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ESPAÇAMENTO DE PLANTIO Anderson C José Implantação de florestas de produção • Planejamento • Escolha da espécie • Determinação da época de plantio • Plantio – Espaçamento Espaçamento de plantio • Escolha do espaçamento adequado: proporcionar para cada indivíduo o espaço suficiente para se obter o máximo crescimento com melhor qualidade e menor custo. – Produção – Qualidade do produto – Fechamento do dossel – proteção do solo Espaçamento de plantio • Proteção do solo (fechamento rápido do dossel) – locais com riscos de degradação (declividade, tipo de solo) • Definido em função do volume do produto, tamanho e forma (qualidade) e do potencial genético utilizado • Povoamento denso: pouco espaço de crescimento para cada árvore, ocasionando retardamento do crescimento das plantas, comprometendo o desenvolvimento radicial e da copa Espaçamento de plantio Epaçamento = f (processos fisiológicos do crescimento e suas consequências, avaliação econômica (implantação e colheita) e necessidades do mercado.) A recomendação não pode ser generalizada! Leva em consideração vários fatores 1. Fatores determinantes do espaçamento de plantio a) Qualidade do sítio A densidade de povoamento é controlada pelos fatores bióticos e abióticos do meio --> controlam a disponibilidade dos fatores de produção: água, luz e nutrientes A qualidade do sítio influencia a sobrevivência, crescimento e vigor das plantas Espaçamentos menores (maior densidade) nos sítios melhores Espaçamentos maiores (menor densidade) nos sítios com déficit hídrico (1000 a 1200 plantas por ha). 1. Fatores determinantes do espaçamento de plantio b) Espécie hábito de crescimento – associado ao grupo ecológico – determina o início da competição espaçamentos maiores: espécies de rápido crescimento juvenil (estadios sucessionais iniciais) (crescimento lento – menor) espaçamentos menores: espécies com tendência a produzir galhos laterais inclinados e grossos as espécies de eucalipto possuem diferentes respostas quanto à competição (diferentes espaçamentos): algumas apresentam dominância e mortalidade (mesmo em sítios bons) (E. saligna) em espaçamentos pequenos, enquanto outras são indiferentes (E. grandis) 1. Fatores determinantes do espaçamento de plantio c) Objetivos de manejo e condições de mercado qualidade e tipo de material produzido são afetados pela densidade do povoamento estoque inicial alto: produção do máxima de madeira em rotações curtas (madeira de pequenas dimensões) celulose carvão escoras postes Em torno de 6m²/planta 1. Fatores determinantes do espaçamento de plantio c) Objetivos de manejo e condições de mercado • Madeira para serraria: ideal plantio de poucas árvores/ha com desbaste pré-comercial implantação de 900 a 1200 plantas/ha aos 3-4 anos: desbaste com redução para 500 a 800 plantas/ha • Opções de mercado: alta densidade inicial com condução da floresta para produção de madeira serrada – lucro com venda de material de menor diâmetro observar: mercado para produto do desbaste e custo para realização do desbaste (terra e mão de obra). 1. Fatores determinantes do espaçamento de plantio d) Métodos de colheita operação mais cara da produção florestal colheita mecanizada – menor custo além da densidade a disposição espacial das plantas tem que ser planejada para permitir a circulação dos equipamentos de desbaste e colheita florestal 2. Efeitos do espaçamento a) número de tratos culturais Comparando a mesma espécie e mesmo sítio e considerando o mesmo método de preparo inicial do solo, a necessidade de tratos culturais será menor quanto menor for o espaçamento. fechamento mais rápido do dossel redução dos custos de manutenção 2. Efeitos do espaçamento b) Taxa de mortalidade e dominância A porcentagem de plantas dominadas e mortas cresce com a idade = aumento da competição. Isto ocorre com maior intensidade e mais precocemente nos espaçamentos menores, podendo refletir negativamente no volume de madeira produzido e até reduzir o incremento médio anual (IMA). Apresenta variação em relação à espécie, em função da sua tolerância 2. Efeitos do espaçamento c) Volume / Sortimento de Madeira Efeitos sobre o diâmetro e altura das árvores diâmetro: responde a variação do espaçamento (> espaçamento > diâmetro) altura: (> altura com < espaçamento). Inconsistente! Muita variação entre espécies/clones A conicidade do fuste é uma característica que pode ser influenciada pelo espaçamento e consequentemente apresentar influência na produção real de madeira, pelo seu efeito principalmente sobre a altura comercial. 