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Patologias do Sistema Nervoso Desmielinizantes e neurodegenerativas Prof. Tércio Lemos de Morais E-mail: Terciotms@uni9.pro.br Doença desmielinizante • Esclerose Múltipla • Doença crônica que acomete adultos e jovens. • Mulheres brancas de 20 a 50 anos. • Característica: caracteriza-se por múltiplas áreas de inflamação, desminielização e esclerose na substancia branca do SNC. • Cérebro • Medula vertebral Doença desmielinizante • Fisiopatologia: • Doença autoimune Doença desmielinizante Doença desmielinizante Doença desmielinizante • Fisiopatologia • As concentrações das lesões estão relacionadas à liberação de mediadores inflamatórios e proteínas plasmáticas. • Com a participação de linfócitos T: CD4 (nas lesões recentes) e CD8 (nas lesões avançadas). • As citocinas podem ser produzidas pelas células neurais e gliais do SNC ou podem passar da circulação periférica. O principal antígeno envolvido é a proteína básica de mielina. Esclerose múltipla Por tratar-se de uma doenças crônica e neurodegenerativa, o paciente tem uma perda do volume ou massa cerebral mais acentuada ao longo da vida. Fatores para a EM • Diversos fatores, isolados ou combinados. • Inicialmente existe uma susceptibilidade genética (embora não seja em 95% dos casos); • Fatores ambientais são fortes gatilhos, tais como: • Infecções na infância que gerem reações imunológicas • Baixa exposição solar ate os 15 anos e consequentemente falta de vit.D; • Def. do metabolismo da vit. D • Distúrbios hormonais Diagnóstico • RMN Um dos exames prioritários para o diagnóstico da esclerose múltipla. Diagnóstico •Protocolo • História Clínica: Primeiramente, o paciente é avaliado sobre seu histórico clínico e encaixe na epidemiologia da esclerose múltipla. • Ressonância magnética: Investiga o crânio e a medula espinhal do paciente. • Exame de líquor: Líquor é o líquido cefalorraquidiano. Ele tem contato direto com o cérebro e ajuda a identificar se há perfil inflamatório. • Exames de sangue: Diversos exames de sangue são importantes. • Exames de neurofisiologia: Avalia o transito elétrico. Isso porque nas lesões inflamadas o impulso elétrico é mais lento na EM. Tratamento A esclerose múltipla é uma doença caracterizada por surtos. Um surto é o aparecimento de um ou mais sintomas relacionados à esclerose múltipla por mais de 24h.1 Com o tratamento medicamentoso, os surtos tendem a diminuir e a levar mais tempo para aparecer. O tratamento pode ser feito com corticoide via oral ou endovenosa, havendo em alguns casos a necessidade de internação hospitalar Síndrome de Guillain-Barré Síndrome de Guillain-Barré • Epidemiologia Maior causa de paralisia facial generalizada no mundo com incidência anual de 1 a 4/100.000 habitantes e picos entre 20 e 40 anos de idade. Síndrome de Guillian-Barré Síndrome de Guillian-Barré Síndrome de Guillian-Barré • Fisiologia Os estímulos sensoriais e os estímulos motores são sinais elétricos que viajam pelo nosso sistema nervoso em direções opostas, passando sempre pelos nervos periféricos, medula espinhal e cérebro Se o paciente tiver alguma lesão em um desses 3 pontos do sistema nervoso, os sinais elétricos sofrerão uma interrupção e o paciente pode ter paralisias motores ou perda da sensibilidade. Síndrome de Guillain-Barré Síndrome de Guillain-Barré Na síndrome de Guillain-Barré, a lesão ocorre nos nervos periféricos motores que saem da medula espinhal e vão em direção aos músculos, sendo responsáveis por levar os comandos cerebrais para contração muscular. O cérebro executa uma ordem para os músculos, mas ela não chega até eles, tornando o paciente incapaz de mexer certos grupos musculares. Síndrome de Guillain-Barré • Porque surgem estes auto-anticorpos? Alguns microrganismos, como vírus ou bactérias, podem possuir proteínas semelhantes às presentes na bainha de mielina, causando confusão em alguns anticorpos. A infecção mais comumente associada à SGB é pelo Campylobacter jejuni, uma bactéria que provoca gastroenterites. Síndrome de Guillain-Barré • Sintomas • Fraqueza muscular – inicialmente nos membros inferiores; • Em questão de horas ou dias essa fraqueza sobe para os MMSS; • Principal risco – acometimento dos músculos respiratórios e da face (provocando dificuldades para respirar, engolir e manter as vias aéreas abertas. • 30% dos pacientes com SGB precisam de um respirador artificial Síndrome de Guillain-Barré • Prognóstico • Progride por duas semanas, mantém-se estável por mais duas e, então, começa