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ADVOCACIA
ADVOCACIA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO/SP.
 
[ Formulou-se pedido de antecipada da tutela ]
				Intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório anexo – causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do ____, sob o nº. _______, com seu escritório profissional consignado no timbre desta, onde, em atendimento à diretriz do art. 39, inciso I, do Código Buzaid, indica-o para as intimações necessárias, comparece, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, _________, casado, maior, engenheiro civil, inscrito no CPF(MF) sob o nº. ___________, residente e domiciliado na Rua _____, nº. ___ – apto. ___ – ______, para ajuizar, com fulcro no art. 148, 166, 171, 186, 927, todos do Código Civil Brasileiro; Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor c/c Art. 5º, incisos V e X, da Carta Política, a presente 
AÇÃO ANULATÓRIA
c/c
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
contra __________, estabelecida na Av. _____, nº. _____ – São Paulo(SP), em razão das justificativas de ordem fática e de direito, abaixo delineadas. 
I – SÍNTESE FÁTICA
 				
No dia 00 de setembro de 0000, aproximadamente às 22:30h, o Autor e sua esposa foram alvo de assalto. Tal fato ocorrera nas proximidades do Shopping Xista, em Fortaleza(CE), precisamente na Av. das Xistas. Na oportunidade os meliantes conseguiram subtrair das vítimas(inclusive do ora Promovente) toda documentação pessoal, as quais encontrava-se em uma bolsa, inclusive talonários de cheques e cartões crédito, além da quantia de R$ 100,00(cem reais). O Autor, no dia seguinte, dirigiu-se a delegacia de polícia da qual correspondia a circunscrição do delito, e, na oportunidade, fizera um Boletim de Ocorrência(BO), o qual ora acostamos. (doc. 01)
				O Promovente, de outro lado, já devido ao roubo acima descrito, fizera, novamente, Boletim de Ocorrência, desta feita abordando fatos que davam nítidas evidências de que seus documentos, antes subtraídos, estavam sendo usados indevidamente por terceiros. Relatou, pois, na ocasião, na data de 00 de dezembro próximo passado, perante a Delegacia de Defraudações e Falsificações de Fortaleza(CE), que recebera em sua residência correspondência do Banco Xista S/A, informando-lhe de uma pendência financeira no importe R$ 5.350,00 (cinco mil, trezentos e cinquenta reais), o que ora trazemos à baila. (doc. 02)
				Foi com extremada preocupação e surpresa que o Postulante recebera a dita notícia, sobretudo porquanto o mesmo nunca tivera e nem tem qualquer vínculo com a instituição financeira acima citada. 
				Passado uma semana do episódio, acima narrado, o Autor, ao tentar proceder a renovação do cadastro da empresa da qual é sócio, recebera informação que seu CPF encontrava-se com restrições no SPC, CCF, SERASA, CENTRAL DE RISCO, o que se comprova pela consulta aqui junta. (doc. 03)
				Percebe-se, às claras, que sua documentação, como dito, está sendo usada para prática de delitos diversos, inclusive emissão de cheques sem provisão de fundos, o que poderá ocasionar-lhe, inclusive, possível responsabilização por crime de estelionato. 
				Devemos ressaltar que grande parte da prática delituosa está sendo perpetrada na Cidade Manaus (AM), o que se comprova, sobretudo, pelas inscrições nos órgãos de restrições. 
				Cabia à Promovida verificar a correção da pessoa que habilitou-se a realizar negócio jurídico com as mesmas, através de documentos adulterados. Portanto, Excelência, se este fato ocorrera a realização de pacto indevido, a mesma agiu com auto grau de negligência e culpa, porquanto permitiram que esse desiderato se concretizasse. 
II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
				A Ré deixou de cumprir o que determina a Resolução nº. 2025, de 24/11/1993 do Banco Central do Brasil, alterada parcialmente pela Resolução 2747/2000, do Bacen, com relação à confirmação dos dados cadastrais, antes de conceder qualquer crédito e/ou conceder talonários de cheques.