2. Efeitos do espaçamento d) Idade de estagnação / Ciclo do corte A idade de estagnação do crescimento e portanto a exploração ou desbaste será tanto mais precoce e frequente quanto maior a densidade populacional, para uma mesma espécie e sítio. Em espaçamentos menores alta competição por luz, água e nutrientes, plantas alcançam o crescimento máximo suportado pelo sítio mais cedo, a estagnação do crescimento ocorre mais cedo e a manutenção da floresta com o crescimento estagnado não é economicamente lucrativa; consequentemente o ciclo de corte será menor ou será necessário fazer desbaste mais cedo e com mais frequência, implicando na produção de madeira de menor porte com menor preço de mercado. Esta avaliação deve ser feita considerando-se o uso da madeira e as condições do mercado. 2. Efeitos do espaçamento d) Idade de estagnação / Ciclo do corte Ciclos de corte muito pequenos podem exportar quantidades excessivas de nutrientes, diminuindo a fertilidade e comprometendo o sucesso das futuras rotações. Rotações mais longas permitem o retorno de nutrientes ao solo através da maior deposição de serrapilheira, resultando em menor exportação de nutrientes do sistema FIGURA. Comportamento do ICA- Incremento Corrente Anual em função do espaçamento - Fonte: Scolforo, 1994 2. Efeitos do espaçamento e) Qualidade da Madeira Tamanho dos nós, retibilidade do tronco, conicidade e densidade básica. Espaçamentos muito amplos podem apresentar efeito negativo, onde podem ocorrer árvores tortas com ramificações grossas. Tamanho dos nós: (eucalipto) a desrama natural ocorre mais rapidamente em espaçamentos menores, portanto os nós formados são menores (galhos morrem mais finos) e ficam restritos a um menor diâmetro dentro do tronco. Nas coniferas, que não apresentam desrama natural, nos espaçamentos menores, os galhos perdem sua função mais rapidamente (com um menor diâmetro) e produzem nós menores. Os problemas com os nós nos espaçamentos maiores podem ser corrigidos através da poda artificial. Forma do tronco: nos espaçamentos menores as árvores tendem a ser mais cilíndricas. 2. Efeitos do espaçamento f) Desenvolvimento radicial e da copa O menor espaçamento influi na forma da copa e estimula a desrama natural, característica desejada para determinadas espécies. Entretanto a redução excessiva no tamanho da copa relaciona-se com competição e consequentemente com a redução no crescimento em diâmetro e altura. Com relação ao crescimento do sistema radicial é necessário se ter em conta que o habito de crescimento, ou seja, a arquitetura do sistema radicial pode variar em função da espécie. As espécies que apresentam raiz pivotante com crescimento mais profundo e menor na lateral, podem permitir um menor espaçamento. 2. Efeitos do espaçamento g) Custos de Produção Variáveis do custo: operações de preparo do solo, número de mudas, quantidade de fertilizante, mão-de-obra e produtos paracontrole de plantas daninhas, custo/receita de desbastes pré- comerciais, preço do produto final. O aumento do espaçamento diminui os gastos com preparo do solo (sulcamento), mudas e fertilizantes, entretanto pode significar um aumento no custo da manutenção. Em espaçamentos muito pequenos há necessidade de desbastes muito precoces, com produção de material de baixo valor comercial associada ao maior custo com preparo do solo, mudas e fertilizantes, podem gerar um custo de produção muito alto se comparado com espaçamentos maiores. 