Buscar

Cartografia Tematica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Disciplina: 
Cartografia Temática
Introdução
Prof. Dr. José Carlos Ugeda Júnior
*
Definição de cartografia ACI 1991 – “Disciplina que trata da concepção, produção, disseminação e estudo de mapas”;
Especialização da Cartografia -> separação da Geografia;
Ponto comum -> espaço no centro das preocupações;
Espaço para a Geografia: elemento central de análise e o seu mapeamento é parte do processo investigativo e discursivo; o mapa é parte do discurso geográfico – o mapa é um meio;
Espaço para a Cartografia: fonte de informações para o desenvolvimento do seu objetivo de estudo – o mapa é um fim -> mapa objeto da Cartografia;
*
“Divisão” da cartografia (e dos mapas) em duas, de acordo com conteúdos, técnicas, objetivos e habilidades (embora todos os mapas sejam do interesse dos geógrafos e cartógrafos);
a) “Sistemática”, “de referência geral” ou “de base”;
b) “Temática”, “geográfica” ou “geocartografia”
Esta divisão não rígida.
*
Características da Cartografia Sistemática e Cartografia Temática
Sanchez (1981) apud Archela (2000)
Joly (1990) cartografia temática: todos os mapas que tratam de outro assunto além da simples representação do terreno.
*
Cartografia sistemática - Archela (2000): Execução dos mapeamentos básicos que buscam o equilíbrio da representação altimétrica e planimétrica dos acidentes naturais e culturais, visando a melhor percepção das feições gerais da superfície representada. Sua preocupação central está na localização precisa dos fatos, na implantação e manutenção das redes de apoio geodésico, na execução dos recobrimentos aerofotogramétricos e na elaboração e atualização dos mapeamentos básicos.
*
Cartografia temática – Archela (2000): instrumento de expressão dos resultados adquiridos pela Geografia e pelas demais ciências que têm a necessidade de se expressar na forma gráfica. Tem como preocupação básica a elaboração e o uso dos mapeamentos temáticos, abrangendo a coleta, análise, interpretação e a representação das informações sobre uma carta base. Importa-se mais com o conteúdo que vai ser representado no mapa do que com a precisão dos contornos ou da rede de paralelos e meridianos.
*
Autores e definições de Cartografia de Sistemática e Cartografia Geográfica
*
MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
*
PRINCÍPIOS DA SEMIOLOGIA GRÁFICA
Jacques Bertin (1962);
Normatização da representação gráfica: diagramas, redes e mapas;
Linguagem gráfica monossêmica é diferente da linguagem polissêmica (pintura, fotogafia etc.);
Monossemia é importante para que não haja dúvida sobre o que está representado (porém a interpretação não é única);
Legenda é responsável pela padronização do significado de cada signo;
A gráfica auxilia na comunicação e compreensão das informações: uma tabela demanda muito mais tempo para compreensão do que um gráfico;
*
ELEMENTOS DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Componentes (ou variáveis) = informações e dados;
Variáveis visuais - 8 = duas dimensões do plano ( X e Y - no mapa apenas uma variável – localização) e as variáveis retínicas (Z) -> tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma.
Implantação: utilização das duas dimensões do plano;
Três tipos de implantação (primitivas cartográficas): ponto, linha e área;
Elevação: utilização das variáveis retínicas (essas variáveis representam informações impossíveis somente com as duas dimensões do plano, que ficam na localização).
*
Classificação das variáveis visuais segundo os quatro níveis de organização (propriedades perceptivas): seletivo, associativo, ordenado e quantitativo
*
Variáveis visuais retínicas e 
níveis de organização/propriedades de percepção
*
Seletivo (≠) : permite isolar todas as correspondências da mesma categoria (a família dos signos vermelhos, a família dos signos verdes; a família dos signos escuros, a família dos signos claros;
Associativo (≡): permite o agrupamento imediato de todas as correspondências diferenciadas por esta variável (todas as variáveis visuais são associativas, porém em diferentes graus);
*
Ordenado (O): permite a classificação visual de suas categorias (cinza é intermediário dentre o preto e o branco (variável valor); o médio é intermediário entre o pequeno e o grande (variável tamanho); 
Quantitativo (Q): revela a relação de proporcionalidade entre elementos (A é duas vezes maior do que B).
*
Classificação dos componentes segundo os três níveis de organização
Qualitativo, ordenado e quantitativo
*
Nível qualitativo (ou nominal): objetos ou fenômenos que têm relação de igualdade ou diferença mútua. Questão “o quê?”. Ex: usina nuclear, mina de carvão, poço de petróleo; budista, católico, muçulmano, hinduista) – não são ordenadas. Deve ser representada por uma variável visual seletiva ou associativa;
Nível ordenado: elementos que tenham relação de grandeza ou hierarquia entre si. Questão “em que ordem?”. Envolve conceitos que permitem um ordenamento dos elementos de maneira universalmente conhecida (frio-quente-morno; preto-cinza-branco; pequeno-médio-grande; bom-médio-ruim). Deve ser representado por uma variável visual ordenada;
Nível quantitativo (métrico): usado quando fazemos uso de unidades contáveis (número de habitantes, valor em dinheiro, vezes). Questão “Quanto?”. Deve ser representado pelo tamanho (quantitativa);
*
Representação qualitativa
Expressa a existência, localização e extensão de ocorrência dos fenômenos. 
Variável visual deve ser seletiva ou associativa.
Exemplo 
Tipo de implantação: área
Componente: qualitativo
Variável visual: cor (seletiva)
 Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Representação ordenada
Expressa fenômenos que apresentam ordem hierárquica entre os elementos.
Variável visual deve ser ordenada (o tamanho, embora seja ordenado, deve ser reservado à proporcionalidade). A cor pode ser explorada (clara e escura - fria e quente).
Ex: Tipo de implantação: área
Componente: ordenado
Variável visual: valor e cor (seletiva)
 
