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Mediação: Papel e Características do Mediador

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MEDIAÇÃO – O PAPEL E AS CARACTERÍSTICAS DO MEDIADOR
* Adm. Marília Gonçalves Martins Serrão.
            A Mediação é uma alternativa para solucionar conflitos, onde os interessados solicitam e aceitam a intervenção de uma terceira pessoa, vista como uma forma mais ágil e eficaz, tendo característica de propiciar a tomada de decisão pelas partes em conflito, devendo ser conduzida de forma confidencial e voluntária, onde cabe as partes encontrar a solução para suas divergências.
Segundo Ribeiro(2005), por ser a Mediação um instituto democrático, voluntário e pacificador, os resultados são de muita eficácia, pois se baseia no relacionamento entre as pessoas físicas  ou jurídicas, com base no entendimento comum, na busca das melhores soluções para as partes.
Holanda (2005) cita que a Mediação, como método autocompositivo de resolução de conflitos, é largamente utilizada em muitos países, e, que em alguns é ensinado como método de desenvolvimento em convívio social desde o primeiro contato da criança com a escola.A Mediação contrapõe-se a cultura adversarial, vendo o conflito como positivo, que sendo inerente aos seres humanos, é decorrente de suas insatisfações de necessidades e relacionamentos.
            No Brasil a lei que regulamenta o uso de alternativa de resolução de conflitos é a de número 9.307/96, também conhecida como Lei Marco Maciel, onde prevê, entre outras,  a atuação de uma terceira pessoa como Mediador, que tem o papel de estabelecer um clima favorável devendo agir de maneira imparcial e, acima de tudo, ser qualificado para conduzir o processo de forma sigilosa,   permitindo aos conflitantes tomar decisões por si mesmos para que encontrem uma solução duradoura e mutuamente aceitável. Para  atuar como mediador, faz-se necessário desenvolver habilidades que o capacitem a conduzir os processos que resultem no estabelecimento do consenso entre as partes envolvidas.
Cabe ao mediador, estabelecer uma comunicação direta entre os envolvidos, que reflitam atitudes de cooperação evitando a competição, deve explicar claramente os procedimentos da mediação e seu papel de facilitador para não ser confundido com um conselheiro, estabelecendo credibilidade e propiciando ambiente favorável que transmita confiança na busca de um entendimento satisfatório aos que buscam resolver seus problemas através deste meio.
            Moore, citado por Waldo(2004,pág. 58) relata que o mediador, além de conhecer a técnica do processo de mediação, precisa ter capacidade para entender a complexidade do conflito, ter boa comunicação, habilidade em escutar e entender critérios e juízos de valor de outras pessoas, além de incorporar o real interesse no bem estar delas.
            Waldo (2004), ainda na mesma, obra cita que identificar os verdadeiros interesses das partes é a tarefa mais difícil da mediação, tendo em vista que pode ocorrer das partes não identificarem claramente seus interesses e nem como superá-los, sem contar que podem tentar ocultá-los por considerarem mais proveitoso que o oponente não tome conhecimento de algumas particularidades.
Após o estabelecimento de um ambiente propício, cabe ao mediador ouvir atentamente o relato das partes, e, mesmo que forme sua própria opinião, deve manter-se neutro na questão, encontrando estratégias de comunicação que conduzam as partes  a encontrarem a melhor forma de resolver o conflito.
Seu papel, de mediador, muitas vezes, exige que seja utilizado o caucus, ou seja, uma conversa em separado com as partes. Para isto o mediador deve estar muito mais consciente de seu papel como facilitador do processo, não se permitindo ser tendencioso com alguma das partes.
O mediador também está submetido padrões éticos, profissionais e de comportamento que o qualificam diante da sociedade e de seus clientes cabendo – lhe cumprir os princípios da: neutralidade; imparcialidade; competência e habilidade; fornecer informações que garantam às partes o entendimento sobre o processo de mediação, assumir o compromisso da confidencialidade , deixando claro que qualquer elemento do processo só poderá ser divulgado com autorização, por escrito, das  partes envolvidas; diligência, assegurando a conclusão do processo com qualidade e em tempo adequado; credibilidade, mantendo do princípio ao fim do processo, atitude coerente e de independência e mantendo relacionamento cordial e profissional com as partes.
O mediador,  precisa estar atento quando houver necessidade de contornar uma discussão que está girando em círculo vicioso, tendo ainda, a sensibilidade de identificar a comunicação não verbal., como a postura do corpo, gestos,  o equilíbrio ou não de poder entre as partes.
Quando as partes chegam a um acordo não é papel do mediador discordar, mesmo que em sua opinião a solução poderia ter sido outra, não lhe cabe interferir ou expressar sua opinião, pois seu papel é restaurar a comunicação entre elas para um bem comum.
* Conselheira, Coordenadora da Câmara de gestão Social do CRAPA/AP, Doutoranda em Administração na área de DO - Desenvolvimento Organizacional, Professora nas área de Administração e Segurança do Cidadão,Secretária Executiva do CEEMPRE – Centro de Empreendedorismo da FEAPA – Habilitada pelo Sistema CFA- CRA’s em parceria com a Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial para formar profissionais a atuarem na área de MEDIAÇÃO e ARBITRAGEM em nível Nacional.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HOLANDA, Ana paula Araújo de. Artigo “Mediação e arbitragem: Um caminho para o acesso à justiça”. Revista Resultado, ano II, No 15,set/out/2005.
RIBEIRO,  Ruy Pedro Baratz.  Artigo: “O Papel do Mediador”. Disponível emRevista Resultado – Ano II no 12 – março/2005,  Acesso em 15 de março de 2006.
WALDO, Wanderley. Mediação. Editora MSD, Brasília, 2004 
REVISTA JUSTILEX - Ano IV- No 37 – Rio de Janeiro, 2005

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