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TEXTO 3
CONCEITOS BÁSICOS DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Para a compreensão do desenvolvimento do ser humano este deve ser apreendido em todos os seus aspectos: físico-motor, cognitivo, afetivo-emocional e social desde o nascimento até a morte.
Assim, o desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais. Estas são formas de organização da atividade mental que se vão aperfeiçoando e solidificando até o momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, vida afetiva e relações sociais.
Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. Por exemplo, a motivação está sempre presente como desencadeadora da ação, seja por necessidades fisiológicas, seja por necessidades afetivas ou intelectuais. Essas estruturas mentais que permanecem garantem a continuidade do desenvolvimento. Outras estruturas são substituídas a cada nova fase da vida do indivíduo. Por exemplo, a moral da obediência da criança pequena é substituída pela autonomia moral do adolescente ou, outro exemplo, a noção de que o objeto existe só quando a criança o vê (antes dos 2 anos) é substituída, posteriormente, pela capacidade de atribuir ao objeto sua conservação, mesmo quando ele não está presente no seu campo visual.
O que vem a ser desenvolvimento, crescimento, o que há de comum entre os dois e o que os distingue?
DESENVOLVIMENTO refere-se a: Crescimento, evolução, progresso, mudança, movimento.
O DESENVOLVIMENTO HUMANO abrange os aspectos:
BIOLÓGICO
AFETIVO-EMOCIONAL
SOCIAL
INTELECTUAL
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO:
“Desenvolvimento compreende todas as transformações que sofre um organismo, desde o momento em que é concebido, até a morte, no sentido de progresso e aquisição de capacidades mais amplas” (TELES, Mª L. Silveira. Psicodinâmica do desenvolvimento humano: uma introdução à Psicologia da Educação, 9ª edição, Petrópolis: Vozes, 2001).
DIFERENÇA ENTRE DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO:
O desenvolvimento envolve o crescimento. Crescimento é mais restrito, refere-se principalmente ao acréscimo da massa corporal.
O Desenvolvimento é contínuo, intercalado por períodos críticos (fatos acelerados).
Quais são os princípios que regem o desenvolvimento humano?
DIRECIONAL: faz com que o desenvolvimento de dê nas direções: céfalo-caudal (da cabeça para os pés) epróximo-distal: do centro para as periferias;
ASSIMETRIA: o desenvolvimento dá-se de modo distinto, em cada lado do corpo;
AUTONOMIA FUNCIONAL: garante o suprimento das necessidades pelo próprio organismo;
DA INTERRELAÇÃO PROGRESSIVA: faz com que o desenvolvimento siga uma seqüência ordenada, passando de estágios cada vez mais avançados, implicando em aperfeiçoamentos progressivos;
DO DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO: implica em que o desenvolvimento dá-se de maneira contínua, embora não apresente um ritmo uniforme e nem padrões uniformes de um indivíduo para outro;
DA UNIDADE: segundo o qual o ser humano se desenvolve como um todo unificado.
O DESENVOLVIMENTO é, ao mesmo tempo, QUANTITATIVO E QUALITATIVO.
ESQUEMATIZANDO...
OS FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO
Vários fatores indissociados e em permanente interação afetam todos os aspectos do desenvolvimento. São eles:
	Hereditariedade
	A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que encontra.
	Crescimento orgânico
	Refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização do esqueleto permitem ao individuo comportamentos e um domínio do mundo que antes não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança, quando começa a engatinhar e depois a andar, em relação a quando esta criança estava com alguns dias de vida.
	Maturação neurofisiológica
	É o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturação. Para segurar o lápis e manejá-lo como nós, é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança de 2, 3 anos não tem. Observe como ela segura o lápis.
	Meio
	O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade uma escada, porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida.
EM SÍNTESE ...
OS ASPECTOS BÁSICOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos:
	Aspecto físico-motor
	Refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, à capacidade de manipulação de objetos e de exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança leva a chupeta à boca ou consegue tomar a mamadeira sozinha, por volta dos 7 meses, porque já coordena os movimentos das mãos.
	Aspecto intelectual
	É a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, a criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está embaixo de um móvel ou o jovem que planeja seus gastos a partir de sua mesada ou salário.
	Aspecto afetivo-emocional
	É o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. É o sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplos: a vergonha que sentimos em algumas situações, o medo em outras, a alegria de rever um amigo querido.
	Aspecto social
	É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolve outras pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque, é possível observar algumas que espontaneamente buscam outras para brincar, a algumas que permanecem sozinhas.
Se analisarmos melhor um desses exemplos, vamos descobrir que todos os outros aspectos estão presentes em cada um dos casos. E é sempre assim. Não é possível encontrar um exemplo “puro”, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente. Por exemplo, uma criança tem dificuldades de aprendizagem, repete o ano, vai-se tornando cada vez mais “tímida” ou “agressiva”, com poucos amigos e, um dia, descobre-se que as dificuldades tinham origem em uma deficiência auditiva. Quando isso é corrigido, todo o quadro reverte-se. A história pode, também, não ter um final feliz, se os danos forem graves.
Todas as teorias do desenvolvimento humano partem do pressuposto de que esses quatro aspectos são indissociados, mas elas podem enfatizar aspectos diferentes, isto é, estudar o desenvolvimento global a partir da ênfase em um dos aspectos. A Psicanálise, por exemplo, estuda o desenvolvimento a partir do aspecto afetivo-emocional, isto é, do desenvolvimento da sexualidade. Jean Piaget enfatiza o desenvolvimento intelectual.
FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
	PRÉ-NATAL
	Período não-viável: que vai até os sete meses *
	