Mapa coroplético com informação ordenada no modo de implantação zonal
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Representação quantitativa
Expressa relação de proporcionalidade entre os componentes.
Variável visual deve ser quantitativa (somente o tamanho)
Método dos círculos proporcionais;
Raio do círculo = raiz de Q (qdade);
Ex: Tipo de implantação: ponto
Componente: quantidade
Variável visual: tamanho (quantidade)
Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de implantação pontual
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Tipos de representação 
da cartografia temática
*
Representação corocromática
Choros (área) e chroma (cor). 
Utilizado para representações de componentes nominais (qualitativos). 
Implantação zonal.
Representa fenômenos que se manifestam segundo áreas com limites não preestabelecidos (zonas geológicas, zonas de vegetação).
 
Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal
Fonte: IBAMA, 2005.
*
Representação coroplética
Choros (área) e pletos (valor). 
Implantação zonal.
Representa fenômenos que se manifestam segundo áreas com limites preestabelecidos (municípios, estados etc.).
As variáveis visuais utilizadas devem ser cor e valor;
Os dados representados devem ser relativos (taxas, porcentagens, índices) e nunca absolutos (quantidades).
 
Mapa coroplético com informação ordenada no modo de implantação zonal
Fonte: SEPLAG/DEPLAN, 2010.
*
Representação isarritmica
Iso (igual) – linhas de mesmo valor. 
Linhas unem os pontos de mesmo valor (isarrítmica);
Mapas de isolinhas e mapas isopléticos (com preenchimento das zonas entre as linhas);
Pode ser utilizado para representar valores absolutos ou relativos.
 
Mapa isoplético com informação ordenada no modo de implantação zonal
Fonte: Atlas Solarimétrico do Brasil, 2000.
*
Representação por símbolos
proporcionais
Utilizado para representar quantidades em valores absolutos
A superfície da figura é proporcional à quantidade do componente na unidade geográfica;
Representacão pontual;
Variável visual tamanho.
 
Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de implantação pontual
Fonte: Atlas da questão agrária brasileira, 2008
*
Representação por pontos de contagem
Utilizado para representar quantidades em valores absolutos
Cada ponto corresponde a uma quantidade do componente representado, sendo implantado o número de pontos correspondente;
Implantação zonal; 
Mapa de pontos de contagem com informação quantitativa no modo de implantação pontual no qual se visualiza uma mancha mais clara ou mais escura consoante a ocorrência do fenômeno representado.
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Representação dinâmica – movimentos no espaço: 
Método dos fluxos
Utilizado para representar quantidades em valores absolutos;
A espessura das linhas representa a quantidade do componente representado;
Implantação linear
Variável visual: tamanho
Mapa de fluxo com informação quantitativa no modo de implantação linear.
Fonte: Atlas da questão agrária brasileira, 2008
*
Representação dinâmica – movimentos no tempo: 
Método dos círculos concêntricos
Utilizado para representação de dois valores ao mesmo tempo por meio de dois círculos sobrepostos com cores diferentes.
Este tipo de representação é recomendado para a apresentação de uma mesma informação em períodos distintos, ou para duas informações diferentes com dados não muito discrepantes.
Implantação linear
Variável visual: tamanho e cor
Mapa de círculos concêntricos com informação quantitativa no modo de implantação pontual
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Representação por método de síntese
O mapa de síntese é mais complexo e exige profundo conhecimento técnico dos assuntos a serem mapeados. 
Esse tipo de mapa é construído a partir da sobreposição, porém sem construção de tipologias de objetos.
Martinelli, 2003 critica essa postura afirmando que o mapa de sobreposição nega a própria idéia de síntese e sendo mapas muito confusos.
Mapa de síntese – mapa coroplético representando a síntese de estudos sobre diferentes fenômenos
Fonte: Archela e Théry, 2008
*
Representação por método de síntese
O mapa ao lado apresenta a síntese de 8 indicadores ambientais agrupados em classes evidenciando os conjuntos espaciais como coloca Martinelli, 2003. 
Nesse caso o que se destaca são os agrupamentos de atributos para a identificação dos espaços similares, para definição da tipologia de cada espaço.
Mapa de síntese – mapa coroplético representando a síntese de estudos sobre diferentes fenômenos através da tipologia
Fonte: Ugeda Junior, 2012
*
Usando as normas e possibilidades da representação cartográfica apresentadas o mapa deve ser pensado como um todo. 
*
Mapa para ver
Responde: o componente X, onde está?
Conjunto de mapas exaustivo.
Mapa para ler
Responde: o lugar x, o que tem?
Poderia ser represntado por formas, por exemplo.
*
Leitura análise e interpretação de mapas temáticos
Leitura do mapa pelo usuário 
1º Momento: compreensão do título e verificação da escala.
		O que significa o título?
		A escala é grande ou pequena?
		A escala favorece ou dificulta a leitura?
2º Momento: Entendimento da Legenda
Quais os símbolos que ela representa? É completa? É Clara?
3º momento: observação atenta do mapa a fim de criar uma setorização para a decodificação/descrição. Nesse caso poderiam ser as áreas mais elevadas do Brasil
4º Momento: decodificação do mapa.
5º Momento reconstrução mental do mapa.
Fonte: Castrogiovanni, 1998.
*
Todos os elementos citados devem ser levados em consideração no momento da concepção dos mapas.
*
Qual o propósito do mapa: para que ele servirá?
Quem usará o mapa: usuários em potencial?
Como o mapa vai ser utilizado? Ele será utilizado para uma finalidade específica ou para informação geral?
A dimensão espacial do dado (modo de implantação): ponto, linha ou área?
O nível de organização do componente: qualitativo, quantitativo, ordenado?;
Como as variáveis serão mapeadas (variáveis visuais utilizadas)?
Há um componente temporal para o dado?
Como ele será disposto para uso?
Há alguma limitação técnica? Por exemplo: publicação restrita à P&B?
Tempo e custos envolvidos.
Estética: alguns símbolos são mais chamativos do que outros.
Adaptado de Nogueira (2008), Martinelli (2003) e Archela (2000)
Leitura análise e interpretação de mapas temáticos
Aspectos considerados pelo autor 
*
ARCHELA, R. S. e THÉRY, H. Orientação metodológica para construção e leitura de mapas temáticos. In Revista Confins, 2008, número 3. Disponível em: <http://confins.revues.org/3483?&id=3483>
CASTROGIOVANNI, A. C. el al. O misterioso mundo que os mapas escondem. In Geografia em sala de aula. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2003.
GIRARDI, E. P. Atlas da questão agrária brasileira. 2008. Disponível em:<http://www.fct.unesp.br/nera/atlas>
MARTINELLI, M. Mapas da Geografia e cartografia temática. São Paulo. Editora Contexto. 2003, p. 112.
__________ Curso de Cartografia Temática: Caderno de Mapas. São Paulo. Editora Contexto.1991.
NOGUEIRA, R. E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. Florianópolis, Editora da UFSC, 2008.
Sites:
BRASIL, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). IBGE – Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 01/02/2012. 
BRASIL, (instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Ibama. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em 01/02/2012. 
Bibliografia

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais