a constituição não deve ser estudada isoladamente. 
Pelo contrário, ela conexiona-se com outras categorias políticas e 
conjuntos sociais (Estado, sistema político, sistema jurídico, 
ordenamento, instituição) de relevante significado para a captação do 
mundo circundante/estruturante do político. Isto aponta para a 
imprescindibilidade de algumas ideias básicas sob essas categorias e 
conjuntos. 
- Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos 
de sua história, uma constituição real e efetiva, consoante a teoria de 
LASSALE, promanada de uma decisão política fundamental (CARL 
SCHMITT), servindo, a um só tempo, de fundamento de validade 
normativa de todo o sistema (constituição jurídico-positiva) e 
fundamento lógico-transcendental para validar a constituição positiva, 
já que assente e pacífica a obediência incondicionada da sociedade a 
tudo quanto emana da constituição, sendo ela norma suposta, 
hipotética (constituição lógico-jurídica). 
- Constituição é um conjunto de normas jurídicas fundamentais, 
condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes 
desta, emanadas da vontade existencial de unidade política, e 
reguladoras da existência, estrutura e fins do Estado e do modo de 
exercício e limites do poder político. (Dirley da Cunha Jr/Meirelles 
Teixeira) 
 
 
Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza – págs. 17 a 21. 
Sentido Sociológico 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
6 
 
- Ferdinand Lassale – Qué es uma Constituición? 
- Defendeu que uma constituição só seria legitima se representasse o 
efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. 
Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima, caracterizando-se como 
uma simples folha de papel. 
- Constituição, para Lassalle, seria, então, a somatória dos fatores reais 
do poder dentro de uma sociedade. 
 
Sentido Político 
- Carl Schmitt 
- Constituição x Lei constitucional 
- Constituição: produto de uma certa decisão política, ela seria, nesse 
sentido, a decisão política do titular do poder constituinte. 
 
Sentido Jurídico 
- Hans Kelsen 
- Constituição no mundo do dever ser, e não no mundo do ser, 
caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das 
leis naturais. 
- A constituição é, então, considerada norma pura, puro dever-ser, sem 
qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
(...) Constituição em dois sentidos: lógico-jurídico: constituição significa 
norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento 
lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva, que 
equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a 
criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. (José 
Afonso da Silva). 
 
Sentido Culturalista 
- a Constituição é o produto de um fato cultura, produzido pela 
sociedade e que sobre ela pode influir. 
- As constituições positivas são um conjunto de normas fundamentais, 
condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes 
desta, emanadas da vontade existencial da unidade política, e 
reguladoras da existência, estrutura e fins do Estado e do modo de 
exercício e limites do poder político. (J. H. Meirelles Teixeira). 
 
 
Aplicabilidade e Eficácia das Normas Constitucionais 
 
Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza – págs. 105 a 112. 
- Eficácia Jurídica e Eficácia Social – em regra, toda norma jurídica tem 
eficácia, ainda que só seja jurídica. 
 
Classificação de José Afonso da Silva 
 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA- Eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral. 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
7 
 
- Desde o momento em que a Constituição entra em vigor, está 
apta a produzir todos os seus efeitos, independente de norma 
integrativa infraconstitucional. 
- Como regra geral, criam órgãos ou atribuem aos entes 
federativos competências. 
- Na doutrina clássica norte-americana seriam as normas auto-
aplicáveis (self-execulting, self-enforcing, self-acting). 
- “são as que receberam do constituinte normatividade suficiente à 
sua incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os 
elementos orgânicos da constituição. Não necessitam de 
providência normativa ulterior para sua aplicação. Criam situações 
subjetivas de vantagens ou de vínculo, desde logo exigíveis.” (José 
Afonso da Silva). 
 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA 
- Eficácia contida ou prospectiva, aplicabilidade direta e imediata, 
mas possivelmente não integral. 
- Embora tenha condições de, quando da promulgação da nova 
carta, produzir todos os seus efeitos, poderá a norma 
infraconstitucional reduzir a sua abrangência. 
- Ocorre a limitação (restrição) à eficácia e à aplicabilidade – 
através de normas infraconstitucionais ou normas da própria 
constituição (ex: estado de defesa ou de sítio, que limita diversos 
direitos). 
- Enquanto não materializado o fator de restrição, a norma tem 
eficácia plena. 
- Michel Temer: são aquelas que têm aplicabilidade imediata, 
integral, plena, mas que podem ter reduzido seu alcance pela 
atividade do legislador infraconstitucional. 
 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA 
- Normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é 
promulgada, não têm condão de produzir todos os seus efeitos, 
precisando de uma lei integrativa infraconstitucional. São, 
portanto, de aplicabilidade mediata e reduzida, ou, segundo 
alguns autores, aplicabilidade deferida. 
- José Afonso da Silva, no mesmo sentido de Vezio Crisafulli, 
observa que as normas constitucionais de eficácia limitada 
produzem um mínimo efeito, ou, ao menos, o efeito de vincular o 
legislador infraconstitucional aos seus vetores. 
- José Afonso ainda as divide em: 
- normas de princípio institutivo (ou organizativo) – contêm 
esquemas gerais (iniciais) de estruturação de instituições, 
órgãos ou entidades. 
- normas de princípio programático – veiculam programas a 
serem implementados pelo Estado, visando a realização de 
fins sociais. 
 