Resolução 2025/1993
( ... )
Art. 3º - Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta, bem como os elementos de identificação e localização do proponente, devem ser conferidos à vista de documentação competente, observada a responsabilidade da instituição pela verificação acerca da exatidão das informações prestadas.
				( ... )
Art. 6º - É vedado o fornecido de talonários de cheques ao depositante enquanto não verificadas as informações constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem constatadas irregularidades nos dados de identificação do depositante ou de seu procurador.”
				Ademais, tal comportamento, pertinente à instituição financeira ora ré, também é tido como ilícito pela Lei Federal nº. 8.383, de 31/12/93, a qual trata da legislação do imposto de renda.
LEI nº. 8.383, de 30/12/1991
( ... )
Art. 64 – Responderão como co-autores de crime de falsidade o gerente e o administrador de instituição financeira ou assemelhadas que concorrerem para que seja aberta conta ou movimentados recursos sob nome:
I – falso;
II – de pessoa física ou de pessoa jurídica inexistente;
III – de pessoa jurídica liquidada de fato ou sem representação regular.
				Se outra pessoa utilizou o nome e documento do Autor, passando a receber crédito e utilizar-se de talonário fornecidos pelas instituições, somente a estas é imputável a responsabilidade, pois que apenas elas poderiam se cercar dos cuidados necessários à realização do contrato e conseqüente concessão de crédito. 
				 Ademais, as instituições financeiras são sabedoras que tal fraude é comum e, ainda mais por esta razão, deveriam redobrar os cuidados na realização dos contratos, certificando-se de que as pessoas interessadas não estejam praticando atos ilícitos, que possam prejudicar terceiros de boa-fé, como no caso. 
				 Nem se alegue, ser legítimo o direito da requerida da inclusão no cadastro ou cobrança da dívida, pois não foi o Autor quem se utilizou dos cheques e do crédito, mas terceira pessoa usando seu nome, sendo que antes deste fato surge a mencionada culpa dos bancos em permitirem que outra pessoa utilizasse de artifício ardiloso. 
 				Nesse ínterim, deixando estas de aplicar os cuidados necessários para se evitar o previsível mal, fica descartada a invocação de caso fortuito ou de força maior, prevalecendo o dever de indenização do art. 186 do Código Civil. 
 				Convém trazer à baila julgados que norteiam-se o entendimento acima, qual seja, a responsabilidade civil da instituição financeira que, inadvertidamente, sem os cuidados necessários, deixa que infratores contraiam empréstimo em nome de terceiro. 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PRELIMINAR. FALTA DE PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. INOCORRÊNCIA. MÉRITO. ABERTURA FRAUDULENTA DE CONTA-BANCÁRIA. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. RISCO INERENTE À ATIVIDADE. DANO MORAL CONFIGURADO. RESTRIÇÃO CREDITÍCIA. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. APELO IMPROVIDO. 
A mera reiteração de argumentos anteriores, só por si, não viola o princípio da dialeticidade, salvo se deixar de guardar pertinência com os fundamentos da sentença objurgada. Por força do risco da atividade, o apelante tem o dever de analisar os documentos apresentados com cautela e conferir, adequadamente, a procedência e veracidade dos dados cadastrais, responsabilizando-se civilmente pela negligência de abertura de “conta fantasma”, praticada por terceiro. Comprovada a conduta ilícita pela restrição creditícia do nome do apelado por débito inexistente, o dano moral mostra-se devido, cuja quantia deve ser arbitrada com base no princípio da proporcionalidade. (TJMT - APL 112191/2012; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Marcos José Martins de Siqueira; Julg. 24/04/2013; DJMT 17/05/2013; Pág. 26)
AÇÃO INDENIZATÓRIA. 
