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Elementos do Negócio Júridico

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ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Tanto Negócio Jurídico, quanto Ato Jurídico em Sentido Estrito são espécies do gênero Ato Jurídico em Sentido Amplo. A diferença específica é que:
Negócio Jurídico – é manifestação de vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei. No negócio jurídico, as partes (ou a parte, pois pode ser negócio jurídico unilateral ou bilateral) é que determina qual será o conteúdo e qual serão os efeitos do ato. No negócio jurídico a eficácia é ex voluntati. Ex.: Contrato.
Ato Jurídico em Sentido Estrito – a manifestação de vontade que produz efeitos impostos pela lei. As partes não possuem autonomia para determinar seu conteúdo ou seus efeitos. Tanto o conteúdo quanto os seus efeitos já estão expressos na lei. Ex.: Fixação de domicílio e reconhecimento de filhos (CESPE adora perguntar a respeito de ambos). Quando um pai reconhece o filho, ele não pode combinar com a mãe quais serão os efeitos do reconhecimento, ele não pode, por exemplo, reconhecer o filho mas não querer contrair a obrigação de alimentá-lo ou que ele não seja herdeiro. A manifestação de vontade desse pai se restringe ao reconhecimento do filho, e os efeitos, as consequências deste ato vem todas da lei. No ato jurídico a eficácia é ex legis.
Classificação dos Elementos: 
Elementos essenciais (essentialia negotii) – são os estruturais, indispensáveis à existência do ato e que forma a substância: a declaração de vontade nos negócios em geral; a coisa, o preço e o consentimento (res, pretium et consensus) na compra e venda, por exemplo. Subdivide-se em: 
Gerais – comuns a todos os negócios, como a declaração de vontade;
Particulares – peculiares a certas espécies, como a coisa, o preço e o consentimento na compra e venda (Art. 482, CC) e o instrumento de próprio punho ou mediante processo mecânico do testamento particular (Art. 1.876, CC).
Elementos naturais (naturalia negotii) – são as consequências e os efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. Normas supletivas já determinam essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas por estipulação contrária. Assim, por exemplo, a responsabilidade do alienante pelos vícios redibitórios (Art. 441, CC) e pelos riscos da evicção (Art. 447, CC) bem como o lugar do pagamento, quando não convencionado (Art. 327, CC).
Elementos acidentais (accidentalia negotii) – consistem em estipulações acessórias, que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio para modificar alguma de suas consequências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo (Art. 121, 131 e 136, CC).
Requisitos de Existência:
São os elementos estruturais, sendo que não uniformidade, entre os autores, sobre a sua enumeração. Preferimos dizer que são os seguintes:
Declaração de Vontade – a vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se exteriorize. Do ponto de vista do direito, somente a vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático do negócio jurídico. A declaração de vontade é, assim, o instrumento da sua manifestação. 
A vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante, segundo o princípio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda), e significa que o contrato faz lei entre as partes, não podendo ser modificado pelo Judiciário. Destina-se também a dar segurança jurídica aos negócios em geral.
Opõe-se a ele o princípio da revisão dos contatos ou da onerosidade excessiva (Art. 478, CC), baseando na cláusula rebus sic stantibus e na teoria da imprevisão e que autoriza o recurso do Judiciário para se pleitear a revisão dos contratos, ante a ocorrência de fatos extraordinários e imprevisíveis.
- Formas de manifestação de vontade:
Expressa – é a que se realiza por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais ou mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente.
Tácita – é a declaração de vontade que se revela pelo comportamento do agente. Pode-se, com efeito, comumente, deduzir da conta da pessoa a sua intenção. É o que acontece, por exemplo, nos casos de aceitação de herança, que se infere da prática de atos próprios da qualidade de herdeiro (Art. 1.805, CC). Mas, nos contratos, a manifestação de vontade só pode ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa.
Presumida – é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos comportamentos do agente. Assim acontece, por exemplo, com as presunções de pagamento previstas nos arts. 322, 323, e 324, CC. Difere a manifestação presumida da vontade tácita, porque aquela é estabelecida pela lei, enquanto esta é deduzida do comportamento do agente pelo destinatário.