a regredir, um processo que pode durar várias semanas (ou meses) até a recuperação total. • Em alguns pacientes, progride tão lentamente que a doença começa a regredir antes mesmo de chegar à parte superior do corpo. Estes são os casos de melhor prognóstico e menor risco de sequelas. Síndrome de Guillain-Barré • Diagnóstico Os anticorpos que podem ser pesquisados no sangue são: anti- GQ1b, GM1, GD1a, GalNac- GD1a, GD1, GT1a, GD1b. Síndrome de Guillain-Barré • Tratamento • O tratamento se baseia em duas terapêuticas: • Plasmaférese – Uma espécie de hemodiálise na qual é possível filtrar os auto- anticorpos que estão atacando a bainha de mielina. • Imunoglobulinas – Injeção de anticorpos contra os auto-anticorpos que estão atacando a bainha de mielina. Doença de Alzheimer (Mal de Alzheimer) Doenças Neurodegenerativas Doença de Alzheimer Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e as estimativas indicam que serão 1 bilhão em 2025. Doença de Alzheimer • Frequência no Brasil Idade Prevalência (%) 65 – 69 1,6 70 – 74 3,2 75 – 79 7,9 80 – 84 15,1 85 + 38,9 Herrera Jr E et al, 2002 Doença de Alzheimer • Conceito A Doença de Alzheimer (DA), é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível, que começa de forma insidiosa e se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e distúrbios do comportamento e afeto. Doença de Alzheimer • É a forma mais comum de demência • Não existe cura para a doença, a qual se agrava progressivamente ate que eventualmente leva à morte. Doença de Alzheimer Provoca mudanças nas áreas do cérebro que controlam a memória e o raciocínio. É por este motivo que as pessoas portadoras da doença de Alzheimer tem dificuldade para viver um vida normal Fisiopatologia • A degeneração progressiva dos neurônios e sinapses estão relacionadas a diminuição do neurotransmissor acetilcolina observada na Doença de Alzheimer • Acetilcolina é um importante neurotransmissor cerebral envolvido na memória em determinadas regiões cerebrais • Hipocampo, córtex cerebral e amígdala Caixeta L. 2006 Brito Marques PR. 2006 Feldman HH. 2007 Mayeux R, Sano M, et al. 1999 Doença de Alzheimer Placas beta-amiloide Doença de Alzheimer – Sintomas • Primeira manifestação clinica: perda de memória recente • Perda gradual da memória • Declínio no desempenho para tarefas cotidianas • Diminuição do senso crítico • Desorientação temporal e espacial • Mudança na personalidade • Dificuldade no aprendizado • Dificuldades na área da comunicação. Doença de Alzheimer - Diagnóstico • Exclusão de patologias com os mesmos sintomas demenciais • Doença da tireóide; AVE; Hipovitaminoses; Hidrocefalia; Efeitos colaterais de medicamentos; Depressão; Desidratação; Tumores cerebrais. • Avaliação Neuro-psicológica: Testes reveladores de alterações cognitivas de comportamento e dificuldades nos vários aspectos do dia-a-dia. • Ressonância magnética– imagem detalhada da estrutura cerebral • Biopsia do tecido cerebral: exame que confirma a doença, não é realizada quando o doente esta vivo. Doença de Alzheimer – Tratamento • Inibidores da acetilcolinesterase • Tacrina • Donepezil • Rivastigmina • Galantamina • Inibidores da BACE - São duas proteases que fracionam o precursor da proteína amiloide (geradora da proteína Beta amiloide). • Imunoterapia - Outra forma de combater a formação das placas é estimular o sistema imunológico para destruir a formação beta-amiloide. Cientistas desenvolveram uma vacina que introduz essa proteína na corrente sanguínea para que haja formação de anticorpos capazes de destruírem as placas. Doença de Parkinson Descrita pela primeira vez em 1817 médico inglês James Parkinson (1755-1824) Doença de Parkinson A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Doença de Parkinson É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas) Doença de Parkinson • Dopamina Neurotransmissor produzido na parte compacta da substancia negra, e no Parkinson esta em déficit pela ação neurodegenerativa. Doença de Parkinson Doença de Parkinson – Causas • O fator genético exerce influência, mas em números, é pouco representativo neste mal. • Outros fatores, são: • Uso exagerado e contínuo de medicamentos – Cinarizina (usado para aliviar tonturas e melhorar a memória); • TCE (predisposição os lutadores de boxe); • AVE isquêmico ( quando ocorre na artéria que leva sangue para a região que produz a dopamina) as células param de funcionar; • Frequentar ambientes tóxicos – industrias de manganês (baterias), derivados de petróleo e inseticidas. Doença de Parkinson – Sintomas • Tremor - a mão ou o braço treme; • Rigidez: acontece porque os músculos não recebem ordem para relaxar. Pode causar dores musculares e postura encurvada. • Bradicinesia: movimentos lentos; • Alteração no equilíbrio: a pessoa anda com a postura levemente curvada para frente, • Voz: a pessoa passa a falar baixo e de maneira monótona. • Escrita: a caligrafia torna-se tremida e pequena. • Sistema Digestivo e Urinário: Deglutição e mastigação podem estar comprometidas. • Determinados movimentos involuntários automáticos, são gradualmente abolidos durante a evolução da DP. As pálpebras, por exemplo, ficam indolentes, piscando cada vez menos. • Depressão e déficit cognitivo: A depressão é um sintoma bastante frequente (relacionado a redução da serotonina) Doença de Parkinson – Tratamento • Podemos dividir: • Medidas não-farmacológicas: • Educação – natureza de sua doença • Tratamento de suporte: Suporte psicológico e familiar • Exercício: manter um estado de funcionamento muscular e osteo-articular conveniente; • Nutrição: Desnutrição e perda de peso são observados em grande parcela dos pacientes • (2) medidas farmacológicas • (3) tratamento cirúrgico. • Medidas farmacológicas: • Selegilina • Amantadina • Anticolinérgicos • Levodopa – principal forma de tratamento do Parkinson; • Agonistas dopaminérgicos. • Tratamento cirúrgicos • São procedimentos cirúrgicos executados para tratar tremor, rigidez e bradicinesia, com graus variáveis de sucesso. Doença de Huntington Descrito pelo médico norte-americano George Huntington em 1872. Doença de Huntington • Conceito A doença de Huntington é uma doença hereditária que provoca a degeneração progressiva de células nervosas do cérebro. Doença de Huntington • Passa dos pais para os filhos. • Afeta o cérebro em todas as raças em todo o mundo. • Causa demência muito grave, podendo levar a morte. • Sintomas depois dos 40 anos e próximo dos 50 anos de idade. Doença de Huntington Sintomas • Distúrbios cognitivos: • Dificuldade em organizar, priorizar ou focar determinadas tarefas • Tendência em ficar preso a um pensamento, comportamento ou ação específicos. • Impulsividade • Promiscuidade sexual • Falta de consciência em relação aos próprios comportamentos e capacidades • Lentidão de pensamento e, muitas vezes, dificuldade em estabelecer uma linha de raciocínio e exprimi-la • Dificuldade de aprendizagem e de guardar novas informações. • Distúrbios psiquiátricos • Irritabilidade • Tristeza • Apatia emocional • Retraimento social • Insônia • Fadiga e perda de energia • Pensamentos frequentes de morte ou suicídio. • Transtorno obsessivocompulsivo (TOC) • Mania, que pode levar à hiperatividade, comportamento impulsivo e autoestima elevada Diagnóstico • Na consulta médica • Clínico geral • Neurologista • Geneticista • Pediatra • Psiquiatra • Psicólogo. Tratamento Nenhum tratamento disponível hoje pode alterar o curso da doença de Huntington. Apesar disso, os medicamentos existentes são capazes de diminuir os sintomas, especialmente os relacionados a movimentos e transtornos psiquiátricos. Doença Neuromuscular Miastenia Gravis É uma doença neuromuscular que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. • Autoimune • Crônica • Não hereditária Miastenia Gravis • Etiologia • Caracterizada pelo funcionamento anormal da junção neuromuscular que acarreta episódios de fraqueza muscular. • O sistema imune produz anticorpos que atacam os receptores localizados no lado muscular da junção neuromuscular. Miastenia Gravis Miastenia Gravis Os anticorpos circulam no sangue e as mães com miastenia grave podem passá-los ao feto através da placenta. Essa transferência de anticorpos produz a miastenia neonatal, na qual o recém-nascido apresenta fraqueza muscular, que desaparece alguns dias ou algumas semanas após o nascimento. Miastenia Gravis – Sintomas • Fraqueza muscular grave ou generalizada: • Fraqueza dos músculos dos olhos; • Músculos da deglutição, fonação e mastigação • Uma crise miastênica começa com dificuldade para respirar, que não responde a medicamentos e necessita ser hospitalizada para assistência respiratória. • A crise pode ser desencadeada pelo estresse emocional, infecção, atividade física, menstruação, gravidez, reação adversa a certos medicamentos, acidente, etc Miastenia Gravis – Tratamento • Inibidores da enzima colinesterase, que agem na junção neuromuscular; • Imunossupressores, inibidores do sistema imunológico FIM
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