3. Características do Espaçamento Características Espaçamentos Maiores Menores Produção Em volume individual Maior produção por hectare Custo de implantação Menor Maior N° de Tratos culturais Maior Menor Qualidade da madeira Maior conicidade Menor conicidade Desbastes tardios Precoces Recomendações de espaçamento para eucalipto Sistemas agrossilvipastoris 10 x 4 m 6 x 3 m Renque de 3 linhas 3 x 1,5 m com 12 metros entre renques (intervalo ocupado por plantas forrageiras) * Sempre as linhas dispostas no sentido L-O Plantio adensado para energia: 3 x 0,5 m (6000 plantas/ha = 40 toneladas/ha de biomassa) Implantação de florestas de produção • Planejamento • Escolha da espécie • Determinação da época de plantio • Plantio – Espaçamento – Fertilização FERTILIZAÇÃO • Eucalipto apresenta como características: – Elevada tolerância ao alumínio e ao manganês – Baixa magnitude nas respostas à adubação nitrogenada, havendo destacada preferência ao nitrogênio-amoniacal – Alta demanda por fósforo na fase inicial de crescimento das plantas – Grande demanda por nutrientes até os quatro anos de idade FERTILIZAÇÃO • Eucalipto apresenta como características: – Alta aquisição de cálcio, bem como sua concentração na casca – Acentuadas carências nutricionais pela competição por plantas invasoras – Reflexo na adubação efetuada no solo imediatamente após a colheita ao final do ciclo (quando é feito o manejo das brotações = talhadia). FERTILIZAÇÃO 1. Acidez e calagem Eucalipto apresenta tolerância ao alumínio Correção visa em primeiro lugar o suprimento de Ca e Mg A maior parte dos solos utilizados para eucalipto no Brasil é ácido, entretanto a resposta à calagem é rara 2. Avaliação da necessidade de adubação a) análise do solo (0-20 cm e 20-30/40 cm) – (Plantio) b) sintomas visuais e análise de tecido - (Durante o crescimento da floresta) FERTILIZAÇÃO 3. Os principais nutrientes limitantes ao crescimento a) NPK Plantio: aplicação no sulco ou na cova Cobertura aos 30-50 dias após o plantio (semi-círculo a 20 cm da planta) b) enxofre Geralmente é incorporado com a aplicação de adubos nitrogenados e fosfatados com alta concentração de enxofre Exemplo: Sulfato de amônio = (NH4)2SO4 c) Micronutrientes Os micronutrientes que causam maior preocupação em termos de nutrição são zinco, boro, ferro, manganês, cobre e molibdênio. Solos tropicais e úmidos: o manganês pode causar toxidez, enquanto os demais, exceto o ferro, quase sempre são deficientes. Em condições de alagamento ou baixa aeração, o ferro e o manganês podem ser reduzidos e causar toxicidade. FERTILIZAÇÃO c) Micronutrientes – A deficiência de boro pode ser mais observada na época seca devido sua menor mobilidade. – A deficiência de boro e zinco em locais com períodos de seca mais prolongados provoca seca e morte do ponteiro, e também uma redução no comprimento de entrenós e do trabalho das folhas. Recomendação de Fertilização para Eucalipto A recomendação de adubação para a cultura do eucalipto pode ser feita com base no balanço entre as quantidades de nutrientes demandadas pela cultura para obtenção de definida meta de produtividade e o suprimento de nutrientes do solo. Adubação de implantação: aplicar como arranque 40g/cova de P2O5 solúvel, no plantio ou até 10 dias após o plantio aplicar, adicionalmente, 400 kg/ha de fosfato reativo no sulco de plantio (filete contínuo) em solos com P (Mehlich), na camada de 0- 20cm menor que: 4mg/dm3 (argilosos) 6mg/dm3 (textura média) 8mg/dm3 (arenosos) Ou em P (Resina)<12mg/dm3 Adubação de manutenção: aplicar Ca e K, conforme análise de solo e a produtividade esperada Fonte: Informe Agropecuário, Vol 29, n. 242 Recomendação de Fertilização para Eucalipto aplicar 1 a 2 g/planta de Boro anualmente, até o quarto ano, 1 a 2 meses antes do final do período chuvoso aplicar Nitrogênio se em análise foliar feita até dois anos de idade, N < 17g/kg Para cada 1g/kg a menos, aplicar 20kg/ha de N em cobertura Uma vez seguidas as recomendações e implantada a cultura, é importante durante o primeiro ano após o plantio, que este seja observado periodicamente o estado nutricional e demais fatores primariamente de natureza não nutricional, tais como competição e situações de encharcamento no solo, dentre outras que interferem no crescimento da cultura. Recomendação de Fertilização para Eucalipto Recomendação de Fertilização para Eucalipto Recomendação de Fertilização para Eucalipto Calagem Sintomas da deficiência de boro Seca do ponteiro e perda da dominância apical Superbrotação (C), folhas lanceoladas (B) em E. grandis x E. urophylla Superbrotação (A), folhas pequenas e lanceoladas (B) em E. grandis Sintomas da deficiência de Zinco
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