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TEXTO 5

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TEXTO 5
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO FÍSICO E PSICOMOTOR DA INFÂNCIA
O crescimento físico é um processo altamente organizado no qual as coisas ocorrem de acordo com uma determinada seqüência e um determinado calendário maturativo, e não ao acaso e em qualquer momento. Além disso, o crescimento é um processo que ocorre de maneira contínua e paulatina, e não em saltos e descontinuamente.
O crescimento é controlado por mecanismos endógenos e exógenos.
Os endógenos são os mecanismos internos ao organismo.
Os exógenos dizem respeito aos fatores externos.
No tocante a essa questão fica claro que o processo de crescimento é um processo muito organizado, com uma evolução prescrita pelos genes, aberto às influências do meio, mas não de maneira ilimitada, e sim, dentro de certas margens preestabelecidas na herança que o individuo recebe de seus pais.
O que é hereditariedade?
Uma definição mais simples explicita que: a hereditariedade biológica é a transmissão de traços de uma geração à outra, através do processo de reprodução.
No que se refere aos traços físicos, as influências da hereditariedade são mais facilmente reconhecidas do que em relação a fatores como temperamento, talento e inteligência.
Muitos estudos já proporcionaram evidências convincentes de que o tamanho, forma e aparências de nossos órgãos sensoriais são grandemente determinados por fatores hereditários. Poderíamos tomar cada um dos cinco canais sensoriais tradicionais, para mostrar que sua aparência estrutural é herdada, de acordo com a proporção mendeliana (Doutrina de Mendel, monge e cientista austríaco -1822-1884- que estabeleceu a hereditariedade dos caracteres biológicos).
A cor e o formato dos olhos são qualidades herdadas. Já está plenamente reconhecido que o tamanho e formato do nariz são resultados de dotação parental e de características raciais. A cor e a textura da pele são qualidades facilmente identificadas na linguagem parental. O tamanho da boca, o desenho dos lábios, o espaço entre os dentes, o molde do maxilar são características familiares. Já foi demonstrado que o tamanho das orelhas, a extensão de sua protuberância, sua espessura, bem como o formato dos lóbulos, são herdados de acordo com padrões da família.
Tendo já definido hereditariedade, vamos deixar clara nossa definição de meio ambiente.
No termo meio ambiente está implícita toda e qualquer influencia com que um indivíduo entra em contato após o padrão hereditário ter sido estabelecido, através do plasma germinativo. Isto inclui o efeito de treinamento, de aprendizagem por ensaio-e-erro, influencias do lar, da escola, vizinhança, clínica, igreja, dos centros de lazer, do clima, da localização geográfica e tudo o mais que estimula os sentidos de alguma forma.
Onde termina o efeito da hereditariedade e começa o do ambiente? Qual a importância de cada um em qualquer situação? A resposta é um tanto acadêmica: a influência relativa da hereditariedade e do ambiente difere para cada traço humano ou condição e de um indivíduo para outro.
Vamos tomar o traço da constituição física para ilustrar a interação dos fatores hereditários e ambientais. Nosso conhecimento sobre a hereditariedade nos diz que a tendência para ser alto ou bem formado é um assunto familiar derivado basicamente da função das glândulas endócrinas. Dieta e exercício, duas forças ambientais, são empregadas com sucesso por muitas pessoas para mudar sua tendência inata de ser gordo.
Este é um exemplo claro das forças ambientais atuando sobre a tendência hereditária. Por outro lado, é um fato médico que muitos homens e mulheres são de tal forma constituídos, que nenhuma dieta ou quantidade de exercício poderá reduzir sua tendência à obesidade sem prejuízos sérios à sua saúde geral.
Podemos formular uma regra invariável sobre a influência relativa da hereditariedade e do meio com relação aos traços físicos? Aparentemente, a resposta é “não”.
Uma outra ilustração deste ponto de vista encontra-se no interessante experimento com animais, descrito pelo psicólogo Gardner Murphy. Ele cita estes experimentos para dar sustentação à idéia de que “a hereditariedade não se refere necessariamente a algo predestinado”. O dr. Murphy afirma: “Após o momento do nascimento, é o meio ambiente que guia, libera e dá expressão às potencialidades hereditárias”.