	Período viável: após os sete meses
	Ovo: até 15 dias
	
	
	Embrião: de 16 dias a 2 meses
	Feto: após 2 meses
	
	PÓS-NATAL: INFÂNCIA
	1ª Infância: de 0 a 03 anos
	
	2ª Infância: de 03 a 07 anos
	3ª Infância: de 07 a 12 anos
	
	ADOLESCÊNCIA
	Para as meninas: de 11/12 anos a 18/19 anos
	
	Para os meninos: de 13/14 anos a 20/21 anos
	ADULTA
	Após os 21 anos
*Atualmente existem muitos recursos técnico-científicos para tornar a viabilidade possível mais cedo nesse período.
TEXTO 4
Avaliando o desenvolvimento neurossensório-motor do aluno
Quando o professor tem diante de si um aluno que corre pela sala o tempo todo e não sabe pular amarelinha, ou uma criança que vê tudo o que se passa na sala e não sabe copiar do quadro, talvezpense que o aluno não quer estudar ou fazer a atividade.
Não é bem assim. Temos no corpo um sistema nervoso, um sistema sensorial e um sistema motor, interligados, interdependentes, responsáveis por todo o trabalho corporal.
Avaliar o perfil neurossensório-motor é perceber como está o desenvolvimento do sistema nervoso, do sistema sensorial, do sistema motor, não separadamente, mas em sua interligação. O perfil neurossensório-motor é o que resulta dessa interdependência.
Para avaliá-lo, precisa-se conhecer os elementos que o compõem: o esquema corporal, a lateralidade, a interação espacial, a orientação temporal, a coordenação dinâmico-manual, a coordenação visual-motora, o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento sensorial.
O ESQUEMA CORPORAL
O desenvolvimento neurossensóriomotor está em relação direta com o desenvolvimento escolar. Assim, a organização dos estudos, dos próprios cadernos, tem muito a ver com o esquema corporal.
Ter esquema corporal significa ter consciência do próprio corpo. Muitas vezes, o professor de pré-escola trabalha bastante o esquema corporal com bonecos e desenhos. A criança decora os nomes das partes do corpo, mas não possui consciência do seu próprio corpo.
Uma maneira simples de avaliar o esquema corporal é mandar desenhar a figura humana numa situação. Por exemplo, na escola, na família, em que a criança tenha de desenhar mais de uma figura.
O que o professor analisará?
Três pontos:
1. O que falta na figura e em qual figura falta.
2. Se a criança caracteriza as figuras diferenciando-as.
3. Onde se situam estas figuras dentro do desenho.
Por exemplo: figura sem mão, ou somente a criança sem mão, ou apenas ela com olhos; ou todas as figuras estereotipadas; ou porta fechada; figuras de fora, ou cada figura num cômodo da casa; ou a criança não consegue fazer uma figura completa, ou a figura está pontilhada.
O professor apenas registrará o fato, sem tirar inferências, ciente de que, ao desenvolver o esquema corporal, a criança poderá organizar seus cadernos e encontrar uma forma de estudar mais independente, porque o desenvolvimento escolar é conseqüência do desenvolvimento geral.
A LATERALIDADE
Da mesma forma que o desenvolvimento do esquema corporal poderá contribuir para a organização de estudos, a lateralidade bem desenvolvida contribui ao equilíbrio emocional, ao desenvolvimento da criatividade, à estética e limpeza, à capacidade de expressão.
E o que é lateralidade?
Muitos livros didáticos sintetizam a lateralidade em exercícios de direita e esquerda e acabam confundindo o professor quanto à profundidade do trabalho a desenvolver nesta questão.
Trabalhar a lateralidade é trabalhar principalmente o sistema nervoso. O cérebro se divide em dois hemisférios. O hemisfério esquerdo tem funções específicas, diferentes das do hemisfério direito.
O hemisfério esquerdo comanda todo o sistema motor do lado direito do corpo, e o hemisfério direito comanda o do lado esquerdo.
Trabalhar a lateralidade é trabalhar o comando, a interligação de sistemas; é trabalhar as funções de cada hemisfério.
As pessoas não são todas iguais. Há pessoas cujo hemisfério esquerdo desempenha as funções do direito, e vice-versa. São os canhotos.
Cabe ao professor, principalmente o das classes iniciais, descobrir a dominância da criança.
Como avaliar a lateralidade?
É possível uma primeira avaliação com uma atividade simples: dar um exercício com cinco tarefas diferentes para realizar com rapidez. Exemplo:
O professor põe sobre a mesa uma caixa com lápis de cor, folhas de papel, tesouras, e diz:
Vamos brincar! Vamos ver qual grupo ou fila termina primeiro.
Um integrante de cada grupo (ou fila):
. Pega lápis de cor, folha e tesoura;
. Volta à carteira e desenha uma bola (o professor determina o tamanho do desenho);
. Pinta a bola
. Recorta a bola e
. Passa ao colega do lado, que levará o desenho à mesa e repetirá a
tarefa, encerrada quando todos do grupo (ou fila) terminarem.
O que avaliar?
Verificar a dominância da criança. Basta observar os lentos, os que se confundem, os que fazem cada coisa com um lado.
A criança que não apresenta dominância definida poderá ter sérios problemas de aprendizagem, a começar por não conseguir organizar o próprio caderno, escrevendo cada coisa em uma página, de cabeça para baixo e para cima, deixando os cadernos sujos, com orelhas, rasgados, ou usando escrita espelhada, revelando dificuldades no desenvolvimento da percepção.

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