Contrato de abertura de conta corrente celebrado por terceiro desconhecido utilizando-se dos dados do autor Inscrição indevida dos dadosda vítima em cadastros de proteção ao crédito. DANO MORAL Cabível a condenação por danos morais decorrente de anotação indevida em cadastro de proteção ao crédito Anotações anteriores também reconhecidas ilegítimas Inaplicabilidade da Súmula nº 385, do STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO Devedores solidários Valor da condenação que concretamente corresponde a um sete avos do valor da condenação. Valor arbitrado em conformidade com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. RESPONSABILIDADE CIVIL Ocorrência de fraude por fragilidade do sistema bancário Responsabilidade da instituição financeira decorrente do risco do negócio Indenização devida Recursos desprovidos. (TJSP - APL 0005190-69.2009.8.26.0408; Ac. 6684704; Ourinhos; Décima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. João Batista Vilhena; Julg. 23/04/2013; DJESP 17/05/2013)
DUPLA. APELAÇÃO. DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS. DOCUMENTOS FRAUDULENTOS. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ÔNUS DA PROVA. DANO MORAL. QUANTUM. MAJORAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
1. Pacífico o entendimento de que a abertura de conta corrente por terceiro com a utilização de documentos falsificados a ensejar a negativação indevida do nome do consumidor, não afasta o direito deste à reparação por danos morais admitida a hipótese de que tal procedimento caracteriza ato ilícito que ocasiona vexame e angústia à pessoa do lesado, a independer da prova do prejuízo que decorre do próprio fato (in re ipsa). 2. Tratando-se de relação de consumo a responsabilidade do fornecedor é de natureza objetiva nos termos do art. 14, caput do CDC, prescindível a discussão quanto a existência de culpa. 3. Comprovado que o valor fixado na sentença a título de dano extrapatrimonial está aquém do quantum devido, posto em dissenso com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, imperativa sua majoração. 4. Concorde com as diretrizes estabelecidas no art. 20, §3º do CPC, não está a merecer reparo a honorária profissional arbitrada à guisa de sucumbência em 10% sobre o valor da condenação. Apelações cíveis conhecidas. Primeiro recurso provido. Segundo, desprovido. (TJGO - AC 0244703-86.2011.8.09.0174; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Stenka Isaac Neto; DJGO 14/05/2013)
APELAÇÃO CÍVEL (1) E (2). RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL. INCLUSÃO DO NOME DA AUTORA EM ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. INSURGÊNCIA CONTRA CONDENAÇÃO DA EMPRESA REQUERIDA AOS DANOS MORAIS CAUSADOS. INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS EM NOME DA AUTORA. DOCUMENTOS UTILIZADOS NA ABERTURA DA CONTA. FRAUDE. ATO ILÍCITO CONFIGURADO. DANOS MORAIS. CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PEDIDO DE MAJORAÇÃO. CABIMENTO. JUROS DE MORA. CORREÇÃO, EX OFFICIO. SÚMULA Nº 54 DO STJ. TERMO INICIAL. EVENTO DANOSO. REFORMA DA SENTENÇA A QUO. RECURSO DE APELAÇÃO (1) CONHECIDO E NÃO PROVIDO. RECURSO DE APELAÇÃO (2) CONHECIDO E PROVIDO. 
1. A inscrição indevida do nome da autora em cadastro de inadimplentes gera o dever de indenizar, ainda que o contrato tenha sido firmado por terceiro, que, mediante fraude, fez uso dos documentos da autora. 2. A inscrição indevida em cadastros restritivos de crédito dá azo à indenização por danos morais, independente da prova do dano. O abalo é puramente moral, e decorre apenas do agravo, dele se presumindo. (tjpr, acórdão nº 6547, 16ª Câmara Cível, Rel. Des. Paulo cezar bellio, j. 18/07/2007) 3. A fixação do valor de indenização por dano moral se orienta pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e deve se harmonizar com o necessário equilíbrio entre o dano e a reparação, sendo justa a majoração do valor arbitrado em sentença. (TJPR - ApCiv 0957501-3; Curitiba; Nona Câmara Cível; Rel. Des. Dartagnan Serpa Sa; DJPR 29/04/2013; Pág. 144)
				Não é preciso delongas, para avistar o prejuízo moral que a conduta atípica da Promovida trouxe ao Autor. 