Classificação de Maria Helena Diniz 
NORMAS CONSTITUCIONAIS SUPEREFICAZES ou DE EFICÁCIA ABSOLUTA 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
8 
 
- são inatingíveis, não podendo ser emendadas. Contêm uma 
força paralisante total de qualquer legislação que, explícita ou 
implicitamente, vier a contrariá-las. (Ex: Cláusulas Pétreas). 
 
Uadi Lammêgo Bulos 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA EXAURIDA (ou ESVAÍDA) E 
APLICABILIDADE ESGOTADA 
- são aquelas, como o próprio nome já diz, que há extinguiram a 
produção de seus efeitos. Por isso são dissipadas, esgotadas ou 
desvanecidas, condicionando assim, sua aplicabilidade. 
- São próprias do ADCT, notadamente aquelas que já cumpriram 
seu papel, encargo ou tarefa para o qual foram propostas. (Ex: 
Art. 3º ADCT). 
 
 
História das Constituições Brasileiras 
 
Curso de Direito Constitucional Positivo, José Afonso da Silva – págs. 74 a 75. 
- CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824 
- Constituição Política do Império do Brasil (25.03.1824) 
- Art. 1º - o Império do Brasil é a associação política de todos os 
cidadãos brasileiros, que formam uma nação livre e independente 
que não admite, com qualquer outro, laço de união ou federação, 
que se oponha à sua independência. 
- Art. 2º - o território do império foi dividido em províncias, 
transformadas em capitanias. 
- Art. 3º - Governo monárquico hereditário, constitucional e 
representativo. 
- Art. 9º - adoção da separação de poderes, Art. 10 - existência de 
um quarto poder: Poder Moderador (Benjamin Constant, 
formulação quadripartita). 
- Arts. 13, 35, 40 e 43 – Poder Legislativo: Assembleia Geral 
(composta de duas câmaras: deputados (eletiva e temporária) e 
senadores (membros vitalícios nomeados pelo Imperador)). 
- Eleição indireta e censitária. 
- Art. 98 - Poder moderador – chave de toda organização política, 
exercido privativamente pelo imperador, como chefe supremo da 
nação e seu primeiro representante. 
- Art. 102 – Poder Executivo: ministros do Estado, chefe: 
Imperador. 
- Art. 151 – Poder Judiciário: independente, composto de juízes e 
jurados. 
- Art. 179 – declaração de direitos individuais e garantias que, nos 
seus fundamentos, permaneceu nas constituições posteriores. 
 
- CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891 
- Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil 
(24.02.1891). 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
9 
 
- Art. 1º - Republica Federativa como forma de governo e 
constituía-se, por união perpétua e indissolúvel de suas antigas 
províncias, em Estados Unidos do Brasil. 
- Art. 2º - cada uma das antigas províncias formara um Estado e 
o antigo Município neutro se transformara em Distrito Federal, 
que continuou a ser a capital da união (Rio de Janeiro). 
- Art. 1º - regime representativo. 
- Art. 15 – Presidencialismo à moda norte-americana; poderes 
equilibrados pelo sistema de pesos e contrapesos (modelo norte-
americano); teoria tripartida de Montesquieu (órgãos de soberania 
nacional: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário), harmônicos e 
independentes entre si. 
- Art. 65, n. 2 – autonomia dos Estados, que possuíam 
competências remanescentes. Art. 68 – autonomia Municipal. 
 