OBS: As presunções legais são juris tantum, ou seja, admitem prova em contrário.
Espécies de declarações de vontade:
Declaração receptícia da vontade – é a que se dirige a pessoa determinada, com o escopo de levar ao seu conhecimento a intenção do declarante, sob pena de ineficácia. Ocorre com maior frequência no campo das obrigações, especialmente na revogação de mandato (Arts. 682, I e 686, CC) e na proposta de contrato, que deve chegar ao conhecimento do oblato para que surja o acordo de vontades e se concretize o negócio jurídico (Art. 427 e 428, CC). Em geral, as declarações de vontade são receptícia, por se dirigirem a uma outra pessoa, que dela deve ter ciência do ato, para produzirem efeitos.
Declaração não receptícia – é a que se efetiva com a manifestação do agente, não se dirigindo a destinatário especial. Produz efeitos independente da recepção e de qualquer declaração da outra pessoa. Assim ocorre, por exemplo, com a promessa de recompensa, a aceitação de letra de câmbio e a revogação de testamento.
Declaração Direta – é a feita sem intermediação de qualquer pessoa.
Declaração Indireta – é aquela em que o declarante se utiliza de outras pessoas (como representante) ou meios (como cartas e telegramas) para que declaração chegue ao destinatário.
O silêncio como manifestação de vontade, em regra, não se aplica ao direito o provérbio “quem cala, consente”. Normalmente, o silêncio nada significa, por constituir total ausência de manifestação de vontade e, como tal, não produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, pode ter um significado relevante e produzir efeitos jurídicos (Art. 111, CC). 
Portanto, o silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita de vontade:
Quando a lei conferir a ele tal efeito – é o que sucedem, v. g., na doação pura, quando o doador fixa prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, entender-se-á que aceitou (Art. 539, CC).
Quando tal efeito ficar convencionado em um pré-contrato ou ainda resultar dos usos e costumes – como se infere do Art. 432, CC, cabe ao juiz examinar caso por caso para verificar se o silêncio, na hipótese sub judice, traduz ou não vontade. Também na seara processual o silêncio tem relevância na determinação da revelia, firmando a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor (Art. 319, CPC).
Reserva mental – ocorre quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara querer. Tem por objetivo enganar o outro contratante ou declaratário. Se este, entretanto, não soube da reserva, o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante não desejava. A reserva, isto é, o que se passa na mente do declarante, é indiferente ao mundo jurídico e irrelevante no que refere à validade e eficácia do negócio jurídico.
Finalidade negocial (ou jurídica) - é o propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. Sem essa intenção, a manifestação de vontade pode desencadear determinado efeito preestabelecido no ordenamento jurídico, praticando o agente, então, um ato jurídico em sentido estrito. A existência do negócio jurídico, porém, depende da manifestaçãode vontade com finalidade negocial, isto é, com a intenção de produzir os efeitos supramencionados.
O negócio jurídico, como já foi dito, consiste no exercício da autonomia privada. Há um poder de escolha da categoria jurídica. Permite-se que a vontade negocial proponha, dentre as espécies, variações quanto à sua irradiação e a intensidade de cada uma. Numa compra e venda, por exemplo, podem os contratantes estabelecer termos e condições, renunciar a certos efeitos, como o da evicção, limitá-los e ainda estabelecer outras avenças. 
Todas essas faculdades se inserem no contexto da finalidade negocial, pois permitem a obtenção de múltiplos efeitos, mediante a declaração de vontade, destacando-se a aquisição, modificação e extinção de direitos.
Idoneidade do objeto – é necessária para a realização do negócio que se tem em vista. Assim, v. g., para a constituição de uma hipoteca, é necessário que o bem dado em garantia seja imóvel, navio ou avião. Os demais bens são inidôneos para a celebração de tal negócio.
Requisitos de validade:
Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade. Se os possui, é válido e dele decorre os mencionados efeitos almejados pelo a gente. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável.
Requisitos de validade de caráter geral – são os elencados no Art. 104, CC.
