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Psicometria Prof. Ms. Cindy Morão cindy@morao.com.br Testagem é igual Avaliação? Testagem: aplicação de testes Avaliação: processo complexo Testes psicométricos: O que é Psicometria? Construção, adaptação e adequação dos instrumentos. Evidências de validade e fidedignidade. Normatização Distribuição Normal Escore Bruto Total de pontos na tarefa Não representa o resultado do sujeito em comparação a sujeitos de mesma escolaridade e idade Escore Ponderado/Padrão Total de pontos comparado a sujeitos de mesma escolaridade e idade Mostra a classificação e desempenho do sujeito Normas Referência normativa – significado de acordo com escores do grupo Normas: Normas intragrupo, utiliza-se amostra normativa Normas intragrupo – referência é o desenvolvimento humano Amostra normativa – grupo que é utilizado como referencial – desempenho típico da característica (importância de grupos clínicos) Amostra Normativa Representativa da amostra que foi construída Ex: teste que avalia engajamento no trabalho de adultos brasileiros Sujeitos adultos Trabalham Representantes das 5 regiões do Brasil Tamanho da amostra Tem que garantir estabilidade Existe uma maneira estatística de calcular amostra Geralmente centenas – grupos clínicos Milhares - população em geral Amostra “A amostragem será probabilística se todos os elementos da população tiverem probabilidade conhecida. Caso contrário, a amostragem será não-probabilística.” Métodos Probabilísticos Aleatória Simples; Sistemática; Estratificada; Áreas Conglomerados; Amostragem Aleatória Simples Dado um conjunto, enumeramos seus elementos e realizamos um sorteio, os elementos sorteados constituirão nossa amostra. Podem ser com ou sem repetição dos elementos Amostragem Sistemática Dado um conjunto de elementos ordenados retiramos periodicamente um elemento para a amostra. Ex.: Linhas de montagem Amostragem Estratificada Quando uma população pode ser dividida em subgrupos (estratos) que são mais ou menos homogêneos. Após a determinação dos estratos, seleciona-se uma amostra aleatória simples de cada estrato. Amostragem por áreas A população é dividida em áreas, a partir das áreas coletaremos as amostras. Amostragem por conglomerados “A população é dividida em conglomerados, onde cada conglomerado é representativo da população. Métodos Não Probabilísticos Acidental; Julgamento ou Intencional; Quotas; Generalização é cercada de cuidados! Amostragem Acidental (Conveniência) “Os elementos da amostra são escolhidos por serem os mais acessíveis ou fáceis de serem avaliados.” No Brasil não se pode pagar para os participantes! Amostragem Julgamento ou intencional “Consiste na escolha dos elementos da amostra por um especialista no assunto, que seleciona os elementos que julga os mais apropriados e representativos para o estudo em questão.” Amostragem por Quotas Análogo ao método de amostragem estratificada, porém sem a aleatoriedade das amostras. Normalmente escolhidos por conveniência. Ex.: Pesquisas de intenção de voto Nada é perfeito A margem de erro é uma estatística que expressa a quantidade de erro de amostragem em um resultado de uma pesquisa. Quanto maior a margem de erro, menos confiança temos que os resultados da pesquisa correspondam aos valores "verdadeiros"; ou seja, os valores para a população inteira. Normas Satepsi exige : Normas no manual do teste Novos estudos com certa periodicidade – características da população podem sofrer alterações com o passar dos anos Como as normas são expressas? Escore Padrão Z score = escore bruto – média da amostra DP normativo Verifica quanto o escore desviou da média em DP *1DP para mais ou menos – médio superior / m. inferior ** 2DP é estatisticamente significativo (critérios CID/DSM) Z= -1,48 – sujeito está 1,48 DP abaixo da média Z score – Problema Prático Foi aplicada uma prova em 2 escolas, mas, na escola A, a média dos alunos foi 50 e DP 10. Já na escola B, a média foi 40, mas o desvio padrão foi também 10. Um aluno da escola A recebeu nota 45. Na escola B, o outro aluno recebeu um escore de 35. Ajude os avaliadores a decidir qual dos dois alunos se saiu melhor na prova. Z score = escore bruto – média da amostra DP normativo Z score – Problema Prático Priscila tirou 16 pontos brutos num teste de inteligência. A média do teste é 12 e o desvio padrão 2. Priscila está dentro da média? Z score = escore bruto – média da amostra DP normativo Z score = Cálculo através da média e desvio padrão Outros escores ponderados Mais conveniente para pesquisador, evitando n° negativos T score = 50+10 z QI ou Pontuação Padrão = 100 + 16 z Média Desvio Padrão (DP) Problema prático Num relatório devemos utilizar a mesma nomenclatura (sempre escore t, sempre percentil, enfim... Devemos referenciar de uma única forma os escores ponderados). Diante disso, converta tudo para escore T: Z score = -1 QI = 100 Z score = Cálculo através da média e desvio padrão Tipos de normas Normas de idade mental Normas de série Normas de estágio de desenvolvimento Sexo Classe socioeconômica Exemplo de normas UM CASO DE DIAGNÓSTICO TARDIO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 35 História Clínica Dados de Identificação: M.F.C., sexo feminino, 42 anos, analfabeta, dona de casa. História Clínica Pregressa: Gestação e parto – Não soube descrever Mãe da paciente foi moradora de rua Desistiu da escola – não conseguiu aprender a ler e a escrever Aos 19 anos engravidou da sua filha (D.I moderada – QI = 40) Aos 22 anos engravidou do seu filho (desenvolvimento cognitivo dentro do esperado, segundo o marido) Apresenta hipotensão Não faz acompanhamento médico Não faz uso de medicação Não tem queixas relacionadas à saúde Queixas Encaminhada pela médica da UBS por suspeita de D.I moderada Déficits cognitivos e características faciais dismórficas Não tem autonomia (não é alfabetizada, não sabe fazer cálculos simples, não sabe andar sozinha na rua, não sabe lidar com dinheiro) Dependência do marido Comprometimento da linguagem expressiva e receptiva Metodologia Entrevista aberta com o acompanhante (marido) Avaliação do comportamento adaptativo através da ABAS II (Adaptative Behavior Assessment System) traduzida e adaptada Avaliação cognitiva através da WAIS – III (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos). Resultados da avaliação Comprometimento significativo em cinco das nove áreas avaliadas no ABAS II Comunicação Uso comunitário Acadêmico funcional Saúde e segurança Auto-direcionamento Resultado da Avaliação Cognitiva WAIS-III Q.I / Índice fatorial Intervalo de Confiança Desempenho QIT 66 61-73 Extremamente baixo QIV 65 60-72 Extremamente baixo QIE 71 63-83 Limítrofe ICV 75 68-84 Limítrofe IOP 74 64-87 Limítrofe IMO 60 52-72 Extremamente baixo IVP 71 63-83 Limítrofe Resultado da Avaliação Cognitiva Subtestes da WAIS III Escore Bruto Escore Ponderado Completar figuras 2 6 Vocabulário 9 4 Códigos 0 4 Semelhanças 0 6 Cubos 4 5 Aritmética 2 3 Raciocínio Matricial 0 5 Dígitos 0 1 Informação 1 6 Arranjo de Figuras 0 6 Compreensão 2 4 Procurar Símbolos 0 5 Números e letras 0 4 Perfil de