Oferece alguns exemplos como o experimento feito com uma espécie de coelho branco ártico, cuja pele branca e peluda não deixam dúvidas da herança de sua linhagem. No entanto, nesta espécie de coelho, basta mudar a luz do ambiente onde o animal é criado para a cor da sua pele se tornar escura. A potencialidade para o branco pode vir a ser uma cor realmente branca se e, somente se, o ambiente o permitir. Do mesmo modo, alguns peixes, como o linguado, que herdam a tendência para desenvolver dois olhos no mesmo lado da cabeça, desenvolverão um olho de cada lado da cabeça como qualquer outro peixe, se criado em água com conteúdo de sal diferente. Portanto, o que é “herdado” em um ambiente não o é em outro. O ambiente faz a diferença na aparência da disposição hereditária.
Deste tipo de evidência, constata-se que a hereditariedade e o ambiente são forças interdependentes. Em algumas circunstâncias, será mais fácil, do que em outras, determinar os efeitos de cada uma. Em alguns casos as influências da hereditariedade serão nitidamente predominantes. Em outros, o ambiente será um fator dominante.
Em todas as discussões científicas sobre os indivíduos de grande talento, que conseguem renome mundial, é quase sempre destacado que, ao lado de dotações genéticas, há evidências de uma quantidade, fora do comum, de trabalho árduo. Isto representa as contribuições do treinamento ou influências ambientais, sem o que o sucesso jamais seria alcançado. Vemos, portanto, que enquanto a hereditariedade proporciona o talento potencial, influências ambientais favoráveis são necessárias para manifestá-lo.
TEXTO 6
O DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL E O NASCIMENTO
A verdadeira e profunda história de um homem não começa, como já foi afirmado anteriormente, com seu nascimento, nem mesmo com sua concepção. Ela recua mais ainda no tempo até se encontrar com seus avós, bisavós, tetravôs.
Durante o período pré-natal, como em todos os demais períodos, há íntima interação entre fatores genéticos e ambientais. Embora alguns problemas congênitos possam ser atribuídos a causas genéticas, a maior parte deles são resultado de fatores genéticos e ambientais interagindo.
Entre os fatores ambientais que podem atingir o feto destacam-se: a alimentação da mãe, doenças infecciosas (como rubéola e sífilis), o fumo, substancias químicas (como drogas e antibióticos), o álcool e o estado emocional da mãe.
Independentemente da escola ou posição teórica adotada, todos reconhecem a importância do nascimento no desenvolvimento humano. Freud destacou que o nascimento é a fonte de toda ansiedade, é a primeira e fundamental experiência de ansiedade. Rank, um discípulo de Freud, falou em trauma do nascimento: a grande ansiedade provocada pelo fato de a criança ter que abandonar um lugar seguro e protegido e enfrentar um ambiente hostil. O conceito de Rank pode ser discutido, mas, com certeza, o parto poderá representar uma experiência traumática, dependendo de como se desenvolve. Sem dúvida, um parto difícil, em que o recém-nascido é arrancado com fórceps e após, é também, separado da mãe, constitui uma experiência traumatizante.
Atualmente existe uma discussão acerca da aceitabilidade dos artificialismos dos modernos hospitais, em detrimento dos métodos naturais de nascimento. E nesse contexto, novos métodos são apontados como mais adequados e menos traumatizantes.
Entre eles destaca-se o de Frederick Leboyer. Após uma severa crítica acerca dos ambientes hospitalares onde nascem os bebês (luzes fortes e ofuscantes, barulho, corte imediato do cordão umbilical, tapa nas nádegas, excesso de medicamentos) este autor propõe um parto sem violência, evitando-se um processo que, segundo ele, produz terror na criança.O bebê nasce com alguns sentidos funcionando regularmente e outros ainda precariamente. Assim, o pequeno ser envereda pelo árduo caminho do crescimento.
Há dois princípios gerais que regem o desenvolvimento físico do recém-nascido. Primeiramente se constata que ele ocorre no sentido cabeça-pés. A cabeça e o pescoço atingem a maturidade antes das pernas. O segundo princípio é que o desenvolvimento ocorre no sentido centro-periferia, isto significa por exemplo, que a criança aprende a dominar os braços antes de aprender a dominar os dedos.
Diferentes sistemas e órgãos, seguem ritmos diversos de desenvolvimento. Por exemplo, até o nascimento a cabeça e o sistema nervoso crescem e amadurecem mais. Após o nascimento, o ritmo de crescimento dos braços é maior do que o da cabeça.
Não será demais lembrar que o desenvolvimento físico não é isolado do desenvolvimento social, intelectual e emocional. Um desenvolvimento físico defeituoso pode afetar seriamente o autoconceito da criança e do adolescente e conseqüentemente marcar negativamente o desenvolvimento social e emocional. Um desenvolvimento físico harmonioso colabora para o ajustamento.
Estudos e observações indicam que há períodos críticos no desenvolvimento. Isto significa que há um determinado momento em que a criança está pronta, madura para aprender determinada resposta como andar e falar. A aprendizagem dessa resposta deverá ocorrer nesse período, caso contrário será difícil recuperar a oportunidade, e o desenvolvimento fica irreversivelmente prejudicado.
As crianças que crescem em condições de severas privações de estimulação dos sentidos e da inteligência, de alimentação e saúde, de relações sociais positivas, têm seu desenvolvimento afetado negativamente, mas as inadequações estabelecidas podem ser superadas, segundo o caso e atendimentos posteriores.
TEXTO 7
DO NASCIMENTO À PRIMEIRA INFÂNCIA
As crianças nascem equipadas com uma série de reflexos, entre os quais destacam-se os seguintes:
reflexo de sucção: necessita pouca descrição, pois é o que é ativado quando um objeto (normalmente o seio da mãe, o bico da mamadeira ou a mão do bebê) entra em contato com os lábios da criança;
reflexo de enraizamento: quando se estimula a bochecha do bebê, este tende a girar a cabeça, levando a boca até a fonte do estímulo;
reflexo palmar : quando se coloca um objeto em contato com a palma da mão da criança, esta fecha-a com força, agarrando-se ao objeto;
reflexo de Moro: é conseqüência de uma mudança brusca de estimulação que produz um sobressalto (por exemplo, um golpe forte sobre a mesa na qual está deitada) e manifesta-se por uma reação semelhante ao susto (abre os braços jogando-os para trás e em seguida fechando-os sobre si mesmo como se fosse um abraço);
reflexo de marcha: se segurarmos um bebê pelas axilas e colocamos as plantas de seus pés em contato com uma superfície como a de uma mesa ou do assoalho, a criança começa a flexionar e a estirar alternadamente suas pernas como se estivesse andando sem sair do lugar.
Estes reflexos e muitos outros que não foram mencionados estão presentes em todas as crianças normais no momento de seu nascimento. Alguns deles, como o de sucção, têm um inquestionável valor para a sobrevivência. A partir do nascimento estes reflexos têm um destino variado: alguns desaparecerão muito cedo (a reação de abraço do reflexo de Moro, por exemplo), outros desaparecerão um pouco mais tarde (o de enraizamento, por exemplo) e outros passarão de reflexos involuntários a condutas voluntárias (a sucção, por exemplo). A maior parte dos reflexos desaparece, como tais, no decorrer dos quatro primeiros meses (em geral, em algum momento entre o terceiro e o sexto mês), em conseqüência de processos maturativos do cérebro aos quais será feita referência posteriormente.
O recém-nascido possui mais que uma série de reflexos. Possui também um rico equipamento sensorial que lhe permite ver, ouvir, ser sensível à dor e à temperatura, reagir de maneira distinta ao doce e ao amargo, bem como a diferentes odores.
Após o nascimento, o crescimento físico é bastante rápido nos dois ou três primeiros anos. As crianças aumentam sua estatura no primeiro ano o dobro em relação ao segundo ano e as diferenças entre o primeiro ano e o segundo são ainda mais evidentes no que refere ao peso, pois durante o primeiro ano as crianças costumam triplicar seu peso de nascimento. No terceiro ano os aumentos são menores. O crescimento não cessa, mas desacelera com a idade.
TEXTO 8
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
A psicomotricidade está relacionada às implicações psicológicas do movimento. O mundo da psicomotricidade é, pois, o das relações psiquismo-movimento e movimento-psiquismo. Na psicomotricidade há certos componentes maturativos relativos ao calendário maturativo cerebral, e certos componentes relacionais, que têm a ver com o fato de que através de seu movimento e de suas ações a criança entra em contato com as pessoas e objeto com os quais se relaciona de forma construtiva. A psicomotricidade é ao mesmo tempo fonte de conhecimento e expressão dos conhecimentos que já se tem, meio de gerar vivências e emoções através da relação e expressão de vivências e emoções na relação. A psicomotricidade é um nó que ata psiquismo e movimento até confundi-los entre si em uma relação de implicações e expressões mútuas.
A meta do desenvolvimento é o controle do próprio corpo até ser capaz de extrair todas as possibilidades de ação e expressão que sejam possíveis a cada um. Esse desenvolvimento envolve um componente externo ou práxico (a ação), mas também um componente interno ou simbólico (a representação do corpo e suas possibilidades da ação).
Que parte do desenvolvimento psicomotor ocorre nos dois primeiros anos? Os movimentos da criança com poucas semanas de vida são fundamentalmente movimentos incontrolados, não-coordenados, que ocorrem em sacudidas e que afetam tanto os braços como as pernas. A criança recém-nascida e de algumas semanas não controla seu corpo: sua cabeça cai para os lados quando não está presa ou apoiada, é incapaz de manter-se sentado, etc. Ao final da primeira infância, a criança apresenta um quadro notavelmente diferente: seus movimentos são voluntários e coordenados, controla a posição de seu corpo e dos segmentos corporais mais importantes (pernas, braços, tronco), é capaz de andar e de correr. A transição das limitações das primeiras semanas aos êxitos que ocorrem já no segundo semestre do segundo ano, realiza-se através de um processo de progressivo domínio do controle corporal, processo que se ajusta a duas grandes leis fundamentais: a lei céfalo-caudal e a lei próximo-distal.
De acordo com a lei céfalo-caudal do desenvolvimento, as partes do corpo que estão mais próximas da cabeça são controladas antes, sendo que o controle estende-se posteriormente para baixo. Assim, o controle dos músculos do pescoço é adquirido antes que o controle dos músculos do tronco, e o controle dos braços ocorre antes que o das pernas. A criança mantém sua cabeça ereta antes de manter o tronco ereto (ou seja, antes de ser capaz de manter-se sentada) e é capaz de utilizar habilmente suas extremidades superiores, antes de fazer o mesmo com as inferiores.
A lei próximo distal refere-se ao fato de que as partes que estão mais próximas do eixo corporal (linha imaginaria que divide o corpo de cima para baixo em duas metades simétricas) são controladas antes que as que se encontram mais afastadas deste eixo. Assim, a articulação do ombro é controlada antes que a do cotovelo, que por sua vez é controlada antes que a do punho, que por sua vez é controlada antes que as dos dedos. Este é o motivo pelo qual as garatujas desordenadas precedem as garatujas em ziguezague, que exigem um movimento de varredura do cotovelo e que são anteriores às garatujas circulares, que exigem uma certa rotação do punho. O controle das partes mais afastadas do eixo corporal (punho e dedos) não é atingido na primeira infância, sendo atingido somente nos anos pré-escolares (controledo punho e, em menor grau, o dos dedos) e nos imediatamente posteriores (controle já muito fino dos movimentos dos dedos).
Em conseqüência do exposto nestas leis, o movimento da criança vai integrando e controlando voluntariamente um maior número de grupos musculares, com o que vai se tornando progressivamente mais preciso, permitido incorporar repertórios psicomotores muitos especializados e complexos, que abrem novas perspectivas à percepção (por exemplo, mediante a coordenação olho-mão “viso-motora”) e a ação sobre o meio mediante pequenos gestos que têm, não obstante, uma importância capital. Continuando com o exemplo do parágrafo anterior, poder segurar e controlar um objeto entre os dedos indicador e polegar de uma mão (o que denomina “pinçar”) é um habilidade especifica, que pode ser aplicada intencionalmente a inúmeras tarefas e que é, sem dúvida, muito mais complexas sob o ponto de vista que nos interessa que os movimentos com as mãos que o bebê faz quando brinca (ou se aborrece) em seu berço. Este processo maturativo vai enriquecendo a bagagem do que é chamado “psicomotricidade fina”, conceito complementar da “psicomotricidade grossa”, relacionado à coordenação de grandes grupos musculares envolvidos nos mecanismos da locomoção, do equilíbrio e do controle postural global. A lei próximo-distal explica por que o domínio da psicomotricidade fina é posterior ao domínio da motricidade grossa.
DESENVOLVIMENTO DO CONTROLE POSTURAL
Graças aos progressos maturativos que se ajustam a essas leis e graças também aos estímulos que a criança vai recebendo por parte daqueles que a cercam, vai sendo produzido um controle postural que, embora com variações entre as crianças, ajusta-se em geral aos seguintes marcos:
controle da cabeça: as crianças têm desde o princípio um certo controle dos movimentos de sua cabeça, que conseguem girar de um lado para outro quando estão em decúbito dorsal, e que conseguem levantar um pouco quando estão de bruços. A sustentação da cabeça em linha de prolongação com o tronco ocorre em torno dos três-quatro meses;
coordenação olho-mão: uma certa coordenação inicial está presente desde o nascimento, com movimentos grosseiros e pouco afinados, dirigidos a objetos que entram no campo visual da criança e que lhe são atraentes. A coordenação visual-manual vai se afinando posteriormente, estando bem estabelecida em torno dos três-quatro meses;
a posição sentada: os bebês de quatro-cinco meses mantêm-se sentados com apoio. Até os seis-sete meses, mantêm-se sentados sem ajuda;
locomoção antes de andar: os bebês locomovem-se de um lugar para outro antes de serem capazes de andar: estando sentados, utilizam as mãos como remos e deslizam sobre o chão as extremidades inferiores; locomovem-se também através do engatinhar, apoiando-se nas mãos, joelhos e pés. Estes movimentos e deslocamentos ocorrem sobretudo, aos oito meses.
Manter-se em pé e caminhar: em torno dos nove-dez meses, a criança é capaz de manter-se em pé apoiando-se em algo, sendo capaz de manter-se em pé sem apoio ao redor dos doze meses. Caminha com ajuda de dois pontos de apoio (por exemplo, sustentado pelos dois braços) após os dez-onze meses e com um só apoio, aos onze-doze meses. Só é capaz de andar em algum momento em torno dos doze-quatorze meses. Até os dezoito meses, corre. Dois ou três meses depois, é capaz de dar pequenos saltos.
Como tudo que se relaciona ao crescimento, o desenvolvimento psicomotor ocorre impulsionado pelo estímulo duplo da maturação biológica inerente ao processo de crescimento e da estimulação social que a criança recebe. Sem maturação de base não há progresso, mas a maturação por si só não dá lugar ao desenvolvimento, e menos ainda quanto mais complexas forem se tornando as aquisições. Assim, além da maturação a criança precisa de situações que estimulem a aprendizagem de determinadas habilidades e sua prática posterior; necessita de orientação, modelos, motivação, ser elogiada por seus êxitos e receber ao mesmo tempo exigência, afeto e apoio quando fracassa na resolução dos problemas de ação. Em diversas publicações são abordados os problemas da educação psicomotor, com inúmeras sugestões de atividades, tarefas, etc.
Observe o desenvolvimento da capacidade de sentar no 1° ano de vida.
	
	
	
	
	
	
Fonte: The Diagram Group. Child’s body: a parent’s manual, p.D12. apud BEE, Helen L. e MITCHELL, Sandra K. A Pessoa em Desenvolvimento. Trad. Jamir Martins. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1984.
Observe o desenvolvimento da capacidade de engatinhar no 1° ano de vida
	
	
	
	
	
	
Fonte: The Diagram Group. Child’s body: a parent’s manual, p.D11. apud BEE, Helen L. e MITCHELL, Sandra K. A Pessoa em Desenvolvimento. Trad. Jamir Martins. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1984.
Observe o desenvolvimento da capacidade de andar, subir escadas e outras capacidades motoras mais avançadas.
	
	
	
	
	
	
Fonte: The Diagram Group. Child’s body: a parent’s manual, p.D13. apud BEE, Helen L. e MITCHELL, Sandra K. A Pessoa em Desenvolvimento. Trad. Jamir Martins. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1984.

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