Requisitos de caráter específico – são aqueles pertinentes a determinado negócio jurídico. A compra e venda, por exemplo, tem como elementos essenciais a coisa (res), o preço (pretium) e o consentimento (consensus).
Capacidade do Agente (Art. 104, I, CC) – condição subjetiva. É a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. Trata-se de capacidade de fato ou de exercício, necessária para que uma pessoa possa exercer, por si só, os atos da vida civil. Agente capa, portanto, é o que tem capacidade de exercício de direitos, ou seja, aptidão para exercer direitos e contrair obrigações na ordem civil. Esta adquire-se com a maioridade, aos 18 anos, ou com a emancipação (Art. 5º, CC).
A declaração de vontade é elemento necessário à existência do negócio jurídico, enquanto a capacidade é requisito necessário à sua validade e eficácia, bem como o poder de disposição do agente.
A incapacidade de exercício é suprida, porém, pelos meios legais: a representação e a assistência (Art. 1.634, V, CC).
Não se confunde com falta de legitimação, que é a incapacidade para a prática de determinados atos.
Objeto lícito (Art. 104, II, CC) – é o que não atenta contra a lei, a moral ou aos bons costumes. Objeto jurídico, objeto imediato ou conteúdo do negócio é sempre uma conduta humana e se denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. Objeto material mediato são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional.
Quando o objeto jurídico é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza. Ou então a parêmia, que segundo a qual, se ambas as partes no contrato agiram com torpeza, não pode qualquer delas pedir a devolução da importância que pagou (Art. 150, CC).
Fora dessas hipóteses e de outras expressamente previstas na lei, prevalece o disposto no Art. 182, CC.
Esta não deve ser a solução, todavia, caso se mostre, no caso concreto, manifestamente injusta e contrária ao interesse social.
Objeto possível (Art. 104, II, CC) – o objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser:
Física – é a que emana de leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos, indistintamente, como a lei que impede o cumprimento da obrigação de colocar toda água dos oceanos em um copo d’água. A relativa, que atinge o devedor, mas não outras pessoas, não constitui obstáculo ao negócio jurídico. Dispõe com efeito, o Art. 106, CC.
Jurídica – ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe expressamente negócios a respeito de determinado bem, como a herança de pessoa viva (Art. 426, CC).
A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários à moral e aos bons costumes.
Objeto determinado ou indeterminável (Art. 104, II, CC) – o objeto do negócio jurídico deve ser igualmente determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (Art. 243, CC), que será determinada pela escolha, bem como venda alternativa, cuja determinação cessa coma concentração (Art. 252, CC).
Forma (Art. 104, III, CC) - O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que é o meio de revelação da vontade. Deve ser a prescrita em lei. Não se deve confundir forma, que é meio para exprimir a vontade, com prova do ato ou negócio jurídico, que é meio para demonstrar a sua existência (cf. Arts. 212 e s.).
No direito brasileiro, a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção, dispõe, com efeito, o art. 107, CC.
É nulo o negócio jurídico quando “não revestir a forma prescrita em lei” ou “for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade” (art. 166, IV e V, CC). Em alguns casos, a lei reclama também a publicidade, mediante o sistema de Registros Públicos (Art. 221, CC). Cumpre frisar que o formalismo e a publicidade são garantias do direito (Art. 366 e 154, CPC).
Espécie de Formas:
Livre – predominantemente no direito brasileiro (Art. 107, CC), é qualquer meio de manifestação da vontade não imposto obrigatoriamente pela lei (palavra escrita ou falada, escritor público ou particular, gestos, mímicas etc.).
Especial ou solene - é a exigida pela lei como requisito de validade de determinados negócios jurídicos. Em regra, a solenidade tem por propósito assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova.
Contratual - é a convencionada pelas partes. Ver o Art. 109, CC. Os contratantes podem, portanto, mediante convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para a validade do negócio.
A forma pode ser, também, ad solemnitatem e ad probationem tantum. A primeira, quando determinada forma é da substância do ato, indispensável, como a escritura pública na aquisição de imóvel (Art. 108, CC); a segunda, quando a forma destina-se a facilitar a prova do ato (lavratura do assento de casamento no livro do registro — Art. 1.536, CC).

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