Desempenho Apesar de motivada para as tarefas, apresentou desempenho global prejudicado Esfera verbal: comprometimento nos conhecimentos gerais aprendidos via escolaridade, raciocínio lógico matemático, vocabulário, normas sociais e na amplitude atencional. Não compreendeu as instruções dos subtestes que requeriam pensamento abstrato e memória operacional. Esfera de execução: prejuízo em tarefas que envolviam planejamento viso-espacial e viso-construtivo. Não compreendeu as instruções dos subtestesque exigiam capacidade de raciocínio lógico temporal ecoordenação visomotora e velocidade perceptual. Funcionamento cognitivo compatível com Deficiência Intelectual. Hipótese Etiológica e Orientações A paciente apresenta características faciais dismórficas e sua filha apresenta deficiência intelectual moderada, o que sugere possível síndrome genética Ambiente familiar e social podem ter influenciado o quadro apresentado Avaliação genética e orientação com assistente social (orientação de benefícios/direitos) Discussão Mãe x Filha - Comportamento adaptativo, avaliação clínica médica , impressão do marido e desempenho na testagem. Subtestes do WISC-III PontBrutos Pontos Ponderados Aritmética 9 1 Completar Fig. 7 1 Informação 8 3 Códigos 32 5 Semelhanças 0 1 Cubos 6 3 Vocabulário 7 1 Armar Objetos 4 2 Compreensão 5 1 Arranjo de Figuras 7 2 Procurar Símbolos 20 8 Dígitos 9 6 Discussão As dificuldades encontradas referem-se à interpretação das pontuações obtidas na WAIS – III A paciente acertou apenas um item do subteste Informação e não conseguiu compreender as instruções de diversos (Códigos, Semelhanças, Raciocínio Matricial, Dígitos, Arranjo de Figuras, Procurar Símbolos e Sequência de Número e Letras) e, mesmo assim, apresentou pontuação ponderada menor do que dois desvios padrões abaixo da média. Subtestes da WAIS III Escore Bruto Escore Ponderado Completar figuras 2 6 Vocabulário 9 4 Códigos 0 4 Semelhanças 0 6 Cubos 4 5 Aritmética 2 3 Raciocínio Matricial 0 5 Dígitos 0 1 Informação 1 6 Arranjo de Figuras 0 6 Compreensão 2 4 Procurar Símbolos 0 5 Números e letras 0 4 Discussão 46 Discussão Bracken (2007) sugere que o examinador deve garantir que o subteste que tem um escore bruto mínimo (chão), tenha um escore ponderado adequado. Para isso, deve-se verificar se a pontuação ponderada é igual ou maior do que dois desvios padrões abaixo da média (maior do que 4 pontos ponderados). Caso isso não aconteça, o subteste não consegue detectar atrasos significativos, como a deficiência intelectual. Discussão WAIS – III: pode não ser sensível para avaliar grupos clínicos com deficiência intelectual Subtestes Escore Bruto mínimo Escores Ponderados 16-17 18-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-64 65-89 CF 1 2 3 3 4 6 6 6 6 Vocabulário 2 1 1 1 3 3 3 3 3 Código 1 1 1 2 3 4 5 5 5 Semelhanças 2 5 5 5 5 6 6 7 7 Cubos 2 4 3 4 4 5 6 5 6 Aritmética 1 2 2 3 2 2 3 3 3 Rac.Matríc. 1 4 4 4 5 5 6 5 6 Dígitos 2 1 3 3 3 2 4 3 3 Informação 1 4 5 5 5 6 6 6 6 Arranjo Fig 2 6 6 6 6 7 8 7 8 Compreens. 1 4 4 2 2 3 3 2 3 Proc.Simb 1 2 2 3 3 5 6 6 6 S NL 3 5 4 5 6 6 6 7 7 A.Objetos 5 3 3 4 4 5 6 6 6 Referências Bracken, B. A (2007). Creating the optimal preschool testing situation. In B. A. Bracken & R. J Nagle (Eds), Psychoeducational assessment of preschool children (4th ed., pp. 137-153). Hutz et al. (2016). Psicometria. São Paulo. Ed. Artmed Wechesler, D. (2004). WAIS-III: Escala de Inteligência Wechsler para Adultos: Manual. São Paulo: Casa do Psicólogo.
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