 Revolução de 1930 
 
- CONSTITUIÇÃO DE 1934 
- Manteve da anterior os princípios formais fundamentais: a 
república, a federação, a divisão dos poderes (legislativo, 
executivo e judiciário, coordenados e independentes entre si), o 
presidencialismo, o regime representativo. 
- Ampliou os poderes da União (arts. 5º e 6º), enumerou alguns 
poderes aos Estados e conferiu-lhes os poderes remanescentes 
(arts. 7º e 8º), dispôs sobre os poderes concorrentes entre a União 
e Estados (art. 10º). 
- Aumentou os poderes do Executivo. 
- Rompeu com o bicamaralismo, atribuindo o exercício do poder 
legislativo à Câmara dos Deputados e transformando o Senado 
Federal em órgão de colaboração desta (arts. 22 e 88). 
- Definiu os direitos políticos e o sistema eleitoral, admitiu o voto 
feminino (arts. 108, 63 e 82). 
- Adotou, ao lado da representação tradicional, a representação 
corporativa de influencia fascista (art. 23). 
- Declaração de direitos e garantias individual 
- Título sobre a ordem econômica e social e outro sobre família, 
educação e cultura; com normas programáticas (influencia da C. 
alemã de Weimar). 
- Princípios sobre o funcionalismo público (arts. 159 a 172). 
 
- CONSTITUIÇÃO DE 1937 
- Estado Novo 
- Principais preocupações: fortalecimento do Poder Executivo; 
atribuição ao Poder Executivo de uma intervenção mais direta e 
eficaz na elaboração das leis, reduzindo o papel do parlamento 
nacional em sua função legislativa; eliminação das causas 
determinantes das lutas e dissídios de partidos, reformando o 
processo representativo; conferir ao Estado a função de 
orientação e coordenação da Economia nacional; reconhecer e 
FLÁVIA CAMPOS MACHADO 
Acadêmica de DIREITO (UEFS - III Semestre) 
10 
 
assegurar os direitos de liberdade, de segurança e de propriedade 
do indivíduo nos limites do bem público; nacionalização de certas 
atividades e fontes de riqueza; proteção ao trabalho nacional; 
defesa dos interesses nacionais. 
- Ditadura; Poder Executivolegislava através de Decretos-leis. 26 
emendas constitucionais. 
 
 Fim da II Guerra Mundial; Movimentos de redemocratização do 
Brasil. / No mundo pós-guerra: recomposição dos princípios 
constitucionais, reformulação de constituições existentes 
 
- CONSTITUIÇÃO DE 1946 
- 18.09.1946 
- Constituições de 1981 e de 1934 foram sua base. 
- 20 anos em vigor. 
- Instabilidade política no país. 
 
 Movimento Militar 
 Regime de Atos Institucionais (Comando Militar Revolucionário). 
 
- CONSTITUIÇÃO DE 1967 
- Promulgada em 24.01.67 e entra em vigor em 15.03.1967. 
- Influencia da C1937. 
- Preocupou-se fundamentalmente com a segurança nacional; deu 
mais poderes à União e ao PR; reformulou em termos mais nítidos 
e rigorosos o sistema tributário nacional e a discriminação de 
rendas; reduziu a autonomia individual, permitindo a suspensão 
de direitos e garantias constitucionais. 
- Em geral, é menos intervencionalista que a de 1937. 
- Definiu mais eficazmente os direitos dos trabalhadores. 
- EMENDA CONSTITUCIONAL DE 1969 
- Teoricamente e tecnicamente se tratou de uma nova 
constituição. 
- A “emenda” só serviu como mecanismo de outorga. 
- Foi modificada por outras 25 emendas. 
 
 
 
- Referências Bibliográficas: 
SILVA. José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34. ed. 
São Paulo: Malheiros, 2011. 
MORAES. Alexandre. Direito Constitucional. 19. ed. São Paulo: Atlas, 
2006. 
LENZA. Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
SILVA NETO. Manoel Jorge e. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

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