				O Promovente, pessoa de boa formação, engenheiro e cotista de sociedade empresária, de ótima reputação, pagador de seus haveres sempre com merecido desvelo, nunca tendo, inclusive, episódio de negativação em seu historio financeiro, jamais poderia passar por tamanho sofrimento. 
 				Em permitir que terceiro viesse a formalizar pacto em nome da Autora, cominando na inserção do nome desta no rol de inadimplentes, a Requerida agiu abusando do direito de prestar as informações de seu banco de dados, merecendo, neste ínterim, a devida reprimenda condenatória judicial. Trata-se, dessarte, de ilícito objetivo, aferível independentemente de dolo ou culpa. 
 				
 				No plano do direito civil, para a configuração do dever de indenizar, segundo as lições de Caio Mário da Silva Pereira, faz-se necessário a concorrência dos seguintes fatores:
“ 	a) em primeiro lugar, a verificação de uma conduta antijurídica, que abrange comportamento contrário a direito, por comissão ou por omissão, sem necessidade de indagar se houve ou não o propósito de malfazer; b) em segundo lugar, a existência de um dano, tomada a expressão no sentido de lesão a um bem jurídico, seja este de ordem material ou imaterial, de natureza patrimonial ou não patrimonial; c) e em terceiro lugar, o estabelecimento de um nexo de causalidade entre um e outro, de forma a precisar-se que o dano decorre da conduta antijurídica, ou, em termos negativos, que sem a verificação do comportamento contrário a direito não teria havido o atentado ao bem jurídico.”(In, Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004, Vol. I. Pág. 661). 
 	A propósito reza a Legislação Substantiva Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. “
 				Ademais, aplicável ao caso sub examine a doutrina do “risco criado”(responsabilidade objetiva), que está posta no Código Civil, que assim prevê:
CÓDIGO CIVIL
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.					
 			
				Neste contexto, cumpre-nos evidenciar alguns julgados:
DIREITO DO CONSUMIDOR. COBRANÇA DE CRÉDITOS REALIZADA DE FORMA ABUSIVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. TEORIA DO RISCO DO NEGÓCIO. DANO MORAL CONFIGURADO. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO NEGADA. RECURSO IMPROVIDO. 
Trata-se de recurso interposto contra a r. sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais, a fim de condenar os réu ao pagamento do valor de R$8.000,00 (oito mil reais), a título de danos morais. O d. Juízo de Primeiro Grau entendeu que ""a conduta aqui demonstrada fere a dignidade da pessoa humana e deve ser rechaçada, posto que o abalo moral, a humilhação e o constrangimento restaram patenteados. Neste caso comprovado a pratica do ato ilícito e indene de dúvida e dano moral outro caminho não resta senão trilhar pela procedência do pedido indenizatório"". O recorrente, em síntese, alega a inexistência de ato ilícito e de danos morais, bem como se insurge contra o valor fixado para a reparação. A controvérsia deve ser solucionada sob o prisma do sistema jurídico autônomo instituído pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), que por sua vez regulamenta o direito fundamental de proteção do consumidor (art. 5º, XXXII, da Constituição Federal). A teoria do risco do negócio ou atividade é a base da responsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor, a qual harmoniza-se com o sistema de produção e consumo em massa, protegendo a parte mais frágil da relação jurídica. Nos termos do art. 14, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor, o ônus da prova, em caso de causa excludente de ilicitude, é do fornecedor/recorrente, o qual não demonstrou haver qualquer causaexcludente da responsabilização, capaz de romper com o nexo de causalidade entre suas condutas e o dano experimentado pela consumidora. Ainda assim, os documentos trazidos aos autos e as demais provas produzidas corroboram as alegações da recorrida. Nos Juizados Especiais, o juiz dirigirá o processo com liberdade para apreciar as provas produzidas e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica, conforme art. 5º, da Lei n. 9.099/1995. Quanto ao dano moral, restou patente que houve violação aos direitos da personalidade da consumidora, pois experimentou constrangimentos, humilhações, transtornos e aborrecimentos, em razão das constantes cobranças ameaçadoras que recebeu por telefone. Quanto ao valor fixado, esclareça-se que a tarifação do dano moral atenta contra a efetiva reparação da vítima. Para fixação do valor da reparação do dano moral, o operador do direito deve observar as suas diversas finalidades, que concorrem simultaneamente, e os seus critérios gerais e específicos, de modo a atender ao princípio da reparação integral, expresso no art. 5º, V, da Constituição Federal de 1988 e no art. 6, VI, do Código de Defesa do Consumidor. A primeira finalidade da reparação do dano moral versa sobre a função compensatória, caracterizada como um meio de satisfação da vítima em razão da privação ou violação de seus direitos da personalidade. Nesse momento, o sistema jurídico considera a repercussão do ato ilícito em relação à vítima. A segunda finalidade refere-se ao caráter punitivo, em que o sistema jurídico responde ao agente causador do dano, sancionando-o com o dever de reparar a ofensa imaterial com parte de seu patrimônio. A terceira finalidade da reparação do dano moral relaciona-se ao aspecto preventivo, entendido como uma medida de desestímulo e intimidação do ofensor, mas com o inequívoco propósito de alcançar todos integrantes da coletividade, alertando-os e desestimulando-os da prática de semelhantes ilicitudes. O quantum a ser fixado deverá observar, ainda, os critérios gerais da equidade, proporcionalidade e razoabilidade, bem como atender a critérios específicos, tais como o grau de culpa do agente, o potencial econômico e características pessoais das partes, a repercussão do fato no meio social e a natureza do direito violado, esclarecendo-se que o valor do dano moral não pode promover o enriquecimento ilícito da vítima e não deve ser ínfimo a ponto de aviltar o direito da personalidade violado. O valor fixado de R$8.000,00 (oito mil reais) não pode ser tido como excessivo, considerando-se o potencial econômico e gravidade da conduta do recorrente. A r. sentença deve ser confirmada por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/1995. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e mantenho a r. sentença recorrida. Vencida a parte recorrente, deverá arcar com custas processuais e honorários advocatícios, em favor do autor, os quais fixo em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, a teor do art. 55 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Acórdão lavrado conforme o art. 46 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (TJDF - Rec 2012.07.1.032796-0; Ac. 676.846; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal; Rel. Juiz Hector Valverde Santana; DJDFTE 17/05/2013; Pág. 189)
Consumidor Responsabilidade pelo fato do serviço Acidente de consumo Instituição financeira que negativa indevidamente o nome do consumidor Vítima que não contratou com o fornecedor Dever sucessivo de reparar Configuração Responsabilidade objetiva Defeito do serviço Não-oferecimento ao consumidor da segurança esperada, quanto ao modo de prestação e aos riscos razoavelmente esperados Não-comprovação, pelo fornecedor, de conduta exclusiva do ofendido ou de terceiro Teoria do risco profissional Risco inerente à atividade de exploração econômica exercida Ocorrência de fortuito interno, que não afasta a imputação Dano moral Caracterização Súmula nº 479 do STJ: "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias" Violação do direito (da personalidade) à integridade psíquica (moral) do consumidor Lesão à honra objetiva Compensação de R$ 8.000,00 fixada na origem Adequação às peculiaridades do caso concreto, aos princípios da proporcionalidade-razoabilidade e da moderação, e às finalidades compensatória e pedagógico-preventivo-punitiva do dano moral Inaplicabilidade da Súmula nº 385 do E. STJ Inscrições anteriores que não são legítimas Sentença mantida RI-TJSP, art. 252 Recurso improvido. (TJSP - APL 0032184-54.2010.8.26.0003; Ac. 6713539; São Paulo; Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Luiz Antonio Costa; Julg. 08/05/2013; DJESP 15/05/2013)
III – DO VALOR DA CONDENAÇÃO ALMEJADA
 				Pelas normas de consumo, resulta expressa a adoção da responsabilidade civil objetiva, assim conceituada pela professora Maria Helena Diniz: 
" 	Na responsabilidade objetiva, a atividade que gerou o dano é lícita, mas causou perigo a outrem, de modo que aquele que a exerce, por ter a obrigação de velar para que dele não resulte prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo simples implemento do nexo causal. A vítima deverá pura e simplesmente demonstrar o nexo da causalidade entre o dano e a ação que o produziu" (in, Curso de Direito Civil Brasileiro. 24ª ed. Saraiva: 2010, 7º vol, p. 53). 
( destacamos )
 				De outro plano, o Código Civil estabeleceu-se a regra clara de que aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto. 
HhÁ 				
CÓDIGO CIVIL
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.
	
				Nesta esteira de raciocínio, emérito Julgador, cumpri-nos demonstrar a extensão do dano( e não o dano ). 
				Quanto ao valor da reparação, tocantemente ao dano moral, assevera Caio Mário da Silva Pereira, que: 
“Quando se cuida de reparar o dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças: `caráter punitivo` para que o causador do dano, pelo fato da condenação, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o `caráter compensatório` para a vítima, que receberá uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. “ (PEREIRA, Caio Mário da Silva (atualizador Gustavo Tepedino). Responsabilidade Civil. 10ª Ed. Rio de Janeiro: GZ Ed, 2012, p. 78)
(destacamos)
				Nesse mesmo compasso de entendimento, leciona Arnaldo Rizzardo que:
“Não existe uma previsão na lei sobre a quantia a ser ficada ou arbitrada. No entanto, consolidaram-se alguns critérios.
Domina a teoria do duplo caráter da repação, que se estabelece na finalidade da digna compensação pelo mal sofrido e de uma correta punição do causador do ato. Devem preponderar, ainda, as situaões especiais que envolvem o caso, e assim a gravidade do dano, a intensidade da culpa, a posição social das partes, a condição econômica dos envolvidos, a vida pregressa da pessoa que tem o título protestado ou o nome negativado. “ (RIZZARDO, Arnaldo. Responsabilidade Civil. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Forense, 2009, p. 261)
				No caso em debate, ficou cabalmente demonstrada a ilicitude do defeito na prestação do serviço, o que não se pode negar que este fato trouxe à mesma forte constrangimento, angústia e humilhação, capazes, por si só, de acarretar dano moral de ordem subjetiva e objetiva. 
 				Desta maneira, o nexo causal ficou claríssimo. Logo, evidente está o dano moral suportado pela Autora, devendo-se tão-somente ser examinada a questão do quantum indenizatório. 
 				É certo que o problema da quantificação do valor econômico a ser reposto ao ofendido tem motivado intermináveis polêmicas, debates, até agora não havendo pacificação a respeito. De qualquer forma, doutrina e jurisprudênciasão pacíficas no sentido de que a fixação deve se dá com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também para que o valor não seja irrisório. 
 				Ademais, a indenização deve ser aplicada de forma casuística, supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo enfrentado pela ofendida, de forma que, em consonância com o princípio neminem laedere, inocorra o lucuplemento da vítima quanto a cominação de pena tão desarrazoada que não coíba o infrator de novos atos. 
 				O valor da indenização pelo dano moral, mais, não se configura um montante tarifado legalmente. A melhor doutrina reconhece que o sistema adotado pela legislação pátria é o sistema aberto, no qual o Órgão Julgador pode levar em consideração elementos essenciais, tais como as condições econômicas e sociais das partes, a gravidade da lesão e sua repercussão e as circunstâncias fáticas. Assim, a importância pecuniária deve ser capaz de produzir-lhe um estado tal de neutralização do sofrimento impingido, de forma a "compensar a sensação de dor" experimentada e representar uma satisfação, igualmente moral.
 				Anote-se, por oportuno que não se pode olvidar que a presente ação, nos dias atuais, não se restringe a ser apenas compensatória; vai mais além, é verdadeiramente sancionatória, na medida em que o valor fixado a título de indenização reveste-se de pena civil.
				Não precisamos ir longe para compreendermos o potencial financeiro da Promovida, sobretudo quando figura como uma das grandes instituições financeiras do País. 
IV – PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DA TUTELA
O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a antecipação de tutela “existindo prova inequívoca” e “dano irreparável ou de difícil reparação”:
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - ...
§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.
 				
Há nos autos “prova inequívoca” da ilicitude cometida pela Ré, fartamente comprovada por documento imersos nesta pendenga, maiormente com os comprovantes de inserção do nome da Autora nos órgãos de restrições. 
				Há, outrossim, fundado receio de dano irreparável, porquanto a Autora, encontra-se como seu nome inserto no órgãos de restrições, o que lhes vem trazendo seqüelas de irreparáveis, sobretudo no campo profissional (quando está impedida de obter novos trabalhos, visto que, em regra, as empresas consultam antes os órgãos de restrições antes de admitir o empregado); no campo financeiro (porquanto encontra-se impedida de obter novos empréstimos e sequer conseguir um talonário de cheque, por uma questão de procedimento interno do banco que tem conta corrente) e na seara emocional (jamais terá de volta a paz e a tranqüilidade que antes a tinha, quando não tinha seu nome “negativado” nos órgãos de restrições). 
A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a Ré, se vencedora na lide, poderá incluir o nome da Autora junto aos órgãos de restrições.
 				
				Diante disso, o Autor vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária, tutela antecipada no sentido de:
a) determinar que a Ré exclua, no prazo de cinco(5) dias, o nome da Promovente dos órgãos de restrições e de fornecer informações à Central de Risco do BACEN e CCF, bem com se abstenha de proceder a cobrança do contrato em debate, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00(mil reais). 
V- DOS PEDIDOS
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Indenizatória, o Autor requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Determinar a citação da Requerida, por carta, com AR, instando-a, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
b) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES os pedidos formulados na presente ação, reconhecendo a ausência de relação jurídica entre o Autor e a Ré, maiormente quanto ao contrato nº. 001122, anulando-o, e, passo seguinte, condenar a Promovida a pagar indenização por danos morais sofridos pelo Promovente, a ser estipulado por Vossa Excelência por equidade; 
c) que a Ré seja condenada, por definitivo, a não inserir o nome do Autor junto aos órgãos de restrições, bem como a não promover informações à Central de Risco do BACEN e, mais, ao CCF, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1.000,00(mil reais), consoante regra do art. 461, § 4º, do CPC;
d) que todos os valores acima pleiteados sejam corrigidos monetariamente, conforme abaixo evidenciado:
Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. 
e) seja a Requerida condenada ao pagamento de honorários de 20%(vinte por cento) sobre o valor da condenação, mormente levando-se em conta o trabalho profissional desenvolvido pelo patrono do Autor, além do pagamento de custas e despesas, tudo também devidamente corrigido.
			 		Protesta prova o alegado por todos os meios admissíveis em direito, assegurados pela Lei Fundamental(art. 5º, inciso LV, da C.Fed.), notadamente pelos depoimentos dos réus, pena de tornarem-se confitentes fictos, oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore, junta posterior de documentos como contraprova, perícia, tudo de logo requerido.
			 		Atribui-se a presente Ação o valor estimativo de R$ _________________. 
 						Respeitosamente, pede deferimento.
				 
 RIBEIRÃO PRETO/SP, __ de ___ de ____.
				 Advogado – OAB/UF nº
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