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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ Matemática Aplicada à Engenharia- 2 o Semestre de 2014 Roteiro 3: EDO Lineares de Primeira Ordem - Técnicas de Solução Objetivos: Determinação de soluções de uma EDO linear de primeira ordem. (1) Solução Por integração Direta Vimos que uma EDO de 1 a Ordem tem a forma normal: )y,x(f dx dy . (1) Suponha que f(x, y) = f(x), a função f não depende da variável desconhecida y, isto é: )x(f dx dy . (2) Nesse caso particular, para achar soluções de (1), basta integrar diretamente, isto é: dx)x(fdy e então, cdx)x(fy (3) é a solução geral da EDO linear (2). Exemplo: A solução geral da EDO senx dx dy é dada por: y sendx cos x C . Problema 1: Determine as soluções das EDO lineares de primeira ordem: (a) x2e1 dx dy ; (b) 2/12 9x x dx dy , y(4) =2. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ Aplicação: Análise do movimento de uma partícula ao longo de uma reta. O movimento de uma partícula ao longo de uma reta é descrito por sua função posição, dada por: x = f(t) que fornece sua coordenada no instante t. A função velocidade da partícula, v(t) é definida como sendo a taxa de variação da posição em relação ao tempo, dada por: dt dx dt )t(df )t(v . (4) A função aceleração da partícula, a(t) é definida como sendo a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo, dada por: 2 2 dt xd dt )t(dv )t(a . (5) Para a determinação da posição, basta iniciar resolvendo a EDO linear (5), isto é: dt )t(dv a , para a constante, então: Catadt)t(v . (6) Mas v = vo se t = 0, então, C = vo. Portanto, a equação (6) se escreve como: ovat dt dx )t(v . (6) Uma segunda integração, gera: (6) Tomando t = 0, x = xo, obtém-se: 2o 2 o Ctvat 2 1 dtvatvdt)t(x UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ . (2) Solução de Equações Separáveis e Aplicações Uma EDO de 1 a Ordem, com variáveis separáveis é aquela que pode ser expressa da forma: dy M( x ) f ( x,y ) dx N( y ) (7) ou 0dx)x(Mdy)y(N (8) quando as variáveis x e y podem ser separadas, isto é, a equação (8) se escreve como: dx)x(Mdy)y(N . (9) Observe que quando N(y) = 1, a equação (8) se reduz a equação (2), )x(f dx dy . Para a obtenção da solução da equação diferencial (9), basta integrar essa equação diretamente, ou seja: Cdx)x(Mdy)y(N . (10) Para a determinação da solução, o que é necessário é que as primitivas dy)y(N)y(F e dx)x(M)x(G possam ser determinadas. Problema 2: Resolva os seguintes problemas de valor inicial: (a) xy6 dx dy , 7)0(y ; (b) y e dx dy x , 1)0(y ; (c) 1y6 xcosx dx dy 5 , 0)(y ; Problema 3: Resolva a EDO 1y3 1x dx dy x 2 2 2 . oo 2 xtvat 2 1 )t(fx UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ Observação: Quando não for possível a determinação explícita da função solução y(x), a equação encontrada é denominada de solução implícita da ED. Como a equação determinada depende de uma constante C, essa solução também é dita uma solução geral de (10). De forma análoga aos casos anteriores, problemas de valores iniciais também podem ser resolvidos e suas soluções particulares determinadas. Exemplo: Resolva o PVI 1y3 1x dx dy x 2 2 2 y(1) =2. Como do problema 3, C x 1 x y +y3 , fazendo x = 1 e y = 2 nessa equação, obtém- se C = 10 e então a solução particular desejada, definida implicitamente através da equação é: 10 x 1 x y +y3 . (11) Observação: Através de resoluções numéricas, soluções explícitas da equação (10) podem ser obtidas, para um valor específico de x. De fato, fazendo x = 2 em (11), obtém-se: 5,11y +y3 , cuja única solução é 10973,2y . Assim, foi obtida a solução do PVI 10973,2 y(2) . Problema 4: Resolva as EDO: (a) 1yx2 dx dy ; (b) 2y2xxy dx dy , 2)0(y ; Aplicação: Crescimento Populacional. Em março de 1987, a população mundial atingiu cinco bilhões, e estava crescendo à taxa de 380 mil pessoas por dia. Assumindo taxas de natalidade e mortandade constantes, para quando se deve esperar uma população mundial de 10 bilhões de pessoas? Solução do Problema: Determinação do Modelo Matemático A estimativa do crescimento de uma população visa tratar problemas tais como: uso correto de recursos públicos; programação de construção de postos de saúde; UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ planejamento da urbanização das cidades; melhor temporada para pesca; previsão da quantidades de pessoas no globo nas próximas décadas, etc.... Thomas Robert Malthus propôs o primeiro modelo matemático de estimativa da população mundial, publicado em 1798. Nesse modelo, Malthus considerou: p(t) o total da população de um país num instante t (de humanos,insetos, animais ou bactérias); Que num intervalo de tempo t o número de nascimentos e mortes são proporcionais ao tamanho da população e ao tamanho do intervalo, isto é: número de nascimentos = p(t)t, número de mortes = p(t)t sendo e os coeficientes de natalidade e mortandade respectivamente. Assim, p(t) = p(t +t) - p(t) = p(t)t - p(t)t = ( -)p(t)t, Portanto, )p(t) - ( t )t(p Tomando o limite quando t 0, obtém-se: p dt )t(dp (12) que é o modelo matemático para o crescimento populacional. Assim, a taxa de variação de uma população é proporcional à população em cada instante. A solução de (12) é dada por: t 0ep)t(p , p(0) = po. Observa-se que: (a) Se = , então p(t) = po e então a população não varia. Isso Significa que os índices de natalidade e mortalidade são iguais; (b) > , isto é, o índice de nascimento é maior que o de mortalidade, então a população cresce exponencialmente com o tempo; (c) < , isto é, o índice de nascimento é menor que o de mortalidade, então a população diminui e tende a extinção. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Bauru Departamento de Matemática – Faculdade de Ciências Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17033-360 Fone: 14 3103-6086 – Fax: 14 3103-6096 - e-mail: matematica@fc.unesp.br - site: http://www.fc.unesp.br/deptos/dm/ Figura 1: O crescimento populacional de Malthus Esse modelo não expressa a realidade do crescimento populacional, já que não mostrou eficiência para análise do crescimento em países desenvolvidos. Ele é eficiente em estimativas a curto prazo e em países do terceiro mundo e em populações de microrganismos em períodos limitados de tempo, mas falha exatamente por prever crescimentos populacionais cada vez maiores. Malthus sustentava que existem fatores inibidores tais como fome, guerra, condições sanitárias, miséria, situações de poluição ambiental que vão interferir no crescimento populacional após um limite de subsistência, e então não mais haveria crescimento. Levando esses fatores inibidores em conta, em 1837 Verhulst propõe outro modelo com esse fator de correção. Problema 5: Encontre a solução do Problema Proposto, sendo que a medida da população p(t) é em bilhões e o tempo t em anos. 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 10 20 30 40 50 60 70 80 X: 0.761 Y: 45.81 alpha = 4 beta = 2 po = 10 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 alpha = 2 beta = 4 po = 10
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