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DIREITO CIVIL CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO São três fatores que alteram a eficácia normal do negócio jurídico, na sua produção normal de efeitos concretos no dia-a-dia daqueles que praticam os negócios jurídicos. Além dos elementos estruturais e essenciais, que constituem requisitos de existência e de validade do negócio jurídico, pode este conter outros elementos meramente acidentais, introduzidos facultativamente pela vontade das partes, não necessários à sua existência. Aqueles são determinados pela lei; estes dependem da vontade das partes. Uma vez convencionados, têm o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois que passam a integrá-lo de forma indissociável. Essas convenções acessórias constituem autolimitações da vontade e são admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral (com algumas exceções, como na aceitação e renúncia da herança), mas não podem integrar os de caráter eminentemente pessoal, como os direitos de família puros e os direitos personalíssimos. Elementos acidentais são, assim, os que se acrescentam à figura típica do ato para mudar-lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, apostas a negócios jurídicos por declaração unilateral ou pela vontade das partes, acarretam modificações em sua eficácia ou em sua abrangência. A constituição, modificação ou extinção das relações jurídicas, ou seja, os efeitos do negócio jurídico colocam-se, pois, no plano de sua eficácia. - Condição: é a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (Art. 121, CC). Só são consideradas condição, portanto, as convencionais, e não as legais (condiciones iuris: impostas pela lei). Seus elementos são a voluntariedade, futuridade e incerteza. As condições subordinadas a evento passado ou presente são denominadas condições impróprias. - Espécies de condição: Quanto à licitude: podem ser lícitas e ilícitas (Art. 122, 1ª parte, CC). Quanto à possibilidade: possíveis e impossíveis. Estas podem ser: a) físicamente impossíveis; e b) juridicamente impossíveis. Quanto à fonte de onde promanam: casuais, potestativas (puramente potestativas e simplesmente potestativas) e mistas. Promíscuas são as condições a princípio puramente potestativas que se convertem em simplesmente potestativas em razão de fato superveniente. Quanto ao modo de atuação: suspensivas e resolutivas. Efeitos das condições: As condições impossíveis invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados, quando suspensivas, assim como as ilícitas, incompreensíveis e contraditórias (Art. 123, CC). Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas (Art. 124, CC). - Termo: é o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Espécies: termo convencional, termo de direito e termo de graça; termo inicial (dies a quo) e final (dies ad quem); termo certo e incerto; termo impossível (Art. 135, CC); termo essencial e não essencial: é essencial quando o efeito pretendido deva ocorrer em momento bem preciso, sob pena de, verificado depois, não ter mais valor (data para a entrega de vestido para uma cerimônia). Efeitos: o termo inicial (a quo) suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (Art. 131, CC); o final (ad quem) resolve os efeitos do negócio jurídico. Prazo: é o intervalo entre o termo inicial e o final (Arts. 132 a 134). Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento. Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor (art. 133). - Encargo: constitui cláusula acessória às liberalidades, pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário. É admissível também em declarações unilaterais, como na promessa de recompensa. Efeitos: o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (Art. 136, CC). Sendo ilícito ou impossível, considera-se não escrito (Art. 137, CC). Encargo e condição: o encargo difere da condição suspensiva, porque esta impede a aquisição do direito. E da resolutiva porque não conduz, por si só, à revogação do ato. O instituidor do benefício poderá ou não propor a ação revocatória, cuja sentença não terá efeito